Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura ♥
Arthur Narrando
Acordei para tomar café e levantei tão desanimado, a única coisa que eu queria agora era não ter que fazer nada para o meu pai. Minha sorte que era o último dia e isso me alegrava um pouco. Tomei café rápido e fui pra lá, estranhei ao ver Kevin.
— O que está fazendo aqui? – perguntei me sentando. Ele estava em pé ao lado do armário fino e alto de aço encostado a parede com alguns papéis na mão.
— Você não ia querer saber. – suspirei pesado com a sua resposta. Comecei a fazer o que tinha que ser feito. – Ele me mandou aqui para brigarmos. Sabia que você questionaria e que eu não posso responder.
— Que seja. – respondi apenas.
— Também não está bem hoje? – nos olhamos.
— Você sabe que não.
— Quase não consegui dormir. Você saiu mais cedo e não viu... Ele ficou estranho depois daquilo tudo e praticamente me ignorou. – ele desviou o olhar e parecia recuperar o ar. – Acho que ele vai decidir se afastar de mim.
— Por qual motivo? Por ter amigos idiotas?
— Talvez com isso ele tenha percebido que não é com um cara que ele quer estar.
— Você vai ter que perguntar para saber.
— Como? Se não acho ele. Não dormimos juntos. Ao acordar fui ao dormitório dele e ele não estava e a cama estava arrumada. Ele não dormiu lá... Eu... Não consegui nem comer. Vim direto pra cá para tentar me distrair.
— Você acha que ele te traiu Kevin? – perguntei espantado.
— Não é traição se na cabeça dele já está tudo acabado.
— Oi. – Murilo entrou deixando nós dois surpresos. Ele fechou a porta e continuou nos olhando. – Estavam falando de mim? Espero que seja bem. – ele se sentou na beirada da mesa, depois ajeitou seu boné e continuou nos olhando. Sua tranquilidade não era de quem pensou em terminar o namoro.
— O que foi? – perguntei olhando para ele. – Por que não chegou indo pra cima do seu namorado? – eu o testei.
— Por que a prioridade dele é o pai. – ele nem deixou que Kevin retrucasse. – Arthur, estou entediado, vai demorar isso aí?
— Seu amiguinho é o Rafael. Que inclusive você roubou de mim.
— Nossa, mas você tá chato. Ah... Eu dormi com a minha irmã, ela tá bem.
— Quem disse que estou chato por causa dela? Minha vida vai além da Alice.
— Vai? – ele colocou a mão na boca fingindo surpresa. – Uau! Jurei que não. Acho que foi uma alucinação de quase uma década.
— Você tá rindo idiota? – perguntei olhando para o meu irmão. – Até agora não entendi seu bom humor Murilo, já que parece que vocês dois estão brigados.
— Minha vida vai além do Kevin.
— É? Então por que você tá aqui? Não é atrás de mim. Não cola.
— É verdade. Queria te contar que minha irmã está bem, eu sei que você está preocupado com ela. – baixei o olhar. – Eu a fiz rir ontem, levei café na cama hoje... Vou dar mais atenção a ela. Até porque agora vocês cortaram o vinculo de vez.
— Quando ela me esquecer eu vou voltar a ser amigo dela.
— Você tem que esquecê-la também. E tem que se esforçar para isso. – ele pulou da mesa. – Vou ir procurar alguém pra encher o saco.- ele saiu sem nem olhar para o Kevin.
— Vai atrás dele. Ele deu o primeiro passo, você tem que reconhecer isso. – ele deixou os papéis no armário e saiu rapidamente. Depois de uns minutos ele voltou e não conseguiu disfarçar o sorriso.
— Nem preciso perguntar. – falei e ri.
— Não falei para ele, mas vou deixa-lo contar para todos que estamos juntos. – seu suspiro demonstrou que não era bem o que ele queria.
— Por que vai fazer isso?
— Proibido é gostoso... Fazer tudo escondido é... Muito bom. Mas... Ele ficou muito mal ontem por todas aquelas insinuações.
