Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 30
Capitulo Trinta


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capitulo



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O aroma do café subia enchendo o ambiente. Isabella levou a xícara aos lábios sentindo o liquido quente em sua garganta ainda dolorida.

— Você esta muito calada. Wendy disse olhando-a com atenção. _ No telefone mais cedo disse que precisava conversar. O que aconteceu?  

— É complicado Wendy. Ela disse sentindo as lagrimas surgirem novamente. E nos momentos que se seguiram ela se viu contando tudo o que aconteceu, desabafando tudo o que estava preso em peito.

Wendy deixou sair um suspiro enquanto ouvia a amiga atentamente. Ela sabia que Isabella ficaria mal quando descobrisse sobre Mike e Edward, mas olhando-a a ouvindo-a desabafar, sentiu o coração pesar pela situação da amiga.

— Agora que você sabe de tudo o que esta pensando em fazer?

— De todas as pessoas no mundo, por que teria que ser logo ele? Isabella secou o rosto sentindo mais lagrimas caírem.  _ Não consigo Wendy. Vê-lo, falar com ele todos os dias, se tornou doloroso demais para mim.  Preciso me afastar antes que eu enlouqueça com toda esta situação. Tudo isto esta me sufocando. Eu resolvi voltar a minha cidade natal. Tenho alguns parentes por la, isso vai me ajudar a recomeçar. Revelou sentindo a voz tremer.

— Tem certeza do que vai fazer? Não é melhor pensar um pouco mais? Ela negou com a cabeça.

— Não vejo como esta situação pode se resolver. Wendy encarou a amiga.

— Por que não fica na minha casa? Só por algum tempo. Depois pode decidir se vai mesmo se mudar ou não. Isabella sorriu em meio as lagrimas. Em meio a toda esta tempestade que sua vida se transformara havia ganhado uma fiel amiga.

.............

Isabella entrou na sala depois de uma leve batida na porta.

Incapaz de encara-lo, ela colocou sobre a mesa um envelope branco.

— O que é isso? Edward perguntou alternando o olhar entre ela e a carta em sua mesa.

— Minha carta de demissão.

— O que? Dando a volta na mesa ele diminuiu a distancia entre eles, percebendo-a recuar um passo para trás. Magoado com sua atitude, sua voz saiu baixa. _ Não pode fazer isso. Prometeu ficar do meu lado, me ajudar e me apoiar. Ele disse tentando encontrar um motivo que a segurasse ali.

— A Empresa esta caminhando bem, com ou sem mim.

— Eu preciso de você. Ele disse agoniado se aproximando novamente. _ Só me diga o que fazer e eu farei.  Se precisa de tempo, eu a darei. Tire umas férias, fique um tempo longe de tudo...

— Não. Não preciso de férias. Ela negou prontamente.

— Isabella, eu...                            

— Não dá Edward. Ela o cortou. _ Por favor, não torne tudo mais difícil. Ela pediu e os olhos encheram-se de lagrimas mais uma vez. _ Vou juntar minhas coisas.

....................

— Por que você tem que ir? Alice choramingou ajudando Isabella a reunir suas coisas em uma pequena caixa.

— Vamos manter contato esta bem? Vocês podem ir me visitar. Ela disse tentando encerrar a despedida. Rosalie e Alice a abraçaram ao mesmo tempo.

— Isabella. Ela ergueu o olhar percebendo a intensidade em que a olhava. Ela agarrou a pequena caixa da mesa e virou- se para as amigas se despedindo. _ Vamos conversar. Ele pediu quando ela começou a andar a passos rápidos.

— Não tenho nada para falar. Ela retrucou chamando o elevador.

— Você pode me ouvir um instante? Ele disse se colocando dentro do elevador com ela.

— Não tem nada que você possa dizer para mudar esta situação.

— Eu amo você. Ele disse a pegando desprevenida. O coração indo a garganta.

— O que?

— Amo você. Ele repetiu. Ela o olhou e sua expressão demonstrava claramente o que ele estava sentindo.

— Para. Não faz isso. Pediu baixando o olhar.

— É só isso que eu sou para você? O cara que carrega o coração do seu ex-noivo? É tão difícil assim nos dar uma chance? Ele perguntou exaltando a voz.

— Você não entende. Sempre vamos viver com duvidas, com remorso, sem poder deixar a memória de Mike para trás.

— Mesmo sabendo disso eu tentei, por que amei você desde antes saber o que era amar alguém. Então eu resolvi lutar para ficar ao seu lado independente de tudo. Não pode ao menos tentar?

— Não. Eu convivi tempo demais com o Mike para superar isso. Ela disse vendo a porta do elevador se abrir. ­_ Adeus Edward.

