Meu querido sonâmbulo escrita por Cellis


Capítulo 7
Meu querido trauma


Notas iniciais do capítulo

Eu não sou o Exterminador do Futuro, mas voltei! Obrigada por me esperarem tão pacientemente, queridos ♥

Boa leitura.



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Eu ainda estava chocada com o que tinha acabado de acontecer e, sinceramente, o primeiro pensamento que surgiu em minha mente logo após o acidente (se é que posso chamar assim o fato de Jimin ter esmurrado o vidro da janela até parti-lo em vários pedacinhos) foi a dúvida entre achar o Park extremamente forte ou, o que era mais provável, a janela muito frágil. 

O que era um pensamento maravilhosamente útil naquele momento, só que não. 

Acordando para a realidade, eu logo me dispus a fazer o que nenhum dos senhores de jaleco escondidos atrás de uma mesa de alumínio pareciam dispostos a fazer: socorrer Jimin. Atravessei os cacos de vidro que me separavam do Park enquanto torcia para nenhum deles perfurar as minhas sandálias e, consequentemente, os meus pequenos pés, e me agachei ao lado dele.  

A primeira coisa que percebi foi que havia vários filetes de sangue escorrendo pelos seus braços e, sinceramente, foi quando eu me deparei com os mesmos que o desespero realmente me atingiu.  

Jimin estava ferido. 

— Jimin-ssi! — exclamei, tentando acordá-lo. Sim, ele ainda dormia, mesmo com todo aquele estrondo causado por ele mesmo. — Jimin-ssi, você está bem?! 

De repente, Jimin se remexeu no chão, parecendo finalmente despertar. Em seguida, resmungou algo que eu não consegui compreender. Talvez aquela fosse a língua dos sonâmbulos, vai saber. 

Pelo menos aquilo significava que ele estava vivo, então já era um bom avanço. 

— O que disse? — perguntei, me aproximando um pouco mais dele para tentar ouvi-lo melhor. — Aigoo, não se mexa, você pode se cortar ainda mais! 

— Eu disse para você não me chamar assim... — resmungou novamente com a voz rouca, contudo, dessa vez alto e claro o suficiente para que eu entendesse. — Parece que eu tenho uns sessenta anos.  

Franzi o cenho. Ele só podia estar de brincadeira comigo, certo? O homem tem um surto enquanto dorme, estilhaça uma vidraça duas vezes maior do que ele, acaba jogado no chão em meios aos cacos de vidro e, enquanto isso, se preocupa apenas em como eu o chamo

— Você... — iniciei, revoltada, mas sinceramente não soube como terminar de expressar minha raiva corretamente. Levantei-me, sacudindo a poeira do meu querido conjunto de moletom que valia muito mais do que Park Jimin. — Ele está bem! — exclamei para os médicos, que ainda não tinham se movido. — Perfeitamente bem. 

Sinceramente, Jimin que se virasse para lá com todo aquele vidro estilhaçado. Oras, onde já se viu me dar um susto desses para, depois, me repreender por chamá-lo educadamente

Sim, eu fiquei com raiva e farei birra por isso. Todos nós temos viva em nossos interiores uma criança pirracenta de cinco anos, algumas apenas mais acordadas do que outras. 

A minha, no caso, praticamente nunca dorme. 

— O que aconteceu? — ele perguntou confuso e, fitando-o de escanteio, pude notar que já estava sentado. Ele sacudiu a camiseta e a calça de pijamas e, em seguida, também se levantou. De repente, pareceu perceber o sangue em seus braços. — Por que diabos eu estou sangrando?! 

Antes de prosseguir a minha narração, devo deixar bem claro aqui o fato de que o seu desespero não correspondia ao seu estado físico: Jimin arregalou os olhos, apavorado, quando na verdade o que tinha era meia dúzia de cortes superficiais em seus braços e nada mais

Tudo bem, vamos fingir que eu também não me desesperei quando os vi. Prosseguindo. 

