O Estado escrita por HariZoldyck


Capítulo 6
Capítulo 5 - Traição


Notas iniciais do capítulo

"Quem são os traidores? Quais seus objetivos? O que Death Note? Quem é a arma temida pelos Lobos? Onde está Hoheinheim?



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Todo mundo já tinha ido dormir, menos Mello, Lawliet e o Ganância. Já era uma hora da manhã, era uma noite fria e silenciosa. Os três estavam sentados na mesa central, onde Mello e Lawliet estavam nos lados e Ganância em uma das pontas da mesa de formato retangular. Mello, com uma cara irritada, inclinou a coluna lentamente em direção ao Ganância, e disse:

— Ganância, eu e o Lawliet estamos já cansados dessas suas posturas aqui na organização. Você só vive causando problemas com os companheiros, já ofendeu o pai da Íntegra, já insinuou que o Mustang era um dos Lobos, quase mata um homem inocente quando fomos para o aeroporto de Santiago investigar se havia membros dos Ursos trabalhando no local e, o pior de todos, foi acusado de ABUSAR SEXUALMENTE CERAS VICTORIA. E agora, arranja essa briga com os irmãos Elric ofendendo Hoheinheim, o que torna isso algo bem mais grave. O que nós devemos fazer com você?

— Espera um pouco, meu cara Mello, tudo isso que você me acusou tem um pouco de verdade, mas foram eles que começaram. E que papo de esse de abusar sexualmente? Foi a Ceras que me deu mole.

— Ganância (já Lawliet falando), nós sabemos perfeitamente que você é um cara que trabalha individualmente e que é um soldado  que prefere mais força física do que intelecto, e isso nós respeitamos profundamente. Nós até permitimos que você fique de fora da reunião, mesmo nem devendo fazer isso na altura do campeonato que lá fora está. A única coisa que faz você manter-se nesse lugar é o seu poder, algo que precisamos muito para nos defendermos de Ursos e Lobos que freqüentemente nos atacam, mas não está dando mais para te aturar.

— E o que vocês querem que eu faça? Vão, por acaso, me expulsar daqui? Por mim, tudo bem, eu saio dessa merda agora mesmo. Desde do dia que eu entrei por aquela porta, fugindo daqueles malditos Lobos que mataram minha família, que eu não era uma pessoa normal e sociável.

— Não, Ganância, não vamos te expulsar isso só porque precisamos muito de você nesse momento, ainda mais pelo fato de estarmos próximos de Hoheinheim e de, finalmente, termos encontrado os irmãos Elric. Mas a próxima merda que você fizer com alguém desse grupo, eu e o Lawliet te mandamos para o olho da rua.

Ganância dá uma leve risadinha, e responde:

— Faz o que bem entenderem. Agora, eu vou cochilar um pouco.

Já de manhã, Edward abre a janela do quarto e encara os finos raios solares diante de seu rosto, mesmo com a presença do céu nublado. Os irmãos haviam dormido como uma pedra, depois de encarar uma viagem de mais de 8 horas de duração, mais uma longa reunião. Os dois vão até a mesa para tomar café da manhã, mas apenas encontram Mustang, Íntegra e Ceras no local, Edward dá bom dia, e Alphonse pergunta logo em seguida:

— Pessoal, cadê o Mello e Lawliet.

— Nós também estranhamos a ausência dois hoje de manhã – responde Mustang.

— Eles não estavam conversando com o Ganância, ontem a noite? – pergunta Ceras.

— Estavam? – estranha Edward.

— Sim, eles ficaram até uma hora da manhã falando. – responde Ceras.

— Não sei como ainda não expulsaram aquele idiota daqui. – comenta Íntegra.

— Aquele cara tem uma força anormal. Ele é uma peça rara na nossa equipe, mas ele me dá medo. – responde Mustang. – Mas, enfim, vou fazer mais uma de minhas expedições.

— Expedições? Perguntam Edward e Alphonce, que estavam de canto comendo o tempo todo.

— Sim, eu saio por Puente Alto investigando lugares pela cidade que suspeitam estar ocupados de inimigos.

— Sozinho?

— Sim, enquanto a Íntegra e a Ceras vão trabalhar com aquele tal de Light Yagami na perto do hospital de Puente Alto e o Mello, Lawliet e Ganância ficam aqui cuidando do local.

— Perto da praça – corrige Ceras

— Sim, perto da praça, tanto faz. Bom, até mais. Ah, só mais uma coisa: O Mello mandou avisar a vocês dois para você irem até a prefeitura, lá ele vai te falar uns negócios.

