Double Trouble escrita por Carol McGarrett


Capítulo 7
Capítulo 07 - Ameaças


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho, só para dar o tom da história daqui pra frente.
Visões de Elena, Liz e Ziva nesse aqui.
Aliás, se o Dr. Reid não tomar cuidado, uma certa israelense do NCIS vai arrancar a cabeça dele!
E, bem... Jenny Shepard está minando ódio. Cuidado!
Derek Morgan e Tony DiNozzo querendo defender suas sobrinhas é a coisa mais fofa que você lerá hoje! Ou não!
Boa leitura!



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— Pronta para voltar?

— Nem um pouco! Mas eu tenho escolha?

— Não, filha não tem!

— Então, como o senhor diz, Agente Hotchner, Wheels up.

Quando entramos na sala de Miss Jones, a família de Elizabeth já estava lá. E a diretora só estava nos aguardando para começar o novo “Sermão da Montanha”.

Foi estranho. Na última sexta-feira, papai mal olhou para a outra família e hoje, tanto ele quanto mamãe cumprimentaram os pais da Ruiva como se eles já se conhecessem a décadas. Eu hein?

Elizabeth tinha o mesmo ar de dúvida que eu, mas deu de ombros. Eu não iria desistir, uma hora eles teriam que me contar. Eu só não iria pedir, ainda não estava perdoada a esse ponto.

— Então, bom dia, senhoras, senhores, meninas. – O sorriso de gato satisfeito dela me deu vontade de sair correndo. – Espero que tenha sido uma semana de muita reflexão por parte das duas garotas. Eu posso presumir que elas tiveram tempo de pensar e refletir sobre os seus atos, não posso?  - Ela olhou para mim e depois para Elizabeth.

Eu meneei a cabeça concordando. Do outro lado ouvi um “Sim, Senhora”. – Definitivamente o pai dela deve ser militar.

— Então, não terá problema algum que eu as coloque como parceiras, digo, como elas são espertas o suficiente para descobrir coisas que são questões sigilosas de suas fichas escolares, posso muito bem usar isso para uma finalidade mais especifica, vamos fazer estes dois cérebros trabalharem em coisas boas e úteis para o bem delas e da escola.

Isso era piada, não é?

Olhei para o meu pai, pedindo por ajuda. Ele tinha que fazer alguma coisa. Eu iria pedir desculpas, eu machuquei a família dela e ela, mas daí a virar dupla? Amiguinhas sentadas lado a lado na bancada? Não mesmo! Isso não!   

— Pai... – Choraminguei pedindo ajuda.

— Agora não Elena.

— Mas...

— Nada de “mas”. Você procurou por isso. – ele sibilou para mim.

Contudo eu notei que papai não estava feliz. E o pai da Liz também não. Já nossas mães, elas pareciam gostar de nosso novo castigo. Liz tinha uma expressão neutra, não sabia o que ela estava pensando.

— Como ninguém manifestou em discordância, posso presumir que vamos trabalhar muito bem essa competitividade das duas. E as tarefas em dupla começam hoje mesmo. Afinal, nossos alunos mais novos são dispostos em duplas para que um ajude o outro. E as turmas delas são número ímpar, o que as deixavam sozinhas, como troquei a Senhorita Shepard-Gibbs de classe, agora podem formar uma dupla. E, tendo em vista o que elas sabem, espero que seja a melhor dupla desta escola.

Isso não tava acontecendo. Era um pesadelo. O que eu iria conversar com ela? Nós duas nos odiamos, desde a última sexta-feira, pelo menos!

— Então, senhores, espero não ter que chamá-los aqui por outro incidente. E torço para que elas se deem bem.

Papai me olhou, e eu li em seus olhos o aviso de “comporte-se”, já mamãe, ao me abraçar, me disse:

— Sem confusão, Elena. Lembre-se do que você nos disse.

— Sim, mãe.

— Agora vá para a sala.

Eu ia sair correndo, mas a diretora apenas disse:

— Não tão rápido, Senhorita Prentiss-Hotchner, eu só tenho um passe da direção comigo hoje. Vocês duas terão que ir juntas.

