Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 22
Uma inevitável e mútua atração


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Mais um capítulo procês :P
Esse capítulo vai ser bem instigante para os nossos protagonistas e terá a participação de dois Vingadores, que deixarão as coisas ainda mais encrencadas no futuro, enfim, espero que gostem.
Obs: Adorei a cara de desconfiada da Darcy nessa capa xD
Divirtam-se!



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Um dia depois de mais uma crise traumática, Bucky anotava algumas lembranças em seu caderno, que secretamente guardava na mochila de emergência quando saia do apartamento. Todos os fragmentos de memórias do que se recordava, estavam devidamente escritos em dezenas de páginas.

De modo similar ao Alzheimer, a decisão de registrar tudo através de sua própria letra, era o medo de perder novamente o que tinha esquecido. Estaria preparado caso esquecesse tudo o que se lembrou... ainda que muitos acontecimentos que descreveu de seu passado em tantas páginas, não fossem bonitos e muito menos admiráveis.

Enquanto olhava para o caderno, se recordou de sua luta contra Steve...

Ainda que tivesse salvado seu antigo companheiro naquele dia, sem nem ao menos entender o porquê, mesmo depois de todo aquele tempo, Bucky não havia recuperado totalmente a consideração e o companheirismo que o Capitão América mostrou ter por ele em Washington DC... Ainda não era recíproco... E aquilo lhe preocupava...

Ansiava sentir o mesmo, mas não conseguia... suas memórias com o loiro ainda eram um tanto desconexas, e esperava que em breve esse fato mudasse.

De todas as pessoas no mundo que queriam seu bem, tinha certeza que apenas duas eram sinceras...

Steve e Darcy...

Depois de todos aqueles anos, James também não sabia o que aconteceu com sua família... Pai, mãe e irmãos...

Lhe faltava coragem de procurar por eles ou mesmo quaisquer informações a respeito... Não estava preparado para isso, então apenas se limitou nas memórias que readquiriu até o momento.

E por ora, se concentraria em recobrar o máximo de recordações, mas em ordem cronológica, pois assim, tudo faria muito mais sentido.

Porém, ainda assim...

Se perguntava onde Steve estava e o que fazia...

Ele leu a nota de um jornal há poucos dias, que o Capitão América havia saído do hospital, mas ninguém sabia o que o mesmo faria depois da queda da SHIELD.

De qualquer forma, se o destino dos dois tivesse de cruzar mais uma vez, esperava estar pronto para encarar o Sentinela da Liberdade, mas agora de modo civilizado.

Ou não...

Sequer sabia o que o futuro lhe guardava...

O soldado voltou a se concentrar em suas fragmentadas memórias, para escrevê-las no caderno.

Naquela manhã, se recordou de uma instalação da HYDRA na Sibéria...

Bucky sabia que permaneceu muitos anos naquele lugar...

Seu superior não era Alexander Pierce, mas Vasily Karpov – Coronel e a agente da HYDRA, que fazia parte das forças armadas russas.

Ele era ele o responsável pelo programa Soldado Invernal.

Na ocasião, quatro pessoas foram recrutadas para esse programa, e usadas como cobaias, depois de receberem os soros de super soldados.

Aqueles soros, foram roubados por ele mesmo... era uma das missões mais importantes que recebera na época...

A missão? Executar a pessoa que transportava os elementos e roubá-los...

16 de Dezembro de 1991...

Sua mente ainda se encontrava nublada sobre suas principais missões como Soldado Invernal. No total, somava mais de 20 missões e mais de 20 assassinatos de pessoas importantes, inimigos da HYDRA.

Se recordou de algumas delas... mas a maior parte de suas lembranças ainda eram um mistério... será que a HYDRA tinha guardado informações importantes sobre ele em algum banco de dados?

James não ansiava ir atrás deles apenas por vingança, mas também, para adquirir informações.

Precisava descobrir onde a HYDRA estava se escondendo.

Bucky cogitou a possibilidade de desvendar a localização do novo quartel general da HYDRA se descobrisse onde Vasily Karpov estava, mas... não seria tão fácil...

