Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 36
Capitulo Trinta e Seis


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus amores...
Como eu disse antes estamos chegando ao final por aqui....
Eu vou postar dois capitulos hoje e no fim de semana estarei postando o ultimo.
Desde ja agradeço a cada leitor que esta me acompanhando
Boa leitura.... bjs



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A vida acontece a cada segundo.

Enquanto Edward permanecia na UTI a vida precisava caminhar. Por mais triste e difícil que fosse.

Isabella cumpria a promessa que fizera a ele no hospital cuidando da casa enquanto ele não voltava. Em seu coração abrigava a esperança de que ele retornaria, embora isso não impedia que a tristeza e a solidão a envolvessem especialmente nos momentos em que se encontrava sozinha no lugar onde tivera tantos momentos com ele.

Isabella suspirou ligando o Notebook. Ricardo estava atarefado demais tentando manter a Hermia a todo vapor e lhe convencera a ajuda-lo trabalhando em casa nas horas que não estava no hospital. Aquelas horas de trabalho eram terapêuticas para Isabella já que a fazia ocupar sua mente com outros assuntos alem de Edward, mesmo aquela mantivesse o celular ao seu lado em todos os momentos pronta para atender qualquer ligação.

— Ricardo já te enviei a proposta de Parceria com Boutique Nerve no email. Ela disse com o celular no ouvido.

— Obrigado. Vou dar uma olhada assim que voltar para a Empresa.

— Certo. Tem mais alguma coisa para mim? Perguntou fechando a tela do e-mail.

— Por enquanto não. Eu estou chegando no Hospital para a visita. Ele disse.

— Esta bem.

— Você veio mais cedo? Ele perguntou antes de desligar.

— Sim.           

— Te ligo quando estiver na Empresa para e enviar as proposta de analise.

— Certo. Ate mais. Ela desligou sendo envolvida pelo silencio na casa. Olhou ao seu redor pensando no que poderia fazer para manter-se ocupada. A casa estava arrumada, a roupa limpa e passada, e Ricardo demoraria algum tempo entre a visita e a volta da Empresa para lhe passar algum trabalho.

Levantou-se decidida a tomar um banho esperando que o tempo passasse mais rápido.

A Unidade de Terapia Intensiva tinha dois horários curtos de visita. Isabella ocupava o horário da manha, e a tarde Ricardo, o Sr. Moura e Wendy e outros amigos mais próximos se revezavam para visita-lo.

Ela soltou um longo suspiro enquanto sentia a água quente escorrer por seu corpo. Já havia chorado tantas vezes, mas ainda assim as lagrimas pareciam não ter fim. Balançando a cabeça para evitar pensamentos dolorosos, ela lavou os cabelos e finalizou o banho vestindo uma roupa casual. Estava penteando os cabelos úmidos em frente ao espelho quando ouviu seu celular tocar. Ela piscou surpresa vendo o nome do Ricardo piscar na tela.

— Ricardo. Atendeu imediatamente.

— Isabella, precisa vir ao hospital. Ele disse com o tom de voz acelerado.

— O que aconteceu? Ela perguntou já pegando a bolsa e saindo do quarto apressada.

— O Edward. Ele disse.

— O que tem ele Ricardo? Diga de uma vez. Ela pediu angustiada.

— Ele acordou. A voz do outro lado transmitia a incredulidade, surpresa e emoção contida.

— O que? Ela perguntou parando de andar no meio da saída do jardim. Suas pernas de repente pareciam não obedecer o comando.

— Ele acordou Isabella. De alguma maneira ele voltou. Lagrimas voltaram aos seus olhos e ela se viu correndo para a rua em busca de um taxi. Quase se jogou a frente de  um quando ele apareceu gritando o nome do Hospital enquanto chorava e ria ao mesmo tempo.

— Isabella. Isabella, você esta ai? Ricardo chamava ouvindo a linha muda.

Ela olhou o celular em sua mão e lembrou-se que estava falando com o Ricardo antes de praticamente invadir o taxi.

— Ricardo, desculpa. Eu já estou indo para ai. Disse eufórica. _ Não pode ir mais rápido? Pediu ao taxista que a olhou pelo espelho e acelerou o carro. _ Você o viu? Ela perguntou voltando a atenção para o celular novamente. _ Como ele esta?

