Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 29
Capitulo Vinte e Nove


Notas iniciais do capítulo

Romance a vista...e outras coisinhas mais.



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Isabella adentrou a sala vendo o silencio do local.

— Edward. Chamou sem resposta. Ela fechou a porta atrás de si e tentou mais uma vez. _ Edward. Será que ele ainda não havia chegado? Edward havia marcado com ela ali.

Ela pegou o celular para contata-lo, mas parou quando uma musica encheu o ambiente e local se iluminou revelando uma mesa posta a luz de velas.

Erguendo os olhos ela percebeu parado junto a porta que dividia a cozinha.

— O que esta fazendo? Ela perguntou com seu coração indo a garganta de tão acelerado que estava.

Edward se aproximou com passos vagarosos observando sua reação.

— Dança comigo. Pediu estendendo uma mão para ela.

— Eu não sei dançar. Ela respondeu ainda parada no lugar.

— Confia em mim. Pediu mais uma vez, sua mão ainda estendida para ela.

— Sim. Ela respondeu colocando sua bolsa e o celular no sofá ao lado sem desgrudar os olhos dele e caminhou encerrando a distancia entre os dois.

Edward sentiu seu coração pulsar quando a mão tocou a sua. Envolvendo-a pela cintura os dois começaram a dançar lentamente de um lado para o outro.

— Pensei que íamos ter uma reunião. Ela disse tentando encontrar um assunto seguro e fazer seu coração desacelerar.

Edward a olhou profundamente. Já a conhecia bem o suficiente para saber que ela estava tentando fugir do assunto. Soltando sua cintura a girou delicadamente, voltando a envolvê-la e continuar dançando. As ultimas semanas tinham sido maravilhosas. Isabella finalmente parecia estar se abrindo para o amor e ele gostava da sensação de conquista.

— Reunião. Encontro. Quem se importa com os títulos? Ele perguntando de ombros sem parar de mover se. _ O que importa é que nós dois estamos aqui. Juntos. Explicou. Ele a abraçou sentindo o calor que emanava do corpo dela.  Imediatamente, Isabella relaxou em seus braços, envolvendo seu pescoço com os dois braços e recostando sua cabeça no entre o pescoço e o peito dele. Ela suspirou se deixando levar. Era tão bom estar ali.   

O único som no ambiente era a respiração dos dois totalmente envolvidos, e a musica baixa a tocar baixinha. Ainda abraçados Isabella começou a prestar atenção na letra da musica que coincidentemente falava um pouco da historia deles.

Seus olhos quentes eu espero que não seja uma mentira. O sorriso que você me mostrou eu espero que não seja uma mentira. A pessoa no topo do amanhecer, espero que seja você. As lagrimas que você esconde no final do dia espero que a minha voz possa te confortar.

Ele a soltou um pouco fazendo seus olhares se encontrarem e cantou baixinho junto com a canção.

Você floresce como uma flor, por você estou me tornando um novo ser. Seus esvoaçantes sorrisos, Eu espero que não seja apenas um momento. Você... você...você...

— Todas as promessas que você fez, Eu espero que não seja apenas um momento, Você... você...você...

Ela sorriu para ele percebendo a verdade de suas palavras.

— Mesmo que a noite venha depois do por do sol vermelho, eu não tenho medo Se a luz da lua que gira em torno de você, esta acima de mim, Você florescer como uma flor, e eu estou colorido por seu perfume. Você veio como uma estrela, decorar meu coração. Por você estou me tornando um novo ser.

Ela o abraçou novamente sentindo seu coração encher de amor e querer transbordar. De repente não havia mais medo, duvidas ou qualquer outra coisa. Só existia os dois ali, naquele momento perfeito e o amor que parecia envolve-los.

Edward parou de cantar, não queria dizer aquelas palavras em voz alta. A canção ainda enchia o ambiente.

Eu me sinto como um sonho, tenho medo de acordar, espero que isso não seja um sonho, Que você não seja só um sonho... você...você ... você...

Em um gesto corajoso e ousado, Isabella o olhou prendendo o olhar dele no seu.

— Não é um sonho. Murmurou selando os lábios deles com os seus. Edward saiu do seu estado de surpresa sentindo seus lábios macios tocarem os deles. Com um sorriso no rosto a beijou de volta, envolvendo-a, sentindo-a completamente entregue, como nunca antes.

Não era preciso palavras. Tudo o que eles queriam dizer estava sendo dito em frases mudas. Edward envolveu o rosto dela com as mãos quando o ar lhes faltou e beijou a ponta do seu nariz, sua testa, voltando mais uma vez por seus lábios.

A musica chegou ao fim, mas a historia deles estava apenas começando.

— Vamos jantar. Segurando em suas mãos, a levou para a mesa posta que os aguardava. Isabella sentou-se com um sorriso no rosto.

— Você cozinhou? Ela perguntou divertida. Edward que também havia se sentado a sua frente sorriu percebendo a provocação dela. Ele era simplesmente horrível na cozinha, e ela sabia disso.

— Digamos apenas que eu providenciei o jantar. Ela sorriu ainda mais.

