Double Trouble escrita por Carol McGarrett


Capítulo 8
Capítulo 08 – Segurança Nível Master


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Muita sorte para quem será o segurança das pestinhas!
Boa leitura!



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Os dois agentes foram escolhidos, Anderson do FBI e nosso Dorneget.

Jenny, como tinha prometido, investigou a fundo a vida dos dois, todos os segredos dos dois agentes ficaram expostos na mão da DOE da CIA. E, quem a ajudou foi Emily. São mães, não discordei.

Quando os dois, se achando muito importantes, chegaram na frente das duas equipes para receberem suas instruções, foi até cômico.

Cada um de nós deu uma dica, e disse uma ameaça. Se algo acontecesse com aquelas garotas, eles eram ex-agentes, ex-seres humanos. Iriam sofrer nas nossas mãos.

Todo o detalhamento de segurança era simples. Os dois deveriam encontrá-las na porta da escola quando ou Hotch ou Gibbs ou Jenny ou Emily iriam deixá-las. Dali em diante, eles iriam em todos os lugares que elas fossem durante as aulas. Seriam suas sombras. Ficariam na porta da sala e revistariam cada um que entrasse. Ao fim das aulas, eles trariam as duas para o estaleiro, onde elas ficariam até que os pais fossem embora, mas mesmo aqui dentro, como elas não poderiam ficar todo o tempo do nosso lado, eles deveriam ficar de olhos nelas. Era um trabalho de meio dia. Nada poderia dar errado.

Mas eram Elizabeth Shepard-Gibbs e Elena Prentiss-Hotchner. Não deveríamos esquecer disto.

 O primeiro dia costumava ser sempre o pior e quando deu três e meia da tarde, as duas, muito educadamente, entraram na sala do esquadrão. Como era de se esperar, saíram cumprimentando a todos, até pararem perto dos pais. Agora ficariam ali um tempinho tentando tirar alguma informação. E, como daqueles quatro não sairia nada, Elena iria para o lado de Morgan ou Penelope, e Liz para o meu ou de Abby. Eu prefiro a primeira opção, logicamente.

Enquanto isso, fui sondar Donney para saber como elas tinham se saído.

— Donney, Donney... cuidando bem da filha do Chefe?

— Mas é claro Tony, se algo acontecer com a Liz, ele me mata.

— Ele não.

— A equipe, eu entendi o recado de ontem à noite, Tony.

— Eu disse que ele não, mas a Jenny sim.

— Ela sempre foi brava assim?

 - O que você acha, Donney? Olhe a cor do cabelo dela, isso indica o nível de fúria da ruiva.

Acho que assustei o pobre Ned, se ele já morria de medo do Chefe, ele agora tinha dez vezes mais medo da família inteira.

Mas nossa alegria de ter as duas ali conosco, borboletando e tentando tirar qualquer informação, durou pouco, logo Gibbs estava mandando as duas para a sala de reuniões, “porque ele não era bobo e sabia que as duas tinham dever de casa”.

Elas se despediram e, só pra variar, Liz passou perto de mim e, ao invés de me dar um beijo de despedida, como ela deveria fazer, ela roubou meu sanduiche.

— Ei, Pimentinha, esse é o meu almoço!

— Mas eu tô com fome, Tony!

— Eu também.

— Mas eu sou criança! Tenho que comer! E você é adulto, pode muito bem ir lá embaixo e comprar outro sanduíche de pastrami pra gente.

Pra gente? – Eu não perdi o que ela disse.

— É claro, eu também não almocei!

— Elizabeth, já lá para cima! Você pode estar aqui por estes dias, mas ainda está de castigo, mocinha!

— Sim senhor, pai. – Ela foi se esgueirando para a escada ainda comendo o sanduíche.

— E devolva o sanduiche do DiNozzo!

Ela deu uma mordida enorme para quem é tão pequena e magrinha e correu escada acima, falando algo que ninguém entendeu.

— Tá me devendo um sanduíche, Pimenta Malagueta! – Gritei na sua direção.

