Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 31
Capitulo Trinta e Um


Notas iniciais do capítulo

Boa noite



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Isabella olhou o vaso de flores a sua frente. Segurando uma flor nas mãos, ela depositou juntos as outras que haviam ali. Quatorze dias já haviam se passado e todas as manhas ela recebia um flor de girassol junto com um pequeno bilhete. Ela abriu a pequena caixa ao lado do vaso e começou a reler os bilhetes que ele enviara. Havia se mudado para esquecê-lo com medo de que estivesse confundindo as coisas, mas havia momentos em que ela se pegava duvidando se havia feito a coisa certa. Sua mente a levou mais uma vez para a ultima conversa que tivera com o Sr. Moura quando foi se despedir. “Acho que de formas diferentes você amou os dois”.

O celular tocou interrompendo seus pensamentos.

— Oi Wendy, tudo bem?

— Isabella, tenho uma coisa para te contar.

— O que foi?

— Não se assuste, mas Edward esta no hospital.

— O que? Porque?

— Parece que alguém o atacou na rua. Sua cabeça girou.

— Como assim? É muito grave? Ele esta bem?

— Ele esta sendo atendido neste momento, não foi tão grave, mas ele foi atingido na cabeça com uma pancada forte. Ricardo esta com ele. Estamos abrindo uma investigação, mas aparentemente, foi um assalto.

— Meu Deus. Ela disse sentindo o peito apertar.

— Você esta bem? Wendy perguntou com o silencio na linha. _ Eu achei que deveria te avisar.

— Obrigada Wendy. Eu estou indo.

Com o coração aos saltos ela reunião algumas peças de roupas e produto de higiene pessoal colocando numa pequena mala. Agarrou a bolsa no sofá e trancou a casa apressadamente. Durante todo o percurso ela só conseguia pedir a Deus que ele estivesse bem.

Quando ligou o celular novamente uma mensagem de Wendy piscava na tela informando o Hospital em que eles estavam, e só então ela percebeu que havia desligado na cara da amiga.

— Isabella. Ricardo acenou assim que ela desceu do taxi em frente ao hospital.

— Ricardo. Como ele esta?

— Bem. Vai precisar ficar em observação por algumas horas. Eu vim para leva-la ate ele.

— Obrigada. Ela agradeceu grata com o gesto. Ele fez sinal com a mão e em silencio os dois começaram a caminhar para dentro do hospital. Isabella estava nervosa demais para manter qualquer conversa. Mesmo ouvindo que ele estava bem, seu coração só se acalmaria quando o visse com os seus próprios olhos.

Assim que saíram do elevador, Ricardo indicou com a mão o quarto em que ele estava.

— Eu vou tomar um café na Cafeteria la embaixo. Ele disse segurando o elevador.

— Obrigada Ricardo. Ela agradeceu o gesto.

— Ele vai ficar feliz em vê-la. Ele disse se colocando dentro do elevador novamente.

Isabella respirou fundo e deu alguns passos ate alcançar a porta do quarto dele. Uma batida leve e entrou em seguida. Edward estava deitado com um grande curativo na cabeça. Seu braço parado ao lado enquanto o soro caia vagarosamente por suas veias, o rosto pálido e abatido. O olhar surpreso dele encontrou o dela e as lagrimas que ela havia segurado ate então vieram com força total. Largando as bolsas aos seus pés ela o abraçou deitando a cabeça em seu peito.

— Desculpe. Ela pediu em meio as lagrimas. A voz saiu abafada pelo peito dele. Edward passou o braço livre por suas costas passando a mão levemente.

— Esta tudo bem. Ele disse tentando conforta-la. Ela negou com a cabeça. _Olha só. Estou inteiro. Ele brincou tentando acabar com suas lagrimas. Partia-lhe o coração vê-la assim.

— Desculpe ter fugido. Eu só estava com medo.

— Ei. Ele chamou tentando fazê-la olhar para ele. _ Esta tudo bem. Repetiu secando seu rosto. _ O que importa é que você esta aqui agora, nada mais. Isabella o abraçou mais uma vez incapaz de controlar as lagrimas. Edward a apertou em seus braços falando palavras carinhosas ate vê-la se acalmar. Ele se sentou na cama enquanto ela se sentou na poltrona ao lado.

— Como se sente? Ela perguntou analisando cuidadosamente.

— Como se tivessem me atingido na cabeça. Brincou rindo.

— Edward. Ela ralhou secando o rosto com as mãos.

— Estou bem. Não se preocupe.  Ele disse buscando sua mão. _ Então, você gostou das flores? Ele perguntou querendo tirar o ar de preocupação em seu rosto.

— Sim. Obrigada. Ela disse com um pequeno sorriso.

— De nada. Ele sorriu também. Apesar de sua cabeça latejar te-la ali anulava qualquer mau estar. _ A propósito, sabe porque eu enviei girassóis?