Alexander Pierce que o sucedeu, pode ter apagado vestígios de onde encontra-lo, afinal, a HYDRA não dava pontos sem nó.

.

*PLAFT*

.

O barulho da porta da sala fez um estrondo e aquilo lhe tirou toda a concentração.

Era Darcy, fechando a porta com o pé enquanto carregava uma pilha de livros, papeis e um capacete, a ponto de quase fazê-la cair no chão.

No mesmo instante, Bucky se levantou, indo até a garota, com o intuito de ajuda-la, pois era notável que aquele monte de coisas pesava em seus braços.

A estudante sentiu a pilha saindo de suas mãos e quando olhou para o lado, o soldado apenas passou a carregar tudo com muita facilidade.

A virilidade de James era impressionante, mas... de certa forma, aquilo lhe deixava um pouco irritada.

Céus... queria ser uma super soldada também... – Uma carranca se formou em seu rosto.

— Não diga isso nem por brincadeira.

— Por quê? Quer trocar de lugar comigo e ter a força de uma estagiária sedentária?

Ele se virou para ela e a observou por poucos segundos.

Darcy estava diferente, mas nada que fugisse de seu estilo tradicional.

Cabelos soltos, uma regata um pouco colada no corpo, expondo seus ombros e realçando sua cintura, calça jeans rasgada e tênis Vans.

— Não tenho como trocar de lugar com você... mas devia valorizar suas qualidades como mulher antes de desejar a força de um assassino modificado geneticamente.

— Prefiro ser modificada geneticamente também... – A estudante revirou os olhos.

O sargento colocava a pilha em cima da escrivaninha dela.

Darcy o observou em silêncio. Seus olhos o rodearam atentamente, e ela se lembrou da noite anterior e do que que James a chamou antes de sair de seu quarto.

.

“Boneca” era um termo usado pelos homens de antigamente.

.

Era fofo, mas ao mesmo tempo ousado... e nada habitual nos dias atuais.

Aquilo lhe incomodou... e ela não entendia o porquê...

O soldado percebeu que Darcy o observava, de modo enigmático, talvez por causa do ocorrido na noite anterior.

Não tinha ideia do que se passava na mente dela... e a estudante não externava nada do que pensava, então tudo o que tinha em sua frente eram feições inexplicáveis...

Mas ainda assim...

Sem saber como e por quê... Darcy era como um calmante e ao mesmo tempo um despertador... Ela lhe acalmava nos piores momentos e lhe despertava quando estava prestes a perder o controle... Alguém sempre pronto para lidar com suas crises traumáticas.

Ela era admirável por sua coragem e determinação, porém, tinha muito receio de machucá-la...

A garota notava que o semblante do soldado se rompeu em angustia e apreensão.

— Hey, você não está pensando besteiras de novo, certo?

— Como o quê?

— Coisas como se descontrolar de novo e o Soldado Invernal assumir?

— Isso é inevitável, não acha...? – Ele tentou sorrir, mas tudo o que conseguiu foi transmitir um aspecto melancólico.

Darcy suspirou. Se o sargento estava desanimado, precisava tirá-lo daquele estado imediatamente.

— Hey, tenho algo pra compartilhar com você.

— Compartilhar comigo? – Ele a contestou, um pouco curioso.

— Você sabe dirigir? – A estudante foi direto ao ponto.

— Sim, por quê?

— Bem, eu tirei o meu carro e a minha moto do conserto, mas como tenho andado apenas de carro nos últimos tempos, pensei em deixar minha moto com você. – Ela sorriu, animada.

— Mas por quê?

— Porque eu acho que você é o tipo de pessoa independente que gosta de andar sozinho por aí.

A garota pegou o capacete que se encontrava no meio da pilha de coisas que a mesma carregava quando chegou, e então, jogou o objeto na direção do soldado.

Bucky segurou o capacete no mesmo instante.

Por que ela estava fazendo aquilo?

— Você quer que eu fique com sua moto?

— Sim. Quando eu quiser uma carona, você me dá, pode ser? – Ela piscou.

Ele não soube exatamente o que dizer. Estava grato, mas ao mesmo tempo não conseguia acreditar no quanto a estudante se empenhava por ele.