Os médicos já haviam saído de trás da tal mesa, mas, quando um deles estava prestes a se pronunciar para provavelmente tentar explicar a situação, eu o interrompi. 

— Você está vendo esse estrago todo? — perguntei acusadoramente, apontando para o nosso redor. — Você fez isso depois de ter um surto enquanto dormia. 

Está bem, talvez eu não esteja sendo exatamente delicada nesse momento aparentemente confuso para o Park, mas devo admitir que grande parte dessa minha atitude vem do fato de eu ainda estar assustada com o ocorrido. Sinceramente, mesmo sem nunca ter visto um sonâmbulo pessoalmente antes, eu não esperava que eles fossem capazes disso — e, se são, isso faz com que eu me pergunte o que mais eu deveria esperar de Park Jimin e o seu sonambulismo bizarro. 

Eu estava com medo dele. 

Felizmente, o médico mais velho tomou a frente das explicações e esclareceu tudo para Jimin. Mesmo ainda confuso e parecendo assustado consigo mesmo, ele se desculpou pelo ocorrido e ainda prometeu que arcaria com o prejuízo. Honestamente, ele parecia ter tanta noção quanto eu sobre o que diabos estava acontecendo com ele — ou seja, nenhuma.  

Depois disso, o Dr. Yoon nos conduziu para um consultório confortável e pediu para que uma enfermeira tratasse os machucados de Jimin. Por sorte não foram necessários pontos e a mulher logo concluiu o serviço, terminando-o ao cobrir os cortes já desinfetados e cuidados com esparadrapos — sete deles, no total. Assim que ela deixou o consultório, o médico sentou-se atrás de uma escrivaninha muito bem organizada e de frente para mim e Jimin, que não havíamos mais trocado uma palavra sequer.  

Pigarreou, o que quase nunca era um bom sinal vindo de um médico, e fitou Jimin. 

— Mesmo com todo esse acidente, foi possível formular um diagnóstico para o seu problema, Sr. Park. — ele iniciou, fazendo Jimin se remexer apreensivo em sua cadeira. — De acordo com os exames, o seu sonambulismo se encaixa em um quadro traumático. 

Então, o Dr. Yoon permaneceu um segundo em silêncio, abrindo assim uma brecha para que eu e Jimin nos entreolhássemos exatamente como antes; ou seja, ainda sem entender nada. 

— E a tradução disso seria... — fui eu quem perguntou, deixando a frase pendente no ar. 

— Bem, tudo indica que no meio do seu sono o Sr. Park sonha com algum evento traumático que tenha acontecido ao longo de sua vida. —  o médico iniciou a explicação. —  É como se ele ficasse preso em sua própria mente, revivendo esse acontecimento até que algo seja capaz de acalmá-lo.  

Jimin bagunçou ainda mais o cabelo loiro/esbranquiçado/ainda não sei que cor é aquela, parecendo estar digerindo aquelas informações. 

— Mas eu não sonho. — foi o que ele concluiu, por fim.  

— Todos nós sonhamos, Sr. Park. A diferença é que algumas pessoas conseguem se lembrar de seus sonhos e outras não. — o Dr. Yoon esclareceu.  

— Como assim algo capaz de acalmá-lo? — indaguei, no meio da conversa dos dois. 

Bem, talvez aquele não fosse o meu momento de fala e o gato tenha realmente morrido pela sua curiosidade, mas a minha curiosidade é muito maior do que a gatinha que lhes fala. 

Fazer o que? 

— Antes de iniciarmos o exame, o Sr. Park me explicou a sua situação. Não importa o que aconteça no meio da noite, ele sempre acorda na sua casa, certo? — o médico me perguntou e eu lhe respondi com um aceno positivo de cabeça. Fitei Jimin por um segundo, me perguntando como diabos ele havia contado aquela história. — A casa é como se fosse o porto seguro dele. Mesmo inconsciente, é lá que ele se sente seguro. 

— Como uma criança que tem um pesadelo no meio da noite e corre para a cama dos pais? — atestei, já que as analogias tornam as coisas mais fáceis de entender. 

