O Estado escrita por HariZoldyck


Capítulo 7
Capítulo 6 - Salvando uma alma


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu fiquei mais de um mês, aliás mais de um mês, sem postar capítulo. Me desculpem, fiquei viajando e não consegui continuar com a história, mas agora vamos voltar ao normal :)



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O caos já estava acontecendo no lado dos Elric, mas para ele, ainda era só o começo. 10 horas da manhã. Cidade de Monterrey, norte do México. Era o cenário de observação de um homem, que buscava reconquistar o que perdeu. Família, filhos, respeito. Tudo isso foi tomado. Tomado por seus inimigos e antigos amigos, se podemos chamar assim. Agora, ele precisa combater aqueles que querem seu sangue em uma taça.

O dia estava frio. Ele tinha chegado na cidade no dia anterior. Era o típico inverno de final de ano no hemisfério norte, no norte do México. O homem que buscava o que perdeu estava em um observatório, em um dos pontos mais altos da cidade, observando a vista como sempre faz todos os dias.

Ele morava nesse observatório a um bom tempo. Era um lugar de difícil acesso, onde poucas pessoas tinham conhecimento da rota, sendo um lugar perfeito para refugiar-se contra inimigos e malfeitores. O homem habitava-se nesse local com o pouco de itens, incluindo objetos como bússola, mapas, um celular velho, carregador, baterias, pilhas, um pouco de pão, água e farinha, sobrevivendo como pode. Mas tinha uma coisa a mais que era bem mais precioso que tudo isso: conhecimento. Ele era um alquimista de grande poder, algo que o torna ainda mais procurado e temido por seus inimigos.

Enquanto observava a cidade de Monterrey, lá em cima, o homem tomava uma xícara de café, feito com o pouco de água, um coador velho e um pouco de pó do alimento roubado em uma vila próxima, uma quantidade, apenas, para o manter ativa no dia. “Mais um dia se passa” pensa o homem “mas, quanto mais dias, menos dias eu tenho”.

Ele, enfim, se senta em um bloco de pedra próximo e começa folhear algumas fotos de sua família, quer dizer, aquilo que já foi sua família. Esse homem, por mais forte que fosse, se rendia ao sentimento e não conseguia segurar a lágrima, por mais pequena que seja. Mas o que estaria por acontecer a partir de agora, o faria retomar suas forças.

Em poucos estantes, o homem inclina a cabeça um pouco para baixar e depara com um ponto vermelho em seu blusão grosso, até perder que se tratava de uma mira de um sniper. Rapidamente, ele cria um escudo com suas habilidade de alquimia, parando a bala a tempo.

O sniper localizava-se a uma distancia de 100 metros do observatório, em um beco estreito. Tratava-se de um membro dos Ursos, que provavelmente foi mandado para matar esse homem. O atirador, então, diz:

— Vamos ver o quanto você é forte, Hoheinheim.

Exatamente. Hoheinheim, o pai dos Elric em pessoa. Acabava-se de ser encontrado pelos seus inimigos (possivelmente seus antigos aliados). Mas isso não seria preocupação para o alquimista. O sniper de elite, cria uma espécie de círculo de transmutação no chão, invocando uma espécie de serpente de ferro gigante, que sai voando em direção a Hoheinheim, transformando o duelo entre atirador e alquimista em uma guerra de dois alquimistas habilidosos.

O sniper alquimista sobe em cima da cabeça da serpente, cuja vai voando em direção a Hoheinheim. O alquimista fica, simplesmente, parado esperando a criatura se aproximar, sem demonstrar medo nem qualquer tipo de defensa ou resistência. Então, quando a enorme serpente esta a uma minúscula distancia de 20 metros, Hoheinheim da um mortal que o joga em cima da cabeça da criatura, junto com adversário, e lhe da um forte soco que o joga no chão.

A serpente atingue o observatório, destruindo tanto o lugar quanto si mesma, enquanto que o sniper cai no chão drasticamente. Enquanto o mesmo se levanta rapidamente, com lesões leves, enquanto Hoheinheim o observa de pé, ele diz:

— Você ficou mais forte do que antes, Hoheinheim. Ou será que os Lobos tinham te enfraquecido?

— Eu não preciso mostrar minha força para ninguém, jovem revolucionário. – ele responde – O importante é que agora eu estou vivo.

— Mas não será por muito tempo. – sorri o adversário.

