Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 23
Capitulo Vinte e Três




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Edward girava a caneta em suas mãos sem conseguir focar-se no trabalho. Queria de alguma forma fazer algo que arrancasse a tristeza dos olhos dela, mas não sabia como agir. Ela passara a manha inteira focada no trabalho e quando ele tentou conversar ela se esquivou voltando a atenção para o trabalho.

Uma batida na porta o tirou dos pensamentos.

— Entre. Pediu.

— Com licença. Pediu fechando a porta.  Edward observou que o pequeno sorriso nos lábios não chegava aos olhos.

—O que foi? Perguntou cauteloso. Isabella suspirou.

— Eu ainda não consegui remarcar a reunião na Fabrica. Ela visou parecendo aborrecida. _ Mas consegui que os gerentes aceitassem jantar conosco hoje. Vai ser uma ótima oportunidade para se aproximar e conquistar a confiança deles.

— Você também vai? Ele perguntou.

— Claro. Eu marquei em um restaurante que eu sei que eles gostam. Sei que é um ambiente em que não esta acostumado, mas vai precisar fazer um esforço.

— Esta bem. Ela soltou a respiração que nem sabia que estava prendendo.

— Ótimo. Saímos em uma hora. Avisou deixando a sala.

— Que bom que chegaram. Isabella cumprimentou a todos que retribuíam com alegria. _ Espero que não se importem, mas nós pedimos algumas bebidas.

Eles sorriram em resposta.

— Boa noite. Edward falou se fazendo notar. Os olhares para ele não foram contentes e depois de um “boa noite” educado, ele foi ignorado.

— Aqui esta. Ela disse distribuindo a bebida entre eles.

— O Sr. Cullen não vai beber? O Sr. Moura perguntou quando viu que ele era o único sem bebida na mesa.

Os olhos de Edward que brilhavam para a bebida, caíram quando Isabella se pronunciou.

— Como vocês sabem o Sr. Cullen passou por um transplante e não pode tomar bebidas alcoólicas. Mas, eu vou beber no lugar dele. Saúde. Disse erguendo a garrafa.

— Saúde. Falaram tocando a garrafa na dela.

Logo outras rodadas foram trazidas, junto com vários petiscos e Edward percebeu as pessoas ao seu redor ficaram alegres e com riso fácil.

— Sinceramente... O Sr. Moura começou com a voz arrastada pela bebida. _ Edward quando você chegou aqui foi muito cruel com as pessoas. Chegou a nos chamar de lixo, se lembra? Edward abriu a boca para se defender, mas ele continuou com a voz arrastada. _ Para falar a verdade, nós não acreditamos em você. Depois de fazer tudo aquilo, esta dizendo que vai salvar a Empresa? Perguntou e todos na mesa concordaram. _ Isso não faz sentindo.

 Edward sabiam que eles tinham razão, mas não sabia o que dizer para fazê-los acreditarem nele.

— Como posso fazê-los acreditarem em mim? Externou sua duvida. _ O senhor acha que é fácil abandonar um futuro brilhante para me empenhar em salvar a Empresa? Perguntou cansado de ser julgado. _ Eu também estou ansioso com isso, mas o que me deixa mais desesperado é que vocês estão se negando a me ajudar.

Suas palavras arrancaram riso do Senhor Moura.

— Eu sou sua única esperança. Isso já esta me deixando irritado. Ele continuou se alterando.

— Por mais faminto que possa estar, não podemos comer qualquer coisa. O Senhor Moura contra atacou fazendo os outros concordarem.

— Como é? Edward Perguntou incapaz de acreditar. Ele estava mesmo sendo humilhado?

— O Senhor tem razão. Isabella que ate então estava quieta se pronunciou com a voz arrastada. _ Não pode comer qualquer coisa, só por que esta com fome.

— Você também? Edward perguntou ao seu lado.

— Espera. Ela o ignorou se dirigindo aos gerentes.  _ Ele é cruel, é ganancioso, egoísta e desbocado. Disse apontando para Edward que abaixou sua mão incrédulo com suas palavras. _ Ele é como um garoto mal educado. Quando ele disse que demitiria a gente, ele falava serio. Sei muito bem disso. Suspirou com as lembranças.

— Ei... Edward interviu mais uma vez. Afinal, ela estava ali para ajuda-lo ou não? Se perguntou.

