Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 28
Capitulo Vinte e Oito


Notas iniciais do capítulo

Meus amores vocês andam tao sumidos. Triste.
Mas é como eu costumo dizer "a Esperança é a ultima que morre". Então eu vou continuar a postar acreditando que alguém vai aparecer.
Bjs. Otima leitura.



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— Você tem muita sorte. Jacob murmurou quando encontrou com Edward no corredor da Empresa. Em suas mãos ele segurava uma pequena caixa de objetos pessoais já que estava desocupando seu escritório.

— Pois é. Eu também acho. Edward replicou com um sorriso vitorioso no rosto.

— Mas sabe? A sorte não dura para sempre. Jacob sorriu de volta orgulhoso. _ Ainda tem que trabalhar para reerguer a Empresa, esqueceu? De maneira nenhuma, isso será fácil.

— Já esta de saída? Perguntou notando a caixa em suas mãos. Mas não foi este objeto que lhe chamou atenção e sim o relógio no pulso do homem com o exato desenho que ele já vira em seus sonhos. _ Foi você? Perguntou. A voz entre espanto e incredulidade.

— Fui eu o que? Jacob perguntou sem entender. Edward o olhou. Não podia confronta-lo abertamente e dar lhe a chance de se safar. Pensou segurando as palavras na garganta.

— Fique longe da Isabella. Ordenou com a voz baixa, mas firme. Jacob o encarou.

— Se não o que?

— Você vai descobrir.

Dando as costas, Edward deixou o homem para trás.

— Já esta indo embora? Ricardo perguntou cruzando com Edward na recepção.

— Vou a delegacia. Edward respondeu com o semblante serio.

— O que aconteceu? Ricardo perguntou percebendo o humor do amigo.

— Acho que sei quem matou o detetive Mike. Disse continuando a caminhar.

— Eu vou com você. Ricardo disse percebendo a seriedade da situação. Com um aceno Edward concordou em silencio. Sua cabeça um turbilhão.

O percurso foi feito em silencio.

— Como estou? Ricardo perguntou ajeitando a gola da camisa. Ele estavam esperando por Wendy em uma sala.

— Normal. Por que? Edward respondeu.

— Nada. Desconversou. Se não estivesse tão focado ele teria percebido o interesse do amigo.

— Por que querem me ver? Wendy perguntou assim que entrou na sala.

— Acho que eu sei quem matou o Mike. Edward disse direto.

— De novo esta historia? Ela perguntou impaciente. _ Sabe bem que já encerramos o caso.

— Eu sei, mas não foi ele. Edward respondeu.

— Mas do que é que você esta falando?

— Não foi Billy Black quem matou o Mike, foi o Jacob. Edward disse chocando-a. _ Eu vi o relógio no braço dele hoje. É o mesmo relógio que ele usou no dia do assassinato.

— Espera. Ela pediu erguendo a mão. _ Esta me dizendo que o filho e não o pai quem matou o Mike?

— Sim. Edward respondeu confiante.

— E como você sabe disso?

— Eu não posso falar.

— Esta me dizendo que por causa de um relógio você acha que Jacob é um assassino? Só por que vocês dois não se dão bem, não significa que pode acusa-lo de assassinato.

— Não é isso Wendy. Edward replicou.

— Então o que é? Como você pode saber disso? Se não vai me falar a verdade, não me faça perder tempo. Ela esbravejou.

— Ele até parou para ver se o Mike tinha morrido. Edward disse quando ela ameaçou sair da sala. Suas palavras a paralisaram na porta. _ Se a Isabella souber, sei que vou perde-la. Ele disse fazendo Wendy olha-lo em confusão. _ Mas se precisa disso para acreditar em mim, então que seja. Vou dizer como descobri estas coisas.

— Diga. Ela pediu fechando a porta novamente.

— Wendy, fui eu que recebi o coração transplantado do Mike.

— Como é? Perplexa ela balbuciou.

Ricardo a olhou preocupado com sua reação. Era nítido que ela não aprovava a aproximação de Edward e Isabella devido a amizade que tinha com o Mike.

— E tem mais. Edward disse.

— Edward... Ricardo alertou com a voz baixa. Ignorando a voz do amigo ele continuou.

— Segundo meu medico eu tenho a síndrome de memória celular. Junto com o novo coração eu ganhei algumas memórias que vão surgindo em forma de sonhos. Eu sei que pode parecer loucura, mas é a verdade.