A partir daí começa uma luta corpo a corpo, sem snipers, serpentes ou alquimia, apenas um combate de socos e chutes. Hoheinheim parte para cima do adversário com uma voadora, que é bloqueada pelo Urso, jogando-o longe. O alquimista então, pergunta:

— Qual é o seu nome, jovem?

— Carlos. Carlos Armando.

— Você é daqui do México, meu filho?

— Sim.

— Você tem um grande futuro. Só não deixe que os comunistas não contaminem sua cabeça.

Carlos dá uma risada sinistra, e depois olha fixamente para Hoheinheim, ainda com a máscara de Urso na sua cara, e responde:

— Quem é você para me dar conselho, velho?

— Eu sei, eu sei, não sou ninguém para dizer sobre você, aliás, nem te conheço. Só estou te dizendo isso porque eu sigo o mesmo caminho que você está seguindo agora na sua idade.

— E o que tem?

— Eu acabei tomando a pior decisão da minha vida.

Ao ouvir isso, Carlos deixa a posição de combate e volta a sua posição normal. Ele fica assustado e perplexo com o dito. Hoheinhem continua:

— Você aparente ter uns 17 anos, não é?

— 19.

— 19. A melhor idade da vida. Você vai mesmo vender sua vida para o extremismo político? Você vai mesmo querer deixar que meros ratos coroem seu cérebro? Você realmente quer isso, Carlos?

O jovem mexicano fica por uns instantes olhando para o chão de asfalto, enquanto uma pequena lágrima salgada escorria sobre seu rosto de pele mestiça, tudo isso enquanto Hoheinheim o olhava com pena e, ao mesmo tempo, um pouco de alívio por ter feito, pelo menos uma vez na vida, uma coisa boa: salvar um jovem rapaz do destino que era lhe guiado.

Já as 11 horas da manhã, depois que todo o ambiente de combate, contrastes e conflitos foram acalmados e resolvidos. Armando e Hoheinheim foram sentar debaixo de uma árvore, enquanto comiam uma velha lata de alimentos em conserva que o alquimista alemão guardava um bom tempo.

— Conte-me um pouco de sua história, jovem Carlos – pediu Hoheinheim com curiosidade.

— Eu não quero falar sobre isso.

— Tudo bem, eu respeito sua decisão, mas você não tem um motivo aparente para se aliar aos Ursos?

— Eu já disse que não quero falar sobre isso! – responde Carlos com agressividade.

— Ok, ok, eu já entendi. Eu sou estou tentando te ajudar.

— Você não sabe nada sobre mim.

— Por isso mesmo eu estou te perguntando sobre sua história.

Carlos, depois de um instantes encarando o nada, finalmente resolveu desabafar:

— Meu nome completo é Carlos Armando de La Sierra. Tenho 19 anos e sou natural de Tijuana (cidade mexicano localizada no estado da Baixa California, no extremo norte do país). Nasci nesse ambiente de caos e destruição; meus pais só viviam fugindo por todos os lados a procura de comida e água, passando por inúmeras guerras entre manifestantes e forças armadas do governo federal mexicano, como estava ocorrendo em todo o mundo. Até que, quando eu tinha por volta dos meus quatro anos, eles chegaram aqui em Monterrey, onde encontraram uma pequena comunidade que vivia aqui. Nós fomos acolhidos muito bem pelos moradores. Nos deram comida, água, moradia, proteção, tudo em troca de manter o bem estar da comunidade. Era toda cercada por muros para evitar que invasores clandestinos e animais selvagens atacassem-nos, mas não foi suficiente para evitar a invasão daqueles vermes...

Nesse momento, Carlos poe-se a chorar, mas agora eram lágrimas grossas e profundas. Hoheinheim abraçou o jovem tentando confortá-lo, dizendo:

— Calma, calma, não precisa continuar se quiser.

— Não, está tudo bem, eu posso continuar.

O jovem enxugou as lágrimas e continuou relatando sua história:

— Eles atacarem de noite, já tinha passado da meia-noite, quando vimos uma luz vermelha bem forte no celeiro onde guardamos palha para os cavalos; eram chamas. Começou, então, um show de gritos e pedidos de socorro para todos os lados. Homens máscarados cortavam cabeças de homens, mulheres, crianças, idosos, animais, o que vinham pela frente. A artilharia do local, que já era treinada pra esse tipo de situação, começou um tiroteio contra os desgraçados, mas foi inútil: eles foram massacrados. Dentre eles, estava o meu pai.

Carlos parou um pouco para dar um suspiro e continua:

— Eu consegui fugir graças a minha mãe, que me jogou por detrás do muro do local, me escondendo daqueles vermes, mas ele não teve a mesma sorte.

