O Senador Rebelde escrita por André Tornado


Capítulo 33
Irreversível




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A segunda mensagem holográfica de Mon Mothma convidava-o para ir a uma reunião do Alto Comando da Aliança para a Restauração da República. Iria acontecer num sistema longínquo das regiões remotas, onde os rebeldes estavam a juntar uma frota para realizar a derradeira ofensiva contra o Império. Desta vez, Heskey levou consigo o seu assistente pessoal ithoriano, Onca, e o seu androide, Jotassete.

A frota era impressionante quando a viu a pairar no espaço profundo, desde a escotilha do seu vaivém. Corvetas, cruzadores, destruidores, caças T-65B, mais conhecidos por X-Wing, outros caças, os A-Wing e os Y-Wing, diversas naves de apoio, transportadores massivos de pessoal civil GR-75, transportadores de tropas e de veículos de assalto TC9 e TZ-86.

A ofensiva que se preparava era gigantesca e Heskey sentiu um arrepio percorrer-lhe a coluna. Aquela seria a derradeira batalha que iria terminar com a guerra galáctica e que teria como desfecho, seguramente, o derrube do Império. Ou então, o fim definitivo do sonho de liberdade da Aliança.

Ele gostava de decisões. Seria um excelente dia, de qualquer modo. Já estava cansado do jogo de bastidores, dos perigos camuflados, dos amigos que se transformavam em adversários mortais, da incerteza das fronteiras que era proibido atravessar.

Mesmo que a batalha se saldasse com a derrota da Aliança, então ele saberia o seu lugar. Aceitava a punição como um rebelde e faria as suas despedidas de consciência tranquila. Não se podia queixar. A sua vida tinha sido bastante satisfatória até ali.

Abanou a cabeça para afastar os pensamentos pessimistas.

O vaivém recebeu autorização para aterrar no hangar do cruzador chamado Home One. Era o mesmo piloto sullustiano que o tinha conduzido na sua primeira missão. Confiavam no homem e, pelos vistos, ele costumava fazer serviços com aquele nível de secretismo. E Heskey acabou por descobrir que também se tratava de um rebelde. Sempre estivera em boas mãos, quando andara a traficar os planos da segunda Estrela da Morte.

A Home One era um cruzador modelo MC80, fabricado nos estaleiros dos mon calamari e que servia como nave bandeira da frota rebelde. Era a bordo que estava reunido o Alto Comando. Heskey, Onca e Jotassete aproveitaram alguns minutos de descanso numa sala agradável com uma janela panorâmica através da qual viam a azáfama do hangar, um refresco, aperitivos e energia para o robot. Depois veio um androide protocolar informá-lo de que Mon Mothma estava à sua espera.

Heskey seguiu o androide protocolar pelos corredores do cruzador, agitados pelo típico ambiente frenético militar, com despachos a correr de um lado para o outro, androides, oficiais e soldados que se cumprimentavam mutuamente com continências tensas. Foi deixado numa sala pequena utilizada para reuniões táticas. Mon Mothma entrou por uma porta secundária. Estendeu-lhe as mãos que Heskey agarrou.

— Bem-vindo, meu amigo.

— Muito obrigado por me teres convidado para ter vindo. Será mais agradável presenciar o acontecimento na primeira fila, do que na minha reclusão de Corulag.

Ele tentou ser simpático e espirituoso, mas ela estava séria e imponente.

— Heskey, queria agradecer-te pessoalmente pelos serviços que prestaste à Aliança. Estamos a ultimar a estratégia de ataque à nova arma secreta do Império, com a ajuda de vários generais e dos almirantes mon calamari que se juntaram recentemente à nossa causa. Se conseguirmos desferir esse golpe certeiro e se a vitória nos pertencer, uma nova era se abrirá para a galáxia.

— Desempenhei a missão consciente dos riscos, mas ainda mais convicto das vantagens que conseguiria obter. Foi a minha escolha e aqui estou, a provar-te, Mon Mothma, que honro essa escolha. Sou um rebelde. Afirmo-o sem hesitar.

— Nunca duvidei que irias escolher-nos, Heskey. Bail Organa estará certamente bastante orgulhoso de ti.

Heskey esboçou um sorriso triste.

