Amor Perfeito XIII escrita por Lola
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura ♥
— Pela sua expressão eu acho que não vem coisa muito boa... – ele disse assim que me viu e deu um sorriso sapeca.
— Minha mãe... – ele se levantou e me puxou até a porta.
— Não precisa explicar. Já entendi. Nunca quis forçar nada e assim vai continuar sendo. Eles não aceitam que você tem vontade de conversar comigo, vamos entender isso. Aos poucos passamos por cima deles. – ele beijou minha testa e se foi. Era estranho pensar em Kevin. Porque ele se dividia em dois, o monstro que todo mundo conhecia e esse outro Kevin que parecia que somente eu conseguia ter.
No outro dia meu pai me deixou com Murilo na casa dos meus avós, onde encontramos todos e fomos andando para a escola. Yuri que era tímido e dificilmente falava com garotas, nos impressionou muito ao ter uma guria o chamando do outro lado da rua. Ele fez sinal para ela vim até a gente.
— Você sumiu. – ela disse depois de cumprimentar ele e a gente.
— Estive ocupado com algumas... Você sabe. – que porra é essa que Yuri estava dizendo?!
—Vê se sossega Yu. – pelo visto eles tinham intimidade. Vi que meu irmão estava prestes a fazer alguma piada com aquilo.
— Sossegar é para os idiotas. Eu não...
— Como assim Yuri?! Achei que estivesse brincando. Você está falando sério? Explica essa história agora! – aí o Murilo não aguentou e deu uma risada.
— Como assim pergunto eu, tu nem é minha namorada.
— Mas eu sou amiga da sua namorada! – O QUEEEEEEEEEEEEEEE? Yuri namorava? Eu não sabia se olhava para Yuri, se questionava, se brigava com meu irmão por ainda estar rindo ou sei lá. Fiquei totalmente sem reação.
— Tu... É... O quê? – ele perguntou parecendo tão perdido quanto a gente. Ninguém se movia. – Na verdade...
— ELA ACHA QUE VOCÊS NAMORAM YURI! – ela já estava gritando e parecia bem nervosa.
— Desde quando o YURI começou a iludir garotas? – Ryan perguntou parecendo perdido.
— Acho que todos se esqueceram de que tem uma escola bem a nossa frente nos esperando. – Kevin disse apontando para o colégio. A garota olhou para Yuri de cima a baixo, sentindo-se traída.
— Vão indo, eu já vou. – Yuri disse e assim fizemos. Quando ele nos alcançou se comportou como se nada tivesse acontecido. Alê chegou correndo atrasado.
— QUAL É? – ele gritou assim que chegou entre a gente.
— Tu não vai acreditar! – Murilo exclamou o olhando.
— O que o Yuri estava fazendo? Por que ele estava conversando com uma gata lá fora?
— Por que eu sou foda. Peguei a amiga dela e logo mais pego aquela lá.
— Essas palavras saíram da boca do Yuri? – Larissa perguntou tão confusa quanto o resto.
— Crise de identidade. Arthur foi embora e agora ele se vê livre para ser o que ele quiser. Decidiu ser putão. – Murilo concluiu após pensar um pouco. – Boa escolha parceiro. – ele deu dois tapinhas nas costas dele. Por incrível que pareça mais ninguém tocou no assunto. No intervalo os meninos riam muito das coisas que diziam e Yuri voltou a demonstrar que tinha mudado e falou que iria comer não sei quem, ele já estava enchendo o saco com essas coisas. Continuamos na escola até o fim da aula, normal. Eu estava com muita fome e não via a hora de ir para casa. O sinal bateu e corri. Alguns dos nossos amigos ainda ficaram por lá fazendo não sei o quê.
O dia estava passando normal entre cursos e as caronas do meu irmão. Ao sairmos da academia vi uma garota conhecida o chamar. Ele me pediu para esperar e eu fiquei a olhando de longe. De onde eu a conhecia? Foi então que lembrei que ela já havia procurado Arthur um dia... Aline. Eles conversavam próximos demais e pareciam falar baixo. Notei uma despedida intima.
— Vamos. – ele entrou no carro e eu fiz o mesmo.
