Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 23
Perseguição na estação de trem


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo certo? Espero que sim :D
Vamos de mais um capítulo nessa sexta e eu diria que ele está mais para um capítulo de aventura do que de interação entre os protagonistas, algo diferente pra não ficar aquela melação romântica.
Uma nova personagem aparece: A dona do livro dos 50 tons de cinza, kakakakakaka xD
Divirtam-se.



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Depois de se recordar de muitas coisas em relação à HYDRA, Bucky resolveu montar um arsenal com as melhores armas, quando descobrisse a localização do quartel general.

Transportar tais armas para fora do país seria um problema, mas ele tinha métodos de camuflagem excepcionais, e transporte marítimo era a melhor escolha.

Então, para começar iria até um dos depósitos da organização, que lhe auxiliaria em seu plano de vingança, afinal, o que restou da HYDRA não podia ser subestimado.

Depois de pesquisar bastante, descobriu um depósito na cidade de Stamford no estado de Connecticut, não muito longe de Nova York.

Ele deduzia que as bases secretas não ficavam próximas aos depósitos, por questões de estratégia.

Teria de ser cauteloso, pois era procurado pelas maiores agências de inteligência do mundo, mas havia sido treinado para se esconder, dispersar e fugir sem deixar rastros, caso algo desse errado.

Para se locomover até Stamford, não restava outra forma a não ser ir de trem. Locais muito movimentados eram mais fáceis para se camuflar e escapar numa possível perseguição, mas a contraponto, estações de trem costumavam ter mais policiais e câmeras de segurança.

Teria de usar suas incríveis habilidades de espião para lidar com qualquer imprevisto.

Estando ciente de todos os riscos, ele resolveu seguir para a sua primeira missão pessoal pós-HYDRA.

Descobrir o depósito, entrar e roubar munição.

Depois de roubar as armas, as esconderia em lugares táticos, e quando o dia de sua partida chegasse, estaria pronto para enfrentar a HYDRA.

Não seria uma missão fácil. Há pouco tempo o estado de Connecticut restringiu o comércio e o porte de armas e em Nova York, leis mais rígidas complicavam o porte. Ainda que ele não se aplicasse aqueles casos, a segurança dos estados americanos estava ainda mais em alerta sobre pessoas suspeitas transitando por determinados locais, e transportar armas ilegais e roubadas de uma organização nazista seria algo extremamente complicado e arriscado.

Mas estava disposto a cumprir a missão que ele mesmo lhe deu. Tudo isso para que conseguisse estar pronto para sair dos Estados Unidos e ir direto para o quartel general da HYDRA, que provavelmente se encontrava escondida no submundo da Europa... Ele deduzia...

Não tinha ideia quem sucedeu a Alexander Pierce, mas descobriria em breve.

Bucky decidiu embarcar no terminal em horário de pico, exatamente às cinco e meia da tarde.

Ele chegaria na estação Stamford, do Grand Central Station 42 ST em Manhattan.

.

.

Darcy terminava de checar as fontes de parte de seu trabalho de conclusão de curso na biblioteca pública de Nova York. A garota carregava uma mochila com todo o material referente ao TCC.

Havia coletado tantas informações em seu laptop e lido tantas coisas, que sua vista se encontrava cansada.

A estudante ajustava os óculos em seu rosto e saia do local com seu smartphone na mão direita.

Quando cruzou a porta principal da biblioteca, rumo a saída, sentiu uma forte brisa tocar seu rosto, fazendo seus cabelos esvoaçarem.

Daria cinco horas... e em breve anoiteceria.

O clima estava muito agradável...

20 graus...

A primavera era a sua estação favorita do ano, ainda que aquela primavera em especial estivesse com temperaturas mais elevadas.

Havia se passado alguns dias desde que estivera gripada, e sentir seu nariz recuperado a ponto de inalar de longe o perfume das flores nas árvores das ruas de Nova York, era algo que fazia a vida valer a pena...

Ela descia as escadas, feliz por ter pequenos pedaços de felicidade em sua simplória vida de estudante universitária prestes a se formar...