— Hey, eu ainda estou aqui. — Jimin manifestou seu orgulho ferido.  

Dei de ombros, ignorando sua cara amarrada. 

— Sim, exatamente assim, porém numa escala mais difícil de se resolver. — O Dr. Yoon respondeu, também ignorando o Park. — O que deve ser tratado nesse caso é o trauma, só assim será possível tratar o sonambulismo.  

— E como ele vai tratar algo que não sabe o que é?  

— Eu ainda estou aqui. — Jimin frisou novamente. Bufei, mas, como ele tinha razão (atenção, essa é a primeira e última vez que vocês me verão dizendo isso), fechei a minha boca. Então, ele se virou para o médico. — E como eu trato algo que não sei o que é? 

Ótimo, agora o Park evoluiu de gazela assustada para papagaio de imitação. 

O médico nos encarou. 

— Geralmente, terapia pode ajudar nesses casos. Eu posso encaminhá-lo para um especialista, se preferir. Ele vai ajudá-lo a descobrir que trauma é esse que perturba o seu sono e... 

— Eu já tentei a terapia antes, doutor. — Jimin o interrompeu, frustrado. — Não me ajudou em nada. 

Tudo bem que o médico era uma pessoa muito mais experiente do que eu naquele assunto — afinal, ele era médico — mas isso não fazia da expressão que ele tinha no rosto muito diferente da minha: bosta, onde foi que eu me meti? 

— Há outros meios que nós podemos tentar, também. — o mais velho disse. 

Eu confesso que a partir daí a minha atenção se perdeu. Na minha época de colégio, eu era aquele tipo de aluno que prestava atenção na aula apenas nos dez primeiros minutos e, depois disso, qualquer mosca que passasse na minha frente era mais interessante que o professor. Não façam isso em casa, crianças, mesmo que eu não possa negar que essa era a minha mais pura verdade. Assim, quando o Dr. Yoon começou a utilizar termos científicos e mais uma pá de coisas que eu nunca tinha ouvido falar em minha vida, eu apenas fiz a minha melhor cara de paisagem e balancei a cabeça para tudo.  

No fim das contas, nada foi resolvido. Para cada tratamento que o médico sugeria, Jimin tinha um esse eu já tentei” ou “não funcionou comigo” diferente. 

Sinceramente, eu deveria ter trazido alguns lanchinhos. 

Resumindo a situação, nós saímos do consultório médico no meio da madrugada e com um total de zero soluções. Na verdade, eu acabei saindo de lá com mais um problema — agora estava mais do que provado que Jimin era, de fato, um sonâmbulo, e não tinha mentido para mim quanto a isso. 

Céus, eu quase o coloquei atrás das grades. 

— Aonde você está indo? — Jimin indagou assim que colocamos os pés para fora da clínica, eu já um pouco mais à frente que ele. 

— Para casa, oras. — respondi. — Pretendo aproveitar o par de horas de sono que ainda me resta. 

— Eu levo você.  

Parei com o pé direito ainda no ar. Céus, quando as minhas opções tinham se tornado andar até a minha casa, já que àquela hora da noite não haveria sequer um ônibus na rua e o preço de uma corrida de táxi estava fora da minha pobre cogitação, ou aceitar uma carona de Park Jimin, o sonâmbulo que cismou com a minha casa? Pigarreei e, por fim, coloquei meu pé de volta no chão. 

— Está bem. — concordei, mesmo que a contra gosto. 

Então aquele era o meu destino: aceitar uma carona no meio da madrugada do meu chefe, ex-tarado e ladrão de casas e atual sonâmbulo sofredor. 

Quem deveria estar traumatizada nessa história sou eu. 

 

*** 

 

Sinceramente, eu não me lembro de ter feito uma viagem de carro tão curta e ao mesmo tempo duplamente tão constrangedora em toda a minha vida — e olha que passar vergonha costuma ser o meu ponto forte, diga-se de passagem. Fazendo uma comparação meio aleatória, a atmosfera entre Jimin e eu era praticamente a mesma de ser convidado para jantar na casa da família do seu cônjuge e, chegando lá, a sua sogra lhe odiar logo de cara. A única diferença era que Jimin não me fitava como se quisesse me fuzilar enquanto dirigia, mas era provável que ele estivesse cultivando silenciosamente aquela vontade dentro de si durante o trajeto.  

