Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 34
Suposição


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Arthur Narrando

Tudo o que eu queria agora era entender como o meu irmão podia ser tão imbecil. E o pior é que ele estava me culpando por suas atitudes.

— Dá um motivo para eu não quebrar sua cara. – seu nervosismo me fez rir.

— Não é que Caleb está conseguindo o que ele quer? – respirei fundo.

— Ele não tem nada a ver, você não tinha que dizer que eu estava mentindo.

— Você ainda não entendeu que ele percebeu?

— Eu ia contornar a situação.

— Não ia. O Murilo pode ser inocente ás vezes, mas ele não é burro. E agora ele está completamente em alerta por causa do ciúme que está sentindo.

— Tem isso ainda! – ele passou a mão no rosto inconformado.

— O que o demônio quer que você faça? – o olhei com seriedade.

— Você está fora dessa Arthur, nossa guerra contra ele acabou.

— Mas eu sei que ele não vai se dar por satisfeito enquanto não trazer o antigo Kevin de volta, faça você o que for pra ele.

— Não precisa ficar preocupado. Ele jamais vai conseguir isso porque Murilo matou esse Kevin e eu sei que ele não vai deixa-lo ressuscitar. – ele parecia bem certo do que dizia e isso me trouxe um alívio enorme. Ele foi até aquele ser e eu fui procurar Alice, mas parei na metade do caminho. Isso não era certo, o melhor era deixar que ela lidasse com os sentimentos sozinha, já estava provado que juntos o tempo todo não iriamos chegar a lugar nenhum.

Kevin Narrando

Fui castigado pelo meu pai após ele me pegar com Murilo. Meu corpo todo doía. A noite rolou uma festa de última hora. Maísa recebeu notícias que estavam mais perto de combaterem a doença do que se esperava. Dessa vez a comemoração teve proporção ainda maior, com mais música, comidas e bebidas. Todos estavam no mesmo canto do campo daquele dia. Fui sem vontade nenhuma. Enquanto eu estava chegando observei tudo. Como eu disse, todos estavam no mesmo lugar da festa anterior, apesar do movimento maior e som mais alto. Peguei uma latinha de energético entre as bebidas olhando para Rafael, Arthur e Murilo em pé mais ou menos perto dali e perto do pessoal. Estava chegando até eles quando ainda de costa pra mim e sem me ver Murilo passou o braço pelo meu ombro assim que cheguei ao seu lado.

— Tá aprendendo a reconhecer a chegada das pessoas?  - perguntei o olhando.

— Não. O Fael falou que você estava vindo. – ele deu um sorriso grande e lindo. Fiquei preso naquele sorriso por malditos segundos que não passavam. E ele percebeu. Sai do seu braço e seu sorriso se desfez.

— Foi ignorado completamente. – Arthur falou e riu. Mesmo sendo ignorado ele tentou chamar minha atenção, puxando a barra da minha blusa.

— Para com isso. – o olhei com seriedade. Felizmente ele não ficou com raiva e fez uma careta. – O que estavam falando?

— Alice. A princesinha tá murchinha. – Rafael respondeu e eu a procurei com os olhos. Estava sentada com algumas das meninas e o resto dos meninos. Vi que meu irmão estava preocupado.

— Vou lá ficar conversando com ela. – avisei e senti um braço me impedir.

— Já falei com ela, a gente sabe que ela só quer esquecer Arthur. Depois vocês ficam batendo papo. Vamos fugir daqui um pouquinho. – fiquei encarando aquele idiota.

— Se quiserem eu vou com vocês para vigiar. Não estou fazendo nada e ficar vendo Alice é torturante.

— Vou junto para te fazer companhia, já me contentei que não vou pegar ninguém mesmo.

— Vem. – Murilo viu que eu estava hesitando e me puxou, os meninos vieram juntos. Fomos para a sala de jogos que estava fechada e escura. Os dois ficaram do lado de fora, disfarçando. Ele me beijou antes que eu dissesse qualquer coisa, que ele sabia muito bem que seria uma reclamação.

— Poderia transar com você naquela mesa de sinuca. – ele murmurou bem ofegante me fazendo o olhar de baixo. – Não para Kevin, continua. – assim que acabei ele veio pra cima de mim, mas não podia deixa-lo fazer aquilo, se eu contorcesse o meu corpo iria sentir mais dor ainda e seria insuportável.