Seu telefone tocou, e ela parou em meio as pessoas que transitavam pelas escadarias da biblioteca.

A estudante segurou seu telefone e focou no visor, com um sorriso no rosto...

Que se transformou numa careta macabra ao ler o nome da pessoa que estava ligando...

Ela atendeu, com muita raiva...

.

— O QUE VOCÊ QUER, SUA BARBIE DO PARAGUAI!? – Toda a felicidade que a garota mostrava, desapareceu como se nunca tivesse sentido antes.

.

— Por que está me xingando, Darcy!? O que eu te fiz!? – A garota do outro lado da linha não entendia.

— Você ainda pergunta, Stephanie!? Por que você deixou a merda dos 50 tons de cinza na prateleira da minha sala!? Eu paguei o maior mico por causa disso esses dias!

— Hey... Por que pagou mico? Alguém foi na sua casa e viu o livro ali!?

— SIM!!! – Darcy estava com tanto ódio, que se pudesse, esganaria sua amiga se a mesma estivesse em sua frente naquele momento.

— Quem...?

— Não te interessa... – A estudante desconversava.

— Darcy, você está com um novo crush!? Quem é!? ME DIGA A-G-O-R-A!!!

— A pessoa para quem você ligou, se encontra fora da área de cobertura. Tente de novo em outra vida e quem sabe possamos completar a ligação... – E então, desligou na cara de sua amiga, sem remorso algum.

Mas para sua surpresa, Stephanie estava ali, do lado de fora da biblioteca esperando por ela, com o telefone na mão, e esboçando uma expressão facial caricata, que causava muita aversão.

— Eu mereço... – Darcy revirou os olhos e caminhou na direção da garota.

Baixinha, loira, olhos verdes, jornalista formada, de boa família, amiga de infância e paixão secreta de Derek.

Stephanie Reed.

Darcy passou reto, mas a loirinha lhe puxou pelo braço.

— Hey, por que está fazendo isso!? Me explique direito essa história do livro!

— Eu não. Prefiro fingir que você não existe, porque ainda estou pensando em N formas de te matar.

— Se você está brava é porque foi sério. Me perdoe, Kat! Eu não sabia que isso ia te deixar tão brava! – Stephanie fazia posição de oração com as mãos.

— Não. Nunca vou te perdoar. – A frieza no olhar diabólico de Darcy era evidente e a loira estava ficando desesperada.

— Me perdoe, por favor!!! – E então, ela se ajoelhou na frente da amiga, o que fez muitas pessoas que passavam por ali, curiosas, rirem e outras cochicharem.

— Hey, levanta daí sua mula... Eu tô brincando... – A estudante puxou o braço da amiga no mesmo instante.

— Mesmo!?? – Os olhinhos lacrimejantes da garota brilhavam.

— Por que quis se encontrar comigo hoje? O que tá pegando? – Darcy olhava ao redor, no ímpeto de procurar algum Starbucks para sentar e relaxar, pois o dia foi muito puxado.

— Quero ir para Willowdale e pensei se você podia me acompanhar. Vamos combinar um dia? – A loira sugeria.

— Eu vou para Willowdale quase toda semana, então quando está pensando em ir?

— Vou tirar férias no fim de Julho, então pensei se você podia ir comigo, já que é nessa época que você vai se formar, certo?

— Como você sabe?

— O Derek me disse.

— Hm... Ele te diz quando me formo, só não diz o que esconde de você há muitos anos. – Darcy se referia ao amor unilateral que seu melhor amigo sentia por Stephanie.

— O quê?

— Nada. Vamos procurar um Starbucks pra tomar café, porque estou um pouco cansada.

— Uau... Quanto tempo não vamos no Starbucks tomar alguma coisa...? – A loirinha sorria gentilmente, adorando estar na companhia da amiga, que por mais que fosse louca, era alguém de extrema importância em sua vida.

— Sim... Toda sexta-feira nós saímos da escola e íamos pro Starbucks tomar um capuccino. Virou uma tradição. – Darcy sorria de volta para ela.

— Nós quase não nos vemos! Você precisa sair mais em vez de só trabalhar e estudar!