— Por que você gosta de girassóis? Ela respondeu com outra pergunta o fazendo sorrir.

— Por que Girassóis me fazem lembrar de você. Ele disse olhando-a intensamente. _ Você é o meu sol. É o que traz brilho a minha vida antes cinzenta.

O coração dela acelerou outra vez. Desta vez, ela encurtou a distância entre os dois o beijando levemente no inicio. Edward a puxou para perto e aprofundou o beijo.

— Senti sua falta. Murmurou entre o beijo.

— Eu também. Ela disse finalizando com um selinho e sentando-se de volta a poltrona. _ Mas agora, você precisa descansar para se recuperar.

— Não estou com sono. Disse apesar de sentir os olhos pesarem. _ Quero apenas aproveitar que você esta aqui.

— Vou estar aqui quando você acordar. Ela disse o olhando.

— Esta bem. Mas só se você me prometer uma coisa.

— O que?                               

— Que vai responder sim a todas as minhas perguntas ate eu dormir.

— Ok. Eu prometo. Ela disse percebendo a brincadeira.

Ele voltou a deitar-se na cama enquanto ela ajeitava as cobertas.  

— Eu sou superlindo, não sou? O tom brincalhão a fez sorrir. 

— Sim. Respondeu. Edward a olhou. Ela ficava ainda mais linda quando sorria.

— Fique ao meu lado ate que eu durma. Pediu apertando sua mão.

— Sim. Sua voz mudara a tom carinhoso. Ele nem precisava pedir, ela não iria a lugar nenhum.

— Esteja ao meu lado quando eu acordar.

— Sim. Concordou com o tom de voz amável. Ele observara sua voz mudar a cada pergunta e a sinceridade obtida nelas. Se aconchegou ainda mais na cama sentindo o sono o tomar.

— Fique ao meu lado para sempre. Pediu analisando sua reação.

— Sim. Ela respondeu com um sorriso.

— Você me ama? A pergunta a pegou totalmente desprevenida. Isabella o olhou por um longo momento sentindo todas as suas incertezas sumirem. Sim. Ela amava aquele homem. Achou que não voltaria a amar depois de perder o Mike. Mas estava errada. Havia recebido uma segunda chance e pretendia aproveita-la ao maximo desta vez.

— Sim. Respondeu com a certeza em sua voz. Edward apertou sua mao sorrindo ainda de olhos fechados. Sabia que se movesse ia perder o momento, o primeiro momento em que ela admitiu seus sentimentos em voz alta. Ao invés disso, deixou que o sono viesse com seu coração tomado pela alegria.

Isabella saiu do quarto encontrando Ricardo sentado na poltrona no corredor.

— Ele dormiu. Ela disse e ele acenou concordando.

— Pensei que fosse precisar de um café. Ainda esta quente. Ricardo disse lhe entregando um copo.

— Obrigada Ricardo. Ela saboreou o café sentindo o liquido quente a despertar. _ E a Wendy? Pensei que fosse estar aqui.

— Ela esta ocupada com uma investigação.

— Entendi.

— Então, você voltou para ficar? Ricardo perguntou mudando o rumo da conversa.

— Sim.

— Que bom, fico feliz por vocês. Edward a ama de verdade Isabella. É só olhar para ele que qualquer um percebe.

— Eu também o amo Ricardo. Ela admitiu em voz alta. O celular dele tocou interrompendo a conversa.

Isabella ficou a bebericar o café enquanto aguardava que ele terminasse a ligação.

— Escuta. Surgiu uma emergência na Empresa que eu preciso resolver.

— Tudo bem. A gente vai se falando.

— Obrigado. Ate mais.

Ela acenou vendo se apressar para o elevador. Jogando o copo no lixo, ela voltou para o quarto. Edward ainda dormia. Mentalmente começou a listar as providencias que iria precisar tomar dali em diante. Não pode evitar um sorriso ao imaginar como seria sua vida a partir dali.

Horas mais tarde o medico o avaliava.

— Nós vamos repetir seus exames de rotina. Quero ter certeza de que sua saúde não foi afetada.

— Quando eu vou ser liberado doutor?

— Em breve. Assim que acabar os exames eu assino sua alta.

— Você gosta mesmo de vir ao Hospital não é? O Doutor Joaquim entrou no quarto os fazendo rir. _ Já trocou de coração, agora quer trocar de cabeça também.

Sorrindo Edward o cumprimentou.

— Esta bateria de exames que eu vou fazer tem a ver com você? Edward perguntou.

— O que posso dizer? Gosto da sua companhia.

— Ah eu sei. Deixe-me apresenta-los. Doutor Joaquim, esta é minha namorada Isabella.

— É um prazer finalmente conhecê-la Isabella.

— O prazer é meu. Ela disse apertando a mão.

Ele se voltou para Edward mais uma vez.

— Eu já marquei seu retorno daqui a três dias.