— Ainda não sei. Ele foi levado para realizar alguns exames. O Doutor Joaquim disse que avisava quando acabasse.

— Meu Deus. Isso é tão...

— Inacreditável. Ricardo completou.

— É sim. Ela disse emocionada. _ Olha eu não vou demorar a chegar.

— Tudo bem. Vou continuar esperando aqui.

Isabella desligou o celular e só então percebeu suas mãos tremendo. Ela respirou fundo na tentativa de se acalmar. Ele estava de volta. Pensou enquanto lagrimas de felicidade caiam por seu rosto. Ela levou o tempo gasto entre a casa e o Hospital agradecendo a Deus em uma oração silenciosa.

— Chegamos. O taxista anunciou olhando-a pelo espelho dentro do carro. Com o coração batendo forte e as pernas vacilantes ela desceu do taxi depois de pagar a corrida ainda com as mãos tremulas. Viera tantas vezes aquele lugar e finalmente o milagre que tanto pedira estava acontecendo. Era surreal. Precisava vê-lo. Olhar em seus olhos abertos, ouvir a voz dele novamente para acreditar que não estava sonhando.

— Ricardo. Ela disse se aproximando e percebeu o Ricardo de pé andando de um lado para o outro. _ E então?

— Ainda nada. Já perguntei na recepção, mas eles disseram que estes exames costumam demorar um pouco. Ela acenou concordando.

— Como aconteceu? Ela perguntou ansiosa demais para apenas esperar, nenhum dos dois conseguia na verdade _ Eu vim de manhã e não havia nenhum sinal de alteração no quadro dele.

— Parece que foi de repente, mas não sei muita coisa. Isabella cogitou ir mais uma vez a recepção quando o Doutor Joaquim surgiu em seu campo de visão.

— Doutor. Ela disse se aproximando e Ricardo fez o mesmo.

— Ele foi transferido para um quarto na Ala de observação. O medico disse com um sorriso no rosto.

— Como ele esta? Ricardo perguntou se juntando a eles.

— Aparentemente bem. Mas precisamos esperar que alguns exames mais detalhados fiquem prontos para um diagnostico mais assertivo. Querem vê-lo? Ele perguntou como quem pergunta se o sedento quer água fresca e eles acenaram eufóricos.

— Com certeza. Ricardo respondeu.

— Claro que sim. Isabella disse ao mesmo tempo.

— Venham comigo. Ele pediu se dirigindo aos elevadores. _ O quarto que ele foi transferido fica no sexto andar.

Isabella apertou as mãos na tentativa de controlar o avalanche de emoções que sentia, mas quando seu olhar cruzou o dele ela não conseguiu conter as lagrimas. Em passos rápidos alcançou a cama onde Edward estava sentado recostado nos travesseiros e o abraçou apertado enquanto seu corpo era sacudido por soluços. Edward retribuiu inalando o cheiro de seus cabelos e apertando-a em seus braços.

— Tudo bem. Ele disse com a voz meio rouca devido ao tempo do coma e ela o olhou tocando em seu rosto.

— Eu tive tanto medo. Ela disse chorando ainda mais.

— Eu sei. Estou aqui agora. Ele disse baixo abraçando-a mais uma vez. _ Oi meu amigo. Edward falou olhando para Ricardo que estava estático no lugar. Isabella também o olhou enquanto se afastava minimamente de Edward e tentava secar o rosto.

— É você mesmo. Ricardo murmurou saindo do transe e abraçando o amigo pelo o outro lado da cama. Os dois trocaram um abraço emocionado sem conseguir conter as lagrimas silenciosas que insistiam em cair. Eram mais que amigos, eram irmãos.

— Você nos deu um baita susto. Ricardo disse secando o rosto disfarcadamente. O doutor Joaquim e Isabella sorriram presenciando a cena e Edward o olhou.

— Doutor quando vou poder ir para casa? Perguntou ansioso.

— Vamos com calma Edward. Você acabou de acordar de um coma de 48 dias. Vai precisar ficar em observação por um tempo. Alem do mais minha equipe ainda esta tentando entender como um coração praticamente morto, volta a bater e operar normalmente em todas a suas funções de uma para a outra. 

— Qual a sua opinião doutor? Edward perguntou pois já havia ouvido do medico toda a historia de como entrou em coma quando acordou e estava com a mente confusa.

