Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 15
Capitulo Quinze


Notas iniciais do capítulo

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— Como você foi desmaiar bem no meio desta situação? Irina perguntou assim Edward atendeu o celular.

— Não tive tempo de me recuperar direito. Fiquei analisando todos os documentos da Hermia mesmo enquanto me recuperava da cirurgia. Argumentou.

— Ok. O que importa é que esta bem agora. Eu só liguei para avisar que sua entrevista esta confirmada para amanha. Vamos focar na má gestão do atual presidente e mostrar o motivo pelo qual a Hermia ira a falência. Vai ser assim, que vamos virar o jogo contra eles.

— É um bom plano.

— Ok. A gente se fala. E desligou.

Na manha seguinte, Edward acordou cedo. A equipe já estava em sua casa preparando o cenário para a entrevista. Tomou seu café na cozinha enquanto ouvia agitação a sua volta.

— Resolva isso. Ricardo pediu desligando o celular preocupado.

— O que foi? Edward perguntou o olhando.

— A equipe de maquiagem que contratamos se envolveu em um acidente no caminho com três carros. Ninguém esta gravemente ferido, mas não vão conseguir chegar aqui há tempo.

— Mas a entrevista será daqui a pouco.

— Já resolvi isso. Pedi para a Isabella nos ajudar.

— Por que a envolveu nisso? Ele perguntou. Ricardo não teve tempo de responder por que ela surgiu apressada com o terno nas mãos.

— Muito obrigado Isabella. Você salvou meu dia. Ele agradeceu aliviado. Ela deu um sorriso.

— Não foi nada. Estou muito atrasada?

— Não. Quando ele se trocar, pode ajuda-lo com a maquiagem facial? Fico te devendo uma. Disse saindo sem que ela respondesse.

— Bom dia. Edward disse evitando contato visual.

— Bom dia. Respondeu entregando o terno a ele que desapareceu pelo corredor. Minutos depois estavam sentados frente a frente enquanto ela passava o pó em seu rosto para tirar o brilho. A cada movimento dela, Edward sentia seu corpo responder. Seus pelos se enricarem enquanto sentia seu halito próximo a ele fazendo seu coração acelerar. Seus lábios rosados o chamavam. Quando ela pegou a gravata, e tocou em suas orelhas acidentalmente Edward se levantou apressado.

— Eu faço isso. Disse brusco ainda se sentindo vulnerável.

— Esta bem. Ela concordou desviando o olhar.

Quando a entrevista acabou, Edward a procurou pela casa com o olhar.

— Vamos. Chamou.

— Para onde? Perguntou indo atrás dele que já andava a sua frente. Caminharam vários minutos em silencio, um do lado do outro, na direção da casa dela.

— Você deve estar cansado. Não precisa me levar em casa. Ela disse quebrando o silencio.

— Precisava fazer uma caminhada. Alegou. _ E também queria te perguntar uma coisa.

— O que? Respondeu confusa com sua reação. Ele sempre a confundia.

— Você esta bem? Ela o olhou interrogativa.  _ Soube que minha casa era muito importante para você. Deve ter sido difícil ficar la hoje. Edward disse lembrando-se do fato de que ela e o falecido noivo planejavam comprar justamente a casa que ele se encantou e que agora morava nela. _ Vou providenciar de que você não precise mais ir la.

— Eu descobri uma coisa recentemente. O importante é com quem você mora, não o local em si. Sua casa já foi muito importante para mim, mas agora, é apenas uma casa comum. Edward a olhou sem saber realmente como aquelas palavras o atingiam. Isabella o confundia completamente. _ Eu também tenho algo a dizer. Revelou.

— O que? Ela levou um segundo criando coragem.

— Não devia se envergonhar do seu pai. Falou relembrando suas respostas na entrevista. _ Quem deveria ficar envergonhada era eu. Foi o meu pai que traiu o seu. Ele permaneceu a olha-la como se realmente quisesse enxergar dentro dela. _ A Fabrica é um bom lugar, construindo por um bom homem. Ela sorriu tristemente.

— Não quero falar sobre isso. Disse fugindo do assunto.