— Isto esta ótimo. Ela disse quando provou. Ainda sorrindo, ele serviu as duas taças que estavam a mesa, entregando uma a ela. _ Nós vamos brindar a que? Ela perguntou segurando a taça.

Edward pensou por um momento.

— A novos começos. Ele sugeriu. Para ele, Isabella era isso. A todo momento. Desde quando se encontraram na Empresa e que ele queria demiti-la para se vingar do seu pai ate agora, enquanto ela estava ali, sentada a sua frente, com um lindo sorriso no rosto e os olhos a brilhar para ele.

— A novos começos. Ela repetiu tocando sua taça na dele.

O jantar foi tranquilo e divertido. Eles se acomodaram no sofá enquanto um filme qualquer passava na tela, Edward voltou a beija-la sem se importar com mais nada.

..............

— Entre. Jacob disse dando passagem. _ Você conseguiu as informações?

— Sim. Aqui esta tudo o que encontramos sobre Edward Cullen. O homem entregou um envelope a Jacob que o encarou. 

— Muito bem. Aqui esta seu pagamento. Lhe estendeu um envelope fechado. 

— Obrigado. Disse antes de sair.

Jacob se acomodou no sofá e abriu o envelope analisando o que tinha dentro.

— Não pode ser. Murmurou para si mesmo encarado uma foto de Mike que estava ali. Impaciente, correu os olhos pelo relatório deixando um murmúrio de surpresa escapar. Como isso era possível? Que armadilha. Pensou por um momento. Tudo o que precisava era fazer com que estas informações chegassem nas mãos de Isabella e o mundo de Edward desabaria.

Uma risada histérica saiu de sua garganta. Amarga e estrondosa. Agarrando a garrafa de Whisky tomou vários goles ate ficar mole e a inconsciência o tomar. Era melhor assim. Anestesiava as lembranças que ele queria esquecer.

................

Isabella ouviu a batida na porta e ergueu os olhos com um sorriso no rosto. Estava a espera de Edward sentada em seu pequeno sofá enquanto um filme qualquer passava na televisão.

Pondo-se de pé foi até a porta.

— Jacob. Ela disse surpresa. O sorriso sumindo do rosto.

— Há quanto tempo Isabella. Ele disse olhando-a.

— O que faz aqui? Perguntou segurando a maçaneta desconfortável. 

— Houve um tempo em que eu era bem vindo na sua casa.  Ele sorriu de alguma piada interna fazendo com ela o olhasse.

— Sabe bem por que nos afastamos. Ela replicou sem entender o motivo dele estar em sua porta.

— Parece que você não teve dificuldades de esquecer o Mike. Ele alfinetou.

— Não acho que isso seja da sua conta.

— Mike era meu melhor amigo. Ele replicou as palavras pesadamente.

— Se não tem nada mais a me dizer, com licença. Pediu tentando fechar a porta que foi bloqueada por ele.

— Ainda não. Isto é para você. Ele disse lhe estendendo um envelope marrom.

— O que é isso? Isabella perguntou desconfiada.  

— Abra. Disse apenas. Um sorriso cínico brincava em seus lábios enquanto ele esperava que ela pegasse o envelope.  Por um momento, Isabella se perguntou se ele havia mudado tanto ou se ele sempre havia sido assim. Era como se, só agora, ela estivesse conhecendo o verdadeiro Jacob.

Ainda indecisa ela abriu o envelope revelando o conteúdo dentro dele. Chocada ela agarrou os documentos mal acreditando em seus olhos.

— O que isso significa? Perguntou atordoada.

— Exatamente o que você esta vendo. Mike foi o doador do coração de Edward.

Ela ergueu os olhos de volta para ele.

— Há quanto tempo você sabia? Foi direta com ele.

— Porque isso importa? O que importa é que agora você sabe a verdade. Ela continuou a encara-lo, seu cérebro ainda trabalhava para processar as informações que recebera. _ Acho ate que deveria estar grata. Graças a mim, você pode parar antes de se envolver ainda mais. Se não fosse por mim, ainda estaria sendo enganada por ele.

— Jacob... Ela pronunciou encontrando sua voz.

— Como se sente agora que sabe toda a verdade?

— Como assim?

— Por que achou que sentia atração por ele?

— O que você esta querendo dizer? Perguntou farta de suas frases sem sentindo.

— Já pensou que era por que, instintivamente, você sentia o Mike nele? Por que também senti. Revelou com o olhar sombrio. _ Não sei como explicar, mas eu sentia que era como olhar o Mike de novo.

— Você esta maluco. Respondeu.

— Você não pode negar Isabella. Se alterou. _ Ate ele se sente como outra pessoa. Pergunte a ele. Não diga que nunca percebeu a mudança desde que ele voltou do transplante.  Ele...

— Para mim já chega. Não quero ouvir mais nada. Disse mais uma vez tentando fechar a porta.