— Você é tão mais contido que eu, isso é irritante. – ele disse após eu convencê-lo que estava com medo de alguém chegar, o que na verdade eu também estava.

— Para de reclamar e vamos logo. – sai andando e ele me puxou pela gola da minha blusa.

— Você cisma que manda em mim né? – ele perguntou e mesmo que eu não tivesse vendo seu rosto, sabia que ele estava com um sorrisinho cínico nos lábios. – Olha pra mim. – me virei. - Estou bebendo. A única coisa que eu acho possível eu fazer depois que estiver bêbado é ficar atrás de você, então sai do meu campo de visão, por favor.

— Não vai ficar bêbado igual ontem né?

— Lógico que não! Ontem eu usei aquela coisa também que nem sei o nome...

— Nem isso né?

— Jamais. – ficamos nos olhando.

— Vamos. – ele me puxou de novo.

— Te amo. – nos beijamos. – Te beijar sentindo o meu gosto torna o beijo melhor.

— Se não tivesse putaria não seria você.

— Claro que não. – ele riu e piscou. – Esse sou eu. – o ignorei mais uma vez e fomos andando até a saída da sala de jogos. Arrumei meu cabelo que Murilo bagunçou todo.

— Vocês são realmente terríveis. – Rafael comentou e Arthur riu. Murilo pegou a dose da mão do Arthur.

— Não precisa me devolver, não sei onde passou sua boca. – ele deu uma risada alta.

— Vindo do Murilo podemos imaginar o pior. – Rafael disse o olhando.

— Você estava bebendo cerveja, vai começar a misturar? Não vou te dar banho de novo. – Arthur voltou a falar e dessa vez com o tom sério.

— Ontem misturei tudo. Não vai acontecer hoje. – chegamos até o pessoal e eu me sentei ao lado de Alice. Murilo ficou na nossa frente.

— Vai beber com os meninos. – falei o olhando. Ele saiu depois de uma pequena pausa. Alice me olhou.

— Ele ficou sentido. – ela disse e olhou para o irmão que estava ao lado de Arthur, Rafael e Ryan.

— Acabamos de ficar juntos. É a primeira vez que ele se apaixona, ele tem que ser freado. Se depender dele vamos ficar grudados vinte e quatro horas.

— É isso que os casais fazem Kevin. Principalmente na nossa idade que não temos responsabilidades.

— De qualquer forma eu quero protege-lo disso. Somos... Incertos demais. Se algum dia não pudermos ficar juntos o fato de não ter tanto contato desse jeito não irá feri-lo tanto.

— Para de pensar assim. Não seja negativo. Vocês vão ficar juntos!

— Isso é tudo que eu quero. – nos olhamos. – E você, parece bem pra baixo.

— Todos estão dizendo isso. Será que dá para não falarmos dessa coisa? As pessoas ficam tristes. É natural.

— Todos te tratam igual um bebê né? – dei uma leve risada. – Isso foi um problema quando decidi te conquistar.

— Não vamos mais falar disso também, você e meu irmão agora...

— Desculpa, não fiz por mal. – Sofia deu um pulo e ficou em frente a Murilo. Fiquei em silêncio já que Alice parecia não querer muito conversar. Arthur se sentou ao meu lado.

— Ela tá dando em cima dele. – meu irmão me avisou e me olhou com os olhos bem sérios. – Não entendi, parece até que ela quer fazer ciúme em alguém.

— Ela eu não sei, mas ele sim. – respondi baixo.

— Como assim?

— Pedi que ele saísse daqui, ele vai me provocar a porra da noite toda.

— Acho que não. – o vimos se afastar um pouco dela.

— Oh mãe ela tá me chavecando. – ele gritou rindo para a mãe dele que estava passando. Sofia ficou na ponta do pé e segurou seu queixo o apertando. – Sai ow. – ele a afastou.

— Seu namorado é mesmo fofo. – Arthur falou e riu.

— Namorado? – Alice perguntou me olhando assustada. - Nunca ouvi o Murilo falar em namorar, nunca.

— Ele parece outra pessoa. – meu irmão afirmou olhando para ela.

— Não sei por que estou tão surpresa, sabíamos que era isso que iria acontecer. – ela se levantou. – Vou ir dormir. Boa noite. – ela saiu sem que pudéssemos dizer nada. Ao passar por Murilo ele a puxou e os dois falaram algo um com o outro e depois ele beijou a testa dela a deixando ir.

