Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 8
Capitulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde. Mais um capitulo. Eba...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777182/chapter/8

— Você ficou maluco? Ricardo ralhou quando o encontrou na Escadaria, ele assistira toda a cena, abismado. _ Por que foi abraça-la assim do nada? É óbvio que ela iria se assustar.

— Ricardo. Será que é ela? A presilha era idêntica. E os cabelos...

— Edward... Ricardo começou preocupado.

— Droga. Levou a mão ao rosto aborrecido. _ Não quero mais pensar nisso. Só me leve para casa. Pediu exausto.

Percebendo o aborrecimento do chefe, Ricardo deu a volta e entraram no carro. Edward se recostou no banco, e seguiu em silencio o caminho todo. Em casa, murmurou um obrigado e saiu. Ricardo suspirou preocupado. Edward era mais que um patrão, eram amigos. E mesmo quando tinha que suportar o péssimo gênio dele, Ricardo entendia que esta era forma que ele havia encontrado para seguir em frente, era como uma armadura que usava para se proteger. No fundo, era um homem carente e solitário que havia abrigado em seu coração rancor por tempo demais. Ele havia ficado feliz com o transplante e a recuperação milagrosa, mas agora Edward não parecia o mesmo. Algo não estava no lugar e ele se sentia impotente por não saber como ajudar o amigo.

Depois de um banho, Edward se jogara na cama. Seu corpo estava cansado, mas sua mente não parava de trabalhar. Adormeceu com a imagem de Isabella em sua cabeça.

Edward estava machucado e assustado, sentia o frio a dor o envolver. Seu celular tocava e ele sabia que era sua amada. Precisava atende-la ou ela se preocuparia. Tentou se mover, mas não tinha controle sobre seu corpo. Piscou enxergando uma sombra. Ajustando a visão conseguiu ver uma forma. Um desenho.

Edward despertou com o corpo molhado de suor. Estava em sua cama. Mas parecia tão real. Pensou enquanto se levantava. Ainda era cedo, mas não ia conseguir voltar a dormir.

A semana passou rápido demais para Isabella. Sentia-se nervosa e ansiosa. Edward Cullen viria trabalhar na Empresa e ela precisaria lidar com ele todos os dias. O último encontro que tiveram havia sido confuso e de certa forma assustador.

— Oi Wendy. Atendeu enquanto terminava de preparar a sala para seu novo chefe.

— Oi. Bom dia, como está?

— As coisas estão uma loucura aqui.

— Se ele mexer com você, dou uma surra nele. Wendy brincou tentando anima-la.

— Obrigada, mas podemos conversar depois?

— Claro. Boa sorte.

— Obrigada. Respondeu. Ela iria precisar.

Na sala da Presidência uma reunião acontecia.

— Hoje é o primeiro dia de trabalho de Edward aqui. Precisam ficar atentos. 

— Não se preocupe Sr. Cullen. Se pagarmos de volta a tempo ele não poderá fazer nada contra a Empresa. Nossas vendas estão indo bem, vamos superar esta crise. O Sr. James respondeu confiante.

— Mas temos um problema Senhor Cullen. Jacob se interpôs. _ O contrato do Shopping Kiong acaba este mês. É de lá que vem nossa maior parte das nossas vendas. Se não renovarmos a crise financeira aumentará.

— Eles ganham boas comissões com nossos produtos. Com certeza vão renovar. O Sr. James falou.

— Então não hesitem. Jacob prepare um contrato que possa satisfazê-los. Precisamos garantir está parceria. Quero fechar negócio ainda está semana.

— Sim Sr. Cullen.

O som dos passos de Irina pelo carpete do Hotel era o único barulho que podia-se ouvir. Ao seu lado Ricardo caminhava em silencio. 

— Bom dia. Ela cumprimentou com ar de surpresa no rosto. Ricardo ergueu o olhar para verificar o motivo de sua surpresa. O cabelo avermelhado e rebelde dera lugar a um arrumado e liso castanho. As roupas também estavam diferentes, sempre de terno num estilo próprio, agora vestia jeans e Cardigan num estilo jovem. 

— Vocês chegaram. Bom dia.

— Bom dia.

— O que faz aqui? Por que não está na Gold Partners?

— Tenho algo para falar com você. Ela disse sentando-se. _ Soube que a Hermia vai tentar renovar com o shopping Kiong. Se vendermos a Fábrica Central, a Hermia sucumbirá. 

— Ok. Vamos tentar por este lado então. 

— Já tem um plano?

— Mandarei a proposta. Você vai gostar. Garantiu. 

— Então é isso. Nos vemos. Disse levantando. Parou na porta. _ A  propósito Edward. Roupas contemporâneas também ficam muito bem em você. E saiu.

Mais tarde, na Hermia Cosméticos Edward atravessa o saguão da Empresa, Jacob veio ao seu encontro.

— Bom dia. Veio me receber? Perguntou em tom divertido, gostando de provoca-lo.

— Sim. Fui designado para mostrar a Empresa e explicar os itens importantes do contrato de Diretor temporário. Vamos a minha sala.