— Resumindo, ele é do tipo que não diz nada em vão. Ele vai salvar a Empresa. Ele esta falando serio, eu garanto. Edward a olhou. _ O problema é que ele se comunica como um garoto de nove anos, por isso não sabe o que dizer para convencer vocês.  Ele esta há vários dias estudando os negócios da Fabrica, mesmo não podendo trabalhar demais por causa do coração, ele esta arriscando sua saúde para nos ajudar. Ele é o que precisamos para nos ajudar. Então, por favor, confiem no Sr. Cullen. Deem uma chance a ele. Pediu finalizando seu discurso inflamado.

Os rostos pensativos a mesa, deixaram Edward impressionados. Ela era boa em convencer as pessoas. Mais uma vez se pegou admirando a mulher ao seu lado.

Você falhou mais uma vez, Edward. A voz irritante de sua consciência o alertou. Ele suspirou tomando um gole de sua água. Sempre falhava em se manter longe dela.

Como o único sóbrio na mesa, precisou providenciar taxi para todos ali.

Olhou para Isabella com a cabeça deitada na mesa, os olhos fechados. Edward suspirou tocando levemente suas pálpebras. Ela era sempre tão forte, mas ele podia ver o quanto estava abalada.

— Isabella, acorde. Ele disse tocando seu ombro gentilmente.

— Edward... murmurou sem mover-se.

— Sim. Sou eu. Respondeu mesmo sabendo que ela poderia não ouvi-lo. _ O que eu faço com você? Ele perguntou mais para si mesmo. _ Tentei me afastar e refletir, mas parece que não consigo mais me afastar de você. Ele a olhou ainda dormindo. _ Tenho medo de que este sentimento seja apenas por causa do coração dele. Confessou as palavras que faziam seu coração doer. _ Isabella, você gosta de mim, mesmo que seja apenas um pouco? Eu espero que possa gostar do “Edward” de verdade e não apenas do “Edward” feito por este coração, por que eu não sou ele, sou apenas eu mesmo. Interrompeu-se percebendo o quão confuso eram suas palavras.

— Edward... ela repetiu murmurando seu nome.

— Vamos para casa. Concluiu.

Edward acomodou-a no quarto de hospedes que tinha em sua casa, retirou seus sapatos e cobriu-a com o cobertor. Deu uma ultima olhada antes de sair e fechar a porta atrás de si.

Depois de um banho, jogou se na cama encarando o teto ciente de que não conseguiria dormir sabendo que ela estava no quarto ao lado. Levantou-se pegando seu notebook e se instalando na sala para trabalhar.

Horas depois Isabella surgiu na sala, desperta, com o rosto inchado e amassado pelas horas de sono, e ainda assim, linda.

— Esta se sentindo bem? Edward perguntou baixo.

— Não. Minha cabeça dói.

— Você bebeu muito. Ele disse levantando-se. _ Espera aqui. Pediu saindo da sala.

Isabella recostou-se na parede fechando os olhos. Aquele dor insistente lembrado-a o quanto havia bebido.

— Aqui. Beba isso. Ele disse retornando com um copo d’água e um comprimido.

— Obrigada. Respondeu depois de engolir.

— Quer macarrão instantâneo? É tudo que sei fazer. Explicou quando um pequeno sorriso nasceu em seus lábios.

— Sim.

Eles seguiram para a cozinha e Isabella sentou-se na bancada em silencio enquanto esperava que ele terminasse de preparar.

Quando ele colocou o prato em sua frente, ela percebeu o quanto estava faminta.

— Ainda bem que eu cozinhei três porções. Edward sorriu ao vê-la comer com vontade.

— Não tenho culpa se a porção é pequena.

— Você é quem come demais. Provocou-a que o encarou cerrando os olhos.

— O que posso dizer? Esta gostoso. Respondeu dando de ombros e se servindo de um pouco mais.

— Já me sinto melhor. Ela disse suspirando depois de terminar.

— Serio?

— Sim. Obrigada.

Edward suspirou encarando-a. Seu prato totalmente esquecido.

— Ontem, você não estava bem. Os olhos avermelhados e inchados. Você estava chorando não era? Por que? Perguntou com voz suave e preocupada. Isabella o olhou sentindo seu coração aquecer, e contou-lhe sobre a conversa com Wendy e de como isto havia mexido com ela surpreendendo a si mesma a forma como foi honesta com ele. Edward a olhou.

