Meu querido sonâmbulo escrita por Cellis


Capítulo 8
Meu querido investimento


Notas iniciais do capítulo

Cheguei (e nem demorei tanto dessa vez, ein)!

Boa leitura ♥



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Se existe algum ser no universo mais azarado do que eu, sinceramente, eu sinto muitíssimo por essa pessoa. 

Se ela ainda estiver viva e saudável, no caso. 

Na verdade, a situação da minha casa não parecia muito ruim vista do lado de fora — mas a coisa mudou drasticamente de figura conformei cruzei a porta da frente. A sala não parecia ter sido afetada pelo fogo, apesar da fumaça preta que tomava conta do ambiente e da meia dúzia de bombeiros que circulavam por ali com suas botas monstruosamente sujas, contudo, o cômodo seguinte parecia o verdadeiro desenho do inferno: a cozinha. Separada da sala de estar apenas por um balcão de mármore branco (ou que costumava ser branco, dada a sua atual situação), a minha cozinha encontrava-se simplesmente destruída.  

— Por sorte os vizinhos foram rápidos e ligaram assim que o incêndio começou. — o bombeiro dizia, caminhando ao meu lado até a minha (ex) cozinha. — Apesar da destruição, o único cômodo afetado foi esse. 

— Então o restante da casa está intacto? — Jimin indagou, logo atrás de nós.  

Sinceramente, eu nem sabia porque diabos ele ainda estava ali, mas também não estava conseguindo raciocinar direito ao ponto de despachá-lo. 

— Sim. — o homem respondeu. — Nosso especialista fez uma avaliação na estrutura da casa e constatou que a mesma não sofreu danos. — eu não estava o fitando, contudo, senti quando ele se virou para mim com um olhar piedoso. — Apesar de tudo, a senhora está segura aqui. 

Primeiramente, eles fizeram uma inspeção na minha casa, o que significava que haviam andando pelos cômodos sem eu estar em casa — e que os céus me perdoem, mas incêndio nenhum faz daquela cena algo com o qual eu não deveria me preocupar. Mas tudo bem, ignorando o fato de que pessoas estranhas (além de Jimin, claro) tinham andado pela minha amada casa sem a minha permissão, as notícias não eram tão ruins.  

Só a minha cozinha que havia sido consumida pelas chamas. Mas quem nunca esteve nessa situação, certo? 

— Vocês sabem me dizer como o fogo começou? — perguntei, pois aquela parecia ser a dúvida mais importante entre as outras dezenas existentes na minha cabeça naquele momento.  

— Ainda não podemos precisar com certeza, contudo, tudo indica que foi no fogão. — respondeu e, em seguida, apontou para o eletrodoméstico completamente derretido. Eu ainda não tinha o visto e, por isso, me assustei quando me deparei com aquela cena bizarra. — A senhora, por acaso, não saiu de casa e acabou deixando uma boca ligada? Ou o forno, talvez? 

— Mas é claro que não. — respondi, firme. — Que tipo de idiota... 

De repente, toda a minha firmeza se desmanchou feito açúcar na água. Forçando a minha memória e colocando a minha cabecinha para trabalhar um pouco, uma cena do dia anterior surgiu miseravelmente na minha mente. 

O forno. 

Após ser atingida por aquela súbita e maldita vontade de cozinhar, eu decidi preparar o tal bolo. Antes de checar se tinha os ingredientes disponíveis na dispensa, eu coloquei o forno para pré-aquecer — o que, olhando agora, foi uma ideia um tanto estúpida. Em quanto tempo eu achava que poderia preparar a massa? Dois minutos? — e só depois percebi que mantinha um estoque de comida pior do que um adolescente do ensino médio. Decidi ir até o mercado para consertar essa pouca vergonha e... 

Esqueci o maldito forno ligado. 

Mas céus, eu poderia jurar que havia o desligado! Eu não estou tão velha assim, não é? Eu não quase incendiei a minha casa inteira por conta de um erro geralmente cometido por pessoas com mais de setenta anos ou com algum tipo de distúrbio mental, certo?  

Por favor, alguém me diga que eu não sou essa maluca toda. 

