Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 18
Capitulo Dezoito


Notas iniciais do capítulo

E mais Um....
Quem esta feliz da um Oi. kkkk
Boa leitura.



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— Você precisa ver isso. Alice entrou na sala eufórica assustando Isabella.

—  O que aconteceu? Alice a pegou pela mão arrastando para o mural eletrônico interno da Empresa que mostrava a equipe do novo Presidente.

— Jacob foi indicado como candidato a Presidência da Empresa. E ele esta solicitando que você seja a secretaria dele, olha. Isabella piscou com a informação.

— É claro que seria assim. Com a morte do presidente, Edward vai deixar a Hermia, talvez ate se mude novamente. Ela ouviu as amigas e deu um suspiro.

Avistou Ricardo entrando com vários arquivos na mão e se esquivou para ajuda-lo.

— Obrigado. Agradeceu quando ela pegou algumas pastas que dificultavam sua visão. Isabella esperou olhando com ansiedade para a porta. _ Ele não vira hoje novamente. Avisou. Ela voltou-se para ele.

— Como ele esta? Perguntou depositando as pastas na mesa.

— Parece deprimido. Estou realmente preocupado. Não sei o que fazer para tira-lo daquela casa. Admitiu. _ Porque não tenta falar com ele? Pode ser que tenha mais sorte do que eu.

— Vou tentar. Garantiu.

E ela tentou com afinco, mas foi ignorada na mesma proporção. Os dias começaram a se transformar em semanas e Edward ainda não havia voltado.

— Jacob se declarou para você? Wendy perguntou alterando a voz.  Isabella olhou envolta para ver se alguém tinha ouvido a reação exagerada da amiga e acenou concordando. Elas estavam em uma Cafeteria próximo a Empresa onde Wendy pediu que se encontrasse. _ E o que você disse?

— A verdade. Que não penso nele desta maneira. Respondeu tomando um gole do seu café.

— O quanto você o conhece? Ela perguntou de repente.

— Jacob? Ela perguntou fazendo Wendy acenar. _ Desde que  me mudei. Sempre estudamos juntos.  

— Isso é estranho. Ponderou com o olhar distante.

— O que é estranho? Isabella perguntou sem entender.

— Não é nada. Tentou disfarçar.

— Você esta estranha. Isabella disse encarando-a. Wendy levou a xícara aos lábios para ganhar tempo e se recompor. O celular de Isabella vibrou com uma mensagem.

— Preciso ir. Disse levantando-se.

— Tudo bem?

— Tudo. É trabalho.

Elas se despediram e Isabella praticamente correu em busca de um taxi. Após vários dias, e muitas tentativas de contato, Edward finalmente respondera. Não dizia muito, apenas um pedido de que ela fosse encontra-lo, mas era o suficiente.

— Oi. Ela disse apenas sentindo algo mover em seu coração. Edward a olhou enquanto fechava a porta. _ Tudo bem?

— Sim. Ele respondeu somente. _ Preciso de um favor. Disse olhando-a.

— O que aconteceu? Isabella se pegou respondendo.

— Quer ir ao tumulo dos meus pais comigo? Perguntou e Isabella o olhou. _ Faz anos que não vou la, e você conhece a região melhor do que eu. Explicou. _ Pensei que pudesse me acompanhar.

— Claro.

Eles dirigiram por quase duas horas ate chegar no local, em um silencio perturbador. Isabella queria conversar, descobrir como ele estava, porque tinha se ausentado assim, mas desistiu depois de algumas respostas monossilábicas que recebeu.

— Seu tio mantinha alguém para cuidar aqui. Ela explicou quando eles se deparam em frente ao tumulo.

— Entendi.

Isabella o olhou profundamente.

— Eu vou esperar no carro. Leve o tempo que precisar.

Edward se sentia estranho e inquieto quando ficou sozinho.

— Oi mãe, pai. Sou eu, Edward. Faz muito tempo não é? Olhou ao redor indeciso e respirou fundo. _ Acabou. Depois de anos vinguei sua morte pai. Uma lagrima solitária escorreu. _ Cumpri minha promessa mãe. Edward ficou mais tempo ali, embora tenha permanecido em silencio a maior parte do tempo.

Quando voltou para o carro encontrou uma Isabella estranhamente quieta.

— Podemos ir.

— Esta bem. Ela concordou com um aceno. Nuvens escuras começavam a se formar e rapidamente gotas caiam ficando cada vez mais forte.