— Esta bem. Eu não vou demorar. Edward disse para Isabella antes de seguir a equipe para realizar todos os exames.

Edward recebeu alta no fim do dia com a indicação de repouso nas próximas horas.

— Eu vou fazer uma sopa para você. Ela disse o olhando. _ Descanse um pouco.

— Não quero descansar. Ele disse segurado-a pela mão impedindo que ela saísse do quarto. _ Fiquei praticamente o dia inteiro na cama.

—Eu sei, mas o medico ordenou que ficasse de repouso, lembra?

— Você vai ficar comigo? Ele perguntou manhoso.

— Eu volto daqui a pouco. Ela disse soltando sua mão da dele que fez um pequeno bico infantil a fazendo rir.

Na cozinha ela separou todos os ingredientes que precisava e começou a cozinhar. Cerca de quarentas minutos depois, ela entrou no quarto com uma bandeja nas mãos.

Edward estava deitado na cama sorriu ao vê-la voltar. Ela sorriu ao notar seus cabelos úmidos e seu rosto um pouco mais corado.

— Aqui. Ela disse colocando a bandeja a sua frente.

— Obrigado amor. Ela sorriu encabulada. Era a primeira vez depois que voltaram que ele a chamava assim.

Eles comeram em silencio, e Isabella fez uma careta ao perceber que Edward só tomara algumas colheradas da sopa.

— Você quase não comeu. Esta muito ruim?

— Não. Esta muito boa. Eu só estou sentindo um pouco de enjoo e tontura, mas vou melhorar.

Depositando a bandeja em cima do criado mudo ela levou a mão ao seu rosto para sentir sua temperatura.

— Daqui a pouco vai poder tomar seu remédio novamente. Ele acenou devagar buscando sua mão e apertando nas suas.

— Sabe, durante o tempo que você ficou longe eu fiquei remoendo as coisas aqui. Ele apontou para a própria cabeça.

— Não precisamos falar sobre isso agora. Ela disse.

— Só me escute, esta bem? É importante. Ele pediu e ela acenou concordando. _ Eu pensei e repensei e cheguei a conclusão de que se eu tivesse te contando antes as coisas poderiam ter sidos diferentes. E decidi que se eu chegasse a ter uma nova chance com você não iria cometer os mesmos erros. É por isso que eu preciso te contar uma coisa.

— Tudo bem.

— Há algumas semanas um homem chamado William Emerson me procurou. Ele disse ter provas do assassinato do detetive Mike.

— Eu não entendo. Quem? Ela disse confusa.

— Este homem surgiu na investigação que a equipe da Wendy estava fazendo. Ele sofreu um acidente grave, mas se recuperou e como a policia não encontrou provas que pudessem prende-lo, ele foi absolvido. Ele me disse que tinha um cartão com provas de quem realmente matou o detetive Mike e que me entregaria desde que eu ajudasse a família dele. Parece que a esposa esta doente e precisa de um tratamento caro, então ele me procurou para propor um acordo.

— Do que você esta falando Edward? Billy Black esta preso exatamente por este motivo. Edward soltou um longo suspiro antes de começar a contar a ela sobre os sonhos, as memórias reais que nem ele mesmo entendia, contou a explicação que recebera do Doutor Joaquim, e as fortes suspeitas que caiam sobre Jacob.

— Espera. Ela pediu erguendo a mão. Edward parou de falar. _ Esta me dizendo que foi Jacob e não Billy quem matou Mike?

— Isso.

— Você tem noção do que esta me dizendo?

— Eu sei que é difícil ouvir algo assim...

— Eles foram amigos por anos. Como ele pode fazer algo assim? Por que ele faria isso? Ela perguntou sentindo as lagrimas caírem por seu rosto.

— Jacob estava envolvido na fraude da Hermia. Parece que Mike descobriu o caso e ele o matou para encobrir seus rastros.

— E por que ele ainda não esta na cadeia?

 _ Nós tínhamos esperança de conseguir uma acusação solida com as provas do cartão que William me entregou, mas agora que a perdemos, não sei como vai ser.

— Por isso você foi atacado? Foi o Jacob que armou tudo isso?

— Nós ainda não temos provas, mas eu realmente acredito que sim.

— Isso é tão... Ela começou sem encontrar as palavras e simplesmente o abraçou calando o que quer que fosse falar.

— Eu não queria te contar algo assim. Desculpe.

— Não. Você estava certo, seria horrível descobrir por outra pessoa. Edward beijou seus cabelos. _ Que bom que você esta aqui. Ela disse baixinho.

— Não se preocupe. Vou sempre estar aqui.

Eles deitaram na cama buscando o conforto no amor um do outro. As mãos unidas sobre o peito de Edward ao lado de onde Isabella descansava a cabeça que sob o movimento suave das mãos dele a fizeram adormecer, não demorou muito para que ele também caísse na inconsciência. Juntos para vencer os desafios que viessem pela frente.


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