— Eu descobri uma coisa hoje. Ela disse preenchendo o silencio mais uma vez. _ Talvez você não seja uma ma pessoa. Talvez seja só alguém ferido por dentro. Você costuma fazer negócios milionários e muitas pessoas tem medo de te-lo por perto, mas talvez ainda seja apenas um garoto ferido de nove anos que perdeu sua família e sua vida. Suas palavras o atingiram mais do que ele gostaria de admitir. Edward a olhou se sentindo exposto e vulnerável, de uma forma que ele jamais sentira antes. Nunca tinha dado espaço para que alguém se aproximasse daquela forma.

— Foi um longo dia. Devia descansar. Disse antes de virar as costas e voltar para casa.

Algumas semanas se passaram. E o assunto nunca mais foi abordado. Edward tentava ao máximo se manter afastado dela. Mesmo que ele ainda continuasse arranjando motivos para vê-la.

— Não vigia sua secretaria? Irina perguntou invadindo sua sala assim que ele abriu a porta.

— Não acho que preciso. Perguntou indo a cozinha servindo-se de café.

— Desde quando acha que isso não é necessário? Sei que é desagradável, mas precisa ficar atento a todos a sua volta. Ela disse aceitando a xícara que ele oferecia e colocando na mesa com força. Ela continuou enraivecida. _ Contratei um detetive particular para ficar de olho em seu tio. Descobri que ele não esta na Espanha como quer nos fazer pensar.

— O que? Perguntou confuso.

— E advinha quem mais ele encontrou neste endereço? Ela perguntou o entregando o papel. _ A sua secretaria. Ela sabe mais do que aquele rostinho denuncia. E com certeza esta apoiando qualquer que seja a estratégia dele.

Edward a encarou. As informações giravam em seu cérebro. Isabella estava agindo em suas costas?

— Resolva isso. Ou vamos ter problemas. Disse batendo a porta quando saiu ignorando Ricardo que acabava de chegar.

— Quanto mau humor. Comentou. _ O que aconteceu? Perguntou percebendo que Edward estava estranho.

— Preciso que me ajude com uma coisa. Vamos. Eu explico no caminho.

Edward e Ricardo seguiram Isabella por toda a parte. A noite caia quando eles perceberam que ela entrou em um hospital acompanhada de alguém.

— Um possível investidor? Ricardo sugeriu.  Edward forçou a visão para ter mais clareza.

— Fique aqui. Eu vou entrar. Disse. Edward esperou observando o andar em que o elevador parou. Sentia seu corpo tremer. Ela o estava traindo. Era por isso que ele não permitia que as pessoas se aproximassem. Errou em deixa-la por perto.

Deu uma olhada discreta quando desceu no andar que apontava Ala VIP. As letras “Aro Cullen” na porta a sua frente fizeram sua visão embaçar.

— Não pode entrar. Um segurança o parou assim que ele fez menção de entrar.

— Saia. Ordenou.

— Já disse que não pode entrar. Tentou novamente.

— Falei para sair. Gritou forçando a passagem.

— O que... Isabella parou a pergunta no ar quando percebeu Edward ali, seus olhos pareciam perfura-la com a fúria que enxergava neles. _ Edward... ele a puxou fazendo-a sair de sua frente e entrando no quarto.

— Quem é você? Uma mulher perguntou se levantando.

— Ola tia. Sou seu sobrinho. Edward Cullen. Falou raivoso e seu olhar encontrou Aro Cullen sentado numa poltrona.

— O que esta fazendo aqui? Como descobriu este lugar? Aro perguntou notando sua presença.

— Tenho meus contatos. Então é aqui que esta se escondendo quando todos pensam que esta na Espanha. Porque?

— Não tenho que te dar satisfações. Rebateu.

— Considerando a sua atual situação, eu diria que tem sim. O que esta fazendo aqui? Aro o olhou.

— Estava com tanta pressa assim seguindo-a que não olhou a placa do hospital? É um centro de tratamento de câncer. O que acha que estou fazendo aqui? Devolveu enraivecido.

 _ Câncer? É algum tipo de punição por ser tão cruel?