Incapaz de aceitar, Edward a seguiu entrando no elevador. _ Precisa mesmo fazer isso? Ele perguntou depois que as portas se fecharam. _ Deve haver outra maneira, tem que haver. Insistiu diante da falta de reação dela. _ Por favor... Eles paralisaram ao encontrar Jacob conversando com o Sr. Moura logo a frente da empresa.

— Sr. Moura. Isabella falou se aproximando.

— Isto é verdade? O Sr. Moura perguntou encarando um ponto atrás dela. _ É verdade que você é o receptor do coração do Mike? Ele repetiu e Mike se empertigou.

— Sim. Edward respondeu com a voz embargada. Com o coração acelerado ele observou a reação do homem a sua frente.

— Lógico que é. Ele viveu por causa da morte do Mike. Ainda assim teve coragem se aproximar da Isabella mesmo sabendo de tudo. As palavras venenosas escorriam por sua boca.

— Já chega Jacob. Isabella pediu se colocando na cena. _ O Senhor esta bem? Ela perguntou preocupada.

— Estou. Ele disse percebendo a presença dela pela primeira vez. _ Eu só preciso de um minuto. Ela acenou concordando. _ Podemos conversar? O Sr. Moura pediu olhando Edward intensamente.

— Sim. Vamos entrar. Ele sugeriu indicando a porta da Empresa. Em silencio conduziu-o para a Cafeteria da Empresa. _ Vou pegar uma água. Avisou se afastando. Enquanto caminhava Edward tentou clarear a memória. Justo agora que a Empresa ia bem, as coisas começavam a desmoronar. Ele voltou com uma garrafa de água e dois copos servindo ao homem a sua frente que continuava a olha-lo intensamente. _ Desculpe deixar que descobrisse assim. Eu só não sabia como contar. Edward começou.

— Obrigado. Ele disse com a voz embargada. Edward piscou tentando entender se ouvira mesmo aquilo.

— O que?

— Graças a você uma parte do Mike ainda vive. Ele sorriu um pouco antes de continuar. _ Não sei se vai acreditar em mim, mas no dia que você desmaiou na sala de reuniões, ali meu coração soube que havia uma conexão entre nós que eu não conseguia entender nem explicar. Agora eu sei o motivo. É o tipo de conexão entre pais e filhos. Então, obrigado. Por estar vivo e bem. O Sr. Moura concluiu tomando um pouco da água a sua frente para controlar a emoção em seu peito.

Emocionado, Edward encarou o homem a sua frente, por que estranhamente ele também sentia. 

— O dia esta cheio de surpresas hoje. Ele comentou desviando o olhar para esconder as lagrimas que se formavam.

— É por isso que Isabella esta indo embora? O Sr. Moura perguntou e Edward o olhou.

— Como soube?

— Jacob estava me contando quando vocês saíram da Empresa. Pela expressão de vocês dois e a caixa que ela carregava, deduzi que fosse isso.

— Ela não consegue nem me olhar. Edward disse. A magoa presente em sua voz.

— Você vai precisar ser paciente Edward. O Sr. Moura falou com a voz calma e Edward o olhou. _ Meu filho e ela ficaram juntos por muito tempo. Eles realmente se amavam. Descobrir algo assim, não deve estar sendo fácil para ela.

Edward deixou um suspiro sair.

— Eu não sei o que fazer. Admitiu.

— Quer um conselho? O Sr. Moura perguntou olhando o jovem a sua frente.

— Por favor. Ele pediu ansioso.

— Dê um tempo a ela para refletir sobre isso. Você vai ver que com o tempo a intensidade vai diminuir e vai ser mais fácil aceitar. Se a ama mesmo, como posso ver em seus olhos, demonstre a ela, sem sufoca-la. Quando ela estiver pronta vai voltar para você.

— E se ela não voltar? Edward pronunciou as palavras que lhe angustiavam.

— Então era por que o sentimento não era real. Mas só vai saber se a deixar descobrir como realmente se sente.

Três Meses depois...

— Desculpa o atraso. Ricardo beijou levemente os lábios de Wendy antes de sentar a sua frente.

— Esta tudo bem? Ela perguntou encarando-o.

— Eu não sei. Ele disse exalando cansaço. Wendy o analisou.

— O que foi? Antes que ele pudesse responder o garçom os interrompeu para anotar os pedidos. _ E então? Ela insistiu quando os dois ficaram sozinhos mais uma vez.

— A Empresa esta uma loucura. Ele começou abrindo um botão da camisa.

— Edward não esta trabalhando?

— Ao contrario. Tudo o que ele faz é trabalhar. Ricardo passou a mão pelo rosto.