— Eu estou com antipatia do Yuri. Ele que começou essa palhaçada.
— O meu medo é só Vinicius ficar sabendo. O Murilo contando já seria bem difícil, sabendo pelos outros então... Vai ser ainda mais inaceitável.
— Por que o Murilo não contou?
— Nosso pai não quer.
— Você sabe que ele quer ter essa informação para usar depois como chantagem né?
— Lógico.
— Não seria melhor vocês contarem a ele?
— Não posso. Não consigo. Vinicius vai querer nos separar e eu não quero ficar sem Murilo. – senti a tristeza em sua voz.
— Fica muito esperto Kevin. Caleb não quer vocês dois juntos, nem fodendo. Trazer seu ex foi uma demonstração mínima do que vem por aí.
— Acho que ele vai simular uma traição do Murilo. – ele me olhou.
— É... Conhecendo você seria o tiro certeiro. Mas como ele faria isso?
— Talvez ele realmente faça alguém seduzi-lo. – nos olhamos. – Antes que você pergunte, eu confio nele.
— Então você acha que ele vai dizer não?
— Sinceramente eu não sei. Mas eu preciso acreditar que sim. – ele suspirou. – Bom, vou tentar acabar com isso. – ele voltou sua atenção ao papel e não falamos mais nada.
De tardezinha, depois que eu tomei banho e antes de ir jantar encontrei Rafael em seu dormitório e ele não parecia muito bem.
— O que tá pegando? – perguntei me sentando em sua cama.
— Nada. Só estou cansado desse lugar.
— Tá quase acabando. – tentei ser otimista.
— Não estou muito afim de papo Arthur, numa boa.
— Por que você está me tratando assim? - questionei seu tom de voz agressivo.
— Devo pensar em como você se sente? Por que você não pensou em mim quando abriu uma cicatriz que eu não estava nem um pouco preparado para ser aberta.
— Não se abre uma cicatriz, se cicatrizou já está curado. - ele me olhou com mais raiva ainda. - Você quis dizer ferida.
— Que seja. - ele respondeu com um bico enorme.
— Seja mais inteligente para discutir. - falei tentando não rir.
— Você está achando que eu estou brincando. Eu NÃO ESTOU Arthur!
— Qual é Rafael, eu só queria ajudar.
— Você quer ajudar todo mundo, mas ninguém quer sua ajuda.
— Tá bom. – me levantei para sair.
— Não terminei.
— Quer jogar todos os meus defeitos na minha cara? Sério?
— Você nunca foi meu amigo Arthur.
— Que? – franzi a testa sem acreditar naquilo.
— Quando chegamos nesse maldito lugar você mostrou que não tenho importância nenhuma pra você. Até me colocar em uma mentira você me colocou. Foda-se né Arthur?
— Achei que você não iria se importar.
— Eu ficava com o Murilo o tempo todo, mas agora ele namora... E eu percebi que a pessoa que me trouxe pra cá é... Um colega. Um conhecido. E quando você fez isso de nem pensar em como eu me sentiria ao falar dela... Vi que tudo foi unilateral, nossa amizade existiu apenas pra mim.
— Eu não deveria estar ouvindo isso. E não vou ficar argumentando com você. Pensa o que quiser Rafael. – sai dali e eu não sabia para onde ir.
— Você parece bem mal. – meu pai me encontrou no corredor. Nada pior poderia acontecer.
— Já pode ficar feliz com isso.
— Que ideia Arthur. Você é meu filho. E por mais que eu faça coisas pensando em meu próprio interesse, ainda me preocupo. – nem respondi. – Você quer passar um tempo com Lis? Ela parecia te distrair tanto. Eu a deixei “escondida” em um dos dormitórios.
— Quer saber? Eu quero. Poderia trazer refrigerante e uns pacotes de salgadinhos também? - o olhei com ironia. – Imbecil. – sai andando e o deixei falando sozinho. As coisas podiam ficar difíceis, mas às vezes conseguiam ultrapassar todos os limites suportáveis.
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