Eu disse, nunca confie em alguém que tem o mesmo sorriso do gato da Alice no País das Maravilhas! Nunca!

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Então era isso... tinha que formar uma dupla, com a Elena. Como eu havia prometido aos meus pais eu passei a escutar mais e agir com menos impulso, por isso fiquei quieta perto deles. Mas isso não significava que eu tinha gostado de ter sido obrigada a trocar de sala e, ainda por cima, ter que sentar do lado dela.

— Autocontrole – eu dizia mentalmente comigo. – O mundo não gira ao seu redor. “Não é só sobre você”, como a Anciã disse em Doutor Estranho.

Girar ao meu redor ele não gira, mas também não gira ao meu favor!!

Por conta do “eu só tenho um passe da Direção” fomos obrigadas a seguir para a sala de aula ao mesmo tempo. Eu não disse nada. Ela murmurou em francês o tempo todo. Mal sabendo que eu falava francês também.

Quando chegamos na porta da sala, olhamos ao redor. Vi meus pais e os pais de Elena na saída, eles estavam mais nervosos que nós.

A professora, Miss Blackwell abriu a porta e nos deu passagem, antes de entrar acenei para os dois. Eu vou ficar bem. Já passei por coisa pior. Isso era fácil.

Nossa mesa era a última da fileira. Uma desvantagem quando se tem uma altura um pouco acima da média.

Esperei Elena escolher qual das duas cadeiras ela queria e peguei a que sobrou. Dei uma olhada no quadro, a matéria que estava sendo explicada era uma que eu já tinha estudado em casa. Elena também já tinha feito, então seríamos duas atoas, mas eu, pelo menos, estava fingindo fazer alguma coisa.

— Você já fez também, né? – Ela me perguntou.

Olhei em direção a Miss Blackwell, com um medo danado de ser pega conversando ao invés de fazendo a tarefa, não queria mais encrenca pro meu lado. Meus pais ainda estavam bem bravos comigo.

— Já fez?

— Sim. – Sussurrei de volta.

— Ótimo. Quer comparar as respostas?

Revirei os olhos. Ela quer me meter em mais encrenca?

Tirei o braço de cima do caderno e olhei, com muito orgulho pois tinha feito tudo aquilo sozinha, para minhas respostas.

— Não é possível! – Elena sibilou

— Sem essa! – Eu não aguentei ficar calada.

— Estão todas iguais? – Sussurramos de volta uma para outra. – Ótimo!

Vi nossa professora vir na nossa direção, e acenei para Elena, tínhamos que fingir fazer isso. Ela passou, observou nossas primeiras respostas e balançou positivamente a cabeça.

— Pelo menos estão certas – Elena voltou a conversar.

— Pssiu. Ela vai ouvir!

— Tá com medo da professora?

— Não. Do meu pai!

— Ele foi militar não foi?

Olhei torto para ela. Como era possível que ela começasse com isso de novo?

— Só quero saber? Ele é muito sério!

— Seu pai também é! E sim, ele foi Marine.

— E os dois não se gostam!

— Não. E não tenho ideia do motivo.

— Nem eu...

— Tem alguém que possa te responder?

— Sim... mas não posso perguntar.

— Castigo?

— Sim...

— Eu também

 Suspiramos. Estávamos juntas no infortúnio...

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— Vocês não disseram que ele iria acelerar depois que quase o pegamos?

— Quase sempre é assim, Ziva, mas não é uma ciência certa.

— Entendo, Morgan.

— Algo te incomoda.

— Sim. Tudo. Não é normal essa parada. Já tem uma semana que ele matou a última vítima. Não saber onde ele está ou o que ele vai fazer me irrita. Eu não gosto de ficar parada. E o diretor está passando todos os nossos casos para os outros times. Eu preciso de ação. Não sou agente de ficar atrás de uma mesa. – Desabafei.

— Penso igual a você. Mas alguma hora ele vai aparecer!

— Tenho medo de que ele suma por um tempo e este caso se torne um dos muitos casos em aberto e sem solução. Aquelas garotinhas merecem justiça.

— E terão, Ziver. Terão. Mas você reclamar não vai ajudar.

— Eu sei Gibbs. – Parecia que todos resolveram ficar contra mim!

