Modus Operandi: Dias Negros de Ocultgard escrita por Nemo, WSU


Capítulo 18
Despertar Feral


Notas iniciais do capítulo

Ansiosos?



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A menor brecha pode estar debaixo do seu nariz” — Tales, Draghard.

 

O grupo parou atônito, enquanto a figura surgia da fumaça, tinha uma estatura como a do Valkgard, mas seu corpo não podia ser visto já que era oculto por um capuz escuro e envelhecido, que se dividia na cintura, formando um V atrás de si, suas calças tinham o mesmo aspecto do tecido, a única diferença eram as botas pesadas que Hadyle reconhecia.

— Isso me poupa de todo o trabalho de procurá-los. — Ele disse com a mão esquerda sobre a espada, em seguida se dirigiu a Hadyle:

— Realmente tive muita sorte de ter lhe deixado viva, fez a fórmula da alma, e como agradecimento, tirarei sua vida rapidamente.

Ela nada disse, apenas tentou manter a postura hostil, já o encapuzado observou o resto dos indivíduos:

— Os caminhantes e impuros, mas é estranho… me foi dito que o Draghard estaria com vocês… — Hadyle olhou com o canto do olho para seu lado, vazio. Imortus de súbito sacou a espada e se virou para cima:

— Então está aqui! — Criou uma distorção abaixo de si e outra atrás do raio, tem uma boa intuição… Pensou o recém-chegado.

As lâminas se chocaram em seu limite, e apesar de tudo o Draghard foi repelido, pela monstruosa força de Imortus. Mas antes que tocasse o chão adentrou em uma nova distorção e apareceu novamente pelas costas do vilão, que só teve tempo de fazer uma coisa: criar sua própria distorção, pela qual o rapaz passou, sendo depois direcionado contra o solo através de outra.

— Pensou que seria fácil? Já que tudo sempre foi tão fácil... — O encapuzado indagou em tom debochado, guardou a espada e bateu palmas compassadas — Desculpe se serei um desafio mais do que a sua altura.

Tales fazia força para se reerguer do baque, enquanto Imortus balançava o dedo em negação:

— Afinal, você não me tirou coisas que eu gostava e lutei para construir? Assassinou meus companheiros e meus planos… provendo a paz, em um mundo que só deveria queimar! — Ele finalizou sacando a espada.

Percebendo que Imortus se aproximava do aliado, Bravell, Kay e Hadyle foram ao encontro do oponente, já tanto Anazak e o jovem escravista fugiam para direções opostas. Gadamer ficou com o arco do Draghard, disparando três vezes e acertando nas costas do inimigo.

Bravell foi o primeiro a promover um golpe direto com a espada, Imortus bloqueou, mas foi pressionado cedendo um pouco de terreno, nisso veio Kay pela esquerda com um gancho abarretador, curvando o inimigo e criando a oportunidade para Hadyle esfaquear suas costas, enquanto que Bravell cortava o braço esquerdo. Tales se erguia ao mesmo tempo que o corpo caia contra o solo. Não houve nenhum grito da parte de Imortus.

Ninguém teve tempo de comemorar, assim que a paz repousou em seus corações uma sinistra gargalhada tratou de retirar.

— Só isso? Eu esperava mais… principalmente de você, “armadura imortal”. — As feridas cicatrizaram instantaneamente, e as flechas foram rapidamente expelidas.

— Isso é impossível. — falou Kay incrédulo.

— Não, é totalmente possível, o Shawaker fazia o mesmo. — falou Hadyle, tomando distância, vendo Bravell golpear o corpo ao meio, com sua pesada espada, ele retirou a lâmina dali pronto para dar mais um golpe, até sentir a sustentação faltar do lado direito. Enquanto tombava, podia ver ambas as partes do inimigo se ligando novamente e imitindo uma fumaça esverdeada. Ao olhar para avaliar o problema, constatou que seu pé direito, tinha tido seu metal e corroído, com a estrutura frágil acabou cedendo.

Como? Meu metal se reestrutura, não tem como ele ser…” Pensou Bravell estupefato, só então notando uma fumaça como vapor próxima de si, ela derretia seu metal. “Ácido?”