— E onde eu guardo o capacete?

— No seu quarto! Onde mais!?

— Certo... – Ele colocou o objeto na mesa de centro, enquanto pegava as coisas que deixou espalhadas pela sala, antes de Darcy chegar.

— Eu só preciso pegar as chaves e-

Abruptamente, a garota acabou tropeçando e no mesmo instante seu corpo cambaleou para frente, perdendo o apoio de seus pés sob o carpete da sala...

Ela cairia no chão, mas...

James entrou em sua frente, impedindo sua queda, o que ocasionou um tombo duplo, com ambos caindo em cima do sofá.

.

Tudo pareceu soar em câmera lenta...

.

As mãos do soldado agarraram os ombros femininos, impedindo o corpo da garota de desabar para o lado.

Darcy caiu por cima dele e suas mãos espalmaram-se pelo peito firme, instintivamente, no ímpeto de amenizar a queda.

O movimento foi efêmero, gerando uma feição assustada por parte dela.

Já Bucky... não parecia estar sobressaltado por aquilo... evitar a queda de alguém no chão, era muito menos crítico do que qualquer experiência perigosa ao longo de toda a sua jornada como Sargento James Buchanan Barnes quanto como Soldado Invernal.

Os dois se entreolharam intensamente... e aquilo era estranho, porque nenhum deles se moveu um milímetro sequer...

A garota continuou apoiada no torso resistente do soldado, um tanto chocada e perdida...

Ambos olhares azuis se misturaram...

As mãos de James se mantiveram nos ombros dela, sustentando-a... o que era um tanto instigante, já que a garota vestia uma simples regata que exibia partes fascinantes de seu corpo...

O braço humano e de metal, em pleno contato com sua pele...

O soldado deslizou suavemente os dedos humanos da mão enluvada pelo ombro feminino, pensando em desfazer o enlace entre ambos, mas tudo o que conseguiu sentir foi o quanto a pele da garota era macia... assemelhando-se a porcelana...

Um toque apetecível e veementemente afável... Amenamente delicado...

Por um momento, Darcy percebeu um forte arrepio percorrer a espinha e um formigamento em seu ventre, ao sentir e vislumbrar toda a virilidade do soldado...

O toque contrastante das mãos humana e de metal, além dos esplêndidos olhos azuis emblemáticos, percorrendo por seu corpo, como se estivesse mapeando cada parte dele, eram intrigantes...

A segurança do olhar penetrante e indecifrável de James... aniquilava sua lucidez e a deixava sem defesa, causando um efeito implacavelmente efervescente...

A feminilidade dela estimularia qualquer homem que a observasse daquela forma... daquele jeito... naquela posição...

Talvez estivesse tão empenhado em enxergar Darcy como alguém que devesse ter total distância, que nunca se prestou a reparar em como ela era uma mulher incrivelmente atraente...

Aquela visão era majestosa... e o ângulo era perfeito...

James desceu o olhar para baixo e espreitou discretamente o singelo decote da garota, que percebeu exatamente para onde ele olhava...

A situação não era apropriada e os dois se encontravam numa posição um tanto constrangedora.

As pernas dela se enroscaram nas dele, a ponto de pressioná-lo por baixo...

Eles se encararam e ficaram paralisados diante da troca de olhares...

Os lábios dela se entreabriram e suas mãos estremeceram por um tempo...

Darcy ficou em modo estático...

Fazia tempo desde que um homem lançava um olhar tão cobiçoso em sua direção... só que o problema foi justamente o fato desse homem ser James Buchanan Barnes...

Imediatamente, Darcy tentou se levantar, perdendo um pouco do equilíbrio. Estava constrangida por causa da posição estranha em que se encontravam.

A estudante inclinou a cabeça lentamente e seus perfeitos cachos deslizaram para os ombros dele...

Um perfume suave inebriou o ambiente...

O cheiro do xampu dela, invadia lentamente suas narinas...

A deleitosa fragrância de Maçã verde...

A maciez tênue das madeixas castanhas que tocaram o rosto do sargento, o fez permanecer parado, observando-a sair de cima dele.