— Hei, Ziva. Tente esquecer o seu treinamento do Mossad e focar só na parte psicológica. – O Magrelo da outra equipe estava tentando me acalmar.

— Eu não gosto disso! Sou da ação. Não do raciocínio. – Sibilei o encarando.

— Ela acabou de dizer que ela é aquela que tem que bater em alguém?

— Doutor Reid, se você quiser viver, não contradiga Ziva David. Pelo seu próprio bem.

— Tony não comece!

— Ziver, vai buscar café. Antes que você mate alguém aqui dentro.

Era a deixa que eu estava precisando. Agradeci a Gibbs com um aceno de cabeça e sai. Não estava mais aguentando olhar para as paredes laranjas da sala do esquadrão. Não estava mais aguentando ficar sentada só pensando. Tentando entrar na mente do assassino para poder prever onde ele iria atacar... Minha vontade era pegar uma arma, uma faca e uma mochila, e caçá-lo pelo país... muito mais fácil.

Quando voltei com os cafés e alguns lanches – Pedidos de Ellie, Morgan e Tony – algo tinha acontecido. Vi a presença de Jenny e ela parecia querer atirar em alguém.

— Ele apareceu? – Perguntei ansiosa enquanto distribuía dos cafés e notei que Jenny pegou o café de Gibbs antes que pudesse pôr a mão e quando ele atreveu fazer isso, tomou um tapa - ela realmente é a úncia que tem coragem de mandar a Regra 23 pro espaço!

— Não.

— Mas por que?

E então olhei para a enorme mesa que foi posta no meio da sala, e nela tinha fotos, várias fotos, tiradas em dias e horas diferentes. E, em todas elas, um denominador em comum. Liz ou Elena. Atrás de uma das fotos, estava escrito em uma caligrafia tosca: “Vou abrir uma exceção e pegar duas da próxima vez. Muito obrigado, agentes Hotchner e Gibbs por terem me ajudado com suas belas filhas”.

Não era possível! Eu olhei para Jenny, mas como ela chegou até aqui tão rápido?

— Ele me mandou as fotos, Ziva. Chegaram em uma caixa de transportadora expressa, esta tarde, na minha sala. – Ela respondeu à minha pergunta muda.

Olhei com atenção para as fotos, e vários momentos desta última semana, estavam ali.

A primeira foto – ele as tinha numerado – era da última segunda. Liz e Elena caminhando ao lado dos pais enquanto entravam na escola. Depois eram de Gibbs deixando a Liz na escola. Assim como Hotch.

As duas saindo das diversas aulas extraclasse que fazem. Com roupa de balé, fazendo compras com os pais, levando os bichos de estimação no veterinário e a última era de ontem.

Lembro quando Gibbs pediu que DiNozzo buscasse Liz na escola. Tínhamos uma nova pista, que tanto ele quanto Hotch decidiram segui-la, portanto os dois escolheram os seus imediatos para buscarem suas filhas, já que era sexta e elas tinham a tarde livre.

E as diversas fotos formam praticamente um filme se fossem colocadas uma em cima da outra e vistas em velocidade.

Desde o momento em que Tony para o carro. Morgan desce como se fazendo a segurança. Uma horda de crianças e, no meio da foto duas garotas conversando animadamente, uma morena e uma ruiva. Elena nota Morgan e corre na direção dele. Liz fica parada na calçada, procurando, muito provavelmente por Gibbs.

Outra foto, Derek chega perto de Liz e conversa com ela. Na próxima é Tony saudando as meninas. Elas entram no carro e a última é a placa do carro.

— E vocês não viram nada? – Como dois agentes federais deixam isso passar?

— Não Ziva, nem um sinal, uma luz, um barulho, uma claridade que indicasse a câmera.

E agora o que eu temia tinha acontecido. Elas eram o próximo alvo.

— O que vamos fazer?