— Cientificamente ainda não tem explicação. Ele respondeu e olhou-a com os olhos sinceros. _ Como seu amigo, o que posso dizer é que isto é um milagre.

Isabella o olhou surpresa.

— O senhor acredita em Deus Doutor? Ele deu um sorriso amigável antes de responder.

— Como um universo como este seria sustentado se não houvesse uma mão divina? Ele perguntou. _ Sim, eu acredito.

— Obrigada. Ela disse olhando-o. _ E me desculpe pela minha forma de agir antes. Ela pediu envergonhada pela forma rude que agiu.

— Não se preocupe com isso, acontece muitas vezes. Eu já esqueci. Ela voltou a olhar para Edward e seus olhares se encontraram mais uma vez. Ela tocou sua mão tentando provar a si mesma que aquilo não era um sonho. _ Eu preciso voltar ao meu consultório. Se precisarem de algo aperte aquele botão e uma enfermeira virá. Volto mais tarde.

— Obrigada Doutor. Ele disse ainda com a voz baixa e o medico se retirou. Percebendo que o casal precisava de um tempo a sós Ricardo pigarreou.

— Vou ligar e dar as boas noticias ao pessoal. Ele disse saindo.

— Que pessoal? Edward perguntou sorrindo vendo a porta fechar.

— Muita gente estava preocupada com você. O Sr. Moura, a Wendy, o pessoal da Empresa, da Fabrica Central. Estavam o tempo todo querendo noticias e tentando nos animar. Ela sentando-se num canto da cama de frente para ele e o observou atentamente. _ Você esta mesmo bem? Ela perguntou.

— Sim. Vou precisar de alguns dias para me reacostumar, mas não é nada demais.  E você? Ele perguntou olhando-a profundamente.

— Tive medo todos os dias. Ela repetiu e ele a abraçou apertado. _ Ver você naquela cama com todos aqueles fios ligados arrancava uma parte de mim...

— Já passou. O importante é que estamos juntos novamente.

— Você tem razão. Ela disse secando o rosto e um sorriso nasceu em seus lábios. _ Eu te amo.

— Eu te amo. Ele disse e cuidadosamente encostou seus lábios nos dele em um beijo calmo e saudoso. Foram interrompidos por uma leve batida na porta.

— Entre. Ela disse se colocando de pé ao lado da cama dele.

Edgar Moura entrou com um sorriso no rosto ao se deparara com Edward acordado. Ele viera assim que soube da novidade.

— Sr. Moura. Edward falou com um sorriso.

— Soube que acordou. Já estava na hora meu rapaz. Esta moça aqui já estava me deixando de cabelos brancos de tanta preocupação. Isabella sorriu abraçando-o assim que ele soltou Edward.

— É bom ver o senhor também. Edward respondeu.

Eles ficaram conversando por um bom tempo, ainda mais quando Wendy chegou e Ricardo voltou ao quarto. Edward quis saber todas as novidades que perdeu e eles contaram de uma forma geral. Ricardo e Wendy foram parabenizados pelo noivado. E quando a noite começou a chegar e o cansaço dominar Edward que ainda estava se adaptando e doutor Joaquim voltou ao quarto e pediu para que Edward descansasse. Ambos saíram, exceto Isabella que como já era esperado ficaria no hospital.

Edward jantou um caldo leve e pegou no sono rapidamente. Isabella permaneceu sentada na poltrona que estava ao lado da cama. Não conseguia tirar os olhos dele. Observou a forma que seu peito subia e descia e que a respiração saia livremente e mais uma vez elevou seus pensamentos aos Céus em agradecimento.

.......................

Edward piscou sonolento. Ele olhou ao redor encontrando Isabella encolhida na poltrona ao lado de sua cama. Ela estava visivelmente mal posicionada ali, mas teimosa como era não aceitou ir passar a noite em casa. Remexeu-se um pouco sentindo o corpo dolorido pelo longo tempo deitado e soltou um gemido incômodo baixo. 

— O que foi? Está com dor? Ela perguntou se aproximando rapidamente sobressaltada.

— Não, só estou  buscando uma posição melhor.

— Certo. Ela disse visivelmente aliviada. O coração de Edward se apertou. A última lembrança que tinha era de vê-la esbravejar com o doutor Joaquim e depois de sentir uma dormência no corpo e uma dificuldade de respirar e a escuridão lhe atingir. Quando acordou novamente, estava em uma sala de UTI com vários aparelhos ligados a ele demorou para compreender. Quarenta e oito dias desacordado, era estranho imaginar isso.

