Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 18
Próximos demais


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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As coisas ficaram um pouco estranhas depois dessa noite. Decidi não desobedecer mais aos meus pais. Vi que se eu fizesse isso pessoas seriam machucadas e era o que eu menos queria. Achei que depois daquilo tudo Kevin não iria mais querer falar comigo, mas estava errada. Era bom passar o tempo conversando com ele. As visões que ele tinha das coisas eram diferentes de mim e da maioria das pessoas que eu conhecia.

— Podemos conversar? – Otávia chegou a minha mesa na sala de aula e perguntou, concordei. – O que você sente por Kevin?

— Ah... Acho-o legal.

— Você está se apaixonando por ele Alice. E não entende isso. Arthur decidiu passar o primeiro ano de faculdade todo sem vim aqui... E era ele quem te entendia. Você está tentando substitui-lo com Kevin. Mas isso não vai dar certo.

— Por que todos vocês se preocupam tanto em eu me aproximar de Kevin?

— Ele pode te incentivar a fazer coisas que não são legais.

— Vocês se acham muito donos da razão.

— Você está diferente. Agora diz coisas que não dizia. É a influência dele.

— Não. É a distância do Arthur. Ele nunca deixou que eu me expressasse, sempre vinha antes com soluções.

— Isso é bom Alice. Você tinha alguém que antecipava todas as suas dores e problemas e os resolvia antes que te afetasse.

— Mas não tenho mais. E não ter tem efeito colateral... Um deles é ver além do que eu via antes.

— Chega. Tentar conversar com você sobre isso é difícil.

— Parem de preocupar, o meu pai já faz isso. – ela pareceu se contentar e saiu. Minha consulta trimestral chegou e as melhoras continuaram. Mas eu não estava empolgada.

— A Gabriela esta namorando o Matheus. – Sofia chegou ao intervalo da escola contando. Os dois eram nossos colegas de sala. – Quem namora com quinze anos? Que doença.

— Queria namorar. – Lari fez uma expressão fofa.

— Claro, você puxou a mamãe. Acreditam que ela chama o meu pai até hoje de neném?

— Que lindo! – Otávia exclamou e sorriu.

— Isso que você disse não faz sentido Sofia. – Murilo discordou. – A minha mãe e o meu pai são as pessoas mais românticas e dramáticas do mundo e eu não penso em namorar nem tão cedo.

— É. Eu puxei meu pai que é mais racional. Já com você, o tio Vinicius e a tia Raíssa são um porre de tão melosos. Era para você ser fofo Murilo!

— Deixei essas características para Alice.

— Só esqueceu que eu não podia amar ninguém. – respondi.

— Ainda assim é fofa. – ele me apertou. – Exceto quando insiste em andar com o demônio. – Kevin se aproximava da gente.

— Vai dar em cima de alguém e me esquece Murilo. –ele reclamou ao chegar.

— Ei... – Lari sentou ao lado de Yuri e deu uma balançada nele. – Para de se preocupar o seu irmão está bem.

— O que aconteceu? – perguntei ao ver que falavam de Arthur.

— Ele conversa contigo? – Yuri me perguntou e voltou a olhar para o seu celular.  – Porque ele quase nunca me responde.

— Não, ele não conversa. Mas eu nem tento. Sei que ele deve estar ocupado com os estudos.

— A ausência de Arthur é mais que ocupação com os estudos. – ele suspirou. – Só espero que ele esteja bem. – era o que eu também esperava.

Kevin foi a minha casa no fim de semana para vermos filme, na sala, com a presença do meu irmão. Aquilo era tão chato. Não podíamos ficar sozinhos.

— Vou tirar um cochilo, se comportem. – Murilo mandou virando para o canto no sofá que estava deitado. Kevin começou a brincar com a minha mão.

— O que significa essa sua tatuagem no dedo? – perguntei olhando a mão dele.

— Reticências, nada é certo e tudo é mutável. – nos olhamos.

— E essa data? – passei a mão em seu pescoço olhando para os números em romanos.

— Do casamento dos meus pais.

— Você acredita mesmo no amor deles né?

— Não devia acreditar só porque começou com uma traição? Eu convivo com eles, sei que se amam.

— Acho que é porque a ideia de traição é oposta ao amor.

— Sabe qual é o motivo de nos darmos bem? – o olhei querendo saber a resposta. – Somos vistos por todos de forma diferente. Eu por ser o motivo do fim de um amor e você por não poder amar. Você sente o mesmo que eu, eu sei disso. – ficamos nos olhando e eu tentei entender o que estava acontecendo entre a gente ali. – E agora você está querendo me beijar, talvez para me mostrar que eu não preciso me sentir diferente. Porque você sabe o quanto isso é horrível.

— Você tenta a todo custo ser um vilão, mas... – ele me interrompeu.

— Eu sou um vilão Alice. Mas com você consigo ser diferente. E mesmo assim isso não me torna uma pessoa boa. Não tenho sentimentos bons dentro de mim. – ele desviou sua atenção.

— Você guarda muita mágoa por tudo que aconteceu, sendo que a culpa é dos seus pais e não sua.

— Oi. – minha mãe chegou a sala, tirei a minha mão da mão de Kevin. – Alice será que podemos conversar?- suspirei e fui até ela. Andamos até o outro cômodo. – Você está próxima demais desse garoto. Seu pai e eu decidimos parar de te poupar de certas coisas. Senta aí. – sentei e fiquei olhando para ela. – A vida toda Kevin fez coisas para prejudicar Arthur. Ele sente despeito e ódio pelo garoto ser tudo que ele nunca vai ser. Se aproximar de você, te fazer de alguma forma estar ligada a ele é parte de um plano que ele tem na mente doentia dele para afetar Arthur.

— O Arthur nem aqui está mãe!

— Essa é vantagem dele. Quando Arthur voltar, Kevin já terá tido tempo suficiente para te manipular.

—Por que ele se sentiria afetado?

— Caleb estava certo. A gente vê que todo o cuidado, atenção, carinho... Você não é só uma prima mais nova para Arthur. Mas nunca nos preocupamos com isso porque ele é sábio o suficiente para entender que ele tem barreiras e jamais conseguiria ultrapassa-las.

— Também não sou só uma prima para Yuri?

— A gente não sabe. Mas não se preocupe isso. Ele é seu amigo, é respeitoso igual a Arthur. O único que nos preocupa é Kevin.

— O que quer que eu faça mamãe?

— Se afaste dele Alice. Não pode vim nada de bom daquele garoto.

— Tá bom. – me levantei. – Vou dizer a ele que estou cansada e quero dormir.

— Obrigada por ser obediente e compreensiva.

— Vocês precisam confiar mais em mim e me dar mais liberdade. Se acostumem com a ausência de Arthur e sejam flexíveis... Sou uma adolescente mãe, quero fazer o que os meus amigos fazem mesmo que eu não seja igual a eles. E não vem dizer que Kevin é o problema. O medo de que eu me machuque é o problema. E eu vou me machucar. A vida é isso, não é?

— Você me perguntou o que eu queria que você fizesse. Agora eu te devolvo a pergunta, o que quer que eu e seu pai façamos?

— Me deixem estar com meus amigos. Vou me cuidar.

— Vou conversar com o seu pai e prometo que vamos tentar ser mais maleáveis. – ela sorriu para mim e então voltei para a sala.


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