— Você vai ficar bem?

Ela sorriu levemente encarado seu prato.

— Ele costumava dizer uma coisa. Nada dura para sempre, não só a alegria, mas a tristeza também há de passar. Ela ergueu o olhar encarando Edward que a olhava intensamente. _ Isto também vai passar. E sabe de uma coisa? Você só pode sentir alegria ou tristeza se estiver vivo, chorar ou sorrir, tudo isso é um privilegio de quem esta vivo.

— Um privilegio? Ele perguntou.

— Sim.  Então eu vou ficar bem. Ela disse determinada.

Edward a olhou com admiração e amor. Amor? Se perguntou. Você só pode sentir alegria ou tristeza se estiver vivo. Ela dissera. Este coração é seu tanto quanto sua razão. Você é livre. Precisa decidir que homem vai se tornar de agora em diante. A voz de seu medico ressoou em sua cabeça.

— Você esta bem? Isabella perguntou preocupada quando o silencio encheu o ambiente.

— Eu não achei que estaria aqui para viver isso. Ele murmurou olhando-a com intensidade. _ Não sei o que o futuro me reserva, mas seja la o que for... espero que você esteja nele. Isabella o olhou tentando decifra-lo. Sem aviso Edward quebrou a distancia e a beijou. Isabella sentiu seu coração acelerar e um sentimento novo invadi-lo. Queria que ele estivesse em seu futuro também. Mas guardou suas palavras para si. Suas mãos foram para a nuca dele puxando-o mais para si e Edward envolveu sua cintura aproximando-os ainda mais. Ofegante, Edward separou seus lábios dando vários selinhos, ainda não estava pronto para soltá-la e duvidava que um dia estivesse concluiu beijando-a novamente.

Dias depois Isabella conseguiu uma nova reunião. Desta vez com todos os funcionários da Fabrica. Era preciso que eles mudassem sua visão de Edward, que acreditassem que ele estava mesmo do lado deles e que iria batalhar para reerguer a Empresa.

Edward caminhava repassando o discurso. Estava ansioso e nervoso, o que aconteceria seria o inicio de sua marca na liderança da Hermia.

De repente memórias invadiram sua mente.

De mãos dadas, seu pai o levava a caminhar pela Fabrica.

— Pai, por que o seu coração sempre dói? Edward perguntou quando Carlisle tossiu e levou a mão ao peito.

— Por que eu sempre levo muito amor no coração. Seu pai dissera.

— Amor?

— Sim. Por você, sua mãe, seu tio, estas pessoas. Disse com um gesto apontando ao redor. _ Estão todos dentro dele.

— Não é por que é gente demais? Por que não os abandona? Edward perguntou com o entendimento de um menino de seis anos tinha. Seu pai parou de andar e abaixou-se para ficar na mesma altura que o filho.

— Edward, no momento em que você abandonar o amor, sua vida perde o sentindo. Principalmente eu, o chefe, preciso estar com o coração carregado. A gente só protege aquilo que ama.

Edward só tinha seis anos quando teve aquela conversa com o pai. Por muitos anos se revoltou achando que se o seu pai não fosse tão bondoso, seu tio nunca o enganaria como fez. Mas encarando a enorme Fabrica a sua frente, Edward finalmente pode entender.

Quando ele encarou vários pares de olhos a olha-lo, Edward sentiu sua voz sumir. Levou a mão aos bolsos em busca do rascunho que preparou não encontrando.

Fez um gesto a Ricardo que o obervava no fundo da sala junto com Isabella. Os rostos começavam a demonstrar impaciência e Edward soube que se não falasse alguma coisa logo, esta reunião seria um fiasco.

Limpando a garganta, ele pensou no que diria. Isabella tinha razão, ele era péssimo com as palavras.

— Enquanto eu pensava em como me expressar para vocês, eu me lembrei de algo que meu pai sempre dizia. Ele começou. Isabella o olhou. Era a primeira vez em que ele citava seu pai sem o pesar e a critica em suas palavras.

— Ele dizia que há coisas na vida que são árduas e extenuantes na vida. Mas o maior de todos eles é o de levar o alimento para dentro de casa.

O Sr. Moura balançou a cabeça concordando com suas palavras.