— Essa garota acaba com a minha vida! – Arthur desabafou passando a mão no rosto. – Ela não está bem. E eu não posso fazer nada. Aliás, parece que eu sou o motivo.

— Olá irmãozinhos. – o pessoal chegou mais perto da gente, acabando com o espaço que Alice deixou. Rafael e Ryan se aproximaram e Murilo e Sofia vieram logo atrás rindo.

— Tá calor pra caralho. – Murilo falou e tirou sua blusa. – Segura pra mim? – ele me entregou e quase fez beicinho. Peguei a peça sem falar nada.

— Não vai perguntar a ele se você tem cara de cabide? – Alê questionou franzindo a testa. Todos me olharam.

— É no mínimo intrigante que o Kevin é durão com todo mundo, mas amolece sempre com o Murilo.

— O pequeno Yuri fazendo suposições maldosas... – Alexandre voltou a falar.  – Quer dizer que há algo entre eles?

 - Se parar pra pensar o Murilo consecutivamente o responde de forma tão doce. Não sei. – o moreno respondeu e deu de ombros.

— Você está de sacanagem né? – Sofia o olhou abraçando Murilo de lado. – Yuri você é patético.

— Você que é dando em cima dele! – era fácil entender. Ciúme.

— Nisso vou ter que concordar. Sofia você está regredindo. – a irmã dela opinou e riu.

— Minha filha isso aqui não é regredir. Nunca. – ela passou a mão no peito dele e desceu até a barriga. Ele tirou a mão dela e me olhou, ele nunca saberia o que estava acontecendo comigo, se estava me incomodando ou não e a isso eu agradecia ao meu jeito. Mas é lógico que ver aquilo me deixava puto. – Eu dava e não é parabéns.

— Puta que pariu. Cantada certinha hein? Do jeito que ele gosta. Apesar que ele tá tão quieto. Parece até que tá namorando... – Ryan falou e eu sabia que era só para provocar mesmo. – Vamos voltar às suposições do Yu.

— Vocês me acham lerdo, mas tá bem notório não? Não estou dizendo que eles têm alguma coisa! Estou falando que parece ser um a exceção do outro.

— Por que vocês não se defendem? – Giovana perguntou com o jeito dela meio devagar.

— Estou sendo acusado de alguma coisa? Tratar alguém de forma doce é crime? Sou assim com Rafael, Arthur... O Yuri está completamente tomado pelo ciúme. Mudou de fixação de irmã? – Murilo apelou e eu não queria isso. – Cresce garoto!

— Não vai defender seu irmão? – Ryan provocou Arthur dessa vez.

— Isso aqui não é a porra de um tribunal. Parem com isso. – ele respondeu estressado. – Cala a boca Yuri, se mete na sua vida. – todos ficaram calados.

— Para acabar com esse climão eu vou lançar mais uma cantada... – Sofia falou e olhou para Murilo parecendo segurar a risada. – Você ficou sabendo o que vai abrir perto da sua casa? – ele a olhou com tédio.

— Que casa caralho, olha nossa situação.

— Só responde sim ou não.

— Não. – ele respirou fundo.

— Minhas pernas. – ele arregalou os olhos.

— Você tem uma cartilha de cantadas sujas?

— Tenho. Olha essa: Estou cansada e queria sentar só não disse onde.

— Essa é manjada né? Manda uma original. – Rafael pediu rindo.

— Pra você não. Só pra ele. – ela fez careta para o loiro.

— Aí depois a gente acaba com uma mina dessas e elas ficam de reclamação. – ele opinou. – Aí para.  – imitou a voz de uma mulher. Arthur olhou para o “namorado” indignado.

— E VOCÊ É OBRIGADO A PARAR.

— Palestrinha agora não Otávia numa boa. – Arthur pediu a olhando.

— Muito me admira você não querer ouvir “palestrinha”. Logo você que agora também faz parte de uma comunidade que tem tanta luta e ensinamentos.

— Você sabe que é chata pra caralho e vai morrer sozinha né? – Sofia perguntou em forma de brincadeira e riu.

— Foda-se. Eu não preciso de homem pra porra nenhuma!