— O velho Organa nunca desistiu de ninguém. Haveria de me massacrar o espírito até conseguir obter de mim uma resposta que lhe agradasse. Ele funcionava assim… Se me tivesse encontrado com ele em Alderaan, como previsto, naquele dia em que o Senado Imperial foi dissolvido, creio bem que ficaria retido nesse planeta, encantado com as suas riquezas, até que me tornasse um rebelde.

— Fizeste o caminho mais longo.

— Efetivamente. Mas não deixei de chegar ao lugar certo.

— Quero que estejas presente na última reunião do Alto Comando, antes de darmos as instruções táticas na reunião alargada com os oficiais que irão comandar o ataque no terreno. Poderás intervir, se considerares a tua intervenção útil, mas não és obrigado a dar qualquer contributo, mais uma vez se considerares que não o deves fazer. Foi graças a ti que conseguimos obter os planos da nova Estrela da Morte que o Império está secretamente a construir em Endor e quero mostrar o nosso apreço dessa maneira, convidando-te para a reunião antes do ataque.

— Muito bem. – Assentiu. Franziu as sobrancelhas e declarou: – Lembra-te, Mon Mothma. Muitos bothans morreram para que a Aliança possua essa informação vital. Quero que o seu sacrifício seja recordado apropriadamente.

— E assim acontecerá, Heskey.

Na reunião, reviu o general Carlist Rieekan, que tinha conhecido em Hoth. Conheceu, entre outros, o almirante Gial Ackbar, um mon calamari particularmente arguto e pragmático que, descobriu, iria liderar o ataque à nova Estrela da Morte.

O plano era muito simples e baseava-se na janela de oportunidade que, entretanto, se abrira. A frota imperial estava dispersa pela galáxia, entretida em desmontar pequenas bolsas rebeldes em sistemas afastados um dos outros – o isco montado pela Aliança para dividir as forças do inimigo. A estação bélica, que orbitava a lua santuário de Endor, ainda não estava operacional e havia fortes indícios de que o próprio Palpatine se encontrava a bordo, a supervisionar os trabalhos de construção que estavam bastante atrasados. O Imperador queria apressar a conclusão da Estrela da Morte e usá-la para destruir completamente a rebelião. Então, era fundamental para a Aliança adiantar-se e aquele era o momento ideal.

Toda essa informação tinha sido disponibilizada pelos espiões bothan. Uma parte nos documentos que ele tinha transportado e entregue, sãos e salvos, ao supervisor na tal refinaria em Balmorra, a outra parte provinha de outras comunicações que usaram canais semelhantes para alcançarem o Alto Comando.

O ataque iria acontecer naquele mesmo dia. Não havia tempo a perder.

Ouviu tudo atentamente e não achou curial intervir. Agradeceu a Mon Mothma o voto de confiança e dirigiu-se para outra sala do cruzador que servia de quartel-general rebelde durante aquela operação militar gigantesca. Foi-lhe comunicado pelo mesmo androide protocolar que o escoltara até ali que seria nessa sala onde aconteceria a reunião tática alargada.

Pelo caminho, que o fez atravessar o hangar principal onde se preparavam as naves de assalto, os caças e os demais veículos que chiavam e fumegavam, escutou uma voz conhecida atrás de si.

— É muito bom ter-te de regresso, Heskey.

Han Solo sorria-lhe, mãos apoiadas nos quadris.

— Ouvi dizer que tiveste uns pequenos problemas no asteroide 777, mas não podia ter voltado para trás. Lamento. Estás de boa saúde e vejo que te conseguiste safar muito bem, sem ajuda.

— Capitão Solo.

— Agora é general Solo.

Cumprimentaram-se com um aperto de mão.

— General? A Aliança promove rapidamente os seus quadros.

— É uma questão de sobrevivência. Os postos ficam vagos rapidamente… compreendes? A rotatividade é muito elevada. É uma profissão de risco.

— E não temes esse risco?

— A vida é perigosa, desde que nascemos – afirmou Han Solo, encolhendo os ombros, na sua típica indiferença.

O wookie Chewbacca juntou-se ao corelliano. Rosnou e Heskey fez-lhe um aceno com a cabeça, devolvendo a saudação particular.

— Não é verdade que consegui escapar sem ajuda.

— Hum, acho que ouvi falar qualquer coisa sobre essa tua aventura. Foste até capturado pelo Império.

— Sou um senador imperial com imunidade diplomática. Isso acabou por fazer a diferença no desfecho favorável dessa… dessa aventura.