— Negócios? Que negócios?

— Eu não sei, vocês devem ir lá. Bom, já vou indo.

De repente, o Ganância aparece na sala, já dizendo:

— Puta que pariu, vou ficar mesmo aqui sozinho cuidando dessa merda? Que pena.

Ceras, percebendo a presença do rapaz, fecha a cara, e sai do lugar, acompanhada de Íntegra, dizendo:

— Vou sair daqui, não vou ficar no mesmo lugar que você (olhando para Ganância)

— Poxa, gata, esse mal humor faz mal para esse corpinho gostoso seu. – responde ele com deboche.

Todo mundo vai embora e deixa Ganância, sozinho, cuidando do lugar, para impedir que seja invadido por ninguém. Edward e Alphonse foram se encontrar com Mello e Lawliet na prefeitura, Ceras e Íntegra foram se encontrar com um jovem chamado de Light Yagami em uma residência perto do hospital e Mustang foi fazer mais uma de suas expedições em busca de informações.

Chegando na prefeitura (aliás, um lugar que já foi uma prefeitura), os irmãos Elric se deparam com um lugar imenso , cheio de corredores, portas e janelas, todo abandonado, que já foi sede de uma grande cidade. Já na entrada, está Lawliet esperando os irmãos, dizendo:

— Finalmente, vocês chegaram. O Mello está esperando por vocês.

L acompanhou os irmãos até uma sala localizada no terceiro andar do edifício. Era um salão enorme, com janelas enormes e uma boa ventilação. Mello estava sentada atrás da mesa, onde Lawliet também foi se sentar. Edward já estava impaciente e foi logo perguntando:

— O que vocês querem falar com nós? Porque nos chamaram aqui?

— Espera um pouco, Edward – tenta acalmar Mello. – que quem vai explicar o que está acontecendo é o Lawliet.

— Bom, como vocês já sabem, o pai de vocês é carregado de mistério e de dúvidas, e, possivelmente, ele possa ser um colaborador dos Lobos. Mas, neste exato momento, temos outras três preocupações mais importantes nesse exato momento, e uma delas envolve você, Alphonse.

O irmão mais novo começou a ficar amedrontado, além de confuso. Edward, da mesma maneira, perguntou:

— Com o Al? O que tem ele?

— Vamos ainda chegar lá, esperem um pouco. A primeira coisa que temos a falar é sobre um cara chamado Light Yagami. O Mustang  falou sobre ele?

— Sim – responde Alphonse. – Ele nos disse que ele trabalha junto com a Ceras e a Victoria perto de um hospital daqui da cidade.

— Exatamente – continua Mello. – Ele é um antigo companheiro nosso que nos ajuda em nossos trabalhos. Vive perto do hospital Dr. Sotero Del Río, em uma residência de classe média, e todo dia a Ceras e a Ìntegra vão lá ajudar ele a cobrir investigações, análises de documentos, provas etc.

— O problema é que, ultimamente, ele tem adotado atitudes suspeitas, como sumir durante alguns dias, com a desculpa de que está investigando fora de Puente Alto, escondendo arquivos e até falando sozinho com algum ser invisível.

— O que isso quer dizer? – pergunta Edward.

— Nós suspeitamos de que ele esteja trabalhando ou para os Ursos ou para os Lobos. E se isso for verdadeiro, ele deve ser morto imediatamente.

— O que quer dizer com “falando sozinho com algum ser invisível”?

— É justamente aí que está a questão. Ele é, possivelmente, um usuário do Death Note.

— Death Note? O que é isso?

— O Death Note é um caderno onde, quando um nome de uma pessoa é escrito, essa pessoa morre em um intervalo de tempo de 40 segundos. E o usuário do Death Note sempre tem uma criatura ao seu lado, chamada de “shinigami”. Essa criatura só é possível de ser vista quando se toca no diário, ou seja, apenas o Light pode ver esse shinigami.

Com essa informação, Edward e Aphonse entram em um estado de choque profundo, com medo dos possíveis inimigos que a equipe poderá enfrentar. Alphonse, então, faz uma pergunta inusitada:

— Espere um pouco, se caso o Light Yagami realmente fosse nosso inimigo, então ele não já teria escrito nossos nomes no caderno?