— O Cullen sabia que você era namorada do Mike e ainda assim se aproximou de você. Sabe por que vocês não podem ser felizes juntos? Por que sempre haverá entre vocês a sombra do Mike. E isso não é o tipo de coisa que da para esquecer. Sempre que você o olhar, vai lembrar do Mike, por que ele sempre vai carregar uma parte do Mike dentro dele. Ela o encarou sentindo as palavras ecoarem em seus ouvidos. Desta vez ele não tentou impedir que ela fechasse a porta.

Encarando o interior do seu apartamento, ela sentiu a dor envolver o seu coração.  Por mais que quisesse negar sabia que Jacob tinha razão. E chorou. Pelo Mike. Pelo Edward. Por ela. Por que daquela historia ninguém poderia sair ganhando.  

...............

Edward bateu a porta ansioso. Segurando o jantar que comprara ele sorriu imaginando o tempo que ficariam juntos. Parecia um adolescente em seu primeiro amor, mas não ligava. Afinal, ele era um novo homem.

Isabella abriu a porta vendo o homem a sua frente.

— Trouxe nosso jantar. Ele disse erguendo as sacolas com um sorriso no rosto que foi desfeito assim que ele viu seu rosto inchado e os olhos vermelhos.

— O que aconteceu? Por que estava chorando?  Em silencio ela voltou ao interior do apartamento e Edward a seguiu colocando a sacola na pequena mesa de centro. _ Isabela...

Ela ergueu o olhar lhe entregando um envelope.

— O que é? Ele perguntou abrindo o envelope e parando ao ver as informações ali. _ Onde conseguiu isso? Ele perguntou abalado.

— Por quanto tempo ia esconder isso de mim? Ela perguntou.

— Isabella...

— Quando ia me contar Edward? Ela exigiu erguendo a voz.

— Eu ia contar, estava esperando o momento certo. Ei, me escuta. Pediu se aproximando.  Instintivamente ela se afastou.

— Amor...

— Vá embora. Ela disse baixando o olhar.

— Vamos conversar. Ele pediu se aproximando mais uma vez e o mesmo se repetiu. _ Isabella, por favor. Pediu agoniado.

— Apenas vá Edward, por favor. Pediu baixinho. Com um suspiro ele endireitou o corpo. Sabia que deveria lhe dar espaço. Com uma ultima olhada, ele seguiu para a porta deixando parada no meio da sala.

Edward chegou cedo a Empresa no dia seguinte. Mal havia conseguido dormir pensando na reação dela na noite anterior.

— Bom dia Sr. Cullen. Alice o cumprimentou.

— Bom dia. Ele deu uma rápida olhada notando que a mesa dela estava vazia. _ Onde esta a Isabella?

— Ela ligou avisando que não se sentia bem. Não vem trabalhar hoje.

— Ela esta doente?

— Sim. Disse que foi ao medico, esta de atestado.

— Ela não disse o que tinha?

— Não. Mas Sr. Cullen o representante da empresa Vietnamita já chegou. Ele esta aguardando em sua sala.

— Tão cedo? Edward perguntou dividido entre ir ate a casa de Isabella ou ficar na Empresa.

— Sim. Ele parece ansioso para a visita na Fabrica.

— Certo. Decidiu sabendo o quanto aquele contrato era importante para a empresa. _ Prepare o carro para a visita. Pediu enquanto tentava ligar para ela sem sucesso.

Foi uma manha difícil para ele. Mostrar a Fabrica, todo o processo para seu cliente em potencial enquanto tentava falar com a Isabella. Vez ou outra se pegava distraído preocupado com ela tornando difícil a tarefa de se concentrar. Felizmente ficou decidido que a Empresa fecharia um contrato com a Vietnamita. Depois de combinar os detalhes e o cliente se despedir, o que para Edward parecia uma eternidade, ele pode finalmente ir a casa de Isabella. Precisava urgentemente de noticias dela. Pensou enquanto acelerava o carro.

Pega de surpresa, ela ficou parada no lugar ao perceber Edward em sua porta.

— Sei que esta brava, mas por favor, não me ignore assim. Ele pediu assim que a viu.

— O que faz aqui? Ela perguntou.

— Você não foi trabalhar, eu fiquei preocupado.

— Eu liguei informando do Atestado.

— Não ligo se tem atestado ou não. Só quero que fique bem. Ele disse tentando se aproximar.

— Eu preciso descansar. Ela se afastou da porta e ele entrou.

— Vai continuar me evitando? Precisamos conversar. Ele disse um pouco impaciente.

— Acha que uma conversa vai mudar o fato de que você carrega o coração do Mike?

— Isabella, eu não...

— Não posso Edward. Disse lembrando as palavras de Jacob que ecoavam em seus ouvidos. _ Sempre que estivermos juntos, vai ser como se houvesse uma terceira pessoa entre nós e eu definitivamente não sei lidar com isso. Não consigo.

— O que quer dizer? Ele perguntou sentindo suas palavras o atingir em cheio.

— Vamos terminar. Edward sentiu seu coração disparar. O mesmo coração pelo qual ela não conseguia aceitá-lo. 

— Não foi culpa minha. Ele murmurou. _ Não tive culpa de viver e ele morrer. Então... porque eu tenho que perder você? Perguntou sentindo os olhos queimarem e o coração doer.


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