— Olha quem fala... Aquela redação te consome diariamente e você só dorme direito no fim de semana.

— Bem... É verdade, mas para a minha defesa, é porque foi o primeiro ano e tive que me dedicar muito para subir alguns degraus na empresa...

— Espero que você vire editora-chefe em breve.

— Bem, estou amando trabalhar no núcleo de fotografia e penso em crescer nessa área. – Stephabie pegava no braço de Darcy, cruzando-o com o seu enquanto andavam.

Ela era uma amiga muito carinhosa, diferente de Kimberly e Jane que só sabiam lhe xingar e lhe chutar quando fazia besteira.

Alguns minutos depois, elas entraram no Starbucks mais perto da biblioteca, que ficava na Pershing Square Plaza, ao lado do Grand Central Station.

Fizeram seus pedidos e se acomodaram num balcão em frente a porta.

— Me conte as novidades. – Stephanie perguntava enquanto olhava para fora através do vidro.

— Nenhuma novidade... O de sempre... Ainda estou trabalhando com Jane e Erik em pesquisas envolvendo física quântica, e todas as sextas vou para a faculdade e volto no dia seguinte.

— Fiquei sabendo que o Thor está na terra com vocês. É verdade?

— Sim, é verdade. Acho que ele está de vez aqui.

— Uau... Estamos com vários Super Heróis em Nova York.

— Vários? Quem mais estaria aqui além do Thor e do Homem de Ferro?

— Não ficou sabendo que o Dr. Bruce Banner está trabalhando com Tony Stark aqui em Nova York? Saiu em uma coluna de tecnologia lá da redação.

Darcy arregalou os olhos e exprimiu uma feição horripilante depois de ouvir que “Dr. Bruce Banner estava em Nova York”.

— Kat... Quando é que você vai superar isso? Todo mundo sabe que o que aconteceu no laboratório da universidade foi um acidente e-

— Não fale sobre isso nunca mais!!! – Darcy implorava à amiga, e o atendente chamava o nome das duas. Suas bebidas estavam prontas.

Para Stephanie, um cappuccino de chocolate com caramelo.

Para Darcy, um frapuccino caramelo macchiato.

Quando Stephanie voltou com as bebidas, a estudante respirou fundo, de tamanho nervosismo.

— Quando vai superar seu trauma com o Hulk? – A loira indagava, enquanto se sentava.

— Podemos por favor não falar mais sobre isso? Só de saber que ele está em Nova York, estou quase tendo um ataque de pânico.

— Francamente, Darcy, você acha que ele se lembra do que aconteceu naquela época? Você está aí sofrendo por algo que só existe na sua cabeça.

— Vamos mudar de assunto, Steph... – Darcy passou a tomar seu frapuccino, no ímpeto de se recuperar. Estava nervosa só de imaginar estar na mesma cidade que o Hulk.

Dois acidentes de anos atrás na universidade de Culver envolvendo o cientista lhe fazia tremer ao ouvir eu nome.

— A vida é mesmo surpreendente. Passamos por coisas tão incríveis e assustadoras nesses últimos dois anos... – Steph se referia à batalha de Nova York com os Vingadores e o quanto parte da cidade foi destruída, porém reconstruída tão rapidamente. O local onde estavam, ainda passava por muitas reformas, mas muita coisa já havia sido restaurada e mesmo assim, a loirinha estava alegre por estar ali com sua amiga e transmitia isso através da bela aura que a cercava, além de seu bom-humor.

— A vida insiste em surpreender mesmo... Mas só queria que ela me surpreendesse com uma mala de dinheiro. – Darcy protestava, indignada. Sua aura negra tragava a aura brilhante de sua amiga.

— Kat, você só fala de dinheiro... Desde que nos conhecemos quando tínhamos cinco anos, seu sonho era casar com um homem rico, banqueiro, que herdasse uma grande fortuna, tivesse uma frota de aviões e navios e fosse dono de uma ilha!

— Agora eu não penso mais assim... Só quero ganhar alguns milhões e estarei satisfeita. – A estudante saboreava lentamente o gosto irresistível de seu frapuccino caramelizado.