Os pés dela tocaram o chão e a mesma ajeitou sua regata para cima, cobrindo parte do decote e jogando os cabelos para trás logo em seguida.

— Me desculpa... eu sou uma desastrada... e obrigada por impedir minha queda...

Bucky a analisou, percebendo o acanhamento da garota.

Era uma reação normal...

Anormal era a sua reação diante dela há poucos segundos...

Não pretendia olhá-la daquela forma, como se a desejasse... mas infelizmente, não era possível ignorar o fato de que a estudante possuía atrativos que acabaram despertando seu lado mais libertino.

— Não se desculpe, Darcy. Eu é que peço desculpas por constrangê-la. Não foi minha intenção. – O soldado se levantou, um tanto incomodado de tê-la deixado naquela situação.

Percebendo a circunstância embaraçosa entre ambos, a estudante apenas suspirou e dissipou os pensamentos constrangedores para longe.

Havia dito a pouco tempo para Kimberly que jamais se apaixonaria de novo, e muito menos por ele. Não podia simplesmente bancar a menininha inocente que cairia por um homem como ele, ainda que o soldado fosse esbelto o suficiente para seduzir qualquer uma, mesmo as mais resistentes.

— Olha, não importa. Não somos crianças. Nós dividimos um apartamento. Seria estranho se algo assim não tivesse acontecido antes entre um homem e uma mulher que convivem o tempo todo juntos. Eu entendo exatamente o seu lado. Você não é um robô... – Darcy tentava explicar seu ponto de vista, apenas para deixa-lo confortável.

— Ainda assim-

— Eu já disse que não importa, e quer saber? É maravilhoso para o meu ego saber que o Sargento Bucky Barnes olha pra mim desse jeito! – E então, ela deu uma piscadinha e exibiu a típica “Duck face”, jogando um beijo na direção dele.

O soldado a encarou, irresoluto. Quando pensava que já tinha presenciado todas as maluquices escancaradas de Darcy Lewis, a garota novamente lhe surpreendia com suas reações desatinadas, mas tão peculiares de sua personalidade excêntrica.

.

.

Não tão longe dali, Natasha se encontrava com Clint, em Toronto, no Canadá.

Os dois agentes trabalhavam juntos para descobrir pistas sobre a missão da espiã-russa Yelena Belova.

A dupla se reuniu em um PUB.

Estavam longe das vistas dos americanos... O Canadá era um ótimo lugar para tais coisas, segundo o próprio governo dos Estados Unidos, que viviam camuflando negociações e experimentos ilegais naquele país.

Talvez fosse um mal hábito... ainda que a Viúva Negra não fosse americana.

Os agentes trocavam informações sobre o que descobriram, enquanto tomavam um drink no balcão do PUB.

A Viúva estava com uma roupa discreta, uma peruca loira e documentação falsa. Um de seus disfarces...

Tatiana Sokolova... era seu nome atualmente.

Já o Gavião, também trajava roupas discretas e um corte de cabelo diferente.

— Então, a Belova está em Nova York? – Natasha o questionou.

— Sim... se deslocou há poucas semanas, está hospedada num hotel em Manhattan, e não costuma sair muito do local. – Barton articulava discretamente, olhando sempre ao redor.

— A questão agora é... por quê? – A espiã exibiu uma feição duvidosa, mas Clint percebia que tal expressão soava artificial.

— Você realmente não tem ideia ou está dando uma de desentendida na minha frente? – O Gavião Arqueiro sorriu, debochado.

Natasha ficou em silêncio, delibando tranquilamente o drink em sua taça.

— Você verdadeiramente me conhece... não sei porque ainda tento interpretar uma personagem na sua frente.

— Estamos só nos dois aqui, Nat. Não deveria ser assim... – O espião redarguia, um pouco preocupado com ela.

— Você sabe que é difícil pra mim... falar sobre isso... – Natasha ainda não conseguia ser completamente sincera, até mesmo com alguém próximo como Clint. Era um mecanismo de defesa... fingir e ocultar suas emoções, opiniões e ser sincera quando precisava e com quem confiava.