Logo atrás dela, subiu Donney e eu só fiz o sinal de “tô de olho” para Ned quando ele voou atrás dela.

E assim se passou a segunda-feira.

—---------------------------

Então era aqui que eu passaria as minhas tardes! Nada mal! Mas eu trocaria a cor das paredes. Laranja não é nada bom.

Mas o que eu poderia fazer? Nada...

Não sei exatamente o que está acontecendo. Papai não fala nada. Mamãe se faz de desentendida e, até mesmo Tio D e Tia Pen estão evitando as minhas perguntas. Isso nunca aconteceu antes!

Ok, eu estive de castigo. Sim, meu pai me deu uma condicional e agora eu estou livre. Tudo isso porque ando tendo bom comportamento, pedi desculpas a todos os envolvidos no incidente do “concurso de soletrar” e, por incrível que possa parecer, acabei por refazer a amizade com Lizzie.

Sim, Lizzie. Elizabeth é um nome muito grande, além de ser o nome da minha avó, então abreviei pra Lizzie. Apesar de que todo mundo parece chamá-la assim!

Bom, voltando. Eu estou, enfim, em liberdade. Mas tenho que passar as minhas tardes aqui sob proteção dos competentes agentes da NCIS e da BAU e, para finalizar, tenho que ter um segurança - Anderson - o mesmo que eu já infernizei a vida uma vez... espero que ele não se lembre disso! Caso contrário ele vai acabar comigo!

Então, hoje, logo depois da aula, me vi dentro de um carro mais bacana que a SUV que a BAU tem e vim parar aqui, no Estaleiro, onde fica a sede da NCIS!

Se fosse uma situação comum, eu teria adorado sair correndo pelo estacionamento até o navio - que não sei qual é, porque meu pai não é da Marinha - para poder explorá-lo. Mas não estamos em uma situação comum, portanto, a única coisa que fiz foi admirá-lo de longe e entrar para o prédio.

Diferentemente do prédio do FBI, onde os seguranças são os próprios agentes, aqui na NCIS são Fuzileiros ou Marinheiros. Todos em seus uniformes impecáveis e sua postura altiva. Achei legal.

Fomos devidamente apresentadas e identificas. Bom, pelo menos eu fui, porque todos parecem conhecer Lizzie aqui.

— Sempre é assim? - Perguntei quando passamos pela segurança.

— Assim como?

— Com Fuzileiros e todo mundo uniformizado?

— Sim! A NCIS cuida tanto da Marinha quanto do Corpo de Fuzileiros Navais. Então alguns dos membros desses times fazem a segurança aqui! Não é assim no prédio do FBI?

— Dentro do prédio não. A segurança é por conta dos próprios agentes, só vemos Fuzileiros dentro da base. Mas raro ter algum dentro do prédio.

— Bem... é estranho pensar que tenham agentes fazendo a segurança da própria agência, enquanto poderiam estar ajudando as demais equipes a resolverem seus casos.

— Olhando por esse ponto...

Foi quando chegamos ao andar e eu me deparei com as paredes laranjas!

Confesso que estava nervosa. Eu conheço todo o prédio do FBI, sem contar que o sexto andar - onde fica a BAU - pode ser considerado a minha sala de estar, então, chegar em um território novo, muito provavelmente dominado pela filha do Chefe do melhor time, não era uma sensação boa.

Fiquei com receio de que Liz assumisse a persona de “dona do lugar” e acabasse por me rebaixar... mas ela não fez isso!!

Então, assim que entrei, a primeira coisa que fiz, logo depois de cumprimentar a todos - sim, já tinha conhecido os membros da MCRT na noite passada, e os achei bem legais, principalmente Abby! Ela tinha um exterior que muito provavelmente alguns não devem gostar - pra mim ela é estilosa - mas, por dentro, ela é uma fofa tanto quanto a Tia Pen! Então é impossível não gostar dela! - fui grudar nos calcanhares de papai.