— Se queres que te diga, sempre soube que te irias juntar a nós – comentou Han com arrogância. – Nunca te vi como pertencendo ao outro lado. És demasiado… demasiado rebelde.

— Obrigado, general Solo.

Reparou na Millenium Falcon estacionada mais adiante, na vasta pista do hangar.

— O teu precioso cargueiro. Ainda voa?

— Melhor do que nunca! – exclamou Han com uma gargalhada. – Tem sido reparada exaustivamente. Levou peças novas, renovou circuitos. Está perfeita. Mas não irei pilotá-la, nesta ofensiva. A minha missão é outra… – Piscou o olho e não adiantou mais, protegendo o seu secretismo. – No entanto, a Falcon também vai participar no ataque. Será pilotada por Lando Calrissian.

Heskey arqueou as sobrancelhas, mostrando assim a sua admiração.

— Lando Calrissian? O mesmo Lando Calrissian a quem ganhaste a Millenium Falcon no célebre jogo de sabacc?

— Esse mesmo. O Lando agora também é alguém respeitável, um barão administrador de minas prósperas de gás tebanna. Encontrei-o em Bespin, na Cidade das Nuvens… Uma história longa. Pode ser que a conte, um dia destes.

— Quero ouvi-la, general. Eu levo o rum corelliano.

Han espetou o dedo indicador.

— Vou cobrar isso, Heskey!

— Um reencontro de amigos, estou a ver…

Voltaram-se os dois, mais o wookie, para a bonita voz que os tinha interpelado. A princesa de Alderaan aparecia. Vestida em tons de verde, as mãos atrás das costas, usava uma grossa trança que lhe rodeava a cabeça, prendendo-lhe o penteado. Tinha um aspeto mais seguro, plácido, feminino. As suas bochechas estavam coradas. Heskey estendeu-lhe uma mão e ela ofereceu a sua. Ele beijou-lhe os dedos, dobrando-se numa mesura. Pelo canto do olho viu Han Solo cruzar os braços e fazer um esgar.

— Leia Organa. É com muita alegria que te reencontro – disse Heskey, encantado. Uma lembrança fugaz da majestade de Bail Organa causou-lhe uma certa emoção. Saudades do velho amigo, talvez. Mas ele rapidamente se recompôs.

— Heskey, de Corulag. Também estou feliz por te rever. A Aliança reúne os seus melhores para a nossa grande vitória.

— Assim espero. A guerra já dura há demasiado tempo.

— Irá terminar brevemente.

Han Solo deu uma cotovelada no wookie que urrou, espantado. Disse-lhes que ia andando, que esperava por eles na sala e deixou-os a sós. Heskey inclinou a cabeça ligeiramente para a esquerda, semicerrou os olhos e sorriu. A princesa estava realmente bonita – tinha crescido, amadurecido. Conhecera-a em Coruscant, anos-padrão atrás, quando ela tinha entrado no Senado como um dos seus mais jovens senadores, uma moça cheia de genica e de sonhos, impaciente e exigente. Agora tinha diante de si uma mulher feita, curtida pela dura realidade de um conflito desgastante.

— O tempo tem sido generoso contigo, Leia – arriscou ele, numa ousadia imprópria. – Continuas tão fascinante como quando nos encontrámos, pela primeira vez.

— No baile de inauguração da legislatura? Ou nos teus aposentos?

A franqueza dela foi, de certa forma, chocante. Ele aguentava bem qualquer embate, tinha experiência suficiente para não se deixar surpreender ao ponto de perder as estribeiras, a razão, o tino ou a sua personalidade, como um todo. Até se comprazia com o desafio lançado. Leia Organa sabia ser contundente, sabia magoar, como uma flor venenosa. Sorriu-lhe.

— Qualquer um desses primeiros encontros foi inesquecível, minha querida.

Ela tocou-lhe no braço.

— Nunca me esqueci da nossa dança. Deixaste-me tão furiosa! Depois, mais tarde, compreendi que realmente foste um dos meus únicos amigos naquele ninho de serpentes. Coruscant ensinou-me bastante e tu foste um dos meus mentores, aquele que nunca me abandonou e com quem podia contar sempre.

— Devia ao teu pai proteger-te e amparar-te. Sempre honrei as minhas promessas.

— O meu pai. – Leia negou suavemente. – Também o fizeste por mim.

— Se te amei? Claro que sim, Leia.

