Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 36
Interesse e Atração


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

 Depois de ficar a tarde toda acabando de fazer o que o meu pai queria, tomei um banho e fui jantar. Não vi Murilo e quando perguntei falaram que ele estava lá fora com Rafael. Meu medo era esse. Era isso que aconteceria. Quando não estivéssemos mais no abrigo ele iria sumir e lá fora não teria ninguém para dar informação nenhuma sobre ele.

— Oi. – fiquei de frente para eles. Ele ficou me olhando e sorriu. – Você já viu o tamanho do seu olho?

— Dá carinho e não esporro. – sua resposta fez Rafael dar uma risadinha sútil e eu estranhei por ele não ter reagido igual um retardado.

— O que tá acontecendo? – o olhei. – Ah, ela.

— Não só isso. Saudade de casa. Eu tô me sentindo meio sem lugar aqui. – vi que ele não estava nada bem.

— Eu não vou roubar meu namorado de você hoje. Vê se a companhia dele te alegra um pouquinho, ele é idiota e fala várias besteiras. – Murilo me olhou franzindo a testa e eu dei uma risada. – Até com raiva você é fofo.

— Se continuar eu vou ficar bêbado e te dar trabalho. – ele ameaçou e eu fiz semblante de desentendido.

— O que você mais me dá é trabalho Murilo.

— Some. – ele levantou do banco e cruzou os braços. – Mas antes me dá um abraço. – eu o abracei de forma muito carinhosa e quando nos separamos ficamos nos olhando.

— Pega leve, por favor. – ele sorriu com o meu pedido.

— Não vou fumar mais por hoje. Obrigado por se preocupar comigo. – ele passou seu nariz no meu me fazendo dar um sorriso maior que o dele. – Te amo. – sua boca veio até a minha me fazendo o empurrar e olhar para os lados rapidamente.

— Não faz isso Murilo.

— Como se quem estivesse passando não percebesse nada sem o beijo.

— Achar não é a mesma coisa que ter certeza. Agora eu vou ir, te espero para dormirmos juntos. - ele me mandou um beijo antes de eu ir. Percebi que Rafael realmente estava muito mal. Fui atrás de Arthur para vê se ele podia ajudar o amigo dele em alguma coisa.

— O que é isso? – perguntei ao chegar em seu dormitório e ver que ele estava debaixo da coberta virado para o canto todo tampado. Eu sabia que ele não estava dormindo apenas pela forma como estava posicionado seu braço, ele havia acabado de... Enxugar lágrimas?  - O que foi Arthur? – destampei seu rosto e me sentei ao lado.

— Tá difícil. – ele respondeu depois de um tempo. – Tá pesado. Uma hora as pessoas querem que eu seja perfeito, outra elas apontam essa tentativa como meu maior defeito. Não aguento mais o meu pai, ele ser horrível desse jeito. Não sei mais de onde tirar forças para tentar superar Alice. E além de tudo tem o Rafael... – ele parou de falar e sua dor pareceu ainda maior. – Por ser mais velho que os meninos eu nunca me vi na posição de igualdade em relação a eles, há não ser com Murilo porque ele sempre foi mais esperto e é diferenciado, só que ele nunca ligou para isso de amizade... Rafael tá me cobrando coisas que eu nem entendo direito. Nunca tive um amigo igual ele. E pelo visto não vou ter mais.

— Mas você tem um irmão. – o olhei e sorri. – É... Quase uma irmã, mas ainda dá pra dizer que é irmão.

— Vocês dois estão bem né? – só o Arthur para se preocupar com os outros quando estava tão mal.

— Sim. Ele está lá com Rafael, ele também tá péssimo. Ele disse que está se sentindo sem lugar aqui. Acho que eu o entendo um pouco... Não é a cidade ele, não tem nenhum conhecido.

— As meninas não surtaram assim.

— Elas se apoiam Arthur. Alícia tem Fabiana e vice versa. Ele tá sozinho. E com o meu namoro automaticamente eu tirei a única pessoa que mais fazia companhia a ele.

— Você sacou tudo antes de te contar. Que caralho hein Kevin?

— Não precisa ser nenhum gênio. Bom... Você vai saber o que fazer... Você sempre sabe. Agora o que a gente precisa é de alguma coisa para você melhorar o seu humor. Que não inclua beber e fumar maconha porque eu não sou adepto.

— Vamos jogar pôquer. - ele se destampou por inteiro.

— Quem disse que eu sei jogar pôquer?

— Já te vi jogando no hotel. Não sou nenhum gênio igual você, mas sou bem observador. – me levantei e esperei ele fazer o mesmo.

— Você... Sabe de muita coisa né?

— Seu receio é por você ou por ele?

— Ele é viciado. – nos olhamos. – Cada vez que ele sente que perde o controle nos vários negócios que ele tem além do hotel, ele vicia mais em jogos de aposta.

— Eu acho que ele não tem mais salvação.