Tá bom, ele, talvez, só talvez, não deve ter gostado muito, mas, depois, acabou não ligando e eu fiquei por ali... tentado entender o que se passava e, ao mesmo tempo, tentando descobrir o motivo pelo qual eu tinha Anderson como minha sombra particular o dia todo. Teria sido mais fácil ser coroada a próxima Rainha da Inglaterra porque papai não abriu a boca! Como nem papai nem mamãe falaram algo - eu ainda esperei para saber se o Agente Gibbs ou a senhora Gibbs iriam dizer algo - não saiu nada! - então parti para meus informantes favoritos:

— Oi Tio D!! Tudo bem? – Cheguei pulando perto dele.

Ele me deu aquela olhada de quem sabia o que eu queria...

— Tempão que não te vejo! – Eu sorri inocente.

— Você me viu ontem, Little Princess.

Essa não colou.

— Eu quero dizer que tem um tempão que a gente não conversa direito... que coisa, Tio!

— Elena, você não me engana...

— Como assim?! - Me fiz de desentendida

— Olha aqui, Pestinha, eu não nasci ontem, nem você, a diferença entre nós dois é que eu te conheço desde que você nasceu, o que significa que eu sei todos os seus truques para tentar conseguir alguma informação. Então, esse seu “Oi Tio D” - ele imitou meu tom de voz E a minha mania de chegar pulando - não vão me enganar! O que você quer?

— O que está acontecendo?

— Um caso!

— Mas eu tenho um segurança!

— Sempre tem algum agente com você, não se sinta tão especial assim. – Ele bagunçou o meu cabelo.

— Anderson fica dentro da minha escola!

— As coisas mudam! Detalhamento de Segurança nível master para você desde o incidente do concurso.

— Sério?? E você acha que conseguiu me enganar com isso?

— É sério, Elena! É para o seu bem!

— Mas Tio D! Por favor! Só uma pista!

— Não! E não me peça de novo!

— Por que se eu pedir, você me conta?

— Não, você volta para o castigo, Elena. - Tio D nem para me avisar que o tudo poderoso Aaron Hotchner estava atrás de mim.

— Mas papai! Eu quero saber porque eu tenho um segurança agora. – bati o pé e pelo visto ele não gostou, pois me lançou aquele olhar de Agente Especial Supervisor à caça de um maníaco.

— Elena, não dificulte as coisas e deixe o Morgan trabalhar.

Não tive outra escolha a não ser segui-lo. Fiquei ali, sentada aos pés da cadeira do meu pai, ora lendo um livro, ora fazendo vários nadas, a não ser tentar pegar alguma coisa que me indicasse o que eu queria saber!

Quando eu achei que iria descobrir algo, o Agente Gibbs nos mandou para a sala de reuniões!

Onde era isso? Eu quis perguntar, mas o olhar dele me deu medo de ser estapeada na minha cabeça, assim como eu o vi fazendo com o Tony.

Esperei por Liz para poder segui-la até a famigerada sala para qual nos mandaram ir. Mas ela primeiro, resolveu que iria pegar o sanduíche de DiNozzo, algo que deu certo em partes, pois o pai dela a pegou no flagra e ainda a fez devolver o sanduíche!

Depois desse incidente, seguimos para a sala, sendo escoltadas por Anderson e Dorneget. E mesmo que eu tivesse dever de casa para fazer, uma ideia bem doida passou pela minha cabeça:

— Pssiu, Liz, eu acho que tive uma ideia.

Ela me olhou horrorizada!

— Se você não notou, Elena, eu ainda estou de castigo, e se meu pai me pagar xeretando pelo prédio, eu só saio desse castigo quando eu for levada para o cemitério!!

— Céus! Como você é exagerada, Lizzie! Aprendeu com o DiNozzo?

E foi aqui que o pai dela chegou! E se ele contasse o que ouviu para o meu pai, era eu quem estava de castigo até o fim da minha vida!

————————

— Agente Gibbs!! Tudo bem com o senhor?? Já podemos ir embora?

Ele não me disse nada, só levantou a sobrancelha. Acho que ele escutou a minha tentativa fracassada de tentar fazer algo legal...

