Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues
Notas iniciais do capítulo
Boa noite.
Mais um Capitulo...
— Não chore. Ele pediu. Mas ela não ouvia. Apenas chorava ainda mais. Ela estava triste. Muito triste e suas lagrimas partiam seu coração. _ Por favor, não chore. Tentou mais uma vez. De onde estava só conseguia enxergar sues cabelos. Queria ver o seu rosto. _ Olhe para mim.
Edward despertou assustado. Aquele sonho de novo. Respirou fundo para se acalmar. De onde vinham aquelas lembranças?
Ricardo entrou no quarto com uma sacola na mão.
— Aqui esta. Ele disse colocando a sacola na cama. O olhou percebendo sua agitação. _ O que foi? Teve um pesadelo?
— Não é um pesadelo. É mais como um sonho. Respondeu vasculhando a sacola em busca de algo. Pegou um pirulito.
— O que esta havendo? Não sabia que você gostava de guloseimas assim.
— Não sei. Acho que estou entediado. Pega. Ofereceu a sacola. Ele suspirou levantando. Após três meses do transplante ele podia caminhar livremente pelo hospital. Felizmente sua recuperação caminhava bem, segundo o medico. _ Vamos. É hora da caminhada. Diariamente ele fazia a caminhada para ajudar na recuperação. Ricardo começou andar lado a lado. _ Então... Como estão as ações da Hermia?
— De acordo com minha investigação estão caindo. O Presidente pode pedir falência a qualquer momento.
— Bom. Ele deve ter ficado muito feliz com a minha internação. Vou faze-lo chorar lágrimas de sangue.
— Edward. Precisa mesmo levar seu plano adiante? Ricardo perguntou preocupado. Nestes momentos ele reconhecia o antigo Edward.
— Eu nunca paro algo no meio do caminho. Ricardo abriu a boca para protestar, exatamente quando Edward paralisou.
— O que foi?
— É ela. A presilha de borboleta do meu sonho. Edward agora entrava em quarto no hospital.
— O que? Perguntou indo atrás dele.
— É uma mulher que está neste leito? Perguntou a um paciente.
— Não. Esta é a ala masculina. Um paciente respondeu.
— Então.... Eu fui trazido para cá? Será? Perguntou olhando do quarto ao redor tentando lembrar.
— Edward. Não pode invadir o quarto dos outros assim. Ricardo se voltou para os pacientes murmurando desculpas. _ Vamos.
Edward ignorou-o pegando a presilha em suas mãos. Uma senhora entrou no quarto, percebendo o estranho que ali estava, vasculhando no leito do seu filho.
— Quem é você? Perguntou desconfiada.
— A senhora esta aqui neste leito?
— O meu filho. Por quê? Edward analisou. Os outros pacientes e os acompanhantes que estavam no quarto olhavam observavam curiosos a cena se desenrolar a sua frente.
— Aquela presilha? É sua?
— Quem é você? Ela rebateu. Edward a olhou. _ Por que faz tantas perguntas?
Edward ficou parado tentando lembrar qualquer detalhe. Ricardo se aproximou.
— Desculpem. Ele esta se recuperando de um transplante. Não vamos mais incomoda-los. Venha Edward. Vamos. Chamou levando-o pelo braço.
Fora do quarto, a um espaço seguro, Ricardo parou soltando o braço.
— O que deu em você? Não pode ir por ai assim, entrando no quarto dos outros fazendo perguntas.
Edward o olhou. O que ele estava fazendo? Que tipo de obsessão era essa?
— A garota do sonho que chorava usava uma presilha igual aquela. Tentou justificar.
— Você acha que era aquela mulher?
— Acho que não. Mas quem será que estava lá antes do filho dela?
— Não tem como sabermos isso. Edward suspirou exasperado. _ Bem. Preciso ir. Ate amanha.