— Pode ser que eu me tornaria esse lixo se eu não tivesse Murilo. E... Confesso que eu tenho medo, se não der certo vou sofrer tanto que involuntariamente eu posso seguir os passos dele.

— Nem sonhando. – ele passou o braço em volta do meu ombro. – Esteja eu com quem estiver e onde estiver você tem a mim e eu vou vim correndo para te ajudar se isso acontecer.

— Tomara que não aconteça. – quase sussurrei com aflição.

— Para com isso. Não pensa essas coisas. Vamos. – fomos para a sala de jogos. Tenho certeza que os dois nos viram mesmo que de longe e minha certeza se confirmou ao vê-los entrar um tempinho depois.

— Ah não Kevin, de novo. – Arthur reclamou ao ver que eu iria ganhar.

— Eu te dei a noite livre. – olhei para Murilo.

— Rafael tá chato. – ele reclamou e eu passei meus olhos entre o loiro e Arthur.

— Vamos jogar nós quatro? – meu irmão sugeriu e esperei eles responderem.

— Por mim tudo bem. – Rafael disse e olhou para meu namorado e depois pra mim. – Com a condição que um de vocês dois seja minha dupla.

— Vocês dois vão ficar nessa briguinha de quinta série? – Murilo perguntou olhando para eles. – Ah, que seja. Joga com o Kevin que você tem mais chance de ganhar. – vi que ele olhava para o lado e deu um sorriso.

— Você está dando em cima de uma garota bem embaixo do nariz do seu namorado? – Rafael questionou e ele me olhou.

— Ele está feliz porque nenhuma demonstrou interesse nas últimas semanas. – expliquei.

— E você acha normal isso? – meu irmão olhou em meus olhos.

— Acho. – sorri. – Ele gosta de se sentir desejado. É da natureza dele.

— Até onde essa natureza vai? – dessa vez foi o loiro que perguntou.

— Eu não estou em um relacionamento aberto. Ele sabe muito bem que se ceder a qualquer desejo não vai ter volta. Então... Não estou preocupado.

— Você não perdoaria uma traição? – olhei para Rafael.

— Acho melhor começarmos a jogar. – meu irmão tentou desviar o foco.

— É impressão minha ou esse assunto é muito delicado? Estamos entre amigos ou não? – Arthur o olhou com receio.

— Não é questão de confiança. Isso mexe com ele. É a história da vida dele, então... Vamos jogar?

— Ah, lembrei. O pai de vocês traiu a sua mãe com a mãe dele. É por isso?

— Elas eram melhores amigas. Ele a traiu debaixo do mesmo teto que a esposa, que inclusive não merecia nem um pouco passar por isso. Ele jurou que amava minha mãe e hoje a trai. Hoje não, sabe-se lá desde quando. A questão Rafael é que a traição faz com que a vida toda pareça uma mentira. – odiava como aquela merda toda doía em mim. – Sei que você tá passando por um momento complicado aqui e eu sei o que sente, muito mesmo. Sei como é não pertencer a um lugar. E no seu caso isso se deve a você estar se sentindo traído. Mas você não foi. Acho que você e Arthur precisam conversar. – olhei para Murilo e fiz sinal para sairmos.

— De repente você virou o cara dos discursos? – não respondi. – Vai ficar com raiva de mim por que eu sorri para uma garota? Você mesmo disse que estava tudo bem, eu sou assim.

— Eu não vou te ensinar o que é respeito, você já deveria saber.

— Por que você fingiu que estava de boa?

— Porque eu ainda estava tentando te entender completamente e eu não quero discutir com você na frente de ninguém.

— Então tá, desculpa. Não vou fazer mais.

— Murilo, você me disse que é impossível se sentir atraído por alguém, mas você quer que as pessoas sintam atração por você. Percebe que é confuso?

— Acho que sim.  – ele abaixou a cabeça parecendo visivelmente arrependido. – E acho também que não sirvo para namorar, é muito sério pra mim.

— Todas as vezes que eu pensei que você ia desistir você me surpreendeu ficando comigo e agora você vem com essa conversa?

— Não estou afirmando nada. Eu disse que eu acho. É o que está parecendo, você não vê? – peguei em sua mão e cheguei mais perto.

— A única coisa que eu vejo somos nós dois juntos. Mas... Talvez você precise de um distanciamento para também ver isso.

— Eu disse que acho que não sirvo para namorar por ser muito sério, mas isso não quer dizer que eu não esteja disposto a tentar ser de outro jeito. Nunca vou me distanciar de você.

— Eu te fiz duas promessas, agora quero que me faça uma. – ficamos nos olhando.

— Prometo que nunca vou me distanciar de você. Não por minha vontade.

— Uma promessa não tem porém.

— E se você me machucar? Vou ter que me distanciar. Não vou querer, mas vou ter.

— Tá bom. Isso não vai acontecer. – ele deu aquele sorriso que me deixava perturbado. – Vamos ir deitar? – ele concordou me fazendo sorrir também. E o que eu mais queria era que essas promessas não se desfizessem e mais ainda que nosso relacionamento resistisse a qualquer coisa.


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