— Sério...? Não pensa em fazer algo melhor do que só ganhar dinheiro? Não pensa em lutar por alguma causa nobre e entrar para a história?

— Só existe duas maneiras de você ser lembrado: A primeira é virar famoso e a segunda é morrendo. – Rápida, Fria e direta, Darcy sabia que era egoísta demais para pensar nas demais pessoas. Preferia caçar pistas sobre E.T’s abduzindo criancinhas por aí no Missouri - vulgo Peter Quill, do que lutar em alguma causa nobre ou fazer ativismo e reivindicar algum direito.

— Você não tem vergonha por pensar assim!? – Steph a criticava, indignada.

— Por quê? Um dia todos nós vamos morrer. Meu tempo aqui é muito curto pra pensar em melhorar o mundo e depois chegar um zé roela e acabar com tudo.

— Você só diz isso porque o Robert te fez de trouxa. Aí você fica com essa visão turva sobre o mundo!

— Antigamente eu só fazia papel de trouxa, mas o tempo passa, as coisas mudam e hoje promovida e faço papelão... – A garota revirava os olhos quando se lembrava de seu maldito ex-namorado.

As duas olhavam para a movimentação do lado de fora. O sol estava alaranjado, colorindo o ambiente de laranja, e as luzes dos carros se acumulavam no viaduto avenida do parque, logo a frente.

O barulho das buzinas e de pessoas trafegando de um lado para o outro era a única trilha que conseguiam ouvir perfeitamente naquele momento.

— Dizem que um novo amor cura feridas... Será que é verdade? – A loira indagava, meio que sugerindo que a amiga arrumasse alguém que a fizesse superar seu ex.

— Mas eu tenho um novo amor, não sabia?

— Tem!? Desde quando!!?? – Stephanie se levantou, completamente abismada por não saber disso antes.

— O meu maior problema é que o meu novo amor mora muito longe... Eu moro aqui e ele mora no futuro... – Darcy sorriu, debochada.

A cara de decepção da loira a fez se sentar novamente.

— Não sei como ainda me surpreendo com você...

— Sabe Steph... Sobre se apaixonar... Prefiro minha parte em dinheiro... – A estudante alegava com muita seriedade.

A loira suspirou irritada e ficou calada. Estava um tanto decepcionada por perceber que Darcy além de não mudar sua mentalidade materialista, parecia a mesma criança de quando se conheceram. Era surreal.

Dispersa em meio as suas piadas idiotas e ao cenário urbano e clichê de Nova York, os olhos da garota divagaram pela movimentação da cidade atrás do vidro da cafeteria...

Porém, quando Darcy focou o olhar para fora com mais concentração, algo completamente imprevisível e que ela jamais imaginaria que aconteceria...

.

Bucky passava exatamente pela Pershing Square Plaza naquele exato momento.

.

Era algo totalmente inesperado... Por que ele passaria por ali naquele horário?

Então sem pensar duas vezes, a garota resolveu sair correndo dali e segui-lo, deixando seu frapuccino pela metade e abrindo imediatamente a porta do local.

Steph foi deixada para trás e ficou sem entender nada.

Mas Darcy voltou rapidamente, abriu a porta da cafeteria e gritou...

— VOLTEI, PARA DEIXAR BEM CLARO QUE ESTOU INDO EMBORA!

E saiu correndo mais uma vez, deixando a amiga no vácuo.

— Hã...? – A loirinha ficou com um ponto de interrogação estampado na face.

.

.

Darcy correu atrás de Bucky no meio da multidão, e fez de tudo para não lhe perder de vista.

Ele atravessou a Avenida E 42nd St, rumo ao Grand Central Station.

A Torre dos Vingadores ficava bem em cima...

O tráfego havia aumentado devido ao horário de pico e muitas pessoas transitavam pelo local.

O Grand Central Station era um verdadeiro ponto turístico de Nova York e também o lugar escolhido para filmar cenas de bons filmes. Tinha uma belíssima arquitetura que se encontrava quase toda preservada, já que a batalha de Nova York tinha destruído boa parte do que havia na região.