Wendy procurou os olhos de Ricardo na sala.

— Você sabia disso? Ela perguntou.

— Sim. Ele confirmou.

— Claro que sabia.

— Wendy... Ele começou.

— Não quero falar com você agora. Avisou. Com um suspiro ela sentou-se encarando Edward.

— Mesmo que você tenha “estes sonhos”, não será o suficiente para reabrir a investigação.

— O que podemos fazer então? Ele perguntou.

— Vocês, nada. Fiquem fora disso. Avisou levantando-se.

— Wendy, por favor, não conte a Isabella ainda. Eu preciso contar a ela pessoalmente. Disse imitando o gesto dela.

— Ela não merece ser enganada assim. Pelo bem do que seja la que estiver acontecendo entre vocês, faça isso rápido.

— Eu a amo Wendy. Edward declarou presenciando sua contrariedade. _ Sei que não sou o Mike...

— Não. Você não é.

— Mesmo assim, eu a amo. E vou lutar por ela.

.................

— Você parece contente. O Sr. Moura comentou sorrindo também.

— Estou aliviada que finalmente a Hermia vai se reerguer. Eu cheguei a pensar que ele não fosse conseguir. Ela confessou provando o seu café.

Eles estavam na Cafeteria da Hermia. O Sr. Moura ate para uma pequena reunião com Edward já que a Hermia estava voltando a produzir os cosméticos.

— Isabella, você gosta dele não é? Ela baixou o olhar constrangida. _ Não tem problema você se apaixonar de novo. O Sr. Moura garantiu percebendo seu constrangimento.

— Acho que eu não posso fazer isso com o Mike. Confessou o sentimento de culpa que a esmagava.

— Sabe o que acho? Não é o Mike que não quer partir, é você quem não quer deixa-lo ir.  Isabella não desperdice sua juventude se agarrando a este sentimento de perda. Não deixe esta barreira te impedir de viver, de amar.

— Me desculpe. Pediu sem explicar. _ Sinto muito. Ela secou as lagrimas que molhavam seu rosto.

Ele balançou a cabeça com um sorriso emocionado.

— Sabe que é como uma filha para mim. Estarei feliz, se você estiver feliz. Ela concordou com a cabeça incapaz de pronunciar qualquer palavra.  Ela seria capaz de dizer adeus a Mike?

Algumas semanas depois

Isabella olhava a sepultura de mármore a sua frente. Tomou uma profunda respiração ao se aproximar dela devagar. A emoção presa na garganta. Lagrimas a rolarem em seu rosto.

— Oi. Ela disse encarando a pedra. _ Mike, sabe por que eu estou aqui não é? Perguntou retoricamente. Ela levou um tempo depositando uma foto dos dois no meio das flores e o anel que ele havia comprado para ela. _ Hoje eu vim me despedir de você. Eu preciso seguir em frente. Preciso deixa-lo partir. As lagrimas já cobriam sua face, mas um pequeno sorriso brotava em seu rosto. _ Você me amou. Eu o amei. Nós dois tivemos uma linda historia juntos. Obrigada. Ela secou o rosto com novas lagrimas brotando. Desta vez lagrimas de esperança. _ Adeus Mike.

.................................

— O que é isso? Isabella perguntou segurando a caixa que Edward a entregava.

— Um presente. Disse apenas.       

— Por que esta me dando um presente? Ela perguntou olhando-o.

— Abra. Pediu com um sorriso tranquilo. Ela retirou a tampa da caixa revelando um kit de cosméticos. _ Nosso primeiro Produto. Edward disse contente.

— Isso é tão legal. Você conseguiu Edward. Parabéns. Disse com sincera felicidade por ele.

— É incrível. Não imaginei que esta seria a sensação. Ele disse sorrindo. _ Nós conseguimos. A olhou. Ela sorriu.

— O primeiro de muitos que farão sucesso. Ela completou fechando a caixa novamente.

— Estes últimos tempos me fizeram lembrar do meu pai. Nós costumávamos ir pescar na encosta da cidade. Eu ficava tão feliz quando isso acontecia. Ele revelou com tranquilidade. _ Então eu queria saber... você quer ir pescar comigo neste Feriado? Soltou de repente a pegando de surpresa.

— Pescar?               

— Sim. Confirmou acenando.

— Edward. Ela relutou indecisa.