Mas, como dizem por aí, o que os olhos não vêm, o coração não sente. Tecnicamente, se Jimin não jogasse diretamente na minha cara o fato de que eu cheguei a ir até à delegacia para denunciá-lo por ser um adulto traumatizado, eu continuaria bem quietinha no meu canto como se absolutamente nada tivesse acontecido.  

Também como dizem por aí, o melhor a se fazer em casos como esse é fingir demência. 

— Você ainda não me contou. — Jimin comentou de repente e, sendo sincera, eu confesso que levei um baita de um susto com a quebra do silêncio.  

Não dava para saber o que era mais constrangedor. Essa era a minha vida, queridos. 

— Contei o que? — questionei, confusa. 

— O que eu lhe disse quando entrei na sua casa na noite passada. — ele respondeu, mantendo os olhos fixos na pista absolutamente vazia.  

Sinceramente, as pessoas que acham que Seul é uma cidade que nunca dorme e coisas do tipo deveriam vê-la às duas da manhã. Nem as cidades dos filmes de faroeste caboclo são tão vazias assim, juro.  

Mas espera, eu estava desviando do assunto principal. 

— É... — pausei, coçando o que antes fora um rabo de cavalo bem preso em minha cabeça. Como diabos eu poderia repetir aquelas palavras? — É que é um tanto... 

— Constrangedor? — ele completou minha frase. De repente, soltou um riso nasalado. — Acho que nós já passamos dessa fase, não? 

Bem, por um lado ele tinha razão. Creio que não há muita coisa pior nesse mundo do que invadir a casa de uma estranha, deitar-se ao lado dela para dormir e, no dia seguinte, acordar com a mesma gritando e segurando seu roupão, vulgo a única peça de roupa que ela usava. Contudo, ao mesmo tempo, o que ele havia me dito parecia tão... pessoal. 

Pigarreei. As minhas sandálias de borracha não me davam tanta confiança quanto os meus lindíssimos Louboutins, mas eu ainda me chamava Jeon Soojin e, bem, Jeon Soojin está acostumada a passar por esse tipo de constrangimento. 

— Eu senti tanto a sua falta. Prometo que vou cuidar de você exatamente como não pude fazer antes. — disse, por fim, fitando a rua fantasma. — Foram essas as exatas palavras que você disse.  

Céus, as minhas bochechas estavam esquentando. Eu não sou de ter vergonha na cara e, na verdade, quem havia dito aquelas palavras fora ele, então por que diabos eu estava tão sem graça em repeti-las? 

Porque eu estava lembrando da cena enquanto as repetia. 

— Eu... — ele iniciou, parecendo igualmente sem jeito. — Disse isso enquanto lhe abraçava? 

Obrigada por tornar o momento triplamente mais constrangedor, Park Jimin. 

— Sim.  

Ao contrário do que eu esperava, Jimin se manteve calado. Fitando-o de escanteio, eu podia jurar que ele parecia menos chocado ou envergonhado do que eu imaginava que ele ficaria. Aquilo só poderia significar duas coisas: ou ele tinha muito menos vergonha na cara do que eu, o que era bastante improvável, ou ele já esperava por aquilo de algum jeito. 

— Você faz ideia do porquê diria algo assim? — perguntei, agora observando-o atentamente. — Talvez você quisesse dizer isso para alguém que tenha a ver com o seu trauma. 

Por um breve segundo, porém não breve o suficiente para que eu não o notasse, os olhos do Park tremeram.  

— Agora você acredita em mim? — rebateu. Permaneci fitando-o, deixando claro que eu estava esperando por uma resposta direta. — Não, eu não sei porque disse essas coisas. 

