Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 6
Capitulo Seis


Notas iniciais do capítulo

Boa noite.
Mais um Capitulo...



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— Não chore. Ele pediu. Mas ela não ouvia. Apenas chorava ainda mais. Ela estava triste. Muito triste e suas lagrimas partiam seu coração. _ Por favor, não chore. Tentou mais uma vez. De onde estava só conseguia enxergar sues cabelos. Queria ver o seu rosto.  _ Olhe para mim.

Edward despertou assustado. Aquele sonho de novo. Respirou fundo para se acalmar. De onde vinham aquelas lembranças?

Ricardo entrou no quarto com uma sacola na mão.

— Aqui esta. Ele disse colocando a sacola na cama. O olhou percebendo sua agitação. _ O que foi? Teve um pesadelo?

— Não é um pesadelo. É mais como um sonho. Respondeu vasculhando a sacola em busca de algo. Pegou um pirulito.

— O que esta havendo? Não sabia que você gostava de guloseimas assim.

— Não sei. Acho que estou entediado. Pega. Ofereceu a sacola. Ele suspirou levantando. Após três meses do transplante ele podia caminhar livremente pelo hospital. Felizmente sua recuperação caminhava bem, segundo o medico. _ Vamos. É hora da caminhada. Diariamente ele fazia a caminhada para ajudar na recuperação. Ricardo começou andar lado a lado. _ Então... Como estão as ações da Hermia?

— De acordo com minha investigação estão caindo. O Presidente pode pedir falência a qualquer momento.

— Bom. Ele deve ter ficado muito feliz com a minha internação. Vou faze-lo chorar lágrimas de sangue.

— Edward. Precisa mesmo levar seu plano adiante? Ricardo perguntou preocupado. Nestes momentos ele reconhecia o antigo Edward.

— Eu nunca paro algo no meio do caminho. Ricardo abriu a boca para protestar, exatamente quando Edward paralisou. 

— O que foi? 

— É ela. A presilha de borboleta do meu sonho. Edward agora entrava em quarto no hospital.

— O que? Perguntou indo atrás dele.

— É uma mulher que está neste leito? Perguntou a um paciente. 

— Não. Esta é a ala masculina. Um paciente respondeu.

— Então.... Eu fui trazido para cá? Será? Perguntou olhando do quarto ao redor tentando lembrar.

— Edward. Não pode invadir o quarto dos outros assim. Ricardo se voltou para os pacientes murmurando desculpas.  _ Vamos.

Edward ignorou-o pegando a presilha em suas mãos. Uma senhora entrou no quarto, percebendo o estranho que ali estava, vasculhando no leito do seu filho.

— Quem é você? Perguntou desconfiada.

— A senhora esta aqui neste leito?

— O meu filho. Por quê? Edward analisou. Os outros pacientes e os acompanhantes que estavam no quarto olhavam observavam curiosos a cena se desenrolar a sua frente.

— Aquela presilha? É sua?

— Quem é você? Ela rebateu. Edward a olhou. _ Por que faz tantas perguntas?

Edward ficou parado tentando lembrar qualquer detalhe. Ricardo se aproximou.

— Desculpem. Ele esta se recuperando de um transplante. Não vamos mais incomoda-los. Venha Edward. Vamos. Chamou levando-o pelo braço.

Fora do quarto, a um espaço seguro, Ricardo parou soltando o braço.

— O que deu em você? Não pode ir por ai assim, entrando no quarto dos outros fazendo perguntas.

Edward o olhou. O que ele estava fazendo? Que tipo de obsessão era essa?

— A garota do sonho que chorava usava uma presilha igual aquela. Tentou justificar.

— Você acha que era aquela mulher?

— Acho que não. Mas quem será que estava lá antes do filho dela?

— Não tem como sabermos isso. Edward suspirou exasperado. _ Bem. Preciso ir. Ate amanha.