— Eu não acredito que fiz isso. — sussurrei para mim mesma, pasma com a minha capacidade de ser incapaz. — Isso nunca aconteceu antes. — de repente, lembrei-me de mais uma informação. — Meu fogão inox! Céus, eu nem terminei de pagar as parcelas... 

Aquela era, definitivamente, a cereja do meu bolo de desgraças. 

— Senhora, eu sinto muito, de verdade. — o bombeiro disse. — Contudo, agora que o incêndio já foi controlado, nós precisamos ir. A senhora pode ligar para a polícia se quiser fazer um boletim de... 

— Não precisa, obrigada. — eu o interrompi, sem a menor coragem de encará-lo. — A única criminosa desse caso sou eu mesma.  

Gostaria de ter completado a minha frase dizendo que talvez eu seja o próprio crime contra a humanidade, contudo, eu ainda tinha um resquício de vergonha na cara e de um orgulho extremamente ferido. Agradeci pelos serviços dos pobres coitados dos bombeiros e, em seguida, os acompanhei até a porta que por sorte ainda restava na frente da casa. A grande maioria dos curiosos já havia se dispersado na rua e os poucos que ainda restavam pareceram evaporar diante do meu olhar nada agradável, por isso, eu pude trancar-me em paz com a minha própria desgraça dentro de casa. 

Ou quase em paz, pelo menos. 

— Que loucura isso, não? — escutei a voz de Jimin logo depois de me jogar em meu sofá. 

Ergui a cabeça que havia enterrado no meio das minhas pernas e o fitei, me esforçando para lhe lançar o meu pior olhar. Ele estava em pé diante do sofá usando uma calça jeans escura e um suéter cinza, porque, diferente da minha digníssima pessoa, ele havia lembrado de levar uma troca de roupas para a clínica. 

Tudo bem, isso só fazia eu me sentir ainda mais estúpida. 

— É sério isso? — indaguei, pasma por ele ainda estar ali e, ao mesmo tempo, querendo colocá-lo para fora a pontapés. 

— Desculpe. — ele respondeu, sem jeito. De repente, porém, ergueu a postura. — Mas você precisa ver o lado positivo das coisas também, Soojin. Você não se feriu e o restante da casa está intacto, então tudo o que você precisa fazer é reformar a cozinha.  

Bem, tecnicamente, Jimin não estava errado — contudo, nada daquilo citado por ele teria acontecido se eu estivesse em casa no momento, porque assim a bendita cara não teria pegado fogo

E por que eu não estava em casa? Sim, isso mesmo, por causa dele

De repente, levantei-me num misto de fúria comigo mesma e, obviamente, com o Park também. 

— Jimin, pode ser fácil para você ver o lado positivo dessa situação, mas para mim as coisas não funcionam exatamente assim. — eu disse. — Tudo o que preciso fazer é reformar a cozinha? E com que dinheiro eu faço isso? — tudo bem, eu não precisava ter exposto a minha dureza assim bem na frente do meu chefe, mas vocês já devem ter percebido que as palavras simplesmente saem da minha boca quando estou nervosa. — Caso você não saiba, praticamente todo o meu salário  está indo para essa casa. Seria impossível pagar as prestações e uma reforma completa nessa cozinha ao mesmo tempo. 

Durante um momento, Jimin pareceu realmente assustado com o meu tom de voz e com a provável chuva de informações que eu havia lançado sobre ele. Os seus olhos levemente arregalados não me fizeram sentir nada melhor e, por isso, eu acabei me sentando frustrada em meu sofá mais uma vez. 

— Desculpe. — eu disse, sinceramente cansada. — Eu estou descontando os meus problemas em você.   

Eu acho bom o Park gravar bem esse momento em sua memória, porque ele provavelmente nunca mais voltará a acontecer. 

Eu estava fitando o carpete da sala e, por isso, não percebi Jimin se aproximando ainda mais do sofá. De repente, ele estava de pé bem diante de mim com uma expressão decidida. 

— Eu posso pagar pela reforma. — afirmou.  

Eu confesso que permaneci um par de segundos sem reação, ainda processando aquela decisão aleatória e sem cabimento dele. 