— Ok. Concordou o seguindo.

Edward não sabia que iria encontra-la na empresa, mas ainda assim, quando o elevador abriu as portas e ele a avistou sentiu seu coração acelerar mais uma vez. Isabella quase não o olhava e a única coisa que murmurou foi “Bom dia Sr. Cullen” em tom muito profissional. Ele tentou não deixar aquilo afetá-lo, afinal fora ele quem provocara aquela situação.  

Na sala de reuniões, Edward era recepcionado por seu tio Aro Cullen e os acionistas que não estavam nem um pouco satisfeitos de te-lo ali.

— Trabalhe apenas meio período ate se acostumar. Seu tio sugeriu. _ Você decide depois se quer trabalhar período integral.

— Vai ser pareo para mim se eu trabalhar duro? Aro deu uma risada de incredulidade. _ O que?

— Você nunca trabalhou duro Edward. Tudo o que fez foi destruir os outros.

— Não fique tão confiante assim Tio. Posso mandar inspecionar suas negociações? Estarão elas todas limpas?

— Se abusar dos seus direitos por motivos pessoais, agiremos com a lei. Um acionista avisou.

— Exatamente. Não pense que pode tudo só porque é o maior acionista da Empresa. Ainda não estamos falidos.  Outro acionista se manifestou.

Edward gargalhou aplaudindo.

— Ah, desculpe. Fico tocado com a lealdade de vocês. Disse com sarcasmo. _ Mas, tenho a impressão de que quando as ações caírem, a lealdade também cairá.  Quem sabe se não há um traidor bem aqui? Provocou gerando um desconforto em todos os presentes.

Aquela informação deixou Aro Cullen em alerta, exatamente como Edward queria.

— Edward não acha que eles já aproveitaram esta chance quando traíram o seu pai? Aro devolveu a provocação, acertando no ponto fraco de Edward. Na ferida aberta que mesmo após anos ainda sangrava.

— É como eu sempre digo Tio: Ninguém sabe o que vai acontecer. Se erguendo da cadeira levou as mãos ao bolso sentindo-as tremer de raiva. _ De agora em diante, vocês devem trabalhar duro e superar a crise, se não haverá outra mudança nesta Empresa. Garantiu deixando a sala em tom de ameaça.

Edward se dirigiu a sua sala encontrando Isabella.  O que é isso? Porque fico assim toda vez que a vejo? Se perguntou enquanto a olhava. Ela estava visivelmente desconfortável com a situação. Ele pigarreou para recuperar o controle sobre si.

— Venha comigo. Chamou. Isabella o seguiu com a agenda anotando todas as instruções que ele falava. Arrumar a sala, reorganizar os arquivos, fazer pedidos, nada a qual ela já não estava habituada.

— Sim. Farei tudo ainda esta semana. Respondeu quando ele parou de falar. Atendendo ao telefone não percebeu quando entrou no carro e fechou a porta acertando a mão dela.

— Ai. Gritou sem conseguir se conter. Ricardo que o aguardava no carro, correu para ajuda-la.

— Você esta bem? Perguntou colocando um lenço para ajuda-la. Edward encarava a cena, paralisado. De repente, sentia uma enorme tristeza por te-la machucado.

— Vamos ao hospital.

— Não precisa. Eu estou bem. Isabella disse escondendo a dor. _ O Senhor precisa deste cartão para acessar a Empresa. Ela disse entregando o cartão para Edward e pela primeira vez percebendo que ele estava prestes a chorar. Edward levou a mão ao rosto rapidamente quando percebeu uma lagrima cair. _ Já disse que esta tudo bem. Ela garantiu confusa.

Edward entrou o carro envergonhado e confuso demais para responder qualquer coisa.

— Ricardo, por que eu fiz aquilo? Perguntou assustado.

— O que esta acontecendo com você? Agarrando as mulheres, perambulando pela cidade e agora chorando como um bebe?

— Eu não sei. Acho que tem algo errado comigo. Será que estou ficando louco?

— O Senhor percebeu não é?

— Pode ser. Admite lembrando-se dos sonhos que parecem reais e de tudo o que fizera desde a cirurgia.

— Talvez precise voltar ao medico. Verificar o que esta acontecendo. Ricardo aconselhou.

— Talvez. Concordou.

Em casa, Wendy cuidava do ferimento da amiga.

— Ai. Que dor.

— Aguente mais um pouco, ja estou acabando. Wendy.

—Será que quebrou? Esta doendo. Choramingou.

— Ei. Você não disse uma palavra sequer ao seu chefe e agora esta reclamando para mim? Wendy ralhou. Isabella ficou quieta enquanto ela terminava. _Pronto. Aquele babaca esmagou o seu dedo. Disse brava.

— Wendy, por que você acha que ele chorou depois de fazer tudo isso? Perguntou depois de ter contado a amiga do ocorrido. _ Ele é esquisito, não é?

— Ele é maluco? Perguntou.

— Maluco? Deve ser. Melhor pensar assim, por que honestamente seria assustador se ele estivesse chorando de preocupação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!