Edward observou Ricardo sair deixando sozinho. Resolveu ir ate o jardim, precisava de ar. Estava dando muita importância a este assunto.

Surpreso, ele viu Isabella adentrar a porta do hospital. Dirigiu a recepção apressada. Edward lembrou-se do ultimo encontro, da raiva que sentira por ela ter ajudado seu tio, mas também estava ciente de que mãos uma vez ela o socorrera. Seu coração batia descompassado.

— Que mundo pequeno não é mesmo? Chamou se aproximando dela antes que pudesse se conter.

— Sr. Cullen. Como vai? Ela cumprimentou. 

— Muito bem. Estou me recuperando.  

— Fico feliz pelo Senhor.

— Em breve vou voltar...

— Me da licença, eu preciso falar com alguém. Obrigada. Edward abriu e fechou a boca varias vezes, mas ela já havia ido embora.

Intrigado pela sua falta de atenção ele resolveu espera-la. Enquanto aguardava pensou em como sua internação ali o estava entediando. Isso com certeza explicava as mudanças que ele havia sentindo.

Ele observou quando ela voltava exatamente para o lugar em que o deixou plantado. Como se soubesse parou a sua frente.

— Venha comigo. Pediu. E começou a caminhar, atento a seus movimentos próximos a ele.

— Não é horrível que eu esteja tão bem? Provocou. Ela não disse nada ciente de sua provocação. _ A propósito , minha oferta continua de pé.  

— O que?

— Seja minha cúmplice?

— Cúmplice?

— Sim. Revele quais são os segredos da Hermia. Você será muito bem recompensada por isso.

— Não posso fazer isso.

— Qual é, Srta. Swan. Não seja tão inflexível. 

— Não é questão de inflexibilidade Sr. Cullen. É responsabilidade.

— Hum... agora me lembro. Você ainda me deve para livrar a cara do seu namorado. Agora que eu me recuperei, vou vasculhar a vida dele. Suas palavras a atingiram como um raio.

— Posso garantir que ele não tem nada a esconder. Respondeu sentindo a enorme necessidade de proteger sua memória.

— Você confia nele tanto assim? Vamos ver se ainda vai ama-lo depois que eu acabar com ele.

— Como alguém pode continuar sendo exatamente a mesma pessoa depois de voltar à vida? Você é mesmo um canalha.

— Canalha? Ele repetiu surpreso por suas ofensas.

— Faça o que quiser. Enquanto eu for a Secretária da Hermia não vou revelar nenhuma única palavra. Ela jogou suas palavras nele e saiu, deixando o sozinho. Pela segunda vez naquele dia, ele sentiu seu coração disparar. Edward levou a mão ao peito novamente.

— Ela quer me matar. Murmurou respirando fundo para acalmar suas batidas. 

Isabella voltou para a empresa. Sentia-se fervendo por dentro. Edward Cullen tinha o talento de fazê-la perder o senso com suas provocações. Sabia que não devia entrar no jogo dele, mas quando suas palavras ofenderam Mike, ela não aguentou.

Quando estava encerrado o dia Jacob a chamou.

— Como você esta? Perguntou analisando-a.

— Bem. Respondeu tentando fazer sua melhor versão.

— Esta de saída? Ele perguntou.

— Sim.

— Vamos. Eu te levo.

— Não precisa se incomodar.

— Não é incomodo. Alem do mais, quero te levar em um lugar.

— Que lugar?

— Você vai ver. Me de um voto de confiança, por favor. Isabella pensou um momento. Jacob deveria estar preocupado. Mesmo que ela repetisse que estava bem,  ele não parecia desistir.
— Esta bem.  Concordou.

Eles seguiram para o carro.

— Você esta trabalhando demais. Jacob falou dirigindo.

— Não exagere.

— Sabia que as pessoas estão comentando?

— O que?

— Dizem que você parece muito bem depois de perder o noivo. Ate te deram um apelido. Srta. Sorriso fingido.

Ela riu.

