Especial escrita por Iara


Capítulo 2
Capítulo II




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Minerva McGonagall era uma mulher muito experiente quando se tratava de alunos, ao longo dos anos ela havia ensinado os mais variados tipos de crianças e adolescentes, desde os dedicados aos estudos quanto os que estavam ali porque eram obrigados. Por isso, era muito raro que alguma criança conseguisse surpreender a professora de transfiguração. Hermione Granger, a última nascida-trouxa que ela tinha visitado, era uma anomalia – não de uma forma ruim, pelo contrário, Minerva se tornou ansiosa para ver o que a menina se tornaria ao longo dos próximos anos.

               Atualmente a mulher estava sentada à mesa enquanto esperava a reunião do conselho de Hogwarts terminar, eles estavam na parte de fazer a contabilidade, falar de custos e dinheiro em geral. Ao seu lado estava o representante da família Greengrass, o qual ela não tinha muita intimidade e sua frente estava seu colega de trabalho e o professor mais jovem de Hogwarts, Severus Snape. O homem, vestido todo de preto e com o nariz adunco, era o que menos conseguia disfarçar que não queria estar ali. A mesa era retangular e cada cadeira era composta por um bruxo ou bruxa que pertenciam à alta classe do mundo bruxo britânico. Eles eram oficialmente chamados de Chefe de Casa e cada um deles representavam sua família, seja por nascimento ou casamento.

               Ao longo dos anos, o número de Chefes de Casa foi diminuindo, principalmente após a Primeira Guerra, onde grande parte morreu ou foi preso em Azkaban, a prisão mais temida da Grã-Bretanha. A família Black era uma das quais mais sofreram na guerra, onde antes eles eram reconhecidos pelo seu poder e riqueza, hoje havia apenas uma cadeira vazia tanto no conselho da escola como no ministério, não havia nenhum herdeiro para reclamar a família já que os dois jovens Black tinham caído em desgraça, um preso e o outro morto.

               Minerva saiu de seus pensamentos quando ouviu Alvo Dumbledore, o diretor de Hogwarts, chamar seu nome. Era sua deixa como vice-diretora para falar sobre os alunos que se destacaram no ano passado e destacar aos presentes na reunião algumas reclamações em relação às aulas.

               - Antes de terminar, há mais um assunto a qual gostaria de discutir. Como sabem, como vice-diretora é uma de minhas funções enviar as cartas e conversar com os nascidos-trouxas que entrarão em Hogwarts no próximo ano. Minha última visita me deixou um pouco perplexa e eu gostaria de compartilhar isto com o conselho para que possamos chegar a uma conclusão juntos.

               - Um novo caso de abuso, Minerva? – Madame Longbottom perguntou interessada no assunto.

               Infelizmente, os casos de abusos por familiares em nascidos-trouxas não eram incomuns, conforme os anos foram passando eles diminuíram, mas de vez em quando os bruxos precisavam intervir na vida de alguns alunos. Alguns pais ainda associavam a magia com algo mal, demoníaco, por isso, Minerva já havia presenciado casos onde as crianças eram submetidas a exorcismos e outras formas de purificação. Havia um projeto de lei para evitar que isso acontecesse. Obviamente, ela estava parada num gabinete e nunca foi aprovada.

               - Graças a Merlin não, Augusta. Na verdade, uma futura aluna pediu para ser ensinada sobre o mundo bruxo, incluindo nossas crenças e etiquetas. - Como ela esperava, a sala se encheu de burburinhos.

               - Você acha que ela estava falando a verdade? Não é comum que nascidos-trouxas queiram saber qualquer coisa sobre nossas leis.

               Quem falou foi Joseph Greengrass, o homem tinha sido estranhamente neutro na última guerra e foi um dos poucos que conseguiu sair intacto e com a família completa após a destruição que Você-Sabe-Quem fez. Minerva também acreditava que ele era um dos poucos que apoiariam a menina se ele pudesse, já que nunca havia demonstrado qualquer sinal de odiar os trouxas.

               - E de qual forma isto é relevante para nós? – A voz sedosa de Lucio Malfoy encheu a sala.

               - Hermione Granger não é uma garota comum. Eu realmente não perguntei o que os pais dela faziam, mas a casa e a forma como eles falavam... para mim ficou óbvio que eles possuem muito dinheiro e são eruditos. Os pais dela também demonstraram preocupação em relação à essa parte da educação da menina, ouso dizer que ficaram indignados que não há nenhuma matéria para explicar o mundo bruxo para a filha deles.

               Dessa vez a sala ficou em completo silêncio, nem mesmo o vento podia ser ouvido. Minerva olhou para o rosto de casa de pessoa que estava presente na reunião e constatou que a surpresa e a dúvida eram as feições dominantes naquele momento.

               - E como pretende ensinar isso para a menina? – Severus questionou. – Não acho que caiba mais uma aula na grade curricular de Hogwarts.

               - Bem, a mãe da menina quer um tutor. Creio que eles estariam dispostos a pagar.

               - Ninguém aqui precisa de dinheiro. – Novamente Lucio Malfoy se posicionou, deixando claro que ele era totalmente contra a ideia.

               - Eu pensei que pudessem usar essa frase, por isso tomei a licença de cuidar do assunto. Quis apenas informar para que saibam que no próximo ano, essa menina, Hermione Granger, vai sacudir as paredes deste castelo.

***

               Após a reunião acabar e Dumbledore a encurralar para saber mais sobre a Senhorita Granger, Minerva finalmente conseguiu sentar em sua poltrona favorita na sala de estar dos professores. Como ela esperava, o assunto era justamente Hermione. Os professores não conseguiam conter a animação ao saber que alguém tão estudiosa estava vindo para Hogwarts.

               - Deixa de besteira, é óbvio que ela será uma Corvinal! - Fílio Flitwick, chefe da casa mencionada disse com certeza absoluta. – Você a conheceu Minerva, o que você acha?

               - Superficialmente eu concordaria com você, Fílio, mas algo me diz que Severus terá muitos problemas em mãos nos próximos sete anos.

               - Uma nascida-trouxa na Sonserina? Há quantos anos isso não acontece? – Pomona, a professora de Herbologia perguntou.

               - Você realmente acha que a menina sobreviveria na minha casa? – Severus finalmente se juntou a conversa, sentando na cadeira em frente a lareira, bebericando um copo de whisky de fogo.

               - Ela não só vai sobreviver, Severus. Ela vai reinar como um basilisco diante das cobras comuns.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
A partir de agora a história vai focar bastante nos puro-sangues, espero que gostem de como eu imagino que seja a cultura deles.



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