— Um dia você está de pé e no outro seu irmão mais novo te esfaqueia no peito. — disse Imortus sorrindo para Bravell, se levantando como um robô, agora até com o braço religado — Nenhum de vocês tem os meios para pôr um fim em mim.

Orgulhoso? Podemos explorar isso. Pensou Hadyle, olhando para Tales.

Bravell socou a boca do reanimado fazendo-o ir alguns metros, mas pouco depois estava de pé, rindo como se não fosse nada, como se nada que qualquer um deles fizesse mudaria algo para o imortal o fim deles era certo.

— Como você tem informações tão concreta sobre nós? — questionou Gadamer trêmulo.

— Tenho um sócio muito interessante na ordem Guardiã, é um conhecido de nossos ex-guardiões. — A voz continuou sempre no mesmo tom animado e debochado.

Hafnyr. Pensaram Tales e Hadyle, a única alternativa possível e plausível. O quanto ele contou?

— Ah Tales, você se parece tanto com Alveus. — falou Imortus, abrindo um sorriso cruel por debaixo do capuz.

— Quem é Alveus? — Tales questionou pouco preocupado, Hadyle até mandou ele parar, mas já era tarde.

— O filho do meu querido irmãozinho. — Cada palavra foi dita com um prazer mordaz e por um tempo o rapaz perdeu o chão.

— Pare! — ordenou Hadyle, percebendo o que Imortus planejava — Não ouça Tales!

— Você foi feito a imagem e semelhança dele, para alegrar um pai que perdeu seu tão amado filho. — riu a criatura o encarando de cima para baixo. — Deve ser horrível para alguém que nem pai teve, saber que o único amor paterno que já teve, veio daquele que o sacrificou por um ideal deturbado, transformando-o em um monstro e o controlando como uma marionete.

— Você não sabe de nada… — disse Tales, entre os dentes — Tive um avô, e um tio…eles me amavam!

— Mas nenhum te deu o que realmente queria… — Ele fez uma pausa dramática, aquilo era como fazer seu Guardyhan sofrer. — alguém que estivesse lá por você e com você, que te levasse a escola, alguém que brincasse e que te abraçasse nos momentos difíceis.

Mesmo o mais inveterado dos presentes não podia negar o quão surpresos estavam.

— Por ser tão parecido com Alveus, ele teve pena de você, por essa razão sempre pegou tão leve com você. — Imortus não apenas contava o que sabia, ele formulava sua própria linha de raciocínio, Hafnyr tinha lhe fornecido tudo o que precisava — Ferir o filho, é como arrancar o coração do pai, matando você… matarei o sonho de ambos!

 

 

Mentalmente

 

Ele está certo, esses são os sentimentos de nosso criador. Falou a programação em tom desanimado. “Ele te admira, e você já sabia disso, eu te invejo e você também sabia disso… você só não acreditava…”

O rapaz permaneceu com um olhar vazio, quanto mais se negava, mais fazia sentido, mais dolorosa era a verdade e mais confusos seus sentimentos ficavam. Se lembrava de anos atrás, quando era jovem e se fazia as perguntas: Por que vocês não me amam? O que tem de errado comigo? Eu sou defeituoso...?

 

 

 

Realidade

 

— Bem agora, chega de papo. — falou Imortus, se dirigindo a alquimista — Está na hora de cumprir minha promessa para você Hadyle.

Havia algo com a alquimista também, ela se ajoelhou no chão com uma dor tremenda na cabeça, sentia os sentimentos penosos do colega, mas algo ardia, se lembrava de sua família, do quanto era feliz e de como tudo o que conhecia e amava tinha sido tirado.

Sentia uma perigosa mistura de ódio, medo, uma ansiedade brutal. Algo parecia despertar, algo queria o sangue dele em suas mãos, socá-lo com tanta força que ele certamente beijaria a lua. E o pior, sabia o que era e não desejava se segurar.

Pouco a pouco, sua aura verde clara se irradiava, marcas irregulares apareciam por sobre sua pele, enquanto parecia ser fervida viva, ganhando traços cada vez mais bestiais, garras, cabelos eriçados e presas superiores mais aparentes, até sua íris adquiriu um formato não muito diferente do Shawaker.