— Ainda assim, precisamos falar sobre isso...

— Você tem razão...

— Madame B trabalhou em conjunto com Vasily Karpov por um tempo, e é isso que te deixa desconfortável? – Barton afirmava, terminando com um questionamento sobre a vida pessoa da Viúva.

— Você sabe que não é tão simples... mas, não é melhor voltarmos o foco para a Belova? Não precisamos falar sobre o meu passado.

Madame B foi responsável por treinar mulheres assassinas russas em uma instalação do quarto vermelho. Ela também foi formadora de Natasha e trabalhou por um tempo com Vasily Karpov que cuidava do programa Soldado Invernal.

— É preciso falar sobre o seu passado quando o mesmo tem a ver com o fato de a Belova estar nos Estados Unidos, então congele suas emoções e seja racional, Nat. – O agente sugeriu, num tom mais rígido.

— Certo, então... vamos resumir o que eu e você achamos: Yelena está atrás do Barnes, e se descobrimos a localização dela, descobrimos a dele.

— Exatamente.

— As coisas estão ficando piores a cada dia... – Natasha desabafava, sabendo que estaria se metendo em encrenca caso tivesse que ir para Nova York atrás de Yelena.

— Estamos agindo sozinhos agora, Nat. Não seguimos ordens como antes, então podemos fazer do nosso jeito, mas... teremos de ser discretos, entendeu? – Clint sugeria, mas na verdade, suas palavras foram uma exigência.

— Ou seja... você não quer que eu diga ao Rogers que descobri onde o Barnes está. – Ela esboçou um meio sorriso.

— Sim. Se agirmos de forma emocional, tudo vai por água abaixo.

A Viúva Negra suspirou. Quando pensou que poderia tirar umas férias depois de tudo o que aconteceu em Washington, agora teria de ficar de olho numa espiã russa que provavelmente estava atrás do Soldado Invernal.

— Clint... Você acha que ela está indo atrás dele a mando da SVR ou de alguma outra organização internacional? – Natasha se referia ao serviço de inteligência estrangeiro da Rússia, ou qualquer organização que desejava recrutar o Soldado Invernal, já que o mesmo agora estava livre e desimpedido, depois da quase extinção da HYDRA.

— Não sei... mas precisamos descobrir, então... quando você vai pra Nova York?

— Você não vem comigo?

— Sabe que chamaremos muita atenção se estivermos juntos.

Natasha revirou os olhos...

— Não seria melhor você ir atrás dela e eu te dar cobertura à distância? – A agente sugeriu, mas Clint sorriu cinicamente.

— Sei que tudo isso te causa más recordações, Natasha, mas você precisa superar.

— Não é apenas isso que me incomoda, Clint. Nova York é onde Tony, Bruce e agora Thor estão. Se o Steve chegar ali, as coisas vão se complicar ainda mais... não sei se estou disposta a me envolver no meio disso tudo.

— Não temos escolha... não sabemos o que essa mulher está planejando e se está a mando de pessoas poderosas... – O Gavião tentava de todas as formas ser racional, embora Natasha não quisesse seguir a mesma linha.

— Certo... Eu viajo daqui há dois dias para Nova York.

— E eu vou ficar por aqui, te dando cobertura. – O espião saboreava o delicioso drink de abacaxi em sua taça.

— Vou precisar de uma bela desculpa para ir até Nova York sem o governo no meu pé. Tem alguma sugestão? – A Viúva ainda estava hesitante quanto a missão de ir atrás de Yelena.

— Tenho uma sugestão sim... procure pelo Thor. De todos, o mais alheio nessa história com a SHIELD é ele. Acho que isso despistaria o governo, já que ele fez parte da “Iniciativa Vingadores” na batalha de Nova York.

— Procurar pelo Thor? E se ele estiver em contato com Tony e Bruce?

— Não tem porque se preocupar. Apenas nós dois sabemos sobre Yelena. Tony e os outros não têm ideia de nada, além do mais, sei que sua preocupação está no fato de Steve descobrir onde o Soldado Invernal está.