Edward colocou o carro em movimento enquanto silenciosamente ela o analisava.

— Como foi? Perguntou vendo sua inquietação.

— Estranho. Respondeu sincero. _ Passei muito tempo sem vir aqui. Ela deu um sorriso reconfortante.

— Isso pode mudar agora. Um tranco no carro fez Edward parar e desligar. Edward desceu erguendo a lataria do carro e percebendo a fumaça escura saindo de la.  Isabella correu pegando um guarda chuva e colocando sobre eles.   

— Vou chamar a assistência. Ela decidiu quando ambos olharam para o carro e não souberam o que fazer. Edward ficou quieto enquanto esperava que ela falasse ao telefone.

— Eles estão vindo, mas vai demorar um pouco já que estamos longe e as estradas enlameadas. Ela falou um pouco mais alto para que ele ouvisse através da chuva.

Edward reparou na forma em que ela segurava o guarda chuva, quase se molhando por completo. Com um suspiro exasperado, enlaçou sua cintura trazendo para mais perto. 

— Você esta ficando encharcada. Disse segurando-a.

Isabella prendeu o fôlego notando a proximidade. Edward a olhava intensamente.

— Por que esta fazendo isso? Eu não valho a pena.

— Edward...

— Vamos voltar para o carro e esperar la dentro. Decidiu levando-a primeiro e depois dando a volta e entrando. Assim que se acomodaram, o estomago dela roncou fazendo-a ficar envergonhada. Edward se moveu acessando uma sacola no banco de trás.

— Não é grande coisa, mas deve servir enquanto não voltamos a cidade. Ele disse lhe entregando alguns salgadinhos. Graças a novo habito que ele tinha adquirido, mesmo não podendo comer besteiras, as vezes não resistia.

— Obrigada. Ela começou a comer. Edward lhe estendeu uma garrafa de água e ela sorriu timidamente. _ Não vai comer?

— Não estou com fome. Diante daquela informação ela suspirou.

— Você parece cansado.

Edward suspirou encostando a cabeça no banco e fechando os olhos por um momento.

— Não tenho dormido bem. Murmurou.

— Desde que seu tio se foi? Edward abriu os olhos virando -se para ela. _ Fiquei preocupada quando não apareceu na Empresa.

— Precisei de um tempo para repensar minha vida. Você tinha razão, eu sou como ele. Todas as coisas que eu odiava nele estão presentes em mim. Ele disse a olhando. _ Hoje quando estava no tumulo dos meus pais, eu senti vergonha, quase podia ouvi-los me perguntando como me tornei este monstro. Riu com tristeza.

— Seus pais nunca o veriam assim, mesmo que tenha feito coisas horríveis, eles ainda irão ama-lo. Ela disse suavemente, enxergando ali, mais uma vez o garoto solitário. _ Ainda assim, sempre há chance de mudar o rumo não é? Largar o que traz vergonha e fazer o certo. Edward a olhou detectando a esperança em sua voz.

— Obrigado por me acompanhar. Eu não queria vir ate aqui sozinho hoje.

— Eu entendo.

Edward a olhou com atenção.

— Tem mais uma coisa que eu preciso te falar.

— O que é? Perguntou suavemente. Gostava quando nas raras vezes, ele se abria.

— Isabella, eu gosto de você. Ele disse tentando controlar as batidas do seu coração. _ Toda vez que te vejo sinto algo no peito e fico nervoso. Eu acabo ficando sem graça e constrangido. Eu nunca fui assim. Nunca permiti que estes sentimentos envolvessem meu coração. Mas...

— Mas...

— Toda vez que eu te vejo, quero ser uma boa pessoa. Quero ser um bom homem. Alguém capaz de amar e ser amado. Isabella continuou com os olhos cravados nele. Sua boca não emitia nenhum som. Ele sorriu constrangido. Abrira seu coração. Agora não podia mais voltar atrás. E não queria. Pensou enquanto num impulso a beijava. Ela não o empurrou, como fizera da primeira vez, pelo contrario abriu os lábios dando passagem fazendo-o apreciar a maciez dos seus lábios. Edward sentia que seu coração ia parar se continuasse batendo tão rápido.  

Eles foram interrompidos pelo resgate que viera busca-los e se afastaram. Durante todo o caminho, Isabella permaneceu calada e ele simplesmente não encontrou as palavras certas para falar.