— Espere um momento – raciocinou Hoheinheim – esse invasores eram...

— Sim, eram Lobos.

— Então foi por isso que você se aliou aos Ursos? Por mera vingança.

— Sim.

Hoheinheim se levantou, olhando com uma expressão séria para a paisagem. Ficou assim por alguns segundos, antes de se virar para Carlos e dizer:

— Eu tenho um pedido a te fazer, Carlos.

— O-O que? – pergunta o jovem confuso.

O alquimista, então, tira uma foto de seus dois filhos do seu bolso, Edward e Alphonse, e diz:

— Esses dois são meus filhos: O maior é o Edward, o mais velho, e o menor é o Alphonse, o mais novo. Essa foto já é antiga, então eles já estão bem maiores. Eles são importantes na luta para combater os Ursos, os Lobos e todos esses terroristas que estão corroendo o mundo, mas eu preciso encontrá-los antes. E eu quero que você venha comigo nessa jornada.

Carlos encara Hoheinheim com uma expressão assustada e confusa, não entendendo ao certo o que ele estava pedindo:

— Espere um pouco, Hoheinheim, como você quer que eu me envolva nessa sua jornada com seus filhos?

— Você não está entendendo, Carlos. Vou explicar melhor o que estou pedindo: O Edward e o Aphonse são dois alquimistas extremamente habilidosos, assim como eu, e eles tem toda a força que precisa para derrotar qualquer inimigo. Olha: Eu tenho um amigo muito antigo chamado Mello. Nós juntos comandávamos uma pequena comunidade na Alemanha, onde eu, minha esposa e meus filhos viviam. Um dia, eu precisava fugir da comunidade porque eu estava sendo perseguido por ex-companheiros meus nos Lobos. Um antes de eu partir da Alemanha para eu me refugiar aqui no México, tentando fugir dos Lobos, eu pedi ao Mello que ele procura-se meus filhos e leva-se eles para o Lawliet, um outro amigo de nós que morava na cidade de Puente Alto, no Chile. O que eu estou pedindo é: Me ajude a procurar meus filhos, lá no Chile, e eu te ajudo a sair dessa organização de terroristas.

— Deixa eu ver se eu entendi: Você quer me levar lá para o Chile, no hemisfério sul, para eu te ajudar a procurar seus filhos em um lugar que eu não conheço, com um cara que é, praticamente, meu inimigo, deixando para trás minhas poucas lembranças que eu tenho dos meus pais e traindo a organização que vai me vingar dos vermes que destruíram minha vida? Não, obrigado, mas eu recuso.

— Olha, Carlos, eu sei que parece que meu pedido é um pouco inusitado, mas vou listar algumas coisa:

1 - Lá em Puente Alto, você vai ter pessoas, junto com o Mello e o Lawliet, que vão te acolher e te proteger, coisa que você não tem aqui;

2 – Você, pertencendo aos Ursos, está tão enrolado nessa história como qualquer pessoa;

3 – Edward, Alphonse, Mello, Lawliet e toda seu grupo, além de eu e você, são as únicas pessoas dessa mundo, eu acho, que podem derrotar os Ursos e os Lobos, logo, você pode concretizar a vingança que você quiser vindo comigo;

4 – E o último e mais importante, Carlos, não pense que você se aliando a um lado, você vai combater o outro, porque os Ursos são tão malignos e cruéis como os Lobos que mataram seus pais. Lá em Puente Alto, todo mundo é habilidoso, seja na força ou na inteligência, e juntando com você, vamos nos fortalecer ainda mais. E além disso, Carlos, você esta tendo a chance se revolucionar esse mundo e entrar para sempre na história. È agora ou nunca, jovem, eu não posso garantir se você vai mudar de idéia, mas posso te garantir que você vai sofrer muito na mão daqueles Ursos psicopatas e vai acabar como seus pais, e isso você não quer, não é? A decisão é sua, garoto. Eu já estou de partida.

Hoheinheim vira as costas para o garoto, depois de recolher sua mochila com suas coisas enquanto falava, e sai em caminhada. O mexicano ficava deitado, olhando para o alquimista enquanto que ele ia embora. Até que ele começa a refletir, pensa um pouco, se levanta, caminha até Hohenheim, segura seu ombro e pergunta:

— Quando é que vamos?

Hoheinheim dá um sorriso e responde:

— É só me seguir.

Os dois alquimistas seguem viagem rumo a liberdade, não sabendo o que estarão por vir.


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