— Não, primeiramente porque ele não sabe nossos nomes completos, e devido a esse risco, ordenamos a todo mundo a não dizer qual o nome completo de ninguém. E segundo que ele, caso seja inimigo, ele é, provavelmente, algum espião e não pode matar nos agora porque deseja obter informações.

Edward se levantou da cadeira com raiva, pegou na gola da blusa de Lawliet, e gritou:

— ENTÃO PORQUE DIABOS ESTAMOS AINDA CRIANDO RELAÇÕES COM ESSE TAL DE YAGAMI? NÃO É SÓ MATAR AQUELE DESGRAÇADO E PRONTO?

Mello, para sua auto defesa, pega um pistola do bolso e aponta para Edward:

— Se acalma aí, baixinho, ou então vamos resolver isso na bala, e eu não quero isso.

— Chega, todo mundo. Mello, abaixa essa arma,  e Edward, senta na cadeira, não vai ser assim que vamos resolver isso. – repreende Lawliet. – Vamos continuar: Bom, Edward, não é assim que as coisas funcionam; não sabemos se essa teoria é real ou não, quem está investigando isso é a Ceras e a Íntegra. Mas agora temos agora um inimigo muito pior.

— É sobre o que?

— É a segunda coisa que eu ia falar com vocês. Bom,...

Enquanto isso, Roy Mustang estava no centro da cidade, um lugar com uma quantidade enorme de pessoas pedindo esmola, em busca de alimento e proteção. O ex-coronel estava na praça central da cidade, um lugar ocupado por barracas e tendas onde viviam famílias e pessoas em condições de extrema pobreza.

Passavam poucas pessoas por aquela região, exceto as que já viviam ali. Alguns conseguiam um pouco de água, outros um pouco de leite, outros um pouco de pão, mas todos passavam fome e sede. Ao analisar essa nova realidade, Roy via como estava em um patamar privilegiado naquela casa trabalhando com Lawliet, onde tinha alimentos e bebidas suficientemente para todos. Mustang se sentia como um rei andando sobre pebleus em plena Idade Média.

O objetivo central do coronel era encontrar uma casa com característica acabada, cuja tinha a suspeita de abrigar um grupo de pessoas ligadas aos Ursos. Essa casa se localizava no centro da cidade, e era uma estrutura amplamente rica e moderna. A única referencia que Mustang tinha era uma foto tirada por ele mesmo do local, sem endereço nem ponto de referência.

Mustang fica olhando para a foto, observando os pequenos detalhes da casa, dentre portas, janelas, telhados, lajes, jardins, quintais, etc. Porém, dentre alguns minutos, o coronel sente uma espada cortando as suas costas rapidamente. Mustang, obviamente, tenta virar para se defender e dá um grande salto para trás ver o rosto do sujeito, mas ele se depara com um homem com uma máscara de palhaço. Não se sabe se ele tem ligações com alguma organização, mas, provavelmente, ele é um inimigo.

— Quem é você?... Desgraçado. – pergunta o coronel, gemendo de dor

— Finalmente, eu te encontrei, Roy.

Ao ouvir a voz do homem, Mustang entra em um estado de choque. “Não pode ser”, ele pensa, “Ele ainda está vivo”.

— Eu sei que é uma surpresa ainda me encontrar, Coronel Mustang, mas preciso urgentemente de você.

— Acha que eu vou confiar em você depois de quase me matar com essa espadada?

— Isso só foi um modo de chamar atenção. Me desculpe se isso te machucou. Mas preciso que você me siga, urgentemente.

O homem leva Roy Mustang até um beco próximo da praça. Era uma pequena brecha dentre dois prédios, cheio de sacos de lixo furados e, principalmente, ratos e baratas. Mustang, já preparado para um possível combate, faz uma simples pergunta:

— O que você quer de mim, “presidente” John McKIng?

Exatamente. John McKing, um dos responsáveis pela Anarquia Global. Um antigo conhecido do Mustang, cujo era coronel no seu governo na Casa Branca, que foi o último da história. Qual era o motivo dessa busca?

— Mustang, eu sei o que você deve estar pensando de mim.

O coronel dá uma risada irônica e responde:

— Não sei, McKing, eu devo estar pensando que você é um anjo, não é? Olha aquelas pessoas ali: você é o responsável delas estarem naquela merda, aliás, o mundo inteiro.

— Você sabe muito bem que não o único que causou tudo isso, mas te trouxe aqui por um motivo ainda mais importante. É algo sobre um companheiro.

— Companheiro? Que companheiro.

— Ganância.

— O que tem o Ganância? E como você conhece ele?

