The Fear You Won't Fall escrita por WellDoneBeca


Capítulo 38
XXXVIII




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— Vocês têm que fazer isso aqui? — Fred reclamou. — Bem na minha frente?

Eles estavam no quarto que os gêmeos dividiam, e esse era o último dia das férias de Natal. Depois do incidente no sofá, Cas e jorge estava um pouco mais próximo que antes, fisicamente falando. Ninguém, exceto Sirius, os havia pego, mas na manhã seguinte, ele, timidamente, informou a namorada de que os dois não podiam mais ficar sozinhos em quartos. Além disso, se eles fossem ficar juntos em qualquer outro cômodo, a porta deveria estar completamente aberta, acabando completamente com a privacidade dos dois. No fim, Fred acabou virando o acompanhante oficial – embora involuntário – dos dois quando o gêmeo e a namorada se separavam do resto do grupo.

— Pode ir embora se quiser. Você é um homem livre. — Jorge levantou o rosto do pescoço de Cassiopeia, interrompendo os beijos que ele distribuía ali.

— Você sabe que eu não sou. — O outro gêmeo revirou os olhos. — Se eu for, a mamãe vai gritar comigo até eu voltar. Ou pior, ela vai se sentar exatamente onde eu estou agora, e não vai ser tão legal com vocês dois quanto eu estou sendo, principalmente se souber que vocês estão tão grudadinhos assim.

Cassiopeia sentiu o rosto se vermelho e olhou em sua direção com um sorriso gentil.

— Obrigada por ser tão legal e ficar com a gente, Fred. Você é um ótimo amigo.

Com isso, o rosto do rapaz se iluminou num sorriso.

— Está vendo, Jorge? — Ele apontou para ela. — Sua namorada tem boas maneiras.

Jorge apenas riu, apertando-a contra si.

— Ela é maravilhosa, não é? Eu tirei a sorte grande.

Ela apenas riu, revirando os olhos.

— Eu não quero voltar pra Hogwarts. — Jorge suspirou, perdendo a alegria em seus olhos. — Eu acho que é a primeira vez que me sinto assim na minha vida.

A garota loira o entendia perfeitamente. Com Umbridge lá, suas vidas eram lamentáveis e adicionando isso ao fato de Cassiopeia e Jorge não poderem estar tão perto um do outro tanto quanto eles queriam apenas piorava a situação.

— São apenas alguns meses. — Ela lembrou. — Nós vamos sobreviver.

Os dois garotos ficaram em silêncio, fazendo com que ela se voltasse para o namorado.

— Jorge… — Ela insistiu. — Não vai ser tão ruim.

— Nós dois sabemos que vai. — Ele insistiu.

Ela hesitou.

— Ok, eu sei que vai. — Ela respirou fundo. — Mas é o nosso último ano e sei que, assim que nos formarmos, ficaremos bem.

Eles tentaram protestar, mas o som dos degraus subindo as escadas fez os dois pararem e ela se levantar. Ela não tinha certeza de quem estava lá, mas sabia muito bem que a Sra. Wealsey não ficaria feliz em ver como ela e Jorge estavam sentados.

Cas havia acabado de se sentar na cama quando a porta se abriu e os três olharam na direção dela.

— Cassiopeia, querida. — A mãe de seu namorado entrou. — Você está ocupada? Sirius quer falar com você em particular.

O adolescente franziu a testa, mas colocou o livro de lado.

— Claro, senhora.

Cassiopeia a seguiu para fora do quarto, olhando para os dois garotos atrás de si antes de fechar a porta.

— Alguma coisa errada? — A loira perguntou.

— Só ele pode responder essa pergunta. — Ela respondeu, em nada aliviando seu nervosismo.

Ela levou a Sonserina até a biblioteca, onde Sirius estava sentado, e deixou os dois sozinhos.

Ela caminhou até ele em silêncio e o homem sorriu quando a viu.

— Cassiopeia. — Ele parecia relaxado. — Sente-se, tome um pouco de chá.

A menina de olhos cinza concordou, pegando o chá na pequena mesa entre os dois.

— Eu tenho uma confissão a fazer. — Ele colocou o copo longe. — Eu convidei você aqui com outras intenções além de chá.

Ela se sentou mais reta, não tão nervosa quanto antes, mas ambas curiosas e um pouco hesitantes.

— Quando Molly me contou sobre você, eu vi um pouco de mim mesmo na sua história. O garoto que acabou se desviando da família e decidiu que ele não seria tão odioso quanto eles e que queria uma vida diferente; eu conheci algumas pessoas que eram diferentes e aprendi a verdade sobre a vida. — Ele riu. — Eu queria ver você de perto, passar um tempo com você e ver se você era o que eu imaginava. Por isso te convidei para passar o Natal aqui.

A garota manteve seu silêncio, ainda o observando, e Sirius pegou o prato entre eles.

— Biscoito? — Ele ofereceu.

Cassiopeia pegou uma e deu uma mordida, mas não moveu os olhos de sua figura.

— Você é diferente do que eu pensava. — Ele apontou. — Mas isso não é ruim. Você também está em uma situação que eu nunca me vi me metendo, com seus pais e a coisa toda com os Comensais da Morte. — Ele disse devagar, tentando não se aprofundar no detalhe. — Molly me disse que você está com medo de voltar para casa e não posso culpá-la. É por isso que estou aqui para dizer que você não precisa voltar para casa depois de Hogwarts.

Ela franziu a testa.

O que ele estava dizendo? Se ela não fosse para casa, para onde ela iria? Cassiopeia não tinha garantia de emprego e o único dinheiro que possuía era controlado de perto por seus pais.

— Quando a escola acabar, eu quero que você viva aqui.

Os olhos dela se arregalaram e seu queixo caiu.

— O que?

Ele sorriu abertamente, provavelmente divertido por sua expressão prima.

— Você não precisa se preocupar em encontrar um lugar para ficar ou como pagar por comida ou necessidades básicas. Monstro ainda é bom em cozinhar e você está na árvore genealógica que ele tanto adora. Eu até acho que o retrato da minha mãe vai parar de reclamar tanto com você por perto. Ele gostava de Cissa, e você se parece um pouco com ela. A coisa mais importante é que você estará segura aqui. Eu prometo.

Mas ela ainda mal conseguia acreditar no que ele havia dito.

— Viver aqui? Você tem certeza?

— Absolutamente.

Ela abriu e fechou a boca, fazendo seu primo rir.

— Você não precisa dizer nada.

— Obrigada! — A garota exclamou. — Muito obrigada!

Não pensando, ela se lançou em seus braços, surpreendendo os dois por um momento antes que Sirius a apertasse de volta.

— Não se preocupe. É para isso que serve a família.


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