Ele observou-a durante mais um pouco, contemplando cada traço do seu rosto, cada história que estes contavam. Descobriu a subtil alteração do amor e a sua intuição levou-o à revelação final. Leia estava apaixonada. Tomou-a nos seus braços e disse-lhe, ao ouvido.

— Han Solo é um bom homem. Vai saber cuidar de ti. Ele também te ama muito, como tu o amas.

— Obrigada – sussurrou Leia, com a voz embargada.

Separou-se dele e brincou, pestanejando para sacudir as lágrimas:

— Oh, parece que nos estamos a despedir. Não aceito isso, Heskey. Iremos derrotar o Império e vencer a guerra. Finalmente teremos uma galáxia livre.

— Oh, senador Heskey de Corulag! Os meus circuitos alegram-se por vê-lo aqui!

A interrupção de Threepio foi providencial. Quebrou aquela situação que ameaçava tornar-se demasiado pesada, desprovida daquilo que eles precisavam de manter naquela hora de aflição, a esperança. Só com a esperança, com otimismo seria possível prevalecer. O Império continuava a ser esmagadoramente superior. Era aproveitar aquela hipótese, depois não se sabia quando se podia repetir.

Heskey revirou os olhos. O androide dourado desdobrou-se em saudações complicadas e diplomáticas, que achava serem devidas a um senador. Leia interrompeu-o, dizendo-lhe que estava atrasado para a reunião, que já tinham chamado por ele. Threepio estremeceu, gemeu vários “oh, céus!” que lhe eram típicos e foi-se embora numa corrida, as juntas rangendo.

— Não devias deixá-lo tão preocupado – apontou Heskey divertido. – Ainda funde um circuito importante e depois vai apagar do seu sistema um idioma inteiro. Não é esse androide que é fluente em mais de seis milhões de formas de comunicação?

Deu-lhe o braço, Leia aceitou-o e puseram-se a andar, atrás de Threepio.

— Não lhe fará mal fundir um ou outro circuito. Sempre foi tão empertigado! É um exercício de paciência aturá-lo!

— Perfeitamente de acordo. Ele esgotava-me, quando estive em Hoth. Creio que perdi anos de vida, neurónios e outras células insubstituíveis a aturar esse androide.

Na sala da reunião tática, Heskey sentou-se longe dela que escolheu um lugar ao lado de Han Solo e de Chewbacca. Ficou junto a uma das portas de saída, de pé, encostado à parede, de braços cruzados. Onca e Jotassete também estavam lá e juntaram-se-lhe.

A apresentação da ofensiva coube a Mon Mothma que referiu, para gáudio seu, o sacrifício dos bothans. Depois passou a palavra ao almirante Ackbar que fez um resumo preciso do que era exigido – para destruírem a nova Estrela da Morte seria necessário atingir o seu reator principal, situado no núcleo da imensa esfera, com mísseis de protões. No entanto, a superestrutura estava protegida por um escudo energético que era gerado a partir de um complexo situado na lua santuário de Endor. Era necessário, primeiro, destruir esse complexo para terminar com esse escudo e só depois seria possível fazer explodir a estação espacial ainda incompleta. Tudo foi explicado com a ajuda de um holograma animado.

Seria Lando Calrissian, também general rebelde, que lideraria o ataque dos caças à Estrela da Morte.

De seguida, a palavra foi passada ao general Madine que explicou que um pequeno vaivém da classe Tydirium tinha sido furtado ao Império e que seria esse transportador que deveria aterrar na lua santuário de Endor, disfarçado como nave de carga, com uma pequena equipa de operacionais cuja missão seria alcançar o complexo e desligar o escudo defletor que protegia a estação espacial. Utilizariam códigos, também furtados, para ultrapassar os cruzadores imperiais que protegiam os corredores de voo até à lua e que se encontravam a flutuar correntemente em redor da Estrela da Morte.

Heskey escutou, com apreensão, Han Solo voluntariar-se para essa missão na lua santuário. Tinha Chewbacca como segundo membro da equipa, à qual se juntou prontamente Leia Organa. E contou com um quarto elemento, alguém que acabava de chegar – reconheceu Luke Skywalker, que afirmava entusiasmado e jovial que iria juntar-se a eles.

O rapaz estava diferente do que ele se lembrava e de todos os que tinha conhecido em Hoth era o que apresentava maiores mudanças. Vestia-se integralmente de preto e a sua postura era serena e misteriosa. Interrogou-se se já seria um cavaleiro Jedi de direito próprio. Talvez a Força no rapaz estivesse diferente. Como não era sensível aos mistérios, não sabia afiançar se tinham havido mudanças relacionadas com essa energia mística.