— Você esta preocupado com ele. Não foi uma pergunta, e sim, uma constatação. 

—Você não pode mesmo dar o endereço novo dela?

— Sabe que não. Ela respondeu pela milésima vez. Desde que Isabella voltou a sua terra natal, Edward a procurava para descobrir onde ela estava, e agora ate mesmo Ricardo fazia isso por ele.

— Ele esta abusando da saúde dele. Se exigindo demais, dormindo pouco. Anda abatido e posso apostar que não esta se alimentando direito. Pensei que ia passar depois de alguns dias, mas tudo continua na mesma. Ricardo soltou um suspiro exasperado. _ Só não quero vê-lo passar por tudo outra vez.

Wendy baixou o olhar para a mesa.

— É tão preocupante assim?

— Eu não pediria isso a você se não fosse. Wendy o encarou.

— Quando ela descobrir que fui eu, vou dizer que você arrancou de mim a força. Avisou fazendo com que ele sorriso um pouco.

— Ela vai acreditar? Ele perguntou sabendo a fama de durona que sua namorada tinha.

Balançando a cabeça começou a digitar no celular.

— O que esta fazendo? Ricardo perguntou e ela girou a tela para que ele pudesse ler a mensagem. _ Obrigado. Ele disse quando a compreensão o atingiu. Na tela uma mensagem para Edward com o endereço da nova casa de Isabella.

— Não me agradeça. Fiz isso por um motivo totalmente egoísta. Será que agora posso ter meu namorado de volta? Ela perguntou gracejando e Ricardo sorriu.

..................

Edward encarou a mensagem na tela do celular mais uma vez. O texto de Wendy continha apenas um endereço sem nenhuma explicação. Mas não precisava ser um gênio para entender o que aquilo significava.

Desde que Isabella partiu, ele havia atormentado Wendy para descobrir o endereço dela. Ao que parece Ricardo havia conseguido. Agradeceria o amigo depois. Pensou enquanto ponderava o que podia dizer quando os dois estivessem frente a frente.

Antes que ele pudesse se mexer, a porta foi aberta e Isabella surgiu em seu campo de visão.

— Edward. Ela balbuciou surpresa.

— Oi Isabella. Sua voz soou entrecortada. _ Quanto tempo.

— Como me encontrou aqui? Ela perguntou franzindo o cenho e no segundo seguinte a compressão lhe atingiu. – Wendy, claro.

— Eu posso entrar? Ele perguntou olhando-a demoradamente.

— Olha Edward...

— Eu só quero conversar. Disse a interrompendo.

— Esta bem. Mas eu preciso ser rápida, tenho que ir trabalhar. Ela avisou saindo da porta para que ele entrasse.

— Conseguiu emprego? Sabia que conseguiria. Você é muito competente.

— Obrigada. Ela respondeu no outro canto do pequeno apartamento que ela conseguia pagar. Precisava manter alguma distancia do homem a sua frente.

— Gostei do lugar. Ele disse olhando a redor.

— Por que esta aqui Edward? Perguntou direta.

— Sinto sua falta. Ele disse abalando sua estrutura. _ Esta sendo difícil aceitar que você partiu. Sua mesa ainda esta vazia te esperando.

— Isso é loucura, devia ter contratando alguém para me substituir.

— Ninguém pode ocupar seu lugar.

— Edward...

— Já não foi tempo o suficiente?

— Não é tão simples assim. Ela respondeu se esquivando.

— Sinto sua falta, todos os dias, o tempo todo.

— Vai melhorar. Você precisa se concentrar na Empresa. Em reergue-la. Eu não posso voltar, nada mudou.

— Isabella...

— Por favor. Não precisamos magoar um ao outro com isso.

— Esta bem, eu vou embora. Só vim aqui esclarecer uma coisa. Sei que pensa que nosso sentimento não é real, mas para mim é. O que eu sinto por você é a coisa mais verdadeira que eu tenho e não é por causa deste coração, é por sua causa. Por que você é linda, honesta, confiável e bondosa. Mesmo quando os outros não o são com você. Foi isso o que me conquistou. Depois que você foi embora eu repassei mentalmente todos os nossos momentos juntos e eu lembrei da forma que meu coração fraco e doente bateu quando nos reencontramos na Empresa. Eu so estava cheio de ódio e rancor para notar, mas agora eu percebo isso claramente, por que acho que eu me apaixonei desde a primeira vez que nos encontramos, só não queria aceitar. Isabella sentiu mais uma vez um turbilhão de emoções lhe atingir. _ Estou indo. Avisou alcançando a porta.

Da mesma forma que chegou, ele partiu.

Ela sentou no pequeno sofá na sala sentindo o rosto ser molhado pelas lagrimas.


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