Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 32
Fotografias e cartas desgastadas pelo tempo


Notas iniciais do capítulo

Hello, galera, tudo bão cocês? Cá está mais um capítulo que vai deixar muitos em parafuso: O encontro de dois vingadores e pistas sobre a mulher das lembranças do soldado que se chama Katherine. O desfecho desse grande mistério que acontece desde o primeiro capítulo dessa história será finalmente revelado em breve :D
Divirtam-se.



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Darcy chegava na casa de seus pais e os mesmos faziam uma algazarra para recebe-la...

A senhora Lewis se encontrava com um semblante desconfiado e encarava a filha com certa suspeita...

A mãe da garota estava com os cabelos soltos, camiseta, calça e tênis esportivo.

Darcy era a cópia de sua mãe... que também era a cópia de sua mãe, a avó de Darcy...

O pai da garota tinha um rosto mais jovial, talvez por conta da personalidade excêntrica, ao qual Darcy havia herdado. Ele também trajava roupas esportivas.

Um casal de meia idade que se dava muito bem... mas tinham personalidades um tanto contrastantes...

O pai de Darcy era sempre muito carinhoso, já sua mãe, muito rígida.

Ela analisava a garota completamente de cima a baixo.

— Filha, me diga a verdade... o que aconteceu com o seu braço!? – A senhora Elizabeth Lewis estava atônita ao ver Darcy com uma tipoia no braço. Não havia engolido a história de que a mesma havia tropeçado feio no chão.

— Tá bom, mãe... eu admito... na verdade, eu me peguei com a Clarice e rolamos escada abaixo. Eu saí com um braço machucado e ela quebrou a perna. – A estudante fez uma careta.

— Pare de piadas, garota! Já passou da hora de você e a Clarice acabarem com essas briguinhas de adolescente! – Christian Lewis, seu pai, a recebia com um abraço. O pai da estagiária estava lendo um jornal antes de chegarem.

— Você sabe que água e óleo não se misturam, pai... não é porque você se dá bem com o pai dela, que eu e ela devemos seguir os mesmos passos. – Rezingava, com raiva. Só de pronunciarem no nome de Clarice, ela sentia seu estômago revirar.

— Você precisa tomar mais cuidado. Seu TCC está próximo. Já pensou se é atropelada?

— Credo, pai! Vira essa boca pra lá!

— Você está se alimentando direito!? Que olheiras são essas!? – Sua mãe, já começava a dar várias chineladas em sua bunda como forma de protesto. Derek já estava habituado com a cena.

— Como está o seu estágio? Jane está cuidando bem de você!? – Dessa vez, era seu pai a interroga-la com muita preocupação.

— Aah, vocês dois não mudam! Parem de me tratar como criança na frente do Derek! – A garota grunhia, ranzinza.

— E daí que te tratamos assim na frente dele!?

— Já estou acostumado. – O garoto acenava, debochado.

— É bom você ficar quieto se não quiser tomar uma chinelada também, Derek. – A senhora Lewis protestava, pois costumava bater na dupla dinâmica com chinelos, vassouras, cintos e tudo mais que encontrasse pela casa.

— Pelo amor de Deus, mãe! É por isso que eu não gosto de vir aqui!

— Me diga como anda a sua vida em Nova York. E você procure sentar aí e ficar bem quietinho enquanto trago os bolinhos. – A senhora, mãe de Darcy, apontava para o rapaz enquanto amarrava o avental na cintura e rumava para a cozinha.

— Os melhores bolinhos da face da terra são os seus, Dona Elizabeth. – Derek se aconchegava na poltrona da sala e o pai de Darcy dobrava o jornal que antes estava lendo.

Os quatro passaram a tarde toda rindo, comendo e aproveitando a filha que ficaria ali por alguns dias.

O mais hilário era que os pais de Darcy tiravam onda da própria filha e não se envergonhavam por isso.

— Você me mata de vergonha, pai! Teve uma vez que você chegou no meio da sua roda de amigos, dizendo que tinha feito algo muito errado na vida e todos olharam pra mim!

— Eu não tenho culpa se você tem essa fama, Bela Adormecida! – O senhor Lewis não poupava a própria filha, e o apelido ‘Bela Adormecida’ era o apelido carinhoso que havia dado a Darcy, porque a garota amava dormir e tinha um sono muito pesado desde bebê.