— Parece que alguém aqui se deixou levar pelos sentimentos — falou Imortus levitando no ar. Entendo, então quando um Valkgard sem saber usar aura, desperto ou não, se mete numa situação como essa, o mecanismo de defesa é ativado… concedendo um temporário aumento de atributos, porém estimulando seus instintos mais profundos, latentes no seu DNA, por isso esses traços… o tal qual modo Berserk.

Continua imerso em seus pensamentos, rindo do quão tolo Guardyhan era:

Guardy, você realmente é um mestre no quesito show de horrores, sempre um passo à frente hein? É engenhoso, principalmente se levar em conta que eles vivem tantas vidas. Agora estou curioso, será que ela mantém o mínimo de racionalidade?

Ele riu se curvando para ela e dizendo no seu costumeiro tom:

— Mostre me o que tem, pobre garotinha. — Hadyle agora envolta pela energia saltou, tal qual Tales tinha feito contra Bravell, seu salto foi muito superior ao comum e antes do inimigo dizer: Papai, ela acertou um golpe com a palma aberta em seu capuz, levando-o a uma colisão esmagadora em direção ao solo. De lá, Hadyle se pós a socá-lo furiosamente.

Entendo, ela realmente ficou irracional.” Ele liberou um pouco do seu ácido, fazendo-a se distanciar, em um salto acrobático, ficando em posição curvada, investindo mais uma vez.

Paralelamente, Gadamer não sabia se fazia algo, na verdade não sabia se sequer poderia fazer algo, apenas continuou a atirar suas flechas. “Isso é insano, ele tem que ter um limite para se curar.”

Bravell se colocou de pé, estava prestes a voltar para a luta, quando recebeu um pedido de Kay. Enquanto o Valkgard, tentava processar o significado de tudo aquilo, até cogitou ajudá-la, mas havia algo errado, não conseguia dar um passo, sentia tontura e parecia que ia cair a qualquer momento.

— Estou cansado deste jogo. — falou Imortus liberando uma nuvem ácida para cima da bestial alquimista, que instintivamente se afastou. — Como sempre não existem desafios, vocês estão muito acomodados…

Uma brecha apareceu atrás de Gadamer, e outra à frente do braço esquerdo de Imortus, que perdeu sua constituição humana, se esticou perpassando a brecha, enrolou-se no caminhante cansado e o puxou para seu lado.

— Vocês todos ainda são humanos o suficiente para sentirem uma perda. — falou o encapuzado.

Ele pode criar brechas também, secreta um tipo de ácido, se regenera quase instantaneamente, pode deformar seus membros e esticá-los. Não é justo... deveria ter uma fraqueza igualmente grande a esses poderes. Pensou Kay, sendo lançado por Bravell, com uma espada longa em mãos, paralelamente Hadyle promovia um ataque pela lateral.

 

 

 

Mentalmente

 

O que está… acontecendo comigo?!” Pensou Tales em agonia.

“Você está passando por uma mudança, todas essas experiências negativas pelas quais passou, e agora essa descoberta…isso foi gatilho de tudo.” Falou a programação solene, ela própria não entendia bem.

Mas você tem que se decidir logo, ou seus aliados morrerão e você também. Ou pode fazer como manda o protocolo, nunca lute com um inimigo que não pode vencer, fuja.” Todo esse cuidado e orientação era por medo, medo de morrer. “Claramente, ele não pode ser morto… e você tem forçado demais este corpo.”