Edward observou Ricardo sair deixando sozinho. Resolveu ir ate o jardim, precisava de ar. Estava dando muita importância a este assunto.
Surpreso, ele viu Isabella adentrar a porta do hospital. Dirigiu a recepção apressada. Edward lembrou-se do ultimo encontro, da raiva que sentira por ela ter ajudado seu tio, mas também estava ciente de que mãos uma vez ela o socorrera. Seu coração batia descompassado.
— Que mundo pequeno não é mesmo? Chamou se aproximando dela antes que pudesse se conter.
— Sr. Cullen. Como vai? Ela cumprimentou.
— Muito bem. Estou me recuperando.
— Fico feliz pelo Senhor.
— Em breve vou voltar...
— Me da licença, eu preciso falar com alguém. Obrigada. Edward abriu e fechou a boca varias vezes, mas ela já havia ido embora.
Intrigado pela sua falta de atenção ele resolveu espera-la. Enquanto aguardava pensou em como sua internação ali o estava entediando. Isso com certeza explicava as mudanças que ele havia sentindo.
Ele observou quando ela voltava exatamente para o lugar em que o deixou plantado. Como se soubesse parou a sua frente.
— Venha comigo. Pediu. E começou a caminhar, atento a seus movimentos próximos a ele.
— Não é horrível que eu esteja tão bem? Provocou. Ela não disse nada ciente de sua provocação. _ A propósito , minha oferta continua de pé.
— O que?
— Seja minha cúmplice?
— Cúmplice?
— Sim. Revele quais são os segredos da Hermia. Você será muito bem recompensada por isso.
— Não posso fazer isso.
— Qual é, Srta. Swan. Não seja tão inflexível.
— Não é questão de inflexibilidade Sr. Cullen. É responsabilidade.
— Hum... agora me lembro. Você ainda me deve para livrar a cara do seu namorado. Agora que eu me recuperei, vou vasculhar a vida dele. Suas palavras a atingiram como um raio.
— Posso garantir que ele não tem nada a esconder. Respondeu sentindo a enorme necessidade de proteger sua memória.
— Você confia nele tanto assim? Vamos ver se ainda vai ama-lo depois que eu acabar com ele.
— Como alguém pode continuar sendo exatamente a mesma pessoa depois de voltar à vida? Você é mesmo um canalha.
— Canalha? Ele repetiu surpreso por suas ofensas.
— Faça o que quiser. Enquanto eu for a Secretária da Hermia não vou revelar nenhuma única palavra. Ela jogou suas palavras nele e saiu, deixando o sozinho. Pela segunda vez naquele dia, ele sentiu seu coração disparar. Edward levou a mão ao peito novamente.
— Ela quer me matar. Murmurou respirando fundo para acalmar suas batidas.
Isabella voltou para a empresa. Sentia-se fervendo por dentro. Edward Cullen tinha o talento de fazê-la perder o senso com suas provocações. Sabia que não devia entrar no jogo dele, mas quando suas palavras ofenderam Mike, ela não aguentou.
Quando estava encerrado o dia Jacob a chamou.
— Como você esta? Perguntou analisando-a.
— Bem. Respondeu tentando fazer sua melhor versão.
— Esta de saída? Ele perguntou.
— Sim.
— Vamos. Eu te levo.
— Não precisa se incomodar.
— Não é incomodo. Alem do mais, quero te levar em um lugar.
— Que lugar?
— Você vai ver. Me de um voto de confiança, por favor. Isabella pensou um momento. Jacob deveria estar preocupado. Mesmo que ela repetisse que estava bem, ele não parecia desistir.
— Esta bem. Concordou.
Eles seguiram para o carro.
— Você esta trabalhando demais. Jacob falou dirigindo.
— Não exagere.
— Sabia que as pessoas estão comentando?
— O que?
— Dizem que você parece muito bem depois de perder o noivo. Ate te deram um apelido. Srta. Sorriso fingido.
Ela riu.