— Este cargo, do qual dependem tantas vidas é um fardo enorme e pesado. Edward continuou. Sempre sincero, Isabella pensou.

— Eu percebi que tudo o que fiz no passado destruiu a felicidade que vocês construíram e eu peço desculpas por isso. O pedido de desculpas mais sincero que posso fazer é parar de viver como fiz no passado.

Ele fez um gesto e Isabella colocou os gráficos na tela atrás dele mostrando o novo projeto para todos.  

— É por isso que eu vou juntar o meu futuro e o de vocês. Minha maior habilidade esta nos cálculos, então vou usar minha renda como investimento para a criação do novo produto. Ele começou a explicar seu plano conforme o gráficos eram mostrados.

Os olhos do Sr. Moura brilharam quando ele percebeu que Edward usaria sua fortuna pessoal para investir na Hermia.

— Se vocês não estiverem comigo, então nada disso adiantara. Por favor, me ajudem a ajudar vocês. Sei que fui um canalha, e que humilhei vocês. Todos os olhos se voltaram para ele em surpresa. Edward Cullen estava admitindo e se desculpando? Isabella quase podia ouvir suas mentes gritarem. Por que assim como eles, ela também estava surpresa.

— Por favor confie em mim. E eu protegerei vocês. Por que se não fosse por vocês eu não seria nada. Edward olhou diretamente para Isabella.

— É tudo o que eu tinha a dizer. Ele encerrou baixando o olhar, torcendo para que fosse o suficiente.

Aplausos encheram a sala quando o Sr. Moura em um gesto ousado começou a aplaudir e os outros continuaram. Edward ergueu o olhar percebendo uma Isabella sorridente e aplaudindo efusivamente.

— Obrigado. Obrigado a todos vocês. Agradeceu com um sorriso que rasgava seu rosto. Seu pai tinha razão afinal.

— Amanha, vamos começar com a produção do novo produto. Por hoje, vão para casa e descansem.

O local foi ficando vazio quando todos começaram a sair com um sorriso no rosto. Um sorriso de esperança e vitoria. Edward havia dado a eles algo concreto para lutarem.

Isabella se aproximou e ele a abraçou sem pensar. Estava feliz demais e queria dividir sua felicidade com ela, por que se não fosse ela, ele não estaria ali.

— Você conseguiu. Ela disse quando se soltou.

— Nós conseguimos. Ele disse. _ Obrigado. A vocês dois, muito obrigado. Ricardo que ate então estava parado observando o casal se aproximou em abraço grupal e sem mais nem menos começaram a pular de tanto contentamento.

As risadas cessaram e Edward se tornou serio.

— O que foi? Isabella perguntou.

— Tem mais uma coisa que eu preciso fazer hoje. Preciso ir ate a Empresa.

— Eu vou com você. Ela disse.

— Meu pai acreditava muito nas pessoas e isso não é ruim, estou descobrindo agora. Mas ainda assim tem pessoas que não da para serem mantidas próximas ou contaminarão a tudo ao seu redor.

— Vai demitir Jacob Black? Ricardo perguntou se pronunciando pela primeira vez. Ele já havia perguntado por que Edward ainda o mantinha ali, mesmo depois de tudo o que ele fez.

— Sim. Ele respondeu observando a reação de Isabella. Eles haviam sido muito próximos e Edward tinha receio de magoa-la com sua decisão. _ Desculpe. Mas eu não posso arriscar. Disse olhando-a. Isabella suspirou.

— Eu sei. Honestamente, penso que esta é uma decisão muito sabia. Ela disse recordando das ameaças de Jacob na ultima vez em que se encontraram.

—  Então não esta chateada?

— Não. Você precisa fazer o que for melhor para a Empresa. E eu vou apoia-lo no que precisar. Eu prometi lembra?

Edward acenou positivamente.

— Todos já foram para casa. Vá você também. Nos encontramos amanha na empresa. Ele disse não querendo que Jacob colocasse os olhos nela. Sabia que estava sendo infantil, mas não podia evitar.


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Notas finais do capítulo

Quem esperava este pedido de desculpas do Edward?
E a decisao dele de usar seu dinheiro para investir na Empresa? Muito lindo ne gente.
Estou me apaixonando por este Edward.
kkkkk.
Comentem meus amores. quero saber a opiniao de vocês.
Bjs