Em casa Isabella se deixou desabar olhando um porta retratos em que Mike e ela pousavam juntos. Lagrimas preencheram seu rosto.

— Desculpa. Murmurou. Por que pela primeira vez sentiu seu coração bater por outro, e a sensação de que o traia a machucava. 

Eu gosto de você.

As palavras dele reverberavam em sua mente. Isabella piscou tentando afastar os pensamentos e se concentrar no trabalho a sua frente. Desde o dia que se beijaram Edward não voltou a Empresa. Continuou pedindo que Ricardo o substituísse quando necessário. Ela suspirou exasperada. Aquilo significava que ele não planejava ficar. Então porque beija-la se pretendia partir? Seus sentimentos estavam uma confusão total.

O toque de seu celular interrompeu seus pensamentos.

— Sr. Moura. Atendeu surpresa. 

— Oi Isabella. A voz do seu futuro ex-sogro preencheu seus ouvidos. _ Você tem um minuto? Estou aqui embaixo na Cafeteria e gostaria de conversar com você.

— Claro. Estou descendo. Ela desligou já se encaminhando para o elevador. _ Está tudo bem? Ela perguntou quando ele se levantou para recebê-la. 

— Sim. Está. Isabella soltou o ar que nem sabia que estava segurando. _ Nós queríamos falar com você. Ele disse fazendo olhar em torno e notar um homem ao seu lado.

—Isabella obrigado por nos receber. Ele disse lhe apertando a mão. 

— Como vai Sr. Oscar?                             

— Vou bem. Ele respondeu cordial.

— Nós viemos aqui hoje por que precisamos pedir um enorme favor. O Sr. Moura disse voltando a sentar-se. Ela fez o mesmo quando ele apontou uma cadeira vazia.

— Se eu puder ajudar. Ela respondeu solicita. O Sr. Oscar estendeu para ela uma pasta amarela e ela o olhou em interrogação.

— Esta é a mais recente pesquisa de produção da Fábrica, está comprovado que ainda podemos produzir e comercializar nossas melhores fontes e formas de produção em massa. Ele explicou. _ Ainda temos potencial Isabella. E pensamos em uma maneira de que Edward Cullen soubesse disso. Se ele ver que a Fábrica ainda tem muito a oferecer, talvez possa mudar de ideia quanto a venda da Hermia.

— Você trabalha para ele. Pode tentar mostrar? Sei que o que estamos pedindo pode ser difícil, mas estamos ficando sem opções.  A reestruturação foi anunciada. Estamos prestes a perder o emprego. Não pediríamos se não fosse realmente importante. Ela segurou a pasta em suas mãos sentindo a forma como aquelas pessoas depositavam sua última esperança.

— Claro. Farei isso.

— Obrigado Isabella. Em nome de todos os trabalhadores da Fábrica eu agradeço. O Sr. Oscar agradeceu parecendo mais aliviado.

O Sr. Moura sorriu parecendo orgulhoso. Por um momento, ela sentiu impotência diante das expectativas que silenciosamente depositavam nela, mas estava decidida ao menos tentar. 

— Sim. É verdade. Nós agradecemos muito. O Sr. Oscar concordou. _ Bem...Era isso. Precisamos voltar agora, se cuida. 

— Claro. Ela respondeu também levantando. Ela tirou os documentos da pasta analisando os gráficos, não era especialista, mas pelo que entendia, com certeza a Empresa ainda tinha potencial. Mais de 400 funcionários precisavam manter seus empregos, ela refletiu enquanto se enchia de coragem para procurá-lo.  

Parada em frente ao portão, ela sentiu-se recuar. Não o vira depois daquele dia e honestamente não fazia ideia de como reagir.  

— Me procurando? Ela pulou assustada quase caindo, quando sentiu os braços dele a envolverem. Como se de repente percebesse a proximidade Edward abriu os braços soltando-a.

— Precisamos conversar. Ela disse tentando quebrar a tensão. Não era assim que planejava encontra-lo.

— Está bem. Vamos entrar. Disse observando a com uma pontada de esperança. Ela ali após todos aqueles dias sem se verem era demais para o seu frágil coração que já batia acelerado.

Isabella sentou-se ainda segurando a pasta.

— Como você esta? Ele quis saber.

— Anh...bem. Ela pigarreou para recuperar a voz.

— Sobre o que quer falar? Ele perguntou tentando soar tranquilo.