— Ele está nesse exato momento procurando pelo Barnes... E você sabe que o Steve consegue enxergar muitas coisas nas entrelinhas, certo? – Os dias convivendo com o Capitão América fizeram com que Natasha entendesse definitivamente que o loiro era muito mais sagaz do que aparentava ser.

— Você não consegue esconder mais nada dele? A amizade de vocês se aprofundou tanto assim? Onde estão os seus princípios de espiã, Natasha? – Mais uma vez, Barton expressava severidade em sua voz.

— Conseguiria esconder muita coisa, se isso não tivesse a ver com o Barnes. Steve está atrás dele agora. Como posso fingir que não sei de nada?

— Você não vai mentir... apenas omitir...

— Mentir e omitir é a mesma coisa pro Rogers... – De alguma forma, era como se Natasha não quisesse vestir mais uma máscara na frente de Steve e interpretar uma personagem para confundi-lo. Isso não deu certo da última vez, e depois do incidente no Triskelion, devia muito a ele...

Sua consideração pelo loiro existia... principalmente depois que o mesmo salvou sua vida.

— Isso não importa, Nat. Apenas faça o que tem de fazer.

— As coisas não são tão simples como você pensa, mas farei o possível pra não envolver Steve nessa missão. Infelizmente, terei que ir atrás do asgardiano para não levantar suspeitas com o governo americano, porém, isso pode me complicar se mais pessoas souberem o que estou indo fazer ali.

— Vai dar tudo certo. Apenas se concentre sem deixar nada e nem ninguém te distrair. Seja fria, calculista e racional, como você sempre foi.

— E qual desculpa eu uso pra ir atrás do Thor?

— Hmm... Que o antigo conselho da SHIELD ainda está desconfiado de suas ações na terra e quer fiscalizar se algo está errado pelos arredores?

— Mas isso não é uma desculpa. É um fato, mas não trabalhamos mais pra eles, esqueceu?

— Melhor ainda. Não estamos mentindo sobre isso, e não importa se trabalhamos ou não para eles. Você pode fazer o que bem entender daqui pra frente.

— Bem, então chegamos a um consenso. Vou partir daqui a dois dias. - A Viúva sorriu para o Gavião em resposta.

O plano estava traçado.

Uma falsa supervisão de Thor, impedir que Steve soubesse que Bucky Barnes estava  em Nova York.

O próximo passo seria descobrir quem mandou Belova atrás do Soldado Invernal e por quê.

.

.

Como de costume, Bucky saiu do apartamento e não tinha hora para chegar, já que o mesmo sofria com insônia várias noites seguidas.

Aquilo incomodava a estudante, porque dava a impressão que a qualquer momento ele sairia por aquela porta e nunca mais voltaria.

Claro que o soldado tinha liberdade de escolher o que quisesse, mas Darcy achava que o mesmo não estava pronto para isso, ainda que tivesse traçado planos em sua mente aos quais ela não tinha ideia.

Um dia ele partiria, e ela nada poderia fazer.

Ainda assim... era estranho...

Era como se tivesse desenvolvido um laço profundo, embora não soubesse se ele também pensava da mesma forma...

Talvez não fosse recíproco...

Os efeitos estranhos que James lhe causou a poucas horas só evidenciaram que a relação de ambos já não era como no começo.

Incomodada com isso, Darcy ligaria para Kim... queria desabafar com a amiga a respeito de seus dilemas com relação ao soldado, mas...

Seu telefone tocou no mesmo instante.

Quando olhou na tela...

Número desconhecido”.

— De novo esse número?

A garota não ignoraria, então, resolveu atender de imediato.

— Alô?

Silêncio...

Era estranho porque toda vez que o tal número desconhecido chamava, ninguém dizia nada. A ligação não caia e nem mesmo encerrava. Tudo ficava mudo.

— Alô!!? – Irritada, a estudante tentava ouvir alguma coisa do outro lado da linha, mas nada... era apenas um aglomerado de silêncio.

— Pela última vez... PARE DE LIGAR OU VOU CONTRATAR ALGUM AGENTE DA CIA PRA TE PEGAR, OUVIU!? VÁ DAR TROTE NA SUA VÓ!

E então, ela encerrou a ligação.