— Você consegue sorrir? Ele perguntou em uma mistura de raiva e preocupação.
— Quer que eu chore? Perguntou. Pensou se deveria acrescentar que ela chorava todas as noites, mas achou melhor guardar aquela informação para si só. _ Eles são criativos. Comentou tentando distrair-se. Jacob dirigiu em silencio.
Momentos depois, no restaurante, Isabella deparou com vários pratos a sua frente.
— Nossa. Tem muita comida.
— Eu pedi todas as comidas que você mais gosta. Precisa se alimentar com qualidade.
— Não vou conseguir comer tudo isso.
— Vá em frente. Coma o que quiser. Enquanto come, aproveite e dê uma olhada nisto. Ele disse entregando um tablet em suas mãos.
— O que é isso? Ela começou a passar as imagens. Vários apartamentos surgiam em sua frente.
— Veja qual você gosta. Agora que esta sozinha, não deve voltar a viver na colina. Ele disse referindo a sua casa. O lugar era chamado assim, pela enorme escadaria que tinha para chegar a casa. Mas ela havia se mudado para lá, quando seu pai faleceu. Por ser um lugar de difícil acesso, o aluguel era mais barato o que era bom para ela, já que estava sozinha para arcar com as contas. _ Escolha um e se mude, eu te ajudo com o aluguel.
— Minha casa não é ruim. Eu me sinto segura lá.
— Então vai lidar com as lembranças de Mike toda vez que subir a escadaria ou entrar em sua casa?
— Jacob... Ele a interrompeu.
— Isto não é repentino. Sua dedicação exagerada ao trabalho sempre me preocupou, mas você tinha o Mike, por isso nunca interferi. Bella, você precisa começar a aceitar. Agora somos só você e eu. Ela precisou de alguns segundos para processar suas palavras.
— Jacob, lembra-se das palavras que Mike costumava dizer? “Não só a felicidade, mas a tristeza também há de passar.” Hoje eu encontrei algo que me fez acreditar que tudo isso vai passar. Eu sei que vou ficar bem. Então não se preocupe comigo. Guarde o apartamento para sua futura esposa, é ela a quem você deve mimar. Hoje eu vou aceitar esta deliciosa refeição, para mim já é o suficiente.
Ele riu sem jeito.
— Você é tão teimosa. Se precisar, é só dizer. Estou aqui para ajudar.
— Obrigada Jacob. Você é um grande amigo. Aquelas palavras o feriram, ele queria ser bem mais que amigo e agora que Mike estava fora do seu caminho, ele faria de tudo para conseguir o seu amor.
Sentado no banco do hospital, Edward podia sentir o vento frio em seu rosto que viera acompanhando a noite. Ainda assim, não queria entrar. “Como alguém pode continuar sendo exatamente a mesma pessoa depois de voltar à vida?” As palavras dela ecoavam em sua mente. Ele se reprendeu por permitir que suas palavras o atingissem daquela forma.
— O que esta fazendo neste frio? Devia entrar. Ricardo disse se aproximando dele. Edward o olhou aborrecido. _ O presidente da Sede Americana ligou para você?
— Sim. Respondeu relembrando a conversa que tivera à tarde com o Presidente da Gold Partners.
—Então?
— Um tempo de ferias. Casa e carro por conta da empresa. Um cardiologista particular. E o cargo de vice-presidente.
— Uau. Ricardo aplaudiu. _ Você vai aceitar?
— Estou pensando em aceitar. Se a Hermia for destruída semana que vem, meu projeto de vida estará concluído. Edward suspirou. _ Minha vida tem sido muito cansativa. Já que recuperei a saúde, vai ser bom ter uma nova vida. Ricardo sorriu em aprovação. _ A propósito eu vou receber alta amanhã ao meio dia. Não vá se atrasar. Ele concluiu voltando para seu quarto.
— Deixa comigo chefe.
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Bjs