— Dê uma olhada nisto, por favor. Ela pediu oferecendo a pasta a ele.

— O que é isso?

— É uma pesquisa recente da Fabrica. Uma proposta de um novo produto da Hermia.

— Por que esta me dando isso? Ele perguntou ciente daquelas informações, mas sem a menor disposição de lutar. Era um trabalho árduo e um risco enorme. Risco este que não era seguro assumir. A Empresa estava danificada demais para reerguê-la. Em toda a sua carreira, Edward havia prendido a calcular os riscos antes de qualquer coisa, a pensar friamente, e nunca agir pela emoção. No mundo dos negócios, emoções eram uma granada.

— Não pode dar mais uma chance para a Empresa?

— O que? Perguntou surpreso por sua proposta.

— Seu pai dedicou a vida na construção desta Empresa. Não podem fecha-la assim. Nesta proposta fica claro que ela ainda tem potencial. Ela pode crescer, se...

— Espera. Ele disse erguendo a mão. Ela parou de falar o olhando.  _ Veio aqui para falar disso?

— Sim.

— Não tem mais nada para falar alem disso? Tentou mais uma vez.

— Não. Respondeu mais vez encarando o chão.

— Esta é a primeira vez que nos vemos depois daquele dia, mas não tem nada para me dizer? Questionou olhando-a impetuosamente.

— Acho que será melhor para nós dois não falarmos sobre isso. Nós dois erramos...

— Esta me dizendo que cometeu um erro? Ele perguntou a interrompendo mais uma vez.

— Eu não quis dizer isso.

 _ Pois saiba que fui sincero em cada palavra. Depois daquele dia, eu fiquei ansioso, queria vê-la novamente, senti falta... ele se interrompeu,  respirando fundo para recuperar o controle. _ Mas você só sabe falar desta Empresa.

— Desculpe. Eu achei que perderíamos o foco no trabalho, achei que ficaria desconfortável em falar sobre isso.

— Parece que é você quem esta desconfortável. Ele rebateu interpretando suas palavras como uma negativa. _ Certo? Quer falar de trabalho, vamos falar de trabalho. Não tenho o menor interesse em ver esta proposta. Pode leva-la consigo.

— Edward...

— Já estamos em fase de aquisição. Acha que pode me fazer mudar de ideia com esta historia sentimental?

—Sim. Admitiu. _ Achei que estava mudando aos poucos. Vi a forma como tentou ajudar o seu tio sem que ninguém soubesse para que ele não tivesse a reputação manchada. Não é uma prova de sua mudança?

— E o que? Esta me dizendo para escolher um caminho da qual eu não tenha vergonha? Esta me pedindo para abandonar o meu jeito, a forma como vivi todos estes anos, e recomeçar vivendo de uma maneira que eu não sei o que esperar?  Eu não sei viver desta maneira, preciso de certezas e segurança, e não saber o que o futuro me reserva é apavorante e confuso.

— Deve ser a melhor escolha para a...

— Já chega. Ele disse levantando-se.

— Vou proteger você. Ela disse levantando-se também.

— O que?

— Para que não fique confuso e apavorado. Vou te ajudar e te proteger. Acredite em mim. Pediu o olhando com firmeza. Edward a encarou como se tentasse enxergar a sua alma. _ Você ainda pode reconstruir a fabrica. Pode reerguer a empresa. Não percebe? Tem a chance de fazer tudo certo desta vez. Apenas pense um pouco a respeito, por favor. Pediu colocando a pasta sobre a mesa. _ Vou indo agora. Avisou dando uma ultima olhada nele.

Edward sentia-se balançado, dividido. Era sempre assim quando o assunto envolvia Isabella. Por que lutar tanto por esta Empresa afinal? Ela era teimosa e persistente. Concluiu percebendo que estava magoado pela forma em que ela lutava com unhas e dentes para manter a Empresa, mas parecia não dar a mínima para os sentimentos dele.  Apoiando a cabeça na cama, notou que seria uma longa noite. No dia seguinte, o Presidente da Gold Partners viria para a reunião de aquisição. Edward sabia que ele pretendia oficializar a proposta de oferecer a vice-presidência da Gold Partners para ele já que suas aquisições milionárias trouxeram muitos lucros. Estranhamente aquela ideia não o empolgava como deveria.


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Notas finais do capítulo

E entao? O que acharam?