— É nessas horas que odeio ser filha única... – A garota rezingava o fato de sua própria existência.

— Você nos deu e ainda dá muito trabalho, mesmo sendo filha única. Mas levante as mãos pro céu e agradeça de não ter apanhado como deveria. – A mãe da garota se lembrava das artes insanas da pequena Darcy Lewis em sua infância e adolescência.

— Ooh, claro até porque, você só me bateu uma vez na vida, não é mãe!? As demais vezes foram apenas tentativas de assassinato!!!

— Cala boca ou vou pegar o rolo de macarrão e descer na sua fuça! – A senhora Lewis ameaçava a filha, mas aquilo era bem normal entre elas.

As discussões sadias continuaram por um tempo, até Darcy se encher de ser o centro da difamação de seus pais e os deixarem sozinhos com Derek. Os três continuaram falando mal dela, mesmo com ela saindo dali.

A estagiária encontrou Dexter no caminho, o gatinho de seus pais.

— Você sempre está foragido, não é mesmo, seu safado...? – A garota acariciou o pelo branquinho da cabeça do animal por um tempo antes de ir para a sala.

Ela se sentou na poltrona em frente a janela e Dexter a seguiu, deitando entre seus pés.

Ligou a TV, no canal da MTV, onde vários clipes musicais da atualidade tocavam.

Naquele instante, Darcy resolveu ligar para Kim também, e como de costume, ambas riam desvairadamente ao telefone enquanto se falavam por longos minutos.

A garota havia tirado a tipoia por um tempo, apenas para ficar mais confortável na poltrona que adorava sentar.

Observava a paisagem pela janela da sala enquanto falava com a loira ao telefone.

A estudante acabou dizendo o que tinha acontecido com seu braço e a loira surtou do outro lado da linha.

— Como assim, joaninha!? Você não vai até a polícia!? Isso foi um sequestro!!!

— Eu não posso... Isso de alguma forma pode comprometer o Bucky e não quero prejudica-lo.

— Mesmo que isso te custe um braço deslocado? Parabéns... Está quase me convencendo sobre seu amor verdadeiro por ele.

— Amiga, o verdadeiro amor é como os fantasmas... Muitos falam dele, mas poucos os viram de verdade... – A garota desconversava com uma piada. Não diria a ela que estava apaixonada, embora Derek tivesse descoberto... Talvez fosse só questão de tempo até que Kimberly também descobrisse.

— Sei... isso tá muito estranho, Darcy. Sua consideração por esse cara está passando dos limites... só falta você dizer que está olhando pro céu frequentemente, em silêncio, como uma boba... – Kim se referia a coisas que pessoas apaixonadas faziam, porque a loira desconfiava que sua amiga estava caindo pelo soldado.

— Kim... Quando você me ver em silêncio, parada, com os olhos fechados em direção ao céu... saia da frente, porque vou espirrar.

— IDIOTA!!!

— Pare de especular coisas sobre a minha vida amorosa, por favor! Ou farei o mesmo com a sua!

— Eu não banco a idiota como você! Se toca! – A loira achava o cúmulo do absurdo, depois do pé na bunda que Darcy tomou de Robert, se envolver com o maior assassino do mundo da espionagem era suicídio.

As duas continuaram conversando por um tempo, e logo depois, Darcy encerrou a ligação.

A garota suspirou um pouco impaciente... no dia seguinte, teria de ir para a faculdade e tirar o atraso de três semanas com seus colegas. O TCC estava chegando...

As horas se passaram e o fim de tarde se aproximava, o sol ia fechando os olhos lentamente... As cortinas do dia se encobrindo, pintando o horizonte de laranja em vários tons...

Os pássaros voavam e alguns pousavam nas muitas árvores ao redor da casa...

A mãe de Darcy arrumava a mesa para o café da tarde.

Uma das coisas que a senhora Elizabeth sempre fazia, era colocar sempre duas flores num vaso em forma de garrafa em cima da mesa. Uma típica tradição da família Lewis.