A garota parou e se escondeu atrás de uma parede, perto do local onde Bucky comprava passagens por uma das máquinas.

Darcy se perguntava para onde ele iria aquele horário?

Havia um painel com horários das viagens em cima dos guichês que vendiam tickets para o metrô e trem, do lado esquerdo.

Curiosa, continuou a segui-lo quando o mesmo retirou sua passagem da máquina e caminhou para as escadarias.

Ele desceu com pressa e se misturou no meio da multidão.

A estudante continuou em sua missão estranha em persegui-lo, apenas para saber onde ele iria.

.

Se arrependeria? Talvez sim.

E se ele a visse? Teria de arrumar uma desculpa.

Ou mentir que foi uma coincidência... Mas de certa forma era.

.

Continuou rastreando-o entre as pessoas e percebeu que o soldado se dirigia para a plataforma Northeast Regional.

— Céus... Ele vai sair do estado...? – Darcy se perguntava enquanto tentava disfarçar ao máximo para que ele não percebesse que ela estava ali, afinal, Bucky era um espião altamente treinado.

A garota pegou um jornal, ajeitou os óculos e jogou seu cabelo um pouco na frente de seu rosto, para que o mesmo não a reconhecesse. Ela também ajeitou a mochila nas costas.

Cautelosamente, esperou o trem chegar, bem longe de onde Bucky estava e então...

Esperou que ele entrasse no vagão primeiro, para só depois de um tempo, entrar também, exatamente na hora em que o trem sairia.

O soldado entrou no vagão, e logo depois, ao perceber que as portas se fechariam, ela adentrou.

Estando ali, tentou ser discreta, mas para a sua surpresa, ao percorrer sua visão para os dois lados, Bucky não estava lá, e sim...

.

Bem atrás dela...

.

Darcy congelou quando sentiu a presença dele atrás...

Ela engoliu em seco...

.

— O que está fazendo aqui e por que está me seguindo...?

.

A voz fria e indiferente soou como uma facada e a garota sentiu um forte arrepio na espinha.

Quando resolveu se virar para fita-lo, deu de cara com a feição impassível e austera, digna de filme de terror.

Ela suspirou de raiva.

— Mas que droga...! Como você conseguiu perceber que eu estava te seguindo!? – Sussurrava, pois o vagão estava enchendo de pessoas aos poucos.

Bucky a encarou, desacreditado.

— Desde que estava chegando na entrada do terminal. Eu ouvi uma voz estridente e semelhante ao seu timbre do outro lado da rua, enfatizando: “Voltei, para deixar bem claro que estou indo embora”. Ali, olhei para trás e percebi que era você.

Os olhos dela reviraram em resposta.

“Malditos instintos apurados e altamente treinados de espião...” Ela pensava...

Darcy fez uma careta, se praguejando por ser tão burra em não ser discreta, afinal, um espião tão habilidoso e com excelentes percepções conseguiria notar que estava sendo seguido por alguém como ela.

— É, não foi dessa vez... – Ela fez bico.

— Agora pode ir embora. Não há motivos para você me seguir mais. – James dizia em baixo tom, para que as pessoas ao redor não ouvissem seu diálogo com ela.

A estudante lançou um olhar birrento para o soldado.

— Não mesmo! Se cheguei até aqui, vou até o fim! Por que você está no trajeto do Northeast Regional? Vai pra onde? Connecticut? Rhode Island? Massachussetts!? – O olhar dela era indiscreto e extremamente curioso.

— Pare de fazer perguntas e saia. – Retorquiu, ríspido e sem paciência.

— Não. Enquanto você não me disser pra onde está indo, não vou sair. – A garota sussurrava, para somente ele ouvir, pois o trem estava cada vez mais cheio.

— Eu não tenho que te dizer nada...

— Tem sim. Você vive comigo e preciso saber pra onde você vai.

— Lewis... Não me faça te tirar daqui a força... – O sargento sussurrava, nebulosamente.

— Tente... – E então, a garota esboçou um sorriso de canto, esnobando que o mesmo lhe tiraria dali.