Olhei em direção à Lizzie, ela estava debruçada sobre a mesa e sacudia a cabeça como se dissesse “não”.

E então, ficamos naquele silêncio constrangedor. Eu não falava nada, Gibbs muito menos, nossos dois seguranças estavam com mais medo do agente da NCIS do que tudo e Lizzie continuava a se recusar a levantar a cabeça e me ajudar! E olha que eu já tinha chutado a sua perna umas duas vezes.

Por fim, alguém abriu a boca. Gibbs. Achei que era um milagre, ele fala menos que meu pai!

— Eu só fim checar de vocês duas estão se comportando. Está tudo bem por aqui, não está?

Eu fiz a minha melhor cara de paisagem para responder:

— Sim. Tudo bem, tudo de boas! Eu só estava perguntado pra Lizzie - outro chute na canela dela - se ela sabia como resolver um problema de matemática aqui, não é Elizabeth?

Só um milagre desses para fazê-la levantar a cabeça.

— Sim! Só que eu ainda não cheguei nesse problema, então eu não sei te responder, ainda.

Por que raios tantos detalhes??

— Bom. Depois eu vou conferir isso aí!

— Tudo bem, pai. Vai estar tudo feito... tanto esse de matemática quanto os das aulas de francês e alemão.

— Esses dois últimos eu deixo para sua mãe. E Elena, seu pai mandou dizer que está de olho. Agora, você deve saber em que.

Engoli em seco! Mas é claro que Aaron Hotchner teria olhos e ouvidos até dentro desse prédio! Não é possível!! Ele é onipresente!! Sabe ler mentes?? Definitivamente meu pai deve ser estudado!

— Tudo bem, Sr. Gibbs! Eu entendi o recado!

— Que isso sirva para você também, Elizabeth!

— Sim, senhor. – Ela não falava mais do que isso.

Logo depois dessa aparição - às vezes acho que deve ter alguma passagem secreta por essas bandas, não é possível uma pessoa se materializar sem fazer barulho!! - Ele nos deixou, voltando sei lá para onde, e eu pude perguntar duas coisinhas para Elizabeth;

— Duas coisas, ó senhorita ainda estou de castigo:

— O que?? E fala mais baixo que eu acho que tem X9 aqui!

— Como seu pai faz isso? Por que raios você deu explicações a mais? E por que você ficou de cabeça baixa?

— São três perguntas, gênia!

— Tanto faz! Dá pra responder?

— Não sei como meu pai se materializa do nada nos lugares. Só sei que eu tomo um susto atrás do outro com isso, mamãe fica irada e sempre que ele faz isso perto da equipe, alguém toma um tapão na cabeça e ganha uma linda enxaqueca. Segunda pergunta: sempre seja específico quanto mentir - regra nº7! E eu fiquei de cabeça baixa, porque com toda certeza do mundo ele escutou a sua fala! E ele iria ler na algo na minha cara que iria me colocar de castigo por mais tempo, e tudo o que eu menos quero é meu pai ainda mais bravo comigo!

— Regra nº7? O que é isso?

— Meu pai tem um conjunto de regras que ele segue na vida e no trabalho. Apesar de algumas serem quebradas quase sempre, principalmente a 12... ele ainda as mantém. São interessantes se você olhar o contexto em que foram criadas, mas dificilmente se aplicam para mim... acho que só funciona quando se é agente federal com um lindo distintivo na cintura.

— Seu pai tem regras?? Sério??

— Sim.

— E quando isso começou?

— Sei lá! Eu já cheguei sendo bombardeada por elas.

— E quantas são?

— Não dá pra contar... tem algumas que tem mais de uma regra com o mesmo número, outros números faltam ou nunca foram necessárias... a mais alta que eu já ouvi, deixe-me ver, foi a 73... mas não sei se tem mais!

— E essa regra é?

— “Nunca conheça seus heróis”.

— Tenso...

— Eu te disse, não tem como colocar isso em prática na nossa vida!

