Amor Perfeito XIII escrita por Lola
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura ♥
Fui para dentro e encontrei Fabiana e Aline no dormitório conversando e rindo. Estava tudo mesmo muito louco naquele lugar. Entrei e me sentei no meio das duas.
— Até ontem eram rivais. – olhei para uma e para a outra.
— Seu irmão está me evitando como fez com ela, acho que é besteira a gente não ser amigas por causa dele.
— Qual a merda do problema do Murilo? – perguntei olhando para o nada.
— Achei que fosse medo de relacionamento, mas sei lá... Ele está mais estranho que o comum. Eu me apaixonei por ele, mas não vou deixar um cara me destruir. É melhor parar enquanto é tempo.
— Vou lá conversar com ele. Ainda não falei sobre Arthur também como você pediu. – me levantei e não esperei resposta delas. Quando entrei no dormitório que ele ficava vi que ele dormia. Sentei vagarosamente ao seu lado e fiquei fazendo carinho em seu rosto. Murilo era tão delicado em suas feições, sempre o achei tão lindo.
— É você. – ele abriu os olhos e fechou de novo. – O que foi? – me deitei o empurrando um pouco, fazendo com que ele encostasse à parede. Ele coçou o nariz ainda com os olhos fechados e suspirou. – Fala logo Alice.
— Não posso querer ficar perto de você?
— Fabiana pediu para você tentar saber o que está acontecendo comigo?
— Não posso me preocupar com você também?
— É o de sempre Alice, conflitos internos. Não consigo me abrir com ela. Na verdade o único cara que consigo me abrir está prestes a se tornar um estranho pra mim.
— Queria falar sobre isso também. Você não pode odiá-lo. Eu quis o que aconteceu. E além do mais, ele já pagou pelo que errou. Eu o magoei depois disso.
— Como? – ele me olhou atento.
— Pedi que fosse o primeiro antes do Kevin.
— Você não pode se entregar ao Kevin.
— Claro. Ficou bem claro que para você não posso me entregar a ninguém.
— Ele não Alice. Ele só quer ferir Arthur e vai acabar te ferindo.
— Vocês não conhecem o Kevin de verdade. Ele é doce, gentil, tem uma alma boa.
— Estou te pedindo para não fazer isso.
— Não precisa ficar assim. Ele não quer nada comigo. Não vai acontecer.
— Você gosta dele?
— Gosto, mas... Morro de ciúme de Arthur e quero ele a todo instante e corro atrás dele involuntariamente.
— Você não gosta. Apenas foi levada pela curiosidade e desejo. Você gosta é de Arthur. É fácil perceber.
— Não para mim. – suspirei.
— Mas não é só com você. Quando é com a gente realmente fica difícil encarar.
— De quem você gosta Murilo?
— Ninguém.
— Então termine de vez com Fabiana. Ela não merece isso. É uma ótima pessoa.
— Não tem o que terminar, nunca a pedi em namoro.
— Pare de ficar com ela.
— Também não sinto mais vontade.
— Queria muito te entender.
— Vai jantar e dormir. Anda. E distância do Kevin, por favor. – beijei seu rosto e fui para o meu dormitório.
De manhã bem cedo eu já tive o desprazer de encontrar Alícia, ela estava com Giovana, que era boba o bastante para ser amiga dela.
— Cadê as meninas? - perguntei ao chegar até elas. Fomos para a fila do café.
— Não estamos muito a fim de saber, principalmente de Larissa. – Gi respondeu amargurada. Alícia não parava de me olhar.
— O que foi? – perguntei a encarando de volta.
— As pessoas sempre escondem as coisas de você né? – ela perguntou em um tom bem maldoso.
— O que está querendo dizer?
— Você já sabe que os seus pais estão se separando?
— Isso é ridículo. Os meus pais nunca se separariam.
— Ainda não reparou que depois que viemos pra cá eles não estiveram mais juntos?
— É que aqui é tudo diferente. Não é a vida normal!
— Acredite no que quiser. Mas é o que eu estou sabendo. Espero que supere rápido, deve ser difícil. Eu nunca tive pais então não sei nem o que falar. – larguei a fila e sai andando até o dormitório de Murilo.
— O que foi? – ele reclamou quando o balancei o acordando. Perguntei o que ele sabia a respeito disso e ele disse que viu os dois brigando ainda lá em casa e bem feio e que eles falaram em se separar e ele notou um distanciamento entre os dois, mas não sabia de nada ao certo.
— A briga foi por minha causa.
— Alice, não é culpa sua. Se acontecer algo é porque tinha que acontecer.
— Não dá para não me sentir culpada. – um aperto tomou conta do meu peito e a vontade de chorar era incontrolável.
— Oi. – Arthur apareceu e se assustou com o fato de eu estar lá.
— O que faz aqui tão cedo Arthur? – meu irmão questionou com um tom nada amigável.
— Queria continuar aquele assunto de ontem.
— Já encerramos.
— Mas eu tenho novos fatos ou teorias... Queria sua opinião.
— É claramente visível que agora não dá. – ele não respondeu nada. – Dá para você sair? Já basta ser um dormitório comunitário.
— Posso ajudar? – senti seus olhos em mim.
— Saindo daqui. – a voz do meu irmão ficava cada vez mais dura.