— Você enlouqueceu? — eu finalmente reagi, ainda sentada. — Eu não posso aceitar que você pague por algo que é de culpa única e exclusivamente minha. E muito menos estou disposta a pegar vales na empresa, se é nisso que você está pensando. 

— Não, eu não estava pensando em vales e muito menos em fazer isso de graça. — ele rebateu. — Eu pagaria pela reforma, sim, porém você me daria algo em troca.  

De repente, eu me levantei em um único pulo, o que o assustou e fez com que ele desse alguns passos para trás.  

Agora esse Park Jimin foi longe demais. 

— Quem você pensa que eu sou, seu tarado?! — exclamei cruzando os braços em frente ao meu corpo, obviamente me protegendo daquela mente pornográfica e maligna de Jimin.  

Ele me encarou confuso e, em seguida, arregalou os olhos.  

— Não é nada disso! — ele negou fielmente, quase desesperado. — Eu só quero um quarto. 

Mesmo confusa, eu ergui uma sobrancelha ao encará-lo. 

— Você não está se ajudando. — eu acusei.  

— Céus, o que se passa nessa sua mente?! Depois eu é que sou o tarado... — ele disse e, quando eu estava prestes a rebater, continuou. — Eu quero que você me alugue um quarto aqui, nessa casa. 

Pausei. Sem literalmente entender nada, eu, aos poucos, fui abaixando os braços. 

— O que? — indaguei, obviamente sem conseguir entender o raciocínio dele. 

Não creio que exista alguém nesse planeta capaz de compreender o que se passa na cabeça de Park Jimin. 

— Bem, você fará a reforma como quiser e poderá gastar o quanto quiser nela. — ele iniciou e, sinceramente, aquela imagem me pareceu um tanto sedutora. Mas ainda faltava a pegadinha, então eu resolvi esperar para tirar minhas conclusões. — Depois disso, nós vamos converter esse valor para alguns meses de aluguel. Por exemplo, você gasta um valor X, o que daria um número Y de meses de aluguel de um quarto. Então, no caso, eu moraria aqui durante esse número Y sem precisar pagar mais nada. 

Sinceramente, eu havia entendido a sua explicação e todo o esquema que ele estava propondo — mas, de verdade, eu continuava confusa em todas as possíveis línguas desse mundo. 

— E por que diabos você quer morar aqui?  

— Não é que eu queira, mas facilitaria e muito ambas as nossas vidas. — respondeu. — Pense comigo: eu pretendo continuar buscando um tratamento para o meu sonambulismo, claro, mas até lá eu continuaria invadindo a sua casa no meio da noite. Toda santa noite eu acordaria em algum canto da casa, você levaria um susto, começaria a gritar, aí eu acordaria assustado... Todo aquele processo de sempre continuaria se repetindo até eu conseguir me tratar de vez. Isso não lhe parece exaustivo?  

— Eu fico cansada só de imaginar. — respondi sem pensar duas vezes, em seguida me repreendendo mentalmente por lhe dar razão. — Mas isso não significa que você morar aqui seja a única solução. 

— E que outra solução você tem em mente? — questionou.  

Engoli em seco enquanto fazia a minha melhor cara de paisagem. Tossi algumas vezes devido à fumaça que ainda circulava na casa e, em seguida, o fitei.  

— Nenhuma. — admiti. De repente, algo curioso o suficiente para ser colocado em palavras estalou em minha mente. — Espera um minuto. Você é rico. — eu disse acusadoramente. — Nunca pensou em comprar a casa e se mudar de vez para cá? Digo, isso teria resolvido todos os seus problemas. 

Para a minha sorte, Jimin era péssimo em controlar suas reações. Ele pareceu desconfortável e sem graça com a pergunta, o que sinceramente era o tipo de reação que alguém que estava escondendo algo teria. Tossiu algumas vezes também, porém não era nem de longe uma reação causada pela fumaça. 

Nervosismo. 

— Eu não gosto dessa casa. — respondeu, coçando a nuca. — Sei que pode parecer difícil de entender, mas eu não moraria aqui. A minha ideia do aluguel é temporária justamente por isso, porque eu ficaria aqui somente até conseguir resolver o meu problema. 