Foi quando do nada ele se aproximou, agarrou o braço dela e...

A puxou contra seu peito, abruptamente...

O trem estava cheio e as portas se fecharam.

— Mas o quê...? – Indagou, confusa.

Ele não iria empurrá-la para fora? Por que a puxou para perto dele?

Darcy olhou para cima, apenas para avistar a face severa do soldado, percebendo que o mesmo manteve seu olhar fixo para fora de uma das janelas do trem, mais precisamente para o lado onde estavam.

Não entendendo o que estava acontecendo, a garota contestou.

— O que está acontecendo...?

O sargento olhou para baixo, no ímpeto de encará-la...

— Estamos sendo seguidos...

— O quê...?

— É melhor não me fazer perguntas e obedecer minhas ordens daqui pra frente, entendeu?

A voz de James estava mais séria e rígida do que o comum. O que estava acontecendo afinal? Quem estava os seguindo? Seria a HYDRA? Ou seria o FBI? CIA? Alguma outra agência de espionagem ou inteligência?

Ela decidiu fazer o que ele mandou, por sua segurança.

— Ok, prometo que vou fazer o que me disser...

Bucky ficou em silêncio.

O trem saia da plataforma e então, começava a viagem...

.

.

Durante o trajeto de mais de uma hora, Bucky observava tudo ao redor, cautelosamente.

Darcy estava apreensiva, não sabendo o que os esperava.

Ela não fez perguntas, porque deduziu que ele não podia responde-las.

.

Depois de mais de uma hora, ainda com o trem cheio, Bucky resolveu falar com ela.

— Nós vamos sair por portas diferentes. Quando o trem parar na estação Bridgeport, entendeu? – O soldado lhe alertava, discretamente.

— Certo, mas o que faremos? Ainda há pessoas nos seguindo? – A garota sussurrava, tentando ser discreta.

— Sim, nos vagões vizinhos... Então ouça atentamente o que vou dizer agora... Precisamos despistá-los... Prenda o seu cabelo, tire seu casaco e acessórios...

— Por quê...?

— Para se confundirem quando sairmos... Eu farei o mesmo, mas sairei por outra porta.

— E depois...?

— Haja naturalmente. Não olhe para os lados e caminhe como se estivesse desembarcando normalmente na estação, como qualquer outra pessoa.

— Céus... Por que vim trás de você...? – E então, a garota começava a se preparar.

Já Bucky, substituía o boné de baseball por uma touca preta e retirava a jaqueta jeans que trajava. Jogaria fora quando descesse. Ele também retirou uma máscara preta do bolso, daquelas que protegia o rosto de poluentes que causavam alergia, para que a mesma cobrisse parte de seu rosto. Era estratégico, já que estavam na primavera e os pólens das flores era um componente alérgico.

Muitas pessoas em Nova York usavam aquelas máscaras, então não levantaria suspeitas.

Enquanto Darcy prendia seu cabelo num rabo de cavalo alto, ela se espantava com o disfarce dele.

— Parece o City Hunter...

— Pare de piadas, Lewis. Se concentre em fazer o que eu disse. – Ele sussurrou por baixo da máscara. O barulho do trem em movimento fazia com que as pessoas ao redor não prestassem atenção nos diálogos e os movimentos dos dois. As pessoas daquele século estavam entretidas demais com seus smartphones a ponto de não repararem em qualquer coisa que acontecesse perto delas.

E então, Bucky se afastou, se separando da estudante e indo para uma das portas mais distantes daquele vagão.

Darcy estava com muito medo. Estava aflita de fazer inúmeras burradas em sua vida, e tudo por causa da sua maldita curiosidade.

Quando o trem finalmente parou na estação Bridgeport, ela saiu, junto com muitas pessoas, e o soldado fez o mesmo do outro lado.

Analisando detalhadamente ao redor enquanto andava, mas sem demonstrar, ele percorreu o caminho para fora da plataforma.

A estudante fazia o mesmo e tentava não expressar o quanto estava em pânico.

Rapidamente, resolveu ir para o outro lado de onde o sargento saia quando passava pela catraca.