 

 

Realidade

 

Gadamer sentiu a queimação do ácido, percorrendo suas vestes e sua pele, ia morrer e se não morresse, seria contaminado pela doença da caveira, com o pouco de movimentos que tinha, mergulhou a mão direita na sacola de Hadyle, enquanto Imortus se preparava para atacar Kay. Pegou um saquinho fechado, na qual segurou deixando a sacola cair para baixo, impulsionando-a para o lado com um dos dedos. Por fim apertou o saquinho e o jogou no chão com toda a força que tinha. “É realmente uma pena Kay, mas… se isso salvar sua vida, ou te ajudar de alguma forma. “

Ele sorriu para Kay, enquanto o braço livre de Imortus foi em sua direção como uma lança, o rapaz instantaneamente percebeu o que iria acontecer. “Só espero ter correspondido suas expectativas”. Antes que Kay pudesse dizer algo, o pacote atingiu o chão, mergulhando seu mestre e o monstro numa violenta explosão, que até atingiria tanto ele quanto Hadyle, se não fosse pelas brechas do Valkgard, que os desviaram de seu inevitável destino. Sua energia estava irregular, teve que se forçar muito para manter a consistência, caiu de joelhos, sangrando pela boca.

— Gadamer! — gritou Kay indo em direção ao local no qual as chamas ainda crepitavam, mas sendo segurado por Bravell.

— Não há nada que você possa fazer! Ele se sacrificou por nós e por você… — A voz da armadura saiu emocionada. “Maldito Anazak, o quanto sua covardia nos custou…”

— Isso é culpa sua e daquele seu irmão desalmado! — tentou esbravejar e se soltar, mas não pode escapar do aperto de Bravell.

— Você está certo em me odiar, em nós odiar, a culpa em grande parte é nossa. — falou a amargurada armadura — E eu assumo a responsabilidade.

Hadyle, no entanto, não tinha voltado ao normal, contemplava os dois com cara de poucos amigos, preparou-se para atacar, mas a voz de seu semelhante a barrou:

— Eles são seus aliados, talvez Kay seja até seu amigo… não faça isso. — pediu Tales, tossindo e diante desse pedido ela recobrou a razão, mas sua forma não desapareceu.

— Ele morreu dessa vez? — perguntou Bravell, só restavam dois corpos carbonizados, afinal a explosão não tinha sido tão forte.

— Cheguei perto. — falou a voz podre e hedionda, a pele carbonizada começava a trincar e se regenerar, ele teimava em ficar de pé novamente — Mas como eu disse, é impossível para vocês me matarem…

Uma onda verde de energia surgiu a partir de Imortus e se repercutiu pelo solo, após alguns instantes, coisas começaram a brotar da terra, ossos, verdadeiros esqueletos e corpos em decomposição de guerreiros mortos pelo vilão, ele dominava necromancia.

— Vocês estão sérios, então vou ficar também. — Ele riu de braços abertos e convidativo..

Tales se colocou de pé, focou no inimigo e no que já sabia. Formular uma estratégia era imensamente difícil. Se regenera quase instantaneamente, projeta ácido, deforma e estica os membros, flutua, cria brechas… e é bem mais forte e rápido do que eu.

— Quando encontrei o jovem Alveus, ele foi um desafio interessante, mas você é decepcionante. — falou Imortus para Tales. — Mas eu não poderia esperar muito de uma mera cópia.

— O que você fez com ele? — questionou o rapaz interessado.

— Fiz ele perceber que seu pai não o apoiava de verdade, e de que um grande sacrifício era preciso para se atingir seu objetivo. O herói voltou inconformado para casa e se queixou a seu pai, que o silenciou. Mas com você será diferente… — dito isso avançou regenerado na direção da sua maior ameaça, transformando ambas as mãos em lanças. Mas poucos centímetros de atingir o Valkgard, este liberou uma onda violenta de chamas para cima do inimigo.

Já que está tentando me matar… e você não morre mesmo, não tenho porque me preocupar”. Pensou o rapaz irritado pela morte das pessoas na vila, irritado consigo mesmo por não ter salvado Gadamer. “Desta vez… ninguém vai morrer.”

— Ahhh, seu desgraçado! — gritou Imortus em agonia, às chamas de tons vermelhas e com nuances negros, o consumiam. O próprio Draghard não sabia explicar o motivo de ter sido tão eficaz.

Essas partes negras… elas não existiam antes.” Pensou Imortus. “Aquele maldito me garantiu que a aura dele, era do elemento fogo, não deveria ser assim.” Seus olhos se arregalaram. “A não ser que esteja em transição… a culpa é minha, nem cheguei a cogitar que ele era esse tipo de pessoa, e que só faltava um único e maldito gatilho.”