Darcy bufou. Estava cansada de tudo...

Ela se aproximou da sacada, observando o céu enquanto sentia a brisa aconchegante acariciar sua pele e balançar levemente seus cabelos.

Em breve o verão chegaria... Faltava pouco tempo...

Esquecendo-se do stress de poucos segundos, ela ligou para Kimberly.

O telefone chamava...

.

Alô, joaninha?

— Kim, você pode falar?

Sim, claro. Está tudo bem?

— Sim... e com você?

Tudo certo por aqui. Tive um dia bem cheio hoje no trabalho e estou super cansada. Como foi o seu dia?

— Tudo certo, exceto por algo que está me incomodando.

E o que seria?

— Hoje aconteceu uma coisa estranha... – Darcy estava um pouco relutante em dizer, mas teria de falar sobre aquilo com alguém.

Me conta...

— Hoje à tarde eu tropecei e caí em-

AHAHAHAHAHA QUEM COM 23 ANOS AINDA TROPEÇA E CAI!? SÓ VOCÊ MESMO!!!— A loira sequer tinha esperado Darcy terminar de falar.

— Me deixa terminar, sua idiota! – A estudante bradou.

Ok, termine...

— Bem... como estava dizendo... Eu tropecei e ia cair no chão, mas o Bucky evitou minha queda.

E...?

— Eu caí em cima dele e-

Nossa, Joaninha, mas você é asna mesmo, hein? Cai e ainda por cima arrasta os outros junto?

— Oww lactobacilo, você vai me deixar concluir o raciocínio ou vai me interromper de novo!?

Calma, Darcy. Só estou brincando! O que tem de tão grave cair em cima de alguém!?

— O que tem de tão grave é que quando isso aconteceu... tchraaaaan, pintou um clima!

Silêncio.

Mais silêncio.

Mais um quilo de silêncio.

.

1

2

3

.

COMO É QUE É JOANINHA!!!?? CLIMA!!?? MAS QUE CLIMA!!??

.

— O clima quando duas pessoas se sentem atraídas uma pela outra...? – Darcy revirou os olhos, tamanha perplexidade de sua amiga sobre o assunto.

Darcy... você tá falando sério? – O tom de voz da loira escureceu.

— Acho que não devia ter te falado isso...

Não, Darcy, é sério! Como assim pintou um clima entre vocês dois? Isso não podia ter acontecido! O que conversamos há poucos dias!? Você não pode se apaixonar por um assassino!

— Ex-assassino! E eu não estou apaixonada...! Só aconteceu algo estranho... mas o que você esperava!? Um homem e uma mulher convivem juntos debaixo do mesmo teto, e esse homem é lindo de morrer, e eu... bem, acho que eu não sou de se jogar fora, então uma situação assim era bem inevitável, não acha!?

É por isso que eu disse desde o início que não daria certo! Imagine se acontece o pior!?

— Kim... Ele jamais tentaria algo comigo...

E QUEM DISSE QUE EU TÔ FALANDO DELE!!? EU TÔ FALANDO É DE VOCÊ!!! ELE É QUEM CORRE RISCO COM UMA NINFO-MANÍACA CARENTE QUE FOI CHUTADA PELO EX!!!

— VÁ SE FERRAR, KIM!!! NÃO TEM NINGUÉM CARENTE AQUI NÃO!!!

De qualquer forma, dê um basta nisso, Darcy. Você disse que preferia cortar o seu pé, lembra!? Se você ficar caidinha por ele, eu vou aí e corto seu pé como castigo, entendeu!?

— Muito engraçado, mas isso não será preciso. Eu não vou bancar a idiota retardada e apaixonada de novo! Me recuso!

Diga isso pro seu coração rebelde!!!

— E outra, sei que está cheio de caras por aí que iam amar estar comigo, porque minha companhia é maravilhosa e não preciso estar apaixonada por ninguém pra isso...

Ooh, tem sim! Lista de homens que amam sua companhia: Seu pai... Fim.

— Idiota... – Darcy bufou.

— Se você perceber que quer agarrá-lo, lembre-se da Clarice fazendo topless na praia que você broxa!!!

