Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 17
Poder de Sedução


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Assim que deu o horário fiquei esperando em meu quarto e quando vi o farol ao longe eu desci correndo e sai pela porta da garagem sem que me vissem.

— Oi. – falei um pouco ofegante ao entrar no carro.

— Não acredito que Alice Montez resolveu se revoltar.

— Revolta não é bem o nome. Mas quero mostrar a eles que sei o que estou fazendo. Vamos? – ele olhou para frente e então deu partida. Chegamos perto de onde seria a festa e ele estacionou.

— Quando eles ficarem sabendo não vou contar que foi você que me buscou. – falei e o olhei.

— Acha mesmo que eu me importo? Os meus pais sabem que não sigo regras. – ele deu de ombros. – A diferença dos meus pais para os seus e da maioria dos nossos amigos é que eles não são hipócritas. Eles sabem que vou mentir e errar e aceitam isso.

— Nunca pensei que eu diria isso, mas estou de saco cheio.  Queria ser normal sabe? – o olhei. – Queria pode sentir tudo, assim eles iria me tratar como tratam o Murilo.

— Você pode sentir. Sai dessa bolha. Acho que impulso e estímulo são o que falta para você melhorar de vez.

— Como faço isso? – nos olhamos.

— Faça tudo o que tem vontade. Como está fazendo agora.

— Kevin... – ele percebeu que eu olhava para a sua boca e se aproximou.

— Oi. – seu rosto estava a centímetros do meu. Respirei um pouco e olhei em seus olhos.

— Faça com que eu sinta alguma coisa. – pedi e antes que eu esboçasse qualquer reação ele segurou o meu rosto e me beijou. Foi como da outra vez, acho que era automático a palavra que definiria. Não senti nada além de falta de ar pelo tempo que ficamos nos beijando.

— Posso te levar em um lugar sem intenção nenhuma de fazer o que o lugar sugere? – vi o seu rosto ficando vermelho. Logo o Kevin com vergonha. Pensei um pouco. Não era uma boa ideia. Mas as boas ideias não me chamavam mais a atenção.

— Sim. – concordei e logo estávamos a frente do local. Vi o letreiro piscando. Olhei para ele e fiquei em silêncio.

— Olha, você não demonstra medo, entusiasmo, nada... Sei que não faz por querer, mas eu preciso saber pelo menos o que está pensando.

— Tenho vontade de conhecer um motel. Já ouvi algumas amigas comentando sobre... É um quarto meio... Diferente. Não é? – ele deu uma risada e entrou, vi que haviam várias portas de garagem abertas em vários quadrados. Ele entrou em um deles, saiu do carro e acionou um botão que fechou a porta rapidamente.

— Ainda dá tempo de desistir, quer ir embora?

— Você disse que não faria nada comigo. – dei de ombros. – Por que eu iria querer ir embora?

— Tem razão. – subimos uma pequena escada e ele abriu a porta. Comecei a observar tudo ao redor. A cama tinha uma cabeceira vermelha de couro em forma de boca, haviam luzes coloridas, espelhos... Dei alguns passos e após o pequeno muro vi uma banheira de hidromassagem, sauna e banheiro.

— Interessante. – falei e voltei para onde ele estava.

— Vem. – ele se deitou. – Deita ao meu lado. Vamos conversar. Conta como se sente. Não sou o Arthur, mas acho que posso substitui-lo muito bem. – sorri suavemente e me deitei ao lado dele. – Não faz isso. – ele ordenou rapidamente e tirou o controle da minha mão. – Ligar a televisão pode te assustar um pouco. Vou colocar uma música. – ele mexeu no painel perto dele e algo começou a tocar.

— Você já veio nesse mesmo quarto com alguém?

— Não sei. Mas mesmo se tiver, agora vai ser só essa lembrança que terei dele.

— Você é estranho comigo... Diz que sou uma doente problemática, me trata mal e em outras vezes faz isso de dizer coisas como se eu fosse especial para você.

— Quando te chamo de problemática não digo para te afetar e sim ao seu pai e ao meu meio irmão.

— Por que você odeia tanto Arthur?