— Eu? Cruel? Eu faria tudo de novo seu moleque. Xingou. _ Seu pai era um sonhador. Tinha boas intenções. Mas nunca iria dar certo. Não neste mundo em que um come o outro vivo. Olha só para você, esta fazendo isso agora mesmo enquanto pensa na melhor forma de usar isso contra mim nesta sua vingança infernal. Gritou.

— É isso mesmo. Confirmou também gritando. _ Neste momento, tudo o que passa na minha cabeça são os números. Estou pensando no dinheiro que ganharei usando esta nova informação. Vamos ver quem vai permanecer ao seu lado quando descobrirem sua real condição. Irônico não é? Perguntou lembrando quando seu tio o expos por seu problema no coração. Então prepare-se, por que isso é só o começo. Não vai ter sossego ate o dia da sua morte.

— Papai... um garotinho os interrompeu. Edward o olhou. Ele parecia ser ainda mais novo do que ele quando perdeu seus pais. _ O senhor vai morrer? Perguntou começando a chorar. Isabella surgiu atrás dele apressada. Edward viu a expressão do seu tio se transformar de ódio em amor enquanto ele abraçava o garoto e lhe dizia palavras tranquilizadoras.

Ele saiu da sala em disparada ouvindo Isabella chama-lo.

— Não me siga. Falou.

— Edward...

— Eu disse para não me seguir. Gritou muito próximo a ela assustando-a.

— Por favor, vamos conversar... foi interrompida novamente.

— Sobre o que? Esta com medo? Perguntou com dureza.

— Não é isso. Por favor acalme-se e ponha a cabeça no lugar, antes que faça...

— O que? Ele perguntou segurando fortemente seu braço em puxão trazendo para perto. _ Não tente ser boazinha. Debochou. _ Você o ajudou pelas minhas costas. Traiu o pouco de confiança que eu tinha em você e agora esta preocupada comigo? Jogou as palavras em cima dela. Isabella sentiu os olhos arderem e lagrimas se formarem sem sua permissão. Ele a soltou fazendo-a cambalear um pouco.

Com a respiração pesada e o corpo tenso ele lhe deu as costas rumo a saída. Isabella aprumou o corpo novamente sentindo suas pernas fraquejarem. Forçou-se a caminhar se colocando a sua frente. Edward parou quase em cima dela.

— Sei que esta nervoso. Mas me deixe explicar. É um assunto delicado e sua tia me pediu para ajudar com a chegada do filho que estava estudando nos Estados Unidos. Ela queria que o filho visse o pai antes que ele partisse. Disse em um fôlego só.

— Qual é a real situação dele agora? Não pense que estou perguntando por não ter como descobrir. Sua ameaça velada chegou aos ouvidos que apertou as mãos nervosamente.

— Ele operou de um câncer há cinco anos. Recentemente descobrimos que o câncer reincidiu.

— Ele vai passar por cirurgia?

— Infelizmente não há mais esperança. Revelou e Edward sentiu o peso se instalar sobre o seu coração. _ O câncer se espalhou pelo fígado, pelos rins, e outros órgãos. Ele esta muito mal Edward. Edward desviou o olhar dela. _ Se a doença dele vier a publico, a fabrica que já esta numa situação difícil será fechada e será o fim da Hermia. Eu queria impedir isso.

— O que aquele lugar significa para você? Perguntou aborrecido.

— Quando o meu pai morreu e eu fiquei sem nada, eles me acolheram e cuidaram de mim. Devo minha vida aquelas pessoas que com o coração bondoso não exitaram em me ajudar. Aquele lugar significa muito para eles também.

— Desculpe por desaponta-la, mas só consigo pensar nos números. Só consigo pensar na queda das ações com a morte dele, e no quanto vou lucrar com isso...

— Edward. Murmurou chocada. Suas palavras atingindo-a em cheio.

—  Vamos parar com esta conversa por aqui. E saiu deixando-a em pedaços para traz.

Envolvido na penumbra da noite, Edward sentiu as lagrimas se formarem em seus olhos. Sozinho, ele permitiu que a realidade o atingisse e ele chorou.


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