— Eu sei. Você ainda não esta pronta para recomeçar. Eu pensei que poderíamos começar devagar. Indo com calma. Sugeriu a olhando atentamente. _ Vou ser paciente e esperar o seu tempo. Tudo o que eu preciso é que você dê um passo em minha direção. Então eu pensei que sair para pescar seria um bom começo. Um dia tranquilo, um ótimo almoço que eles preparam no restaurante ao lado. O que me diz?

Isabella ponderou um pouco. Relembrou das palavras do Sr. Moura ha dias atrás e da visita de despedida a Mike. Ela estaria pronta para um novo relacionamento?

— Não quero faze-lo criar expectativas e se frustrar no final. Ela avisou.

— Não se preocupe com isso. Sei onde estou me metendo. A desafiou com um tom brincalhão. Isabella o olhou. Ela gostava dele, então por que não tentar?

— Esta bem. Vamos pescar no feriado. Decidiu com o coração aos pulos em expectativa.

Edward sorriu para ela. Queria dar a volta na mesa e beija-la. Mas havia prometido que iriam devagar. Não querendo assusta-la baixou o olhar buscando se controlar.

— Eu preciso voltar ao trabalho. Ela disse se sentindo desconfortável.

— Esta bem. Ele concordou com um aceno e deixou o corpo cair na cadeira. Como ele iria ir com calma se mal conseguia ficar no mesmo espaço com ela sem querer beija-la? Edward respirou fundo acalmando as batidas do seu coração.

— Se controle homem. Não pode assusta-la assim. Ordenou a si mesmo. Um sorriso lhe veio ao rosto quando se deu conta do que acabara de acontecer.

Talvez fosse ansiedade a lhe corroer, mas Edward sentiu os dias se arrastarem para finalmente o feriado chegar.

Provou mais uma camiseta se olhando no espelho.

— Arg. Qual é o problema? Você a vê quase todos os dias. Ralhou consigo mesmo encarando o reflexo. Provando outra camiseta resolveu sair do quarto antes que mudasse de ideia mais uma vez. Será que ela também estava ansiosa para o encontro deles? Se perguntou.

Em sua casa, Isabella revirava o guarda roupas mais uma vez em busca de algo que servisse. Frustrada sentou-se na cama fixando o olhar no celular. Uma ligação e tudo estaria acabado.

— Desde quando você é tão covarde assim? Perguntou retoricamente e teve vontade de rir de si mesma. Um pouco mais controlada encontrou uma roupa e foi se arrumar.

Ele a esperava no fim da Escadaria encostado no carro. Usando camisa polo, calça jeans e óculos escuros, parecia despreocupado enquanto a observava se aproximar.

— Oi. Ela disse incerta de como cumprimenta-lo.

— Oi. Ele sorriu admirando-a sob os óculos escuros. _ Você esta linda. Elogiou antes de conseguir refrear a língua.

— Obrigada. Ela disse um pouco sem graça.

— Não vai dizer que eu também estou lindo? Gracejou tentando quebrar a tensão do momento. Queria deixa-la a vontade.

— E também muito modesto. Ele riu do seu comentário.

— Vamos. Estou ansioso para ver suas habilidades na Pescaria. Já vou logo avisando que eu sou ótimo nisso. Ele disse abrindo a porta do carro para que ela entrasse.

— Essa eu quero ver. Disse sem conseguir imagina-lo parado a espera de que um peixe mordesse a isca e caísse na armadilha.

Ele deu a volta no carro e colocou-o em movimento.

— Eu estou dirigindo, então você será a DJ hoje. Ele disse alternando o olhar entre a estrada e seu rosto. Isabella brincou passando as estações no radio do carro ate encontrar uma musica que gostava.

Batendo os dedos no volante Edward começou a cantarolar a musica em tom baixo.

— Não me diga que você conhece esta musica. Ela disse surpresa.

— O que? É o sucesso do momento. Ele respondeu despreocupado e voltou a cantar. Isabella o olhou. Eles nunca passaram um tempo assim. Mesmo que já tivessem saído juntos, era sempre a relação chefe e secretaria. Mas agora eles pareciam pessoas comuns. Apenas aproveitando um dia ensolarado. Ela resolveu relaxar um pouco e curtir o momento. Com a voz baixa imitou-o cantando o refrão. Ele a olhou brevemente com um sorriso nos lábios sem deixar de cantar. Aos poucos o clima foi amenizando e se tornando natural.