— Eca, que nojo...! Mas eu não estou no nível de ter vontade de agarrar ninguém, porém, se algo estranho acontecer, eu só preciso de uma dose de calma e duas de autocontrole...

Se isso desse certo, a maioria das mulheres no mundo não tinham engravidado! Larga mão de ser ingênua! Vou ficar no seu pé, viu!?

— Não precisa... – Ela revirava os olhos.

Você já disse a ele que eu sei sobre o fato dele estar morando com você?

— Ainda não...

Então é bom você dizer, porque senão, eu apareço aí de surpresa e revelo tudo pra ele, entendeu!?

— Você não é louca de fazer isso!

Paga pra ver...— E então, a loira esbanjou um riso malicioso do outro lado da linha.

Darcy bufou, de novo.

— Por favor não diga nada ao Derek sobre o que conversamos hoje... apenas desabafei porque você me entenderia melhor do que ele...

Eu nem falo com aquele estrupício, então não precisa se preocupar.

— Fala sim! Eu sei que ele sempre entra em contato com você pra saber se eu estou bem!

Sim, mas... Aah, ok, eu não vou dizer nada, porque não quero que ele baixe aqui em Nova York e te puxe pelas orelhas, mas por tudo que é mais sagrado, Darcy... NÃO SE APAIXONE POR ESSE CARA! ELE NÃO SERVE PRA VOCÊ!

— Eu não vou me apaixonar...! Se o amor bater em minha porta, é só fingir que não estou em casa!

Sério, não assista filmes de comédia romântica!!! Isso é estimulante barato pra te fazer ter a falsa sensação de que precisa de um homem pra ser feliz!

— Estou ciente de tudo isso, Kim...

Certo, e por último: Se algum cigano te parar na rua, passe reto! Não pare, porque eles vão ler a sua mão e dizer que tem um boy no seu destino e rogar uma praga dizendo que sua vida está destinada a esse homem! Tem maldição pior que essa!?

— Eu sei disso! Na faculdade eu ouço coisas assim direto! A pessoa começa a namorar e diz que você também vai encontrar alguém, mas eu não quero ninguém, EU QUERO É SER RICA!!!

Espero que o seu cupido seja incompetente igual ao meu, que errou o coração e acertou o meu estômago, já que eu só penso em comer!

— O meu acertou o fígado... só penso em beber...

De qualquer forma, esteja vigilante pra que “climas não voltem a ser pintados”, entendeu!?

— Entendi... a gente se fala amanhã, tchau.

Estou de olho, hein! Tchau.

E então, a estudante encerrou a chamada.

Darcy sentia um aperto no peito quando pensava a respeito... algo estava errado...

Não era paixão... então era uma paixonite...?

No dicionário: PAIXONITE: Inclinação afetiva e sensual intensa, no entanto boba e fútil.

Não, não... era algo inferior a isso...

Uma queda...?

No dicionário: TER UMA QUEDA: Ter uma queda é sentir determinada atração física por alguém, apenas. Exemplo: Você acha a boca de uma pessoa tão bonita que mesmo não gostando da pessoa, você a beijaria.

— Oi...? Como assim...?

Isso explicaria o fato de Bucky ser perigoso, mas se sentir cativada por ele?

— Céus... isso não pode ser verdade... – A garota ficou tão indignada que chutou a parede no mesmo instante.

.

Vou mandar formatar minha vida. Isso só pode ser vírus...!

.


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Notas finais do capítulo

Darcy está ficando in love? Mas e o nosso soldado? Será que está ficando também? O que vocês acham?
Quando fui revisar a cena da Natasha com o Clint, me senti tão triste... ainda não caiu a ficha que a Viúva Negra se foi em Ultimato :(
Os próximos dois capítulos serão uma mini-aventura que vai fazer Bucky e Darcy se desentenderem feio... E os próximos dois capítulos serão cruciais para que ambos se envolvam ainda mais... as coisas estão esquentando aos poucos, galera... Mas ainda não será tão fácil ambos cederem... o resultado vai ser muito engraçado!
Não esqueçam dos comentários.
Até semana que vem.



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