A vida que eu levei ao lado do meu irmão não foi das melhores, contudo, eu pude aprender bastante com a mesma. Aprendi a me virar sozinha, que não deveria depender de ninguém para resolver meus problemas e, principalmente, a saber identificar os sinais que todos inconscientemente dão quando estão mentindo. Por isso, eu podia afirmar com tranquilidade que os olhos vacilantes de Jimin e o aperto exagerado no volante apontavam para o mesmíssimo resultado: ele estava mentindo para mim. Eu não faço ideia do porquê, mas era certo de que ele não estava disposto a me contar toda a sua história. 

Pois bem, não era como se eu precisasse que ele me contasse os fatos para descobri-los.  

Parabéns, Park Jimin. Você acaba de atrair a atenção do meu lado CSI. 

— Estranho. — eu disse, pensativa. — Você parecia realmente desesperado.  

Jimin reagiu à minha alfinetada com silêncio, o que o tornava duas vezes mais culpado. Definitivamente havia caroço naquele angu, e eu arrisco dizer que se tratava de um dos grandes e peludos.  

Não demorou muito para que chegássemos à minha rua e, pela primeira vez, eu vi alguma movimentação na fantasmagórica madrugada em Seul.  

Movimentação até demais. 

— O que diabos está acontecendo? — Jimin indagou, estreitando os olhos. A minha casa era só no final da rua, mas a quantidade de pessoas diante da mesma era tanta que já era possível vê-la. — Aquilo é um caminhão do corpo de bombeiros? 

Sim, aquela coisa enorme e vermelha diante da minha casa pertencia ao corpo de bombeiros. E o pior era que, conforme nos aproximávamos daquelas luzes que o veículo emitia e do amontoado de pessoas, uma quantidade bizarra de fumaça também se tornou visível. 

Céus, o que tinha acontecido? 

Jimin acelerou o carro e em questão de segundos o parou a uma distância segura das pessoas. Eu saltei imediatamente do veículo e, mesmo focada apenas em descobrir o que diabos estava acontecendo ali, pude ouvir Jimin vindo logo atrás de mim. Eu estava nervosa e, sinceramente, à medida que eu tinha que empurrar as pessoas para chegar na minha casa, o meu estado só piorava. 

Meu coração já estava na minha garganta quando eu consegui atravessar a multidão e me deparei com uma fumaça preta saindo de algum lugar da minha casa. Quando tentei passar pelo cordão de isolamento, fui impedida por um bombeiro.  

— Eu sou a dona da casa. — disse antes mesmo que ele me repreendesse. — O que aconteceu?! 

Aquela cena parecia a verdadeira personificação do caos. O bombeiro arregalou os olhos e virou-se para mim. 

— A senhora é mesmo a proprietária? — indagou e, sinceramente, se eu não estivesse tão nervosa naquele momento, teria lhe respondido algo como “não, isso aqui é apenas uma câmera escondida, acene para aquela van ali”. Mas, ao invés disso, apenas confirmei com a cabeça. — Senhora, houve um incêndio na sua residência. Os vizinhos ligaram quando viram a fumaça e nós não demoramos a chegar, mas, mesmo assim, ocorreram alguns estragos.  

Incêndio. 

Na minha casa. 

Não, aquilo não podia ser verdade. 

— Incêndio?! Isso não é possível. 

Não. Não.  

E não. 

Neguei os fatos diversas vezes, tanto em minha mente quanto verbalmente. O bombeiro tentou me acalmar e, no meio da confusão, eu acabei dando alguns passos para trás e esbarrando em alguém. Virei-me e me deparei com Jimin me segurando pelos braços para que eu não caísse e, de bônus, o levasse comigo para o chão. 

Sinceramente, eu não faço ideia de qual seja o trauma desse homem, mas tenho certeza de que ele dificilmente é páreo ao trauma que a minha vida em si é


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Notas finais do capítulo

Metade de vocês deve estar me odiando e a outra metade... bem, provavelmente me odiando também. Mas cada um tem os seus motivos, então não tenha vergonha de contar o seu!

Até a próxima, meus queridos ♥