Enquanto isso, na sala, lá estava Darcy, quieta, suspirando pelos cantos da casa e refém de pensamentos que lhe guiavam para...

Ele...

A TV estava ligada e a estudante se via entrando no clima de uma música bem conhecida que tocava na MTV naquele exato momento...

Foi quando percebeu sua decadência como ser humano ao pensar na sua paixão imatura por James Buchanan Barnes ao som de “You and I” do One Direction...

— Meu Deus, o que tá acontecendo comigo!? Quando foi que eu deixei de ser eu mesma e fui ficar com essa cara de pré-adolescente abobada esperando a primeira menstruação!? – A estudante se deu vários tapas, odiando si mesma naquele instante.

— Darcy, vem comer! O café está pronto!

— Já vou, mãe!

.

.

Em Nova York, no laboratório de Jane, a astrofísica e Erik entrariam a noite trabalhando. Havia tantas coisas para desvendarem, que Jane às vezes esquecia de comer e dormir.

Mas Thor estava sempre ali para lembra-la disso.

— Jane, você quer que eu vá até aquele Stardust comprar um lanche pra vocês? – O asgardiano tentava ser prestativo, pois sabia que o trabalho deles era algo difícil e quase sem pausa.

— É Starbucks, e sim, você pode ir se não for incomodar. – A cientista respondia, com o olhar totalmente imerso em vários papeis que segurava.

— É pra já! – O loiro já começava a correr com entusiasmo para fora, mas Jane o interrompeu.

— Se alguém te cercar lá fora e perguntar qualquer coisa, apenas sorria, tire uma foto e não responda nada. – Advertiu, um tanto séria enquanto lhe dava seu cartão de crédito.

— Tudo o que você quiser... – Ele apenas sorriu carinhosamente e a astrofísica sentiu seu coração derreter pela 123347º vez naquele dia. Só ele sabia como desarmá-la, quando a mesma o repreendia duramente várias vezes por coisas triviais.

Erik apenas revirava os olhos. Aquela melação toda era grotesca.

— A minha glicose aumenta só de olhar pra vocês dois... – O Astrofísico replicava, um pouco mau humorado e Jane continuava sorrindo como um camelo apaixonado.

.

Thor chegava ao local, e muitos o reconheceram.

Era a mesma rotina.

Fotos, vídeos para o Facebook e conversas casuais que não comprometiam nada.

— O que vai querer...? – O atendente com o tradicional uniforme verde, perguntava.

— Cinco donuts de chocolate, três muffins de bluebarry, três focaccias vegetarianas e três frappuccinos de brigadeiro, pra viagem. – O loiro respondia tudo na ponta da língua e com muita empolgação. Adorava a comida peculiar daquele lugar.

— Nome...? – O atendente perguntava, totalmente animado.

.

— Thor, filho de Odin.

.

A resposta fez o atendente sorrir de orelha a orelha. A típica frase: Thor, filho de Odin era uma das falas mais marcantes do Asgardiano.

O loiro amava a terra. Era tudo diferente de Asgard. Era tudo mais simples, mas ao mesmo tempo mais complexo. Os humanos pareciam mais livres e mais ousados do que o seu povo. Várias coisas daquele planeta lhe intrigavam e ele parecia estar imerso num gigante parque de diversões, sendo surpreendido por toda a cultura dali. A comida, a música, a dança, e todo o tipo de entretenimento da terra lhe surpreendia. Era tudo muito novo e diferente e se sentia muito feliz por ter decidido ficar.

O loiro sorria ternamente, absorto pela decoração padrão do local, em meio à luz das lâmpadas incandescentes, tornando tudo alaranjado em tons fracos...

Quando o atendente chamou por “Thor, filho de Odin”, ele pediu para tirar uma foto e o asgardiano posou para a câmera com um largo sorriso no rosto.

Thor era uma verdadeira celebridade.

E então, ao pegar a sacola com todos os lanches e o porta-copos de papelão com as três bebidas, percebeu que havia um papel branco colado no meio delas.

.

Venha até a esquina da Starbucks, no semáforo ao lado das lixeiras.”

.

Thor amassava o papel, um pouco desconfiado, mas nada que pudesse lhe alarmar.