— Você consegue sorrir? Ele perguntou em uma mistura de raiva e preocupação.

— Quer que eu chore? Perguntou. Pensou se deveria acrescentar que ela chorava todas as noites, mas achou melhor guardar aquela informação para si só. _ Eles são criativos. Comentou tentando distrair-se. Jacob dirigiu em silencio.

Momentos depois, no restaurante, Isabella deparou com vários pratos a sua frente.

— Nossa. Tem muita comida.

— Eu pedi todas as comidas que você mais gosta. Precisa se alimentar com qualidade.

— Não vou conseguir comer tudo isso.

— Vá em frente. Coma o que quiser. Enquanto come,  aproveite e dê uma olhada nisto. Ele disse entregando um tablet em suas mãos.

— O que é isso? Ela começou a passar as imagens. Vários apartamentos surgiam em sua frente.

— Veja qual você gosta. Agora que esta sozinha, não deve voltar a viver na colina. Ele disse referindo a sua casa. O lugar era chamado assim, pela enorme escadaria que tinha para chegar a casa. Mas ela havia se mudado para lá, quando seu pai faleceu. Por ser um lugar de difícil acesso, o aluguel era mais barato o que era bom para ela, já que estava sozinha para arcar com as contas. _ Escolha um e se mude, eu te ajudo com o aluguel.

— Minha casa não é ruim. Eu me sinto segura lá.

— Então vai lidar com as lembranças de Mike toda vez que subir a escadaria ou entrar em sua casa?

— Jacob... Ele a interrompeu.

— Isto não é repentino. Sua dedicação exagerada ao trabalho sempre me preocupou, mas você tinha o Mike, por isso nunca interferi. Bella, você precisa começar a aceitar. Agora somos só você  e eu. Ela precisou de alguns segundos para processar suas palavras.

— Jacob, lembra-se das palavras que Mike costumava dizer? “Não só a felicidade, mas a tristeza também há de passar.” Hoje eu encontrei algo que me fez acreditar que tudo isso vai passar. Eu sei que vou ficar bem. Então não se preocupe comigo. Guarde o apartamento para sua futura esposa, é ela a quem você deve mimar. Hoje eu vou aceitar esta deliciosa refeição, para mim já é o suficiente.

Ele riu sem jeito.

— Você é tão teimosa. Se precisar, é só dizer. Estou aqui para ajudar.

— Obrigada Jacob. Você é um grande amigo. Aquelas palavras o feriram, ele queria ser bem mais que amigo e agora que Mike estava fora do seu caminho, ele faria de tudo para conseguir o seu amor.

 

Sentado no banco do hospital, Edward podia sentir o vento frio em seu rosto que viera acompanhando a noite. Ainda assim, não queria entrar. “Como alguém pode continuar sendo exatamente a mesma pessoa depois de voltar à vida?”  As palavras dela ecoavam em sua mente. Ele se reprendeu por permitir que suas palavras o atingissem daquela forma.

— O que esta fazendo neste frio? Devia entrar. Ricardo disse se aproximando dele. Edward o olhou aborrecido. _ O presidente da Sede Americana ligou para você?

— Sim. Respondeu relembrando a conversa que tivera à tarde com o Presidente da Gold Partners.

—Então?

— Um tempo de ferias. Casa e carro por conta da empresa. Um cardiologista particular. E o cargo de vice-presidente.

— Uau. Ricardo aplaudiu. _ Você vai aceitar?

— Estou pensando em aceitar. Se a Hermia for destruída semana que vem, meu projeto de vida estará concluído. Edward suspirou. _ Minha vida tem sido muito cansativa. Já que recuperei a saúde, vai ser bom ter uma nova vida. Ricardo sorriu em aprovação. _ A propósito eu vou receber alta amanhã ao meio dia. Não vá se atrasar. Ele concluiu voltando para seu quarto.

— Deixa comigo chefe.

 

 


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Notas finais do capítulo

Bjs