— Chata por que é mais inteligente que vocês? Por que vai ser uma mulher independente que sabe do seu valor e nunca vai entrar em um relacionamento merda? – Ryan questionou surpreendendo todo mundo. – Por que ela é diferente de garotas como você que procuram caras como o Murilo que só pisam em vocês. Tá certo Sofia.

— Falou o cara que transa com meio mundo escondido. – Murilo respondeu com raiva. – Pelo menos eu não escondo o que sou.

— Será que não esconde Murilo? – eles ficaram se olhando. – Não subestime minha inteligência. Eu não sou o Yuri.

— O Yuri atacou o Murilo por causa de ciúme da Sofia e agora você Ryan esta fazendo a mesma coisa por causa de uma briga para defender Otávia. Que caralho, vocês não pensam o quanto podem estar magoando duas pessoas? Não aguento mais vocês. – Arthur se levantou e saiu andando.

— Mano, agora o bagulho ficou louco. – Alexandre comentou baixo.

— Vou tentar conversar com ele. – antes de sair Otávia olhou para Ryan. – Não faça isso de novo. Eu não preciso que ninguém me defenda! E você  - ela olhou para Yuri e depois voltou a olhar Ryan. – e você também, parem de insinuar que Murilo e Kevin tem alguma coisa. Se eles tem ou não é problema deles. E saibam que acho vocês muito escrotos e que me dão nojo.

— Eu pegava a Otávia só sem abrir a boca e no escuro... Não. Nem assim. – Rafael falou e riu.

— Você é o gay mais contraditório do mundo.

— Não sou gay, sou bissexual. E eu to igual ao Kevin e o Murilo nesse momento, pouco me fodendo para o que esse bando de pirralho acham de mim.

— Vocês se incomodam tanto com o caso dos outros e a orientação sexual dos outros porque não conseguem nem aceitar ou entender ou se lá, ir adiante com os próprios sentimentos. – Alícia falou ao chegar um pouco depois de todos e sabia que iriam dizer que ela estava pegando tudo pela metade e não podia opinar e isso iria virar mais uma discussão ridícula. Como Arthur não havia explodido antes?!

— Falou a bem resolvida sentimentalmente! Ah, já deu pra mim essa noite. – Rafael falou e saiu indo pra dentro.

— Vamos sentar aqui. – Sofia guiou Murilo até um banco de madeira que colocaram ao lado da arquibancada. Ela começou a passar a unha nele e usava cada vez mais força.

— Quer me foder caralho? – ele perguntou olhando o arranhado que ela deu nele.

— Por que você está tão sério? Pegou pilha? Eu sei que não tem um caso com ele.

— Só estou cansado. Acho que vou ir deitar.

— Não. Para com isso. Odeio te ver assim. – reparei em seu rosto e vi que ele estava triste. Aquilo acabou comigo. – Vou te fazer rir. Me dá. – ela tomou a latinha de cerveja da mão dele e começou a beber rápido.  – Se eu ficar bêbada eu vou ficar engraçada. – ele não aguentou e riu.

— Ridícula. – eles riram juntos. Ele não me olhou em momento nenhum e eu devia fazer o mesmo e parar de olhar para eles. Mas eu não conseguia.

— Você quer beijar a Fabiana? – Sofia perguntou chegando mais perto ainda, fazendo os dois ficarem colados. Ele se afastou um pouco e a encarou.

— Não. De onde tirou isso?

— Ela não tá te dando bola, parou de correr atrás de você. É natural você se arrepender. – ela passou o dedo no rosto dele. – Ah lá, você quer ficar com ela!

— Não quero porra nenhuma mano.

— Você quer sim.

— Se eu quisesse...

— Não seria tão fácil. Você não vai atrás dela agora e ela vai voltar. E você sabe disso. Você a quer e tá sofrendo. – ela riu mais alto.

— Não coloca palavra na minha boca, se eu quiser eu falo com ela. Não quero pegar ninguém, quero ficar de boa.

— Por que eu não acredito nada nisso?

— Porque é uma idiota. To aqui pra beber e não para pegar alguém.

— Gastei minhas cantadas atoa? – cansei de ver os dois, de ouvir sobre Fabiana, de tudo que aconteceu antes... Levantei e entreguei a ele sua blusa. Ele não disse nada. Pensei que perguntaria se eu iria dormir ou algo do tipo... Nada. Mil coisas passavam em minha cabeça agora. Das piores às melhores. Mas ao dormir sozinho eu percebi que não podia esperar nada bom de sua reação.


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