Ele a olhou notando as manchas arroxeadas em baixo dos olhos, visivelmente mais magra e uma expressão assustada como se a qualquer momento ele fosse sumir. 

— Você pegar um pouco de água? Minha garganta está seca.

— Claro. Ela foi até a jarra lhe servindo um copo colocando em suas mãos que bebeu quase tudo. Realmente estava com sede. 

— Você pode chamar algum enfermeiro?

— Por que? Está sentindo alguma coisa?

— Não. Preciso ir ao banheiro. Achou que ainda não posso ir sozinho. Você sabe. Problema com a coordenação motora.

— Ahn. Eu te ajudo. Ela disse arrumando as sandálias confortáveis ao pé da cama. Edward levou alguns segundos analisando. Aquilo iria ser constrangedor para ambos.

— Está bem. Concordou sentando-se na cama.

— Devagar. Ela pediu colocando as sandálias em seus pés, evitando a todo custo olha-lo nos olhos.

Eles caminharam devagar o curto caminho até o banheiro. Seus músculos protestaram um pouco pelo movimento após um longo tempo parados causando um leve desconforto. 

— Aqui está bom. Ele disse se apoiando na porta. 

— Certo. Eu vou esperar aqui. Ela disse ainda sem encara-lo. Ela percebeu quando ele fechou a porta e soltou a respiração que segurava. Era estranho, mas ao mesmo tempo bom.  Tivera medo que nunca mais pudesse ouvir sua voz.

A porta fez um clique alguns minutos depois e ela se pôs a ajuda-lo apoiando o peso do seu corpo.

— Obrigado. Ele disse quando já estava de volta a cama olhando-a por longos segundos.

— O que foi? Ela perguntou passando a mão no rosto procurando algum vestígio que pudesse faze-lo encara lá assim.

— Você parece cansada. Ele disse observando-a.

— Um pouco. Ela respondeu baixando o olhar. Não queria admitir o quanto era difícil dormir na casa dele sozinha.

— Devia ter ido para casa descansar. Esta poltrona é desconfortável para dormir.

— Não. Estou bem. Ela disse com convicção. _ Não quero passar mais nenhuma noite naquele lugar sem você. Revelou com a voz trêmula. 

— Foi muito difícil? Ele perguntou referindo-se ao período em que ficou desacordado.

— Foi horrível. Ela respondeu com a voz engasgada. Ele segurou sua mão a fazendo sentar ao seu lado na cama e Isabella encostou a cabeça em seu peito. De repente sentia-se desperto.

— Ainda vai se casar comigo? Perguntou brincalhão tentando trazer leveza ao momento e lhe tirar as lágrimas dos olhos. Ela soltou uma risada baixa e o abraçou ainda mais relaxando o peso do seu corpo sobre ele inconscientemente.

— Só se você me prometer nunca mais me assustar assim.  Com a ponta dos dedos delicadamente ergueu o queixo dela fazendo com que ela o olha-se nos olhos.

— Do que depender de mim vou envelhecer ao seu lado. Ela sorriu o beijando demoradamente.

— Senti sua falta. Murmurou tocando o rosto dele. Edward colocou a mão sobre a dela levando aos lábios e depositando um beijo enquanto o outro braço a trazia para mais perto.

— Esta tudo bem agora. Murmurou baixo e ela sorriu se acomodando confortavelmente em seu peito.

— Eu te contei que conheci um casal especial durante estes dias? Perguntou depois de algum tempo.

— Não. Quem? Ela começou a falar contando tudo o que aconteceu desde que ele foi para a UTI ate o momento em que acordou e como eles a ajudaram surpreendendo-o.

— Eu não acreditava também. Mas depois de tudo isso, é difícil duvidar. Ela finalizou sonolenta. As noites mal dormidas cobrando seu preço.

— Você ficou surpresa com o noivado do Ricardo e da Wendy? Perguntou sorrindo recebendo o silêncio em resposta. Ele se moveu minimamente percebendo que ela dormira. _ Tudo bem. Você precisa mesmo descansar. Sussurrou deixando um beijo em sua testa contente por poder estar com ela em seus braços mais uma vez. Fechou os olhos deixando o sono o levar.


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