— Não o odeio. Eu o desprezo. Ele se faz de bonzinho, de mocinho... Ninguém é cem por cento bom ou ruim. Todo mundo tem suas virtudes e as suas fraquezas.

— Mas você faz com que todo mundo pense que você é só erros.

— Já nasci do erro. Todos vocês me olham como se eu tivesse matado alguém. Só porque fui fruto de uma traição. O seu tio Gustavo também é filho fora do casamento dos seus avós, e aí? Ele é super querido.

— Mas é que você foi feito quando a tia Luna estava grávida de Yuri... E, além disso, todos moravam juntos, sua mãe era muito amiga dela... Já parou pra pensar quanta covardia foi tudo isso?

— E você já parou para pensar o quanto é abominável viver no meio de tanta gente que não queria que você tivesse nascido?

— Você não tem culpa de nada Kevin. Nunca teve. Os seus pais que erraram.

— Eles se apaixonaram! Tanto é que decidiram ficar juntos e assim estão até hoje. Isso é um erro? Para mim não.

— Ele deveria ter se separado e aí sim ficado com ela e a engravidado. Entende?

— E quem consegue se separar de um Montez? – nos olhamos. – Vocês exercem um poder sobre as pessoas... – ele se virou de lado e ficou olhando todo o meu rosto e depois acariciou a minha bochecha. – Você me hipnotiza. – o telefone do quarto tocou e Kevin atendeu e fez uma expressão de assustado. Depois parecia bravo.

— O que aconteceu? – perguntei quando ele desligou.

— O seu pai. Ele está lá embaixo e disse que vai chamar a policia se não sairmos em menos de um minuto.

— Como ele sabe que estamos aqui? – perguntei me levantando.

— Ele deve ter percebido que você não estava em casa, viu as filmagens da entrada da sua casa e viu o meu carro, foi até o meu pai e o obrigou a usar o localizador. Nada muito difícil.

— Ele vai me matar. – suspirei.

— Vamos logo, antes que eles tenham certeza que aconteceu algo, já que é o que eles certamente irão pensar. – ele pegou minha mão e descemos a escada rapidamente. Ao acionar o botão para abrirmos a porta vimos meu pai de braços cruzados e uma expressão extremamente pavorosa. Enquanto o portão acabava de abrir notei que minha mãe estava com ele, com Caleb e meu irmão. Havia também uma mulher de uniforme, que devia ser uma funcionária do local. Mal pisquei e meu pai estava em cima de Kevin o socando.

— PARA! – gritei e tentei o puxar.

— Não fiz nada com ela. – Kevin disse com dificuldade e a boca e o rosto sangrando. – Ela só queria um lugar calmo para conversar. Sua filha pode não ter todos os sentimentos, mas os que ela tem faz com que ela precise desabafar. Vocês não a entendem. Nenhum de vocês. – ele se levantou enquanto meu pai me encarava.

— Por que fez isso? – ele me olhava com um olhar diferente.

— Porque eu queria saber como era um motel. A ideia foi minha tá legal? – menti, mas não me senti culpada por isso. – Não dá para vocês me colocarem em uma bolha e me privar de tudo. Antes tivesse morrido na barriga da minha mãe, vocês não me deixam viver.

— Você colocou coisas na cabeça dela! – meu pai voltou a bater em Kevin. Caleb foi rápido e protegeu o filho.

— A culpa não é dele e sim dela. Ele não o obrigou a sair de casa e nem a estar aqui! – ele disse defendendo Kevin. – Sabe o que ninguém tem coragem de falar? A sua filha de alguma forma consegue enfeitiçar todos os meus filhos! Acha mesmo que Arthur foi estudar tão longe porque a faculdade era melhor? – ele fez sinal negativo. – Ele é completamente apaixonado por Alice e ir embora foi uma tentativa desesperada de conseguir esquecê-la. Kevin também é louco por ela. Yuri... – ele olhou meu primo. – É bobo e inocente demais para ver o quanto a deseja. Essa menina precisa ser estudada... O poder de sedução dela é assustador. – ele pegou Kevin pelo braço e se preparou para sair.


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