Jorge estava começando a repensar seu plano inteiro. Os Weasleys estavam se mudando para a sede da ordem em uma semana, e enquanto ele confiava em Cassiopeia, ninguém mais queria mostrar a ela o esconderijo da Ordem da Fênix, especialmente com o histórico de sua família.

Enquanto Fred e seus pais haviam concordado que não havia problema algum em tê-la em sua casa por alguns dias, Rony e Gina ainda não sabiam que ela estava a caminho, e ele sabia haveria uma grande chance de resistência por parte deles assim que ele soubesse. Tudo o que os dois sabiam sobre ela era que ela era a garota com quem ele andava desde o Baile de Inverno.

— Quando é que ela vai chegar, Jorge? — Molly questionou.

Ele estava nervoso, muito nervoso, e a forma como ele andava de um lado para o outro deixava aquilo bastante claro.

Seus irmãos estavam em seus próprios quartos fazendo o que quer que estivesse em suas mentes, exceto Fred. Seu gêmeo estava bem ao seu lado, esperando em silêncio.

— Ela já deveria estar aqui. — Jorge murmurou, olhando fixamente para a lareira, como se buscando algum defeito visível nela. — Tem certeza de que o floo ainda está funcionando? Talvez esteja com defeito.

— É claro que está, querido. — Molly respondeu do outro lado, claramente desdenhando dele. — Eu tenho certeza que sua amiga estará aqui antes do jantar, não se preocupe.

Como se fosse assim tão fácil…

E se ela tivesse desistido? Ou talvez os pais dela e Draco estivessem em cima dela e tivessem decidido que queriam que ela passasse o aniversário com eles? E se você-sabe-quem...

Merlin, ele nem poderia listar quantas coisas ruins podiam estar acontecendo agora.

— Ei, Jorge. — Ele ouviu um grito do andar de cima. — Eu acho que tem uma garota em uma vassoura prestes a pousar lá fora.

O garoto nem sequer pensou em quem havia o avisado quando saiu correndo para a varanda da frente, abrindo o maior dos sorrisos quando reconheceu Cassiopeia à distância. Quando ela pousou, Fred era a pessoa mais próxima, e foi ele quem a recepcionou, mas assim que seu irmão estava fora do caminho, Jorge passou os braços em volta da cintura da menina e a ergueu em um abraço tão apertado e quente que destruiu qualquer barreira que ela houvesse construído enquanto se preparava para encontrar a família de ruivos.

— Cas. — Ele suspirou contra a curva de seu pescoço, absorvendo seu perfume e do cheiro natural de sua pele.

Havia uma lista de coisas com as quais ela deveria ter se preocupado quando seus pés pousaram no chão: sua bagagem, como seu cabelo fazia ela parecer que ela havia acabado de sair de um campo de batalha, onde sua vassoura havia caído… Mas nenhum deles sequer passou pela cabeça dela no momento que ela o viu. Tudo o que Cassiopeia podia ver, ouvir, cheirar e sentir era Jorge, e ela não estava perto de soltá-lo.

— Jorge. — Ela murmurou.

— Eu senti sua falta. — Ele a apertou um pouco mais forte. — Eu sei faz só duas semanas, mas…

— Tudo bem. — Ela o interrompeu, beijando sua bochecha e movendo as mãos para acariciar a parte de trás do pescoço dele. — Eu também senti saudade.

Molly observou os três adolescentes do batente da porta e virou a cabeça para ver Rony e Gina quando eles se aproximaram.

— Uau. — A garota exclamou quando viu os dois ainda se abraçando. — Ele gosta dele mesmo.

— Solte a menina, Jorge. — A mãe finalmente interrompeu os dois, indo até a direção dos dois. — Ela passou três horas voando, deve estar exausta.

Ele obedeceu hesitantemente, pondo Cassiopeia no chão e corando furiosamente quando seus olhos captaram o sorriso maldoso de Fred.

— Não se atreva a dizer nada. — Ele sussurrou para seu irmão gêmeo, mesmo sabendo que dificilmente faria qualquer diferença.

A alguns passos de distância, Ronald e Gina tentaram ver a visitante e finalmente descobrir que ela era, embora só pudessem ver um pouco de cabelo quase branco com os gêmeos de pé bloqueando sua visão.

— Prazer em conhecê-la, querida. — A mulher afirmou. — Eu sou Molly Weasley, Jorge deve ter falado de mim.

A menina estendeu a mão para um um aperto educado, e Molly retribuiu com um olhar de estranhamento.

— Obrigado por me convidar, Sra. Weasley. — A loira disse educadamente. — Seu filho diz coisas maravilhosas sobre você.

Com isso, a mãe encarou o rapaz com surpresa.

— Bem. — Ela finalmente sorriu. — Ele nunca se cala sobre você, isso é um fato. Entre, você precisa comer e beber alguma coisa, deve estar faminta. Meninos, subam com as coisas dela.

Antes que Fred pudesse estender a mão, Jorge pegou a pequena mala que a loira deixara cair e sua Firebolt.

Só então os outros dois irmãos mais novos puderam ver o rosto da tão famigerada visita, e ambos arregalaram os olhos instantaneamente.

— Malfoy?! — Ronald exclamou. — O que diabos você está fazendo aqui?