— Tem sim! – uma voz falou mais afastada.

— Como é que é? - Olhei pasma para o segurança da Lizzie, o Agente Dorneget.

— Como disse, Donney?

— São regras muito úteis... e vocês duas podem adaptá-las ao seu favor! Eu sempre faço isso!

Olhei para Dorneget, ele estava falando sério?

— Então me dê um exemplo! - pedi.

— Regra nº15! Essa sempre funciona! E a 23 também!

— 15? 23? - Pedi ajuda à Wikipédia Gibbsiana

— “Sempre trabalhe em equipe” e “Nunca mexa no café de um Fuzileiro, se você quiser viver”.

— Nossa! Eu deveria ter sido informada sobre a existência da regra 23, antes! Eu quase derrubei o café dele lá embaixo!

— Cuidado... DiNozzo quase teve uma lesão cerebral uma vez por ter derrubado o café dele.

— E eu já fiz isso... e sinceramente, não recomendo, além do tapa que a gente toma, o olhar dele te deixa com pesadelos por mais de uma semana! – Pobre Donney...

— Poxa.. agora eu sei porque Liz estava com tanto receio de levantar a cabeça.

— E como você sobreviveu, Donney?

— Eu me tornei uma pessoa mentalmente mais forte...

— Isso é possível? – Eu perguntei incrédula.

— Para conviver com o Agente Gibbs? Sim!

— Mas ninguém bate de frente com ele?

— Se você quiser viver, não. E mesmo que o fizesse, não adianta, Gibbs só faz o que ele quer. Se bem que DiNozzo me contou um caso de uma pessoa que colocou o Gibbs no lugar dele...pensando bem, só tem uma mesmo!

— E quem é a alma corajosa? Me diga quem é para que eu possa rezar por ela, todas as noites.

— Minha mãe... – Liz disse num muxoxo.

— Sim. A Sra. Gibbs. – Ned confirmou. – E eu a admiro por isso!

— Continue a chamando de Senhora Gibbs que ela vai te chutar tão forte que você vai chegar no Hawaii, Donney! Você sabe que ela não assumiu o nome do papai!

— Mas é só uma forma educada de dizer.

— Se você quer se dar bem com a minha família - Elizabeth começou - são três dicas para sobreviver: 1ª) nada disso de Senhora Gibbs, mamãe odeia! 2º) respeite as regras de meu pai, mesmo que você não as entenda, isso vai evitar que você faça uma viagem ao hospital ou cemitério, e, 3º) nunca mexa com ninguém, mas ninguém mesmo, que algum deles se importe muito. Porque se o fizer, o seu futuro será doloroso.

— Nossa... bom saber..., tá vendo, Anderson! Achei alguém pior que o Agente Hotchner!!

— O Agente Hotchner não é o problema da BAU, Elena.

— Ah, não? Quer dizer que você não tem respeito pelo meu pai? – Eu parei na frente dele com as mãos na cintura.

— Tenho. E muito. Todos no FBI têm. Mas não é ele que coloca o terror na agência.

— E quem é, então? A Strauss?

— Não. Você!

Por essa eu não esperava!

Elizabeth quase caiu da cadeira de tanto que riu. Dorneget me olhou espantado. E eu fiquei sem reação por uns bons trinta segundos!

— EU?? Eu sou o terror da Agência? – Eu estava atônita!

— Terror, não! Você é a encarnação do mal! – Agora ele tinha ido longe demais!

— Você perdeu a noção do perigo, Agente Anderson?

— Não. Não perdi! Mas é de você que todo o sexto andar tem medo! Do seu pai e da sua mãe, diga-se de passagem, temos respeito, mas é você quem deixa todo mundo nervoso, nunca sabemos quem vai ser a sua próxima vítima!

É... eu tinha feito uma fama e tanto dentro da BAU... que coisa.. mas tem tanto tempo que não apronto!

— Isso tudo é por que eu entreguei para todo mundo que você estava namorando a Gina? Ou foi por que eu te peguei cochilando no trabalho e sem querer fiz barulho demais para te acordar e acabei chamando a atenção de quem não devia?