Ao fechar a porta do local por fora, ele olhou rapidamente ao redor e notou algumas pessoas transitando. Não havia nada anormal.

Quando se aproximou do semáforo dos pedestres, olhou para as duas ruas, procurando pela pessoa do bilhete, porém, uma voz feminina familiar lhe tirou a concentração...

.

— Mesmo sendo um deus, você não consegue enxergar o óbvio em sua frente...

.

Thor olhou para o lado e viu uma mulher de longos cabelos escuros, óculos e vestida totalmente de preto.

Ela acenou para ele logo em seguida.

O asgardiano se aproximou, mirando-a no ímpeto de decifrar sua fisionomia.

— Já faz tempo... – Ela retirou os óculos para observá-lo, revelando seu rosto.

O loiro semicerrou os olhos e se espantou logo em seguida.

— Agente Romanoff!? – Indagou, atônito com o que vira em sua frente. A ex-agente da SHIELD estava completamente diferente de quando se viram pela última vez.

— Fale baixo... – A voz de Natasha soou baixa, mas Thor era espalhafatoso demais para ignorar ver a antiga companheira da batalha sem ser extravagante.

— O que você está fazendo aqui!? – A contestava, bastante espantado por não a ver desde que partira com Loki para Asgard.

— Ia fazer a mesma pergunta, mas o motivo deve se chamar “Jane Foster”, certo? – Ela sorriu modestamente.

— Sim, mas... Por que você está vestida assim? Está em alguma missão secreta? – O loiro perguntava divertidamente, pois tinha uma vaga noção de como era o trabalho dela.

— Bem... Você não deve saber exatamente o que está acontecendo, mas podemos deixar isso para mais tarde? Preciso da sua ajuda agora mesmo. – A ruiva que estava com uma peruca preta, olhava para todos os cantos rapidamente, como se estivesse sendo vigiada.

— Sim, claro. No que posso te ajudar?

— Conversar com você sobre algo importante, mas também preciso de um lugar para ficar... Só até fazer contato com algumas pessoas...

— Sem problemas. Vou te levar para o laboratório da Jane agora mesmo.

— Eu agradeço.

.

.

.

A luz viajava através dos céus negros de inverno...

Nova York, Ponte do Brooklyn... 1943...

— 6 graus...

Nevava levemente...

Quando seus olhares se encontraram, ele perdeu as palavras... Não via nada ao redor... Era impressionante...

Era mágico e um momento único...

Sentia-se elevar, flutuando ao encontro daquela luz que clareava seu corpo...

Tudo era reluzente, pois no olhar dela... Encontrava o brilho que sentia aquecer toda a neve ao redor e romper a escuridão...

Na viagem que adentrava naquelas pupilas... Que pareciam um mar em que navegava no anseio de descobrir a sua verdade, ela o olhou com tanta profundidade...

Que o fez perder completamente o rumo...

.

Bucky acordava assustado...

Havia desmaiado por causa de sua crise depois de se encontrar com Yelena Belova...

Ele olhou ao redor e percebeu que tudo na sua frente não passava de um sonho...

Havia anoitecido e tudo o que conseguia se recordar era do sonho recente e fresco em sua mente...

Mas o mais assombroso era o fato de...

A mulher de seus sonhos se parecer exatamente com Darcy...

O que estava acontecendo? Por que ele não conseguia se lembrar quem ela era...?

Quando tentou desesperadamente trazer aquelas memórias à tona, alguns flashes passaram por sua mente...

A bela mulher que possuía os olhos mais lindos que já tinha visto em toda sua vida, se aproximava...

Ela trajava um sobretudo preto, brincos de pérolas, uma pulseira com adornos florais e um salto alto no mesmo tom de sua roupa.

Os olhos estavam muito bem delineados e os lábios preenchidos com várias camadas de batom na cor vermelha...

O cabelo se encontrava exatamente como a da maioria das mulheres dos anos 40... O penteado modelado por cachos perfeitos e em cima, um chapéu fedora... Tão típico daquela década...

Extasiado, ele resolveu arriscar...

— Quando iremos num encontro...? – O rapazoide James Buchanan Barnes perguntava, ousadamente e ao mesmo tempo sentindo um terrível medo a ponto de congelar sua espinha, como nunca antes...