— O que foi aquilo? – ele me olhou parecendo não entender a pergunta. – Aquela não era a garota que tem algo com Arthur?
— É. – sua resposta seca me fez o olhar.
— Existe algo que se chama consideração Murilo. Entre tantas... – ele me interrompeu.
— Ele não poderia estar menos preocupado.
— Mas você acha legal seu primo mal sair da cidade e você já ir se envolvendo com a garota que ele saia?
— Acho. – ele deu de ombros. Fiquei em silêncio o resto do caminho. O meu irmão não tinha limites e isso era fato, mas isso já era demais.
— Alice... – ele me chamou quando já estávamos em casa e eu havia subido e entrava em meu quarto. Olhei para ele esperando o que iria dizer. – Ele não se importa. Eu não me aproximaria dela caso contrário.
— Tá. – concordei e entrei para tomar meu banho e jantar. Amanhã seria mais um dia de acordar cedo e cumprir todas as tarefas.
A semana estava acabando e combinamos de passar a sexta a noite na casa dos meus avós. Pedimos pizza e ficamos na área de lazer. Estava todo mundo ou quase todo mundo.
— Cadê o Murilo e a Larissa? – Sofia perguntou me olhando. Ela sabia que se eu soubesse não mentiria.
— Não sei. Juro. – falei e ela olhou para todo mundo. Ninguém sabia. Ela foi procurar então.
— Posso sentar do seu lado? – Kevin perguntou me olhando. Eu estava no último sofá perto da mata, ao lado da bancada onde a maioria estava sentada comendo a pizza.
— Claro. – respondi e ele se sentou.
— Como está sua vida sem o Arthur? Já fazem duas semanas.
— Tento não pensar nisso. – respondi apenas. Ficamos um tempo em silêncio.
— Parece que agora você perdeu a curiosidade sobre mim. Está se afastando.
— Estou bem ao seu lado. – olhei para ele.
— Não estou falando fisicamente.
— Só estou tentando entender o porquê de nossas conversas sempre começarem ou acabarem no nome do Arthur. – olhei em seus olhos. Ele relaxou e se encostou mais no sofá, colocando os pés no encosto ao centro. Depois começou a passar o dedo em minha mão direita que estava entrelaçada com a esquerda em minha barriga.
— Talvez seja porque eu saiba que ele é a única pessoa que pode realmente te afastar de mim.
— Você está o vendo tentar fazer isso?
— Ah, mas agora ele está há vários km daqui.
— Por isso mesmo não tem que se preocupar com isso.
— DESGRAÇADO! – ouvi a voz de Sofia vindo de antes de piscina. Ela chegou até a gente e se sentou do meu lado, estava muito nervosa.
— Soph... – Larissa chegou e tentou conversar com a irmã.
— Sai daqui agora. Não quero papo contigo. – Murilo chegou e estava com o rosto vermelho, mas sua expressão não era de vergonha. – Quer ganhar mais tapas na cara?- ela perguntou e se levantou. Depois começou a soca-lo descontroladamente.
— Sinto muito a falta de Arthur nessas horas! – Yuri comentou e se levantou da bancada, vindo até a gente e segurando Sofia.
— Flagrei os dois se pegando num canto escuro. – ela explicou e eu olhei para o meu irmão.
— Pensa pelo lado bom... Ela poderia estar pegando Kevin. - Ryan falou e o garoto ao meu lado fez dedo para ele.
— Todos te odeiam. – falei baixo e olhei para ele.
— Eu faço por onde. – ele admitiu e deu de ombros.
— Qual é Sofia? A gente não tem nada sério.
— Mas ela é MINHA IRMÃ seu doente! Isso é nojento! – ela voltou a olhar Lari. – Por que será que não estou surpresa? Você sempre quis tudo que é meu desde pequenas! Odeio ter nascido sua irmã, ainda mais gêmea. Sorte que não nascemos iguais, em absolutamente nada! – ela saiu andando e iria embora.
— Nessa hora o Arthur iria até ela. O que a gente faz? – Gio perguntou e nos olhou. Era incrível como ficávamos perdidos sem ele. Não sabíamos o que fazer. Arthur era mais que meu primo e amigo de todos, ele era uma espécie de líder natural e sem os seus comandos as coisas não fluíam nada bem.
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