À saída da reunião, que terminou com um toque de entusiasmo, conseguiu interpelá-lo. De forma inesperada, o rapaz abraçou-o.

— Heskey.

Ele sentiu-se estranho. Quente, reconfortado, mas havia uma sombra que se insinuou invisível, que conseguia penetrar debaixo da sua pele, deixando aí a dúvida e um arrepio de medo.

— Luke Skywalker.

Os olhos azuis do rapaz tinham a mesma sombra. Era uma dor, uma dúvida, mas também uma determinação, a teimosia, uma missão qualquer mais arriscada do que descer até à superfície da lua santuário de Endor. Havia um fim antecipado, um sacrifício inevitável.

— Já és um Jedi? – perguntou-lhe, de repente.

Luke mostrou-lhe um sorriso desvanecido.

— Ainda não. Conheci um mestre e treinei-me. Mas falta ainda um último teste.

— Esse teste está em Endor?

— Vai estar. E tudo vai ficar decidido. Até para mim.

Heskey humedeceu os lábios. Era um enigma e ele nunca fora muito bom com enigmas. Não soube o que dizer a seguir, apenas assentiu e percebeu que chegavam todos à linha final. A partir dali, construía-se o porvir. O abismo, ou a mais magnífica das paisagens galácticas.

— Que a Força esteja contigo – desejou-lhe o rapaz.

Voltou-lhe costas e caminhou devagar, afastando-se.

Ele nunca tinha visto um Jedi, mas para ele, no seu conceito restrito e com todas as efabulações que era possível fazer, naquela hora negra, Luke Skywalker era um cavaleiro Jedi, com toda a sua nobreza, altruísmo e brilho.

Jotassete veio ao seu encontro, com o ithoriano.

— Bem, Onca. Também nos está reservado um papel neste dia de todas as decisões. Em breve saberemos como vai ser o nosso futuro. 

— Iremos vencer.

— Teremos que vencer, Onca. Nesta fase, é a vitória ou… ou o esquecimento. Não podemos recuar. Não quero recuar. E tu, Jotassete?

— Fiz um amigo, senador.

— Um amigo… Um androide é capaz de fazer amizades? – admirou-se.

— Artoo Detoo. É um astromecânico cheio de personalidade.

— Ah, conheço esse androide! Pertence ao Jedi Skywalker.

— O jovem Skywalker é um Jedi? – interrogou-se Onca.

— Tenho a certeza. Ele vai ajudar-nos a vencer esta última batalha.

— Estás muito confiante.

— Oh, não me digas que vais deixar o teu pessimismo levar a melhor… Esperava mais crença da tua parte, Onca. Uma espécie de fé.

— O plano final é arriscado demais. Demasiadas variáveis.

— A tua prudência, nesta etapa, é claramente um ponto fraco. Devias rever a tua política, meu caro Onca.

— Pergunto-me por que motivo fomos chamados aqui, à frota rebelde, senhor. Não te fazes essa pergunta?

— Sou um rebelde e devo estar na linha da frente.

— Não vais combater.

— Irei assistir ao fim do Império Galáctico. Quando o governo cair, o que irá acontecer com a destruição da segunda Estrela da Morte, as ondas de choque desse acontecimento vão varrer a galáxia. Antes de todos os leais servidores do Imperador serem capturados, para serem apresentados à justiça, eles irão reagir e vão começar por eliminar os seus adversários. Se tivesse ficado em Corulag, meu caro Onca, Emile Omonda iria eliminar-me.

— Oh…

— É uma jogada política básica, em tempos de convulsão. Fazer uma purga rápida, silenciosa e eficiente. Receio bem que Mon Mothma acaba de salvar a minha vida. Ou de prolongá-la um pouco mais… De qualquer modo, não receio o destino que me está reservado. Apenas desejava…

Crispou os lábios. Fez um gesto com a mão, afastando a melancolia daquela lembrança. Fora Kiiara que lhe ocupou o pensamento por aquele fugaz momento.

— Esqueçamos o que está no passado. Vamos, Onca. Jotassete. Escolhamos o camarote de onde iremos assistir à glória ou à destruição. De qualquer modo, será um espetáculo memorável.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
O último combate.



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