— O que vamos fazer? Ziva, eu nem quero saber. Se esse desgraçado acha que pode ameaçar a minha filha, que pode brincar com a minha cara, ele está muito enganado. Eu quero a cabeça dele. Dane-se a burocracia, eu o quero morto! – Nos últimos tempos, era difícil ver Jenny com tanta raiva. Mais certo dizer que, depois do casamento Jibbs – como Abby os apelidou – ela virou a pessoa pé no chão, deixando as loucuras com Gibbs, mas hoje, hoje ela não era a Diretora das Operações Especiais da CIA, não era a nossa amiga ou a Senhora Gibbs, ela era mãe, e como mãe, ela queria matar o suspeito antes que ele fizesse algo contra a filha dela.  E eu estava do lado dela até o fim.

— Nós vamos colocar as duas sob proteção. Elas terão um segurança vinte quatro horas por dia, sete dias por semana do lado delas. Ficarão sob vigilância constante e, eu sugiro, que as duas fiquem juntas. No mesmo lugar. Que elas deixem as atividades extracurriculares de lado e só vão à escola. Depois poderiam ficar ou aqui ou no prédio do FBI. Sem outras opções. – Hotch disse.

— Langley. Eu posso tomar conta das duas lá. E, o prédio é muito mais seguro. – Jenny falou.

— Não. Aqui. As duas. Não vou mandar minha filha para a CIA. – Emily disse.

— Se querem usar a minha filha de cobaia para pegar um assassino em série, fiquem sabendo que não vou permitir. Se ela vai ficar aqui. Ótimo. Eu acabo de entrar na investigação e quero ver quem vai me tirar!

Ninguém abriu a boca. Quem iria discutir com uma mulher que tem acesso direto ao Presidente? Nem o marido dela.

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— Se elas vão ser colocadas sobre proteção, eu me candidato a ser o segurança de Liz.

— Tony não!

— Se a Jenny acabou de se colocar na investigação, Chefe. Eu vou sair e tomar conta da Liz. Ele sabe que vocês são os pais dela. Ele já me viu e sabe que sou agente, mas não sabe a minha ligação direta com vocês. Sou a melhor pessoa. Além do mais, Liz confia em mim. Ela não vai confiar fácil em um estranho.

— Se o DiNozzo vai proteger a Liz, eu protejo a Elena. É como ele disse, elas nos conhecem, confiam em nós e, principalmente, farão o que nós mandarmos. Será mais fácil.

— Não! Para vocês dois. Precisamos de vocês aqui, na investigação.

— Hotch seja sensato!

— É a sua filha, Gibbs!

— E se eu pudesse, DiNozzo, eu faria a proteção dela. Ou a deixaria do meu lado, bem aqui, para que, quando o desgraçado saísse por aquele elevador, eu mesmo iria atirar na cabeça dele! Mas isso tem que ser feito por alguém que o suspeito não conheça, ou pode ficar pior. E vocês dois já conhecem o caso, estão familiarizados com tudo. Não dá para trocar agora.

Não disse nada, nem Morgan, mas notei que Jenny não gostou. Ela não queria um estranho do lado da filha.

— Quando escolherem os nomes, me passem, por favor. – Ela pediu fria.

— Posso saber por quê?

— Claro, agente Hotchner. Eu vou revirar a vida dos dois agentes e de qualquer contato que eles possam ter. O mínimo vestígio de que o passado deles ou da família deles foi corrupto ou indigno de confiança, eles estão fora. Vocês não querem colocar os seus dois melhores homens na proteção, aceito os motivos, mas nenhum maluco vai chegar perto da minha filha. – Ela bateu o pé e me lembrou da Jenny diretora da NCIS.

Hotch só respirou fundo, se ele achava difícil trabalhar com Gibbs, a Jenny era quinze vezes pior. E ela não estava sozinha, Emily se juntou a ela. Era a guerra das esposas contra os maridos.

E eles ficaram calados...


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Notas finais do capítulo

Bem, já devem ter notado que ando colocando algumas referências de filmes na história, só para deixar claro, as frases, os personagens e os nomes não me pertencem, e sim aos criadores, distribuidoras e produtoras. Dito isto, essas referências (Alô Capitão América!) são a minha singela homenagem a um dos meus adorados personagens de NCIS, o Agente Muito Especial Anthony DiNozzo, assim como a presença de algumas regras na história, também são uma homenagem!

Obrigada por lerem.
Até o próximo!



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