— Perguntei a ela e não a você. – suspirei e o olhei. Eu iria responder que não, mas minha voz não saiu. Arthur veio até a mim e me levantou, me abraçando. Foi o bastante para eu me acabar em lágrimas. Eu segurava acima dos seus ombros com força enquanto minha cabeça se afundava em seu peito. Quando consegui me acalmar eu o olhei envergonhada.
— Ontem cedo você estava me evitando completamente e agora isso... Por quê?
— A nossa ligação sempre vai ser maior que qualquer coisa.
— Com ligação você quer dizer amizade né?
— Te pedi uma chance e você escolheu viver seja o que seja com o Kevin.
— Você tem namorada.
— Eu te disse que não era sério.
— Você a beijou na minha frente Arthur.
— Mais uma vez: Você me disse não.
— Antes disso você me afastou por causa dele.
— É sempre ele. – ele olhou para cima. – Agora entendo porque ele decidiu acabar com isso, ele já conseguiu o que queria, ele nos quebrou para sempre.
— Vocês vão mesmo tentar se resolver na minha frente? – meu irmão perguntou insatisfeito. Kevin chegou e nos olhou.
— Acabei de ter uma conversa bem interessante com a sua namorada. – ele falou olhando para Arthur – Ela queria me ajudar... Engraçado que não pedi a ajuda dela e nem sei como ela tirou as conclusões que tirou. Mas, o mais engraçado ainda é que eu como mestre que sou consegui te prejudicar no fim disso tudo.
— O que você fez Kevin?
— Apenas a fiz pensar sobre você o que ela estava achando de mim. Se vocês estão juntos pelo motivo que eu sei que estão, ela deve estar contando a ele agora. E você o conhece...
— Você não consegue mudar. É um demônio. – a voz de Arthur saiu como um rangido.
— Eu não. Ele sim. E me surpreende você ter se juntado a ele. – ele ergueu a sobrancelha. – Vou ir tomar café. – ele me olhou. – Você está linda Alice. – ele sorriu e saiu.
— Você consegue extrair o pior dele! – Murilo reclamou e respirou fundo. – Que merda você disse a sua namorada Arthur?
— Que eu estava preocupado com o meu irmão e ela fez as próprias conclusões dela.
— Diga agora para ela ser menos intrometida.
— Por que você está tão bravo? – perguntei olhando Murilo.
— Vocês não entendem. Kevin estava começando a mudar... Mas se ele se sentir ameaçado, vai voltar a ser o escroto de sempre.
— Vou conversar com ela. – Arthur saiu quase como um vulto.
— Ele não fez por querer. – sentei na cama do meu irmão. – Por que Arthur estava preocupado com Kevin?
— Por que ele pode morrer um dia e a alma dele ir direto para o inferno? – dei uma risada. – Arthur é... A figura de todas as virtudes. Por isso eu fiquei tão magoado e nervoso quando soube o que ele fez com você, aquilo não tem nada a ver com ele. Nem um pouco. Drogas não tem nada a ver com ele. Ir para longe talvez tenha causado danos. Aqui ele consegue ser ele na mais pura essência.
— Você é incrível. – o olhei com admiração.
— Não comigo mesmo. – ele olhou para baixo.
— Ei, o que foi? – questionei preocupada.
— O de sempre né. – nos olhamos. - Vou tomar um banho rápido para ir tomar café, vai lá.
— E nossos pais?
— Não podemos fazer nada. Deixe que eles se resolvam. - concordei e fui para o refeitório.
Quando nos sentamos para tomar café, notei que Arthur não tirava os olhos de Kevin.
— Nunca me viu não? – ele perguntou devolvendo o olhar. Mas não havia o tom de briga e ódio de sempre.
— Hoje a noite vamos ver as estrelas. – Soph contou sorrindo. – Pedi ao Yuri. Acho que precisamos relaxar.
— Relaxo mais longe de vocês. – Kevin disse e se levantou para sair.
— Espera. – Arthur pediu e ele continuou andando.
— Vai virar minha sombra agora? – ele questionou daquele jeito Kevin de ser.
— A gente precisa esclarecer as coisas Kevin.
— Porque eu disse que eu te amo não significa que eu tenha superado o fato do nosso pai preferir você. É difícil te ver e não querer acabar com a sua raça. Então facilita. – todos estavam boquiabertos. Kevin admitindo que disse que amava Arthur? Era estranho demais.
— Entendi o que você quis dizer ontem.
— Por isso a conclusão da sua namoradinha. Por que se importa tanto?
— É algo muito sério. Que você quis me contar. Do seu jeito, mas quis. Talvez isso explique muita coisa. Quero te ajudar.
— Não preciso de ajuda, muito menos a sua. – ele iria saindo de novo, mas Arthur o puxou e dessa vez a expressão do Kevin não era nada boa.
— O deixe em paz. – meu irmão chegou e tirou a mão de Tuh do Kevin.
— Então você vem comigo. – ele puxou meu irmão com uma rapidez e violência que eu não entendi nada.
— O que está acontecendo? – perguntaram olhando para mim.
— E eu sei?
— Achei que tivesse a ver com você.
— Nenhum dos dois quer saber de mim, pode ter certeza que eu sou o último assunto deles. – encerrei as dúvidas. Assim que acabamos de comer, como era domingo eu voltei para a cama e deitei mais um pouco. A separação dos meus pais ainda assombrava minha cabeça e me deixava bem triste.
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