Na frente dela, logo adiante, James observava tudo e já identificava duas pessoas que provavelmente estavam atrás dele. Se tranquilizou por saber que eles não se separaram para irem atrás de Darcy, mas isso não significava que outros poderiam também estar atrás dela.

A garota não sabia exatamente o que fazer quando saiu da estação.

Já Bucky, tentava levar os dois elementos que os seguia para longe, o mais longe que pudesse, e de preferência para um local onde não houvesse tantos civis.

Entrou na passarela que ligava a estação à Webster Bank Arena. Tentaria ir para o estacionamento, já que não havia movimentação por ali.

James sabia que do outro lado da estação havia um posto policial, e mesmo não tendo ideia de quem eram seus perseguidores, envolver uma instituição de segurança do país no possível confronto seria burrice.

O soldado foi se afastando cada vez mais... Percorreu toda a passarela que ligava a estação a arena, até que encontrou o lugar propício para uma possível ação contra os homens que o seguia.

Pelo visto, nem os dois elementos queriam chamar a atenção, o que indicava que os mesmos pertenciam a uma agência de inteligência e espionagem.

Quando chegou ao local, Bucky parou de costas, enquanto os mesmos se aproximaram e estabeleceram contato.

— Você sabe que precisa vir conosco... – Um deles dizia, indo direto ao ponto.

— E vocês sabem que isso não será possível... – O sargento rebateu, ainda de costas.

— Seguimos ordens... – O outro redarguiu, estando muito próximo.

— Sim... Mas a questão é... De quem...? – E então, ele arrancou a máscara e partiu para um embate, desferindo um soco com o braço biônico, o que fez com que um dos agentes voasse contra a parede no mesmo instante.

O outro, sacou uma arma e logo começou a atirar na direção de seu peito, mas Bucky sabia exatamente como se sobressair daquele tipo de ataque, e então, repeliu as balas com a mão metálica enquanto corria rapidamente na direção do mesmo.

Quando o sargento conseguiu desestabilizá-lo e jogar sua arma do outro lado, agarrou com o braço de metal o pescoço do tal agente, ou seja lá o que ele era.

Em poucos segundos, conseguiu deixa-lo inconsciente, mas logo depois, ele sentiu um forte choque percorrer por seu corpo.

Havia um terceiro elemento ali e ele atirara contra o soldado.

Bucky caiu de joelhos, enquanto outro elemento com uma arma de choque, sorria cinicamente.

— Achou que não estávamos de olho? Que não estávamos te esperando?

— Estavam me esperando...? Quem...? – James tentava se manter firme, mas não estava sendo fácil e aquela arma não era uma arma de choque comum. Eles sabiam sobre sua incrível resistência por causa de seu DNA modificado.

— Isso realmente não importa. Recebemos ordens de que você deve vir conosco agora.

Quem estava atrás dele? Quem eram? Os homens estavam com roupas de civis, então não sabia para quem trabalhavam.

Ainda pensando em como sair dali e despistá-los, algo tirou a atenção do sargento no mesmo instante, fazendo-o despertar e se preocupar ao mesmo tempo.

.

Darcy chegava ao local correndo e fazendo muito barulho...

.

.

Em Nova York, Tony reclamava com Bruce de não conseguir falar com Steve.

Fazia dias que tentava contato, mas não obteve resposta.

— Onde será que o Capicolé se meteu? Ele disse que ligaria pra gente em alguns dias e nada... – O bilionário descansava em um dos sofás do laboratório, ao qual fazia de cama na maior parte das vezes.

— Você devia ter sido mais educado, Tony. E pra começar, pare de chama-lo desse apelido.

— Qual é... todo mundo se diverte.

— Não, só você de diverte. – O cientista carregava uma planilha e fazia algumas anotações. A Legião de Ferro logo estaria pronta.

— E quanto ao Thor? Você viu!? Tá todo apaixonadinho pela Doutora Foster... Hihihi, quem diria que o asgardiano estaria de quatro por alguém daqui.

— Sorte dele... – Bruce não prestava muita atenção no que Homem de Ferro dizia.

