Enquanto o ônibus passava pelas ruas, Isabella refletia em como sua vida havia mudado. Alguns meses atrás ela estava feliz, amava seu emprego e era boa nele, e o mais importante, ia se casar com o homem que amava.

Agora Mike se fora, não tinha emprego e nenhuma perspectiva. O que fazer dali para a frente era uma incógnita.  Seu telefone tocou arrancando a dos pensamentos.

— Alô. Atendeu não reconhecendo o numero.

— Isabella Swan?      

— Sim.

— Boa noite. Somos da Loja Kairot. Gostaria de saber se a senhora gostou do produto.

— Qual produto? Perguntou sem entender.

— O anel. Ela disse devagar.

— Desculpa. Não estou conseguindo entender. Pode me explicar melhor?

— Sim. Alguns meses atrás o Sr. Mike veio até nossa loja para encomendar um anel. Quando ficou pronto tentamos entrar em contado com ele, para que viesse buscar o produto. Como não conseguimos, deixamos o produto em espera ate hoje, quando seu amigo veio buscar.

— Quem?

— O Sr. Edward Cullen. Disse que eram amigos. Ele efetuou o pagamento restante e retirou o produto. As informações giravam em sua cabeça. _ Desculpe. A senhora não recebeu?

— Acho que ainda não tivemos a oportunidade. Mas obrigada por avisar. 

— De nada. Espero que goste. É uma joia especial.

— Sim. Obrigada. E desligou. Deu sinal para o ônibus parar e desceu correndo. Precisava encontra-lo.

Edward caminhava pela casa observando algumas pessoas que passavam trazendo a mudança. Rapidamente os moveis eram colocados no lugar, poucas coisas restavam para deixa-la completamente mobiliada.

Ricardo entrou animado lhe entregado a escritura da casa. 

— Aqui esta. Esta casa agora é oficialmente sua.

— Eu sei. Respondeu sem empolgação.

— O que foi? Por que esta cara? Pensei que estaria feliz depois de tanto trabalho para convencer o dono a vende-la para você.

Edward suspirou. Seus pensamentos conturbados.

— Tenho a sensação de que esta faltando alguma coisa.

— É porque a casa é nova. Logo tudo vai estar no lugar.

— Não é isso. Respondeu inquieto.

— Então o que é?

— Não sei explicar. Respondeu deixando Ricardo confuso. Caminhou para o jardim sentindo a noite fria envolve-lo. A imagem de Isabella sendo humilhada por seu tio não saia dos seus pensamentos, e pior ainda, era a sensação de arrependimento. Era difícil admitir, mas ele havia sido o causador daquilo, e agora ela o odiava.

Edward congelou ao vê-la parada em frente ao portão.

— O que esta fazendo aqui? Perguntou quando o silencio permaneceu entre os dois.

— Por que esta aqui?  Perguntou angustiada.

— Eu moro aqui. Me mudei há poucos dias. Ela deu um sorriso frustrado desacreditando no seu destino.

— Com tantas casas para comprar tinha que ser esta? Perguntou para si mesma.

— Algum problema? Ele perguntou a olhando com atenção.

— Ontem você foi ate minha casa. Porque?

— Queria me desculpar, por isso fui ate la.

— Você pegou algo que me pertence. Como sabia deste anel se nem eu mesma sabia?

— Isso é um pouco complicado de explicar. Começou. Ela o olhou em espera. _ Esta bem. Fui resolver um assunto na loja e descobri do anel. Ele explicou sem mencionar que seus sonhos o levara ate aquele lugar. Se ele não conseguia entender, ela tampouco conseguiria. _ Pensei em fazer um favor. Justificou.

— Me dê. Exigiu estendendo a mão. A contra gosto ele levou a mão ao bolso pegando a pequena caixa.

— Como sabia que estava comigo? Perguntou entregando a ela. Agarrando a embalagem em suas mãos, ela deu as costas para ele se afastando do lugar que lhe trazia lembranças dolorosas. De longe pode ouvi-lo gritar chamando-a, mas continuou a andar.

Na segurança de sua casa ela abriu a pequena caixinha emocionada pela escolha que ele fizera. Depois de quase um ano, ela recebia o anel que Mike a prometera.

Enquanto admirava o anel em seu dedo, Isabella chorou. De dor. De saudade. Uma mesclada na outra. Nunca tiveram a oportunidade de realizar este sonho e nem todos os outros que fizeram. Lembrando-se do dia em que Mike prometera comprar a casa para construírem uma família. Exatamente a casa em que seu ex chefe era o dono agora. O destino realmente gostava de lhe pregar peças.

Edward teve uma noite agitada. Por mais que tentasse não conseguia dormir. Era cedo quando ele descia em frente a casa de Isabella. Antes que batesse, a porta foi aberta e ela surgiu surpreendendo-o.

—  O que esta fazendo aqui? Perguntou chocada ao vê-lo em sua porta. Era cedo, mas ela já estava arrumada.

— Vai sair? Ele perguntou a olhando.

— Não que seja do seu interesse, mas eu preciso procurar emprego. Justificou com ma vontade.

  _ Ótimo. Venha comigo.

— Porque? Ele não respondeu. Segurando-a pela mão começou a leva-la para o carro. 

 _ O que esta fazendo? Perguntou puxando o braço. Ele suspirou aborrecido.

— Precisamos resolver sua situação.

— E como pretende fazer isso?

— Você vai ver. Apenas confie em mim. Ela o olhou desconfiada. _ Por favor.

Em silencio ela entrou no carro enquanto ele dava a volta e assumia a direção.

Na sala da presidência, Edwrad não esperou ser anunciado.

— O que esta acontecendo? Aro inquiriu com a invasão.

— Tio, temos algo para acertar. Vamos, conte a ele que não traiu a Empresa.

— O que? Ela perguntou confusa. Ele suspirou aborrecido como se o raciocínio dela fosse lento demais.

— Ela nunca traiu a Empresa. Eu planejei tudo mandando-a para outro local, ela não sabia que estávamos fechando o contrato em outro lugar. Eu a usei como distração sem que ela soubesse.

— Isso é verdade? Aro perguntou olhando diretamente.

— Sim Presidente. Ela respondeu. Ele acenou concordando.

— Mas se ela não traiu a Empresa, isso não te ajuda em nada. Porque se deu ao trabalho de vir ate aqui explicar? Aro questionou estranhando o fato de que Edward não se importava com ninguém alem dele mesmo. Isabella também o olhou querendo saber a resposta.

— Não quero correr o risco de ter uma pessoa nova aqui. O Senhor sabe, a confidencialidade é importante. Argumentou. Aro o encarou decidindo se acreditava nele ou não.

— Sendo assim, pode recomeçar no cargo Srta. Swan.

— Obrigada Sr. Cullen. Eles saíram em silencio. No corredor Isabella parou de segui-lo. Edward virou-se percebendo que ela não o acompanhava.

— Porque fez isso?Perguntou o encarando.

— Foi culpa minha você perder o emprego, não fez nada de errado.  Uma vez você me disse que amava seu trabalho. Se saísse desta forma, não iria mais poder trabalhar em sua área. Sei que não gosta de trabalhar comigo, mas volte e aguente um pouco mais. Vamos tentar ser mais amigáveis desta vez.

— Tenho uma condição. Ela soltou.

— Qual? Perguntou em alerta. .Isabella o encarou sustentando seu olhar.

— Nunca mais me faça passar por uma situação assim, chega de testes.

—Combinado. Ele disse erguendo a mão para fecharem o acordo. Ignorando o gesto ela saiu deixando-o para tras.