Essa não é a primeira vez que você mente para mim, Park Jimin. Sinceramente, ele me parece ser uma pessoa que não gosta muito de mentir e, por isso, os sinais que ele inconscientemente dá quando o faz acabam sendo gritantes demais para passarem despercebidos. Os olhos vacilantes, a coceira na nuca e o os punhos cerrados, todas essas características denunciando o fato de que ele acredita que a sua única saída em certos casos (como esse) é acobertar a verdade. 

O que diabos você tanto esconde, Jimin? 

— Eu posso pensar no assunto? — indaguei.  

Nesse exato momento, eu deveria estar levando em consideração que se um gato que tem sete vidas morreu pela curiosidade, o que seria da minha pessoa, com apenas uma? Contudo, a verdade é que a minha curiosidade olha diretamente nos olhos do perigo e dá risada. 

O que é uma desgraça, mas eu não consigo evitar. 

A ideia de viver sob o mesmo teto que Jimin era absurda. O máximo de proximidade que havia entre nós era o fato dele ser um sonâmbulo maluco que encasquetou com a minha casa — eu não sei nada mais sobre ele e creio eu que ele se encontra na mesma situação sobre mim. Nós somos, literalmente, dois estranhos. 

Contudo, no outro lado da moeda está o peso da minha cozinha carbonizada unido ao peso da minha maldita curiosidade. Se eu quisesse continuar vivendo naquela casa, eu iria necessitar de uma quantidade de dinheiro absurda para reforma, além do fato de eu me encontrar completamente intrigada pelos segredos e pela história de Park Jimin. Por que aquela especificamente? Que trauma era aquele e, principalmente, por que ele parecia saber mais sobre aquilo do que revelava? 

Por que ele parecia relutante em se ajudar? 

— Sem problemas. — ele respondeu, por fim. — Leve o tempo que precisar. 

Pois bem, aquele já era um bom começo. Eu pensaria com muita calma em sua proposta, ainda que eu já estivesse praticamente com a resposta na ponta da minha língua inquieta. 

 

*** 

 

— Sinceramente, eu não sei se fico mais chocada por você ter colocado fogo na sua própria cozinha ou se, por causa disso, você ter conseguido um inquilino que é ninguém mais e ninguém menos que Park Jimin. — dizia Naeun, prazerosamente jogando os fatos na minha cara. — Acho que pelo segundo, porque o primeiro não é tão impossível assim de acontecer comigo também.  

— Eu não consegui inquilino nenhum. — rebati, ignorando o fato de que minha melhor amiga estava ali para me ajudar em absolutamente nada. — Eu não disse que aceitei a proposta dele. 

Honestamente, eu não sou uma pessoa muito aberta. Às vezes eu falo as coisas sem pensar — tudo bem, quase sempre — mas raramente eu deixo escapar algo pessoal. Sou o tipo de pessoa que pode falar qualquer bobagem para qualquer um, especialmente quando estou irritada, mas quase nunca comento coisas sobre a minha própria vida.  

Exceto com Naeun. 

Talvez por nunca ter tido uma amiga de verdade durante a minha infância, eu consegui me afeiçoar a Naeun de um modo inexplicável. Ela me irritava de vez em quando e quase nunca tinha bons conselhos para me dar, claro, mas isso não fazia dela uma má ouvinte — pelo contrário, se eu estivesse disposta a falar e reclamar durante uma madrugada inteira, ela com certeza estaria lá para me ouvir. E, sendo sincera, eu era realmente péssima em seguir os conselhos dos outros, então tudo o que precisava era de alguém para me escutar reclamar, mais nada.  

Para a minha sorte, Naeun gostava de ser essa pessoa. 

— E por que não, sua maluca?! — indagou um pouco mais alto do que deveria, atraindo a atenção do casal sentado na mesa do lado da nossa. Olhou para eles nada amigavelmente e, quando os pombinhos ficaram com medo de continuar nos encarando, ela continuou. — Você precisa aceitar. 

Ergui uma sobrancelha para ela. 

— Por que?  