— Bem, de qualquer forma, precisamos entrar em contato com Steve de novo. Não temos como achar o novo quartel general da HYDRA sem ele.

— Aposto que a Romanoff conseguiria... – Tony resmungava, de modo pirracento.

— Você precisa acertar suas diferenças com Steve logo, porque não podemos deixar o cetro nas mãos dessa organização depois do que aconteceu em Washington.

— Você está certo, mas...-

— Sem mas, Tony. Tenta ligar pra ele de novo. – Bruce obtemperava, sensatamente.

O bilionário suspirou, mas ele tinha razão.

Sabe-se lá o que a HYDRA podia fazer com um cetro daqueles em mãos.

Tony discou o número de Steve...

.

.

E o telefone do Capitão América tocou...

O loiro estava com Sam, na divisa da Pensilvânia com Nova Jersey, precisamente... Em Princeton.

Quando o Capitão identificou a chamada, optou por não atender...

Já recusava as ligações do Stark há dias...

— Não vai atender? – Sam perguntava, estranhando porque Steve evitava falar com o Homem de Ferro.

— Eu não acho que esteja com cabeça pra isso no momento... – O loiro ajeitava o boné na cabeça e o colarinho da jaqueta jeans, como parte de seu disfarce. Não que estivesse se escondendo, mas não queria chamar a atenção das pessoas por ser quem ele era...

— Não é melhor dizer que está numa missão por tempo indeterminado e que por isso não pode ajuda-los?

— Não... eu preciso ajuda-los, mas não pode ser agora. Chegamos até aqui e vamos até o fim pra saber se o que essa pessoa nos disse é verdade.

— Sobre as fotos da câmera de segurança que conseguimos?

— Sim...

— Bem... nós pesquisamos a placa do carro e descobrimos que ela não existe, então não vamos conseguir a localização dele graças a isso...

Sam se referia as imagens de câmeras de segurança que mostravam Bucky dentro de um carro com uma mulher...

E que Steve não tinha ideia de quem era...

Agora, a dupla procurava por informações para descobrir o lugar exato que Bucky estava... se é que não tivesse fugido para outro local ainda mais longe, mas por enquanto, essa era a única pista que o loiro possuia do paradeiro de seu amigo.

O telefone continuava chamando.

E a ligação de Tony Stark foi perdida.

— Eu decidi que se não conseguir mais nada depois disso, nós vamos pra Nova York.

— Vamos?

— Claro, mas só se você se sentir à vontade... – O Capitão sorriu. Sam se tornou um companheiro inestimável.

— Embora meu lance seja coisas mais normais, como a perseguição de um ex-assassino de uma organização secreta, vou pensar se devo me envolver nesse lance de cetros mágicos e batalhas com extra-terrestres... você sabe... isso não é muito a minha praia. – O moreno sorriu de volta. Acompanhar o Capitão América era uma honra e ele sempre estava disposto a fazer o que pudesse por ele.

— Certo... mas por enquanto, vamos nos focar em acha-lo... depois decidimos sobre Nova York.


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Notas finais do capítulo

Bucky e Darcy se meteram em confusão. E agora?
Tony sendo ignorado por Steve, que está atrás de Bucky e descobriu que ele fugiu com uma mulher (Darcy). Imaginem a cabeça do nosso Capitão?
O desfecho dessa mini-aventura virá no próximo capítulo e pela primeira vez, Bucky e Darcy irão se desentender feio... as coisas vão ficar bem estranhas entre os dois.
Quem reconheceu o Grand Central Station? É o plano de fundo daquela cena linda em 360 graus do primeiro filme dos Vingadores, que aparece os 6 reunidos lutando contra o exército Chitauri. É um lugar bem conhecido e que já apareceu em muitos filmes. Quando eu viajar pra Nova York (daqui a um tempo) pretendo passar nesse lugar :P
Digam o que acharam desse capítulo. Deixe seu comentário, pois ele é importante demais.
Em breve devo dar informações sobre uma nova fic que pretendo fazer, mas o protagonista será o Capitão América, e claro, teremos o Bucky também.
Mais imagens: wintershock.tumblr.com
Até semana que vem.



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