Enquanto isso as hostes do necromante se colocavam de pé, e rumavam em passadas lentas para seus adversários. O Draghard recobrou sua postura e sua espada, e rumou em direção aos cadáveres, queria testar algo. Usou suas chamas em boa parte deles, mas nem tão poderosa quanto a anterior, o resultado foi que cada um dos atingidos queimou perdendo sua estrutura.

Não acho que minhas chamas estejam mais poderosas… acho que pela natureza atual e pela natureza dos inimigos, se tornou mais eficiente, olhe só para o Imortus, em agonia. Calculou Tales sorrindo, havia uma esperança no fim. Agora se sentia tão mais completo, uma paz que antecede o clímax e pela primeira vez olhou no fundo dos olhos verdes do inimigo, com o sentimento que este mais odiava:

— Obrigado. — E foi caminhando em sua direção, colocando a mão sobre o peito — Sempre faltou uma peça do quebra-cabeça, e vocês me ajudaram a completá-lo.

— Belas palavras para quem vai morrer! — falou Imortus desaparecendo por uma brecha e surgindo atrás dele com braços em forma de lança, mas não foi uma surpresa. “Pessoas que usam esse tipo de recurso sempre tendem atacar no ponto cego.”

Ele com a espada em chamas decepou ambos os braços, contemplando o rosto descarnado do oponente, percebia uma marca igual à sua no antebraço em queda. Imortus secretou seu ácido pela boca, mas o Draghard já estava em movimento, tinha se afastado.

Bravell traspassou seu peito com a lâmina, elevando o corpo no ar, por sua vez Tales concentrava a energia nas mãos abertas nem muito próximas ou distante uma da outra, a energia delas se condensava em formado espiral, ele colocava sua vida naquilo, a chama condensada e agora multicor rodava cada vez mais viva.

Imortus até tentava se soltar, forçosamente, mas Kay e Hadyle combinavam os pulos, acertando seu rosto para que ele nunca tivesse chance de organizar seus pensamentos. Só via de relance o que seu odioso inimigo fazia, e interligava lerdamente o que era aquilo, seus olhos se arregalaram quando enfim compreendeu.

A forma que Tales criava era como um disco, não fossem as três pontas adjacentes em formato curvado. Imortus compreendia o perigo daquele golpe. Se me atingir… vai me queimar de dentro para fora. Em meio a agitação, nenhum deles se deu conta de que ao perfurar Imortus com aquela lâmina, seu ácido corporal iria derretê-la, inevitavelmente escapou enquanto Hadyle descia.

Sem perder tempo se afastou do trio e se mobilizou esperando o golpe que viria: Com essas brechas dele fugir é inútil. Eu poderia dizer que seria simples desviar o ataque, se esses palhaços não estivessem com ele, mas aposto que ele já está no limite, se forçar mais alguma coisa... vai cair inconsciente, ou até morrer.

Tenho que fazer isso.” Tales pensou perseverante, contudo a ideia de matar alguém novamente o paralisou, até aquele momento tinha operado para se salvar e defender, mas agiria novamente como um assassino? Isso despertava memórias, de alguém frio e sem compaixão, que esfaqueava, enforcava e mutilava suas vítimas, o mesmo assassino que mataria novamente, naquele ínfimo instante.

Você só tem essa chance.” Falou a programação. “E a cada minuto que hesita, sua aura se esvai mais e mais… por que ter compaixão com monstros?”

Por que também…” Falou o rapaz mentalmente entre lágrimas. “… sou um, um que deseja ardentemente se tornar o oposto, e não posso… não mereço me tornar algo assim, se atacar alguém com as mesmas intenções de antigamente.

Eu quero tanto ser aceito, amado… mas merecer isso, pelo meu esforço, meus sacrifícios, percorrendo o caminho mais difícil.”. Ele sorriu enxugando o rosto.

Você é um idiota sentimental Tales” Disse a programação em tom furioso.

Eu sei”. Ele lhe deu as costas enquanto retornava a sua realidade.


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