Ela se aproximou ainda mais, ficando há poucos centímetros dele, até que...

— Quem sabe não te dê uma chance... Numa próxima vida... – Sussurrou perto dos lábios dele, deixando-o em êxtase ao ouvir o lindo som de sua voz.

E isso era tudo o que conseguia se recordar. A sensação podia ser sentida novamente, como se tivesse vivido tudo de novo...

Mas porque aquela mulher era tão parecida com Darcy...? Algo estava errado...

Será que ele se confundiu e misturou a imagem das duas por causa do conflito em sua mente caótica...?

.

KATHERINE...

.

Era o nome que vinha em sua mente... Aquele era o nome dela...?

Não conseguia encontrar respostas para aquele enigma que parecia lhe enlouquecer...

Mas... Aos poucos o soldado foi assimilando a realidade em sua volta, percebendo que antes de adormecer e ter aquele sonho, acabara de voltar para o apartamento por conta de uma crise de ansiedade causada por seu encontro com Yelena Belova.

Céus... A HYDRA e o governo russo estavam atrás dele... O sonho que acabara de ter, o fez esquecer daquele fato terrível por algum tempo...

O soldado se levantou com dificuldades, ofegante, sentindo seu corpo fraco, sua mente um turbilhão, o coração descompassado e um pouco tonto... Tudo estava fora do lugar outra vez...

Ele abriu a porta da sacada da sala... Teria que decidir o que fazer sobre o episódio de Yelena vir atrás dele, mas...

Ao passar mais uma vez pelo mural de fotos de Darcy, seus olhos repousaram sobre algumas delas de relance...

Vendo o rosto da garota em cada foto, ele podia sentir como se a mulher de seu sonho tivesse alguma ligação com Darcy...

Mas como...?

Era 1941... Darcy tinha 23 anos e não podia ser aquela mulher...

Mas por que as duas se pareciam tanto...?

Sua mente não conseguia processar aquela informação, e então, resolveu averiguar algumas coisas que a estudante mantinha em sua casa.

Infelizmente, teria de invadir a privacidade dela... Seus instintos de espião lhe imploravam por descobrir sobre aquele enigma que atormentava sua mente desde que conheceu Darcy em Washington.

Ele abriu gavetas, caixas e alguns cadernos e agendas, no anseio de conseguir alguma informação que pudesse liga-la à mulher de seu sonho.

E...

Havia uma pequena caixa em cima do armário, que parecia esquecida, pois se encontrava totalmente empoeirada.

Na verdade, a caixa era um escrínio. Algo que em sua época, era usado para guardar joias.

Aquele escrínio era antigo. Tinha certeza disso por conta do desgaste do objeto.

Por que a estudante guardava aquilo?

Ao abrir, se deparou com várias fotos de Darcy em diferentes épocas de sua vida.

Fotos dela quando ainda era um bebê... Quando criança e adolescente...

Ela foi um bebê lindo... uma criança sorridente e uma adolescente que parecia transbordar sonhos e desejos puramente infantis... ele podia se certificar disso ao vislumbrar o olhar dela nas fotografias...

Até mesmo naquele momento ela o conseguia surpreender. Tudo nela sempre foi belo... e James secretamente admirava a aura iluminada que a garota possuía desde... sempre... Alguém que não carregava o peso da dor... Darcy sempre foi encantadora e suas impressões sobre ela melhoravam dia após dia...

Havia fotos dela com um casal, que deduziu serem seus pais e também com um casal de velhinhos, num jardim...

Era a família dela?

Um tempo depois, ele achou anotações de coisas que não faziam sentido, além de papeis rabiscados com uma caligrafia ilegível, com os dizeres: “Te amo, mamãe”, e “Com amor, para o papai” com as iniciais...

.

DKL...

.

O que significava aquilo? Não poderia ser as iniciais de seu nome, pois ela não se chamava Darcy Lewis? O que significava aquele K no meio?

Sem saber o que pensar, ainda procurando por pistas, ele avistou um envelope com outras fotos dentro...

Darcy e um rapaz...

O cara que a estava importunando, na noite em que ele foi busca-la de moto...

Fotos onde estavam abraçados, como se estivessem em algum relacionamento...