Sinceramente, eu me arrependi de ter feito aquela pergunta no segundo seguinte, quando vi Naeun endireitar sua postura e colocar de lado a porção de arroz que comia.  

Lá vinha história. 

— Primeiramente, é um investimento. — ela respondeu, séria. — Você aceita o Park e ganha em troca uma cozinha novinha em folha. Já parou para pensar o quanto custa aquela montanha de mármore branco só na sua bancada? Os seus dois rins no mercado negro, provavelmente. — pausou, ajeitando os fios loiros que insistiam em pular para fora do rabo de cavalo alto. — Segundo, é um ótimo jeito de investigá-lo.  

— Investigar? — indaguei, rindo. — Você está sugerindo que eu passe os dias revezando entre observar o comportamento de Jimin e bisbilhotar suas coisas quando ele não está por perto, é isso? 

— É exatamente isso. — respondeu, convicta. — Você disse que estava certa de que ele estava escondendo alguma coisa. Não quer saber o que é?  

— É claro que quero. — afirmei no mesmo instante, me repreendendo no segundo seguinte por entregar minha curiosidade tão facilmente.  

— Então, tem jeito mais eficiente para descobrir os segredos de uma pessoa do que convivendo com ela? — continuou em sua lógica que, na verdade, até fazia algum sentido. — É como aquele ditado: mantenha os amigos perto e os sonâmbulos mentirosos ainda mais perto. 

— Esse não é o... 

— Além disso, — ela me interrompeu, sabendo que eu estava prestes a corrigi-la. — ser agradável com o chefinho não é tão ruim assim. Você chegou bem em cima da hora nos seus dois primeiros dias de trabalho e já nem precisou aparecer no terceiro, tudo isso porque Jimin fez vista grossa. Você não tem do que reclamar, Jeon.  

— Eu fui liberada do serviço hoje porque a minha casa pegou fogo, Naeun. — rebati. 

— Foi só a sua cozinha, não seja dramática. — disse, dando de ombros. — De qualquer jeito, quem foi que liberou você? 

De um certo ponto de vista, Naeun não estava completamente errada. Quando eu me sentei no sofá me perguntando o que diabos estava fazendo/deveria fazer com a minha vida, pude ver a compreensão nos olhos de Jimin. Ele disse que eu poderia tirar o dia de folga para descansar e colocar os pensamentos em ordem e, em seguida, foi embora sem me encher de questionamentos ou coisas do tipo. Não que eu tenha conseguido dormir com aquele maldito cheiro de fumaça dentro de casa, contudo, a parte do descansar eu pude fazer deitada no conforto da minha cama. Além disso, fui capaz de pensar o suficiente para ligar para Naeun e chamá-la para gastar o seu horário de almoço ouvindo a trágica história da minha vida. 

Não se enganem, ela só havia aceitado porque eu prometi que pagaria. 

Terminando a minha tigela de sopa de mariscos no nosso restaurante preferido — que, sinceramente, só é isso tudo porque é o mais barato nos arredores da empresa — eu não respondi à sua pergunta. Passei o restante dos minutos que nos restavam refletindo sobre aquele assunto, ponderando os prós e os contras de ter Park Jimin como meu inquilino. 

Sinceramente, os contras eram em maior quantidade, contudo, os prós eram mais pesados: finanças e curiosidade

Infelizmente, é isso que move a mulher moderna. 

Terminamos de comer e depois de pagar pelo almoço, me despedi de Naeun ainda na porta do restaurante. Ela voltaria para a empresa e eu... 

O que diabos eu faria? 

De repente, resolvi por fim naquele dilema torturante. Alcancei meu celular na minha bolsa e, em seguida, o cartão de apresentação que Jimin havia me dado no elevador. Disquei seu número e ele demorou exatos dois toques para me atender com um alô de quem já sabia quem estava do outro lado da linha. 

Ótimo, assim eu podia pular para o que realmente importava. 

— Park Jimin. — eu o chamei, decidida. — Eu preciso que você me encontre em um lugar. 

Aquilo era um investimento, apenas isso.  

Nada mais do que isso. 

 


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Não esqueçam de interagir com essa autora, prometo que não mordo.

Até ♥