— Você é péssimo nisso. Ela disse sorrindo quando ele mais uma vez se impacientou com a pescaria.

— Eu não lembrava que demorava tanto assim. Murmurou impaciente fazendo-a sorrir ainda mais.

Ao lado dele, ela permanecia sentada esperando que o peixe mordesse a isca. O sol aquecia confortavelmente sua pele e ela ergueu o rosto aproveitando o calor em sua pele.

Com um movimento rápido ela segurou firme a vara de pescar quando sentiu algo se mover.

— Alguma coisa esta mordendo a isca. Ela disse animada.

— Segure firme. Ele pediu largando a sua vara de pescar na borda e a ajudando a puxar. Isabella sorriu orgulhosa enquanto observava o peixe que saia da água. O rapaz que auxiliava os visitantes por ali, a ajudou a pesar o peixe e depois de uma foto para registrar o momento, eles devolveram o peixe ao algo.

Contente por seu feitio ela batia palmas animada enquanto via o peixe nadar de volta.

— Eu consegui. Ela disse olhando Edward.

— Meus parabéns. Respondeu sorrindo de volta.

— Esta com inveja? Hum? Provocou gargalhando quando o sorriso dele morreu.

— Você esta rindo de mim? Ele perguntou semicerrando os olhos para ela.

— Não. Foi você quem disse que era ótimo nisso. Ela relembrou tentando imitar sua voz o fazendo sorrir também.

— Meu pai dizia isso quando vínhamos aqui. Pensando bem, acho que ele sempre me fazia segurar a vara de pesca quando o peixe mordia a isca e eu sempre acabava saindo na foto como se eu tivesse pescado o peixe.

Isabella sorriu imaginando a cena.

— Acho que ele era um ótimo pai. Ela ponderou.

— Acho que sim. Admitiu. _ Mas eu estou ficando com fome. Que tal encerrarmos a pescaria por aqui e irmos almoçar?

— Vamos. O sol esta mesmo ficando quente. Ela concordou.

Eles seguiram conversando amenidades. O almoço foi tranquilo. O sorriso vinha fácil. Isabella tentou lembrar-se da ultima vez que tivera momentos assim.

— Aqui. Edward disse lhe entregando um sorvete e sentando-se ao seu lado no banco.

— Obrigada. Este lugar é ótimo. Ela comentou após provar o sorvete.

— Conheço vários lugares ótimos. Ele disse a olhando. _ Posso te levar para conhecê-los se você quiser.

— Que tipo de lugar?

— Surpresa, Baby. Brincou. _ Quer ver uma coisa?

— O que? Ela perguntou. Ele segurou sua mão a levando para a beira do lago.

— Olha só. Pegou uma pedrinha lançando no lago que rebateu quatro vezes fazendo um caminho por onde passava. _ Wow. Comemorou erguendo os braços em sinal de vitoria. Um sorriso divertido brincava em seus lábios e refletia nos dela. _ Quer tentar? Perguntou segurando outra pedra.

— Sim. O que eu faço? Ele segurou sua mão e explicou o movimento. Quando a pedra rebateu três vezes foi a vez dela de pular e comemorar. Isabella parou. Estavam tão próximos que ela podia sentir sua respiração acelerada assim como ela própria respirava.

— Isabella. Ele murmurou com a uma mistura de sentimentos transbordando na voz baixa e rouca. Os olhos cravados nos dela. _ Eu vou beijar você. Avisou encurtando a distancia entre eles. Isabella se segurou nele quando sentiu o chão se mover aos seus pés. Ainda de olhos fechados ela respirava para tentar controlar sua respiração. Definitivamente aquele era o melhor beijo que eles já tiveram. Edward sorria beijando de leve sua testa. As mãos firmes a sua cintura.

Os dias se passaram e eles sempre encontravam temo para se verem fora da empresa. Karaokê. Parque de diversões. Jantar. Pizza no fim do dia. Tudo era motivo para ficarem juntos e Edward estava amando descobrir a nova Isabella longe da Empresa. Ele sentia que a cada dia seu coração se apaixonava mais e mais. Ela, cada vez mais a vontade, não resistia a cada nova proposta de passeio o que sempre rendia muitas gargalhadas e diversão. Aos poucos Edward ia conquistando cada cantinho do seu coração.


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