Ao analisar atentamente, a única conclusão que chegara era de que a estudante e o rapaz tiveram um relacionamento amoroso... não havia outra explicação...

Ela nunca disse nada a respeito antes... nunca compartilhou nada sobre sua vida amorosa com ele, então não tinha ideia de nada...

Aquilo... Era completamente estranho... Não conseguia imaginá-la com ninguém... Era tão bizarro, que a sensação sentida não era nada confortável...

De certa forma, James se sentiu um tanto decepcionado por ver tais fotos, ainda mais com uma pessoa que a tentou coagir daquela forma na frente dele.

Bucky puxou de suas memórias diversas coisas que Darcy deixou escapar em alguns de seus diálogos, sobre ter sido chutada por alguém. Seria aquele cara...?

Não entendia o porquê, mas uma sensação de impotência preencheu seus sentidos. Agora que tinha noção de que a garota era uma pessoa tão desejada por outros homens, e que a mesma teve algum vínculo com um deles, era algo bem inaceitável... Tais sentimentos eram ilógicos e ele lutava para não se deixar dominar por eles... tinha de colocar sua razão nos eixos.

E foi o que ele fez...

O soldado resolveu ignorar aquilo e seguiu procurando por outras coisas, achando uma outra caixa com mais fotos e cartas...

Era uma caixa desgastada pelo tempo...

Darcy parecia guardar coisas de muitos anos atrás em diversas caixas, quando por fim...

Achou vários papeis presos em um clipe, em um estado péssimo...

Quando desdobrou um deles, era somente um papel de carta velho, amassado, com letras escritas em nanquim... Uma escrita requintada, semelhante à de sua época...

Boa parte do que estava escrito, foi rabiscado totalmente e não era possível ler. Mas a parte final estava legível.

“Daqui a cem anos, alguém... Talvez você encontre meus poemas... coletados em um livro mofado... Quem será que vai ler meus poemas em cem anos?”

Quem havia escrito aquilo? A letra não era de Darcy. A caligrafia da pessoa era impecável.

Extremamente tentado a descobrir o que significava, Bucky abriu outros papeis, e um deles se revelou uma carta, com data.

.

Nova York, 19 de Dezembro de 1941.

Querido John, como tem passado? Recebi a sua última carta e confesso que você conseguiu me arrancar novas lágrimas. Seus poemas são lindos e espero que possa te ouvir recitá-los para mim. Estou ansiosa para vê-lo de novo no verão, mas como combinamos, irei até Los Angeles para a nossa turnê pela cidade. Como bem sabes, sou uma aventureira no campo gastronômico e me disseram que o sorvete daí é o melhor de todo o planeta. Estou contanto os dias para caminhar novamente ao seu lado e conversarmos mais sobre o nosso futuro.

Estou morrendo de saudades.

Eu te amo. Nunca se esqueça.

De sua noiva,

Katherine Blanc.

.

Os olhos de Bucky se alargaram quando o mesmo leu o nome no rodapé da carta...

Ao lado da carta, havia uma foto muito antiga, em sépia, de uma mulher idêntica à Darcy...

Completamente chocado com o que vira, ele se perguntava o que aquilo estava fazendo ali...

1941 era o ano do seu sonho...

Katherine era o nome da mulher de seu sonho...

Ela se parecia com Darcy e também havia uma foto de alguém semelhante a estudante... os mesmos traços... a mesma fisionomia...

Abismado, ele se contestou imediatamente...

.

.

— O que diabos é tudo isso, Darcy...?

.


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Notas finais do capítulo

Quem vocês acham que é essa mulher e que ligações ela tem com a Darcy? Façam as suas apostas, porque no próximo capítulo isso será finalmente revelado e será algo crucial que unirá ainda mais o nosso casal 20 =D
A foto antiga, da pessoa que Bucky acha ser Darcy, está no wintershock.tumblr.com embora na capa do capítulo tenha uma versão dela dentro de uma caixa.
Sexta-feira teremos o próximo! Tenho certeza que vocês vão amar o capítulo, pois é mais um daqueles de tirar o fôlego!
Isso aqui tá muito parado, hein? Cadê os comentários? Apareçam, moscas. Sua opinião é importante :D



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