— É uma longa história, mas o que eu quero dizer é: O Ganância é um traidor.

Um minuto de silêncio rompe a conversa entre os dois. Ouvia-se até o som do vento bater nos sacos de lixo espalhados pelo beco, de tão silencioso que estava. Mustang olhava para McKing sem expressão, olhos sem piscar e respiração lenta. Mas essa expressão foi cortada com a risada do coronel, que depois dizia:

— Aquele merda daquele Ganância, traidor? Ele pode ser um filho da puta arrombado, mas ele não teria coragem de nos traírem nem fudendo, depois de tudo que a gente fez.

— Você é muito inocente, Roy. Você não assim no tempo em que trabalhava para mim.

— Me explica direito esse papo do Ganância ser traidor.

— Bom, é o seguinte...

Enquanto McKing explica para Mustang sobre a revelação bombástica, Ceras e Íntegra estavam na casa do chamado Light Yagami, um lugar de classe média, luxuoso, com piscina, varanda etc. Yagami era um jovem alto, cabelos loiros e lisos. Usava sempre ou terno e gravata ou qualquer outro tipo de roupa social/formal, além do fato de ser extremamente inteligente.

— Fiquei sabendo que vocês, finalmente, encontraram os Elric, né?

— Sim – responde Ceras. – Mello andou por aí que nem um louco, mas achou.

— Onde eles estavam?

— Em Hamburgo, na Alemanha.

— Alemanha? Esse tempo todo eles nem saíram do país de origem deles?

— Por incrível que pareça, sim. – responde Íntegra. – Mas, mudando de assunto, você nos disse ontem que tinha algo importante á dizer.

— Ah, sim, claro. É sobre aquela casa que eu falei para vocês com vocês e o Mustang mês passado.

— Aquele que o Mustang está procurando agora?

— Sim, eu preciso que procurem ela.

— Mas isso não é tarefa do Roy? – Pergunta Íntegra.

— Sim, mas é preciso de mais gente para entrar lá caso tenham inimigos. Vocês já sabem o ponto de referência, né?

— Sim. Se quiser vamos agora.

— Ótimo, até mais.

— Até!

Ceras e Íntegra saem em busca da tal casa, deixando Light sozinho em sua casa. Ele, então, aproveitando que as duas meninas estão fora, senta na sua cadeira, no seu escritório, tira seu celular do bolso e começa a digitar um número, fazendo uma ligação. Ele põe o aparelho na orelha.

— Alô? – Chama Light.

— Finalmente ligou, meu amigo Kira.

— Como você está, meu amigo Ganância?

— Eu estou bem, e como vai o nosso plano?

— Ótimo como sempre, aquelas vagabundas estão caindo direitinho.

O jovem ganância dá uma longa risada, e responde:

— Puta que pariu, Kira, você é um gênio mesmo, hein.

— Sim, sim, agradeça ao Ryuuki por isso. Mas agora nós devemos se preocupar com os Elric.

— Aquele baixinho e o grandão da armadura. Aqueles merdas não vão nem encostar o dedo na gente. É só escrever o nomes deles no diário e-

— Não é isso que eu estou falando. Estou falando sobre Hoheinheim. Aquele cara já está procurando os filhos dele, mas não sabe que eles estão com Mello e Lawliet.

— Tem razão; ainda por cima tem o imenso risco de Hoheinheim voltar.

— Sim, se aquele desgraçado vir você, é capaz dele te matar.

— É capaz não; ele realmente irá me matar caso me encontre. – diz Ganância preocupado. – Depois de tudo que fiz com ele lá nos Lobos.

— Bom, enfim, eu tenho que desligar antes que o Mello chegue

— Tudo bem, até mais.

Ganância desliga o telefone com um ar de preocupado. O jovem estava rodeado de ameaças: Uma hora estava preocupado se Mello, Lawliet e todo o pessoal descobri-se seu plano com Light/Kira; outra hora estava preocupado em ser pego pelos Ursos ou Lobos; outra hora estava preocupado na volta de Hoheinheim. Sua cabeça já estava a mil, mas o seu objetivo agora era simples e único: roubar toda a fortuna da equipe de Lawliet, conseguir informações sobre seu irmão, membro dos Lobos, e fugir de Puente Alto e recomeçar sua vida.

Cada capítulo que passa, as coisas vão se esquentando, e todos esses conflitos, um dia, irão se chocar e acabar numa grande guerra. O tempo é que nos dirá.


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