— De quem não devia, Elena? A Strauss me passou o maior sermão! Sem contar o seu pai ameaçando me trocar de equipe.

— Não fiz por mal... queria te dar um susto!

— E esse foram só dois exemplos...

— Tudo bem... mas posso te perguntar só uma coisinha?

— O que?

— Por que?

— Por que o que?

— Por que ficar de segurança? Ser meu segurança?

— Não escolhi. Ninguém diz não para o seu pai, Elena. Nem para a sua mãe, ainda mais quando ela fala daquele jeito...

— Sei... eles botam medo quando querem. Mas obrigada... você poderia ter recusado... dizendo que não me suporta...

— Não é que eu não te suporto... você só nos mete em confusões, Elena! Não tem uma pessoa na BAU que você não tenha encrencado!

— Na verdade tem... três...

— Morgan, Garcia e Rossi não contam... eles te defendem até debaixo d’água! Mas até com o Reid você mexeu!

— E você acredita que o danadinho não apresentou a namorada oficialmente até hoje??? – Falei colocando as mãos na cintura. Liz e Donney apenas observavam nossa conversa.

— Acredito! Você vai fazer a moça sair correndo!

É... ele tinha razão!

— Agora volte para o seu dever de casa antes que alguns dos agentes vêm aqui checá-las e vocês não fizeram nada.

— Tudo bem... chegou na questão Liz?

— Sim...

— Posso copiar?

— Só não faz igual!

— E como eu não vou fazer igual, se isso é matemática pura??

— Sei lá!

— Você é louca, sabia?

— Conte-me algo que eu não sei... – Ela me desafiou com a sobrancelha levantada.

— Eu tenho um plano!! – Eu troquei de assunto.

— Estalo os dedos e alguém aparece!!

— Que?

— Você dizendo que tem um plano... vai aparecer alguém!

E foi dito e feito... Tio D apareceu!

— Mas como você sabia? Você é vidente??

— Não! Sou só filha do Gibbs! – Ela cantarolou.

— E como?

— Tem uma câmera bem aqui atrás, sua distraída!!

E não é que tinha mesmo??

— Como eu não vi isso??

— Por que você não conhece o prédio e não sabe do que a Equipe da NCIS é capaz.. ou a  Diretora da OEs da CIA pode fazer! Se fosse no prédio do FBI, quem pagaria mico seria eu!!

É assim o dia passou... sem nada para fazer depois que terminamos nossas tarefas...

E quando eu achei que iria morrer de tédio sem fazer mais nada, minha mãe veio me salvar! E eu iria para casa, pro final de semana!!

— Ahn.. mãe? Você vai ficar em casa no final de semana, né?

— Muito provavelmente, por quê?

— Nada não... só sondando.

— Ah! Liz, você pode descer também... seus pais estão te esperando. E vocês, Anderson e Donerget, estão liberados, até segunda.

— Obrigada, Agente Prentiss! Tenha um ótimo final de semana! Que ninguém ligue pra atrapalhar com um caso novo! - Lizzie disse enquanto juntava suas coisas e nós íamos embora. – Tchauzinho gente!!

Foi um final de semana sem sustos, apesar de que tanto papai quanto mamãe continuaram a trabalhar nesse caso. Mas pelo menos eles estavam em casa! E sempre me dividia entre o escritório de um, de outro e encher a paciência do meu irmãozão que tinha um tempão que não perturbava, isso até ele resolver que era uma boa hora para tentar me matar de tanto fazer cosquinhas. Mas um dia chegaria a hora da minha revanche! Ele mal podia esperar... um dia não teria papai, ou mamãe ou babá, e aí, ele pagaria com juros e correção monetária.


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Notas finais do capítulo

Então, a pobre Elena é o terror da BAU.... não que fosse novidade.
Já pelos lados da NCIS, melhor a equipe esconder seus lanches, não é só a Bishop que come muito por lá, não!!
Muito obrigada por lerem!
Até o próximo!



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