O Estado escrita por HariZoldyck


Capítulo 2
Capítulo 1 - As Cartas


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Agora sim nós iremos, definitivamente, iniciar nossa fanfic

"Qual é o mistério por trás das cartas? Qual é a relação delas com Von Hohenheim? O que toda essa história tem a ver com a Lei da Abstinência Global? Isso é o que queremos saber."



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Era uma manhã cinzenta, fria e cruel, a mesma manhã alemã de Berlim. A manhã do mundo injusto e violento. Ano 2042. O homem da mão de aço estava no prédio cujo habitava com seu irmão. Ele era um homem inteligente, de aparência desconhecida, que tinha uma história obscura e tenebrosa. Todas os dias, desde aquele acontecimento, esse homem levantava-se de sua cama de madeira, com cobertas sujas, empoeiradas e marcas de queimaduras, e caminha lentamente em direção á janela do prédio, que ficava em um dos andares mais altos do edifício, dando para ver a cidade de Berlim em um ótimo ângulo, mas, infelizmente, o que não era ótimo era o que o mundo se tornou.

 Esse mundo deixava o homem cada vez mais deprimido. O homem, na verdade, era um menino. Seu nome? Edward Elric, o menino da mão de aço. Edward e seu irmão, Alphonse Elric, formavam uma dupla de alquimistas que rodavam todo aquele mundo atrás de uma única coisa: sobrevivência. Viraram nômades, sim. A humanidade retrocedeu uns 1000 anos. Voltaram a caçar, voltaram a brigar por comida, voltaram a briga por fêmeas, por liderança. Mas qual era a diferente entre a essa nova humanidade, onde Edward e Alphonce, agora, pertenciam, e a humanidade de antes? A primeira é produto, a segunda é fator. A primeira luta por comida, a segunda lutava por dinheiro, poder, petróleo. Não existe mais sociedade, mas sim pequenos grupos que viviam para si e por si, tudo isso por causa da ganância dos gigantes, e também dos pequenos.

Edward havia levantado bastante cedo, como era de costume. Preparou um café preto, produto quase inexistente no seu novo universo de caos, pôs-o na xícara e foi observar o mundo pela janela de um prédio abandonado. Alphonse, percebendo seu irmão na janela, aproximou-se dele puxaram uma curta conversa

— Edward... para onde vamos agora?

— Eu não sei, Al – como ele o referia, carinhosamente – mas de uma coisa eu sei: nós temos a um ao outro.

Alphonse deu um sorriso, mas não era possível enxergá-lo por que a armadura impedia. E continuou:

— Sabe como tudo isso começou?

— Começou quando nós deixamos isso acontecer.

— Como assim, Ed?

— No primeiro momento que a permitimos que a fome do poder gritar mais alto, deixamos nós isso acontecer, e foi assim que isso começou.

Ambos ficaram em longo período de silêncio, enquanto observavam as conseqüências dos atos humanos: Os carros estavam despedaçados, restavam apenas grandes lapas de puro metal e ferro, além de bancos de couro e pano queimados; uns tinham corpos destripados, outros apenas o sangue, mas todos tinham a marca do caos. As casas e estabelecimentos estavam queimados por dentro e por fora, as mobílias estavam jogadas pela avenida, os vidros estavam em pequenos pedaços, prestes a furar alguma carne macia que o pisar. Parecia um pesadelo, mas não era.

— Vou pegar um pouco de ar na fora – disse Edward cansado de ficar preso naquele quarto do prédio.

— Aproveita e tenta encontrar alguma coisa para comer, sei lá, verduras, frutas, carne, leite...

— Você sabe que eu não gosto de leite – disse Edward interrompendo-o. Ambos deram uma breve risada. – Eu vou lá.

O alquimista desceu as escadarias que parecia que não teriam fim. Teria cerca de quatro a cinco andares só de longas e cansativas escadas de concreto. Edward saiu do prédio e procurou algum estabelecimento ou comércio abandonado em busca de água e comida, nem que seja pequenas migalhas de pão. Ficou uma hora inteira andando pela Berlim abandonada. Nada. Tudo estava vazio. “Que droga” – pensou Ed, - “Como que o Al quer que ache alguma coisa nesse lugar?”. Até que, de repente, um jovem rapaz, chega por atrás de Edward.

— Finalmente te encontrei, Edward.

Edward virou assustado e, quase em uma posição de ataque. O jovem era um pouco mais alto que Edward. Também tinha os mesmos cabelos louros do alquimista, só que curtos. Vestia um casaco de pele marrom meio avermelhado e comia uma enorme barra de chocolate. O alquimista, assutado, pergunta:

— Q-Quem é você? E como sabem meu nome?

— É uma longa história, caro Edward, mas algo muito grave para acontecer e preciso levar você e seu irmão para se encontrarem com um certo alguém.

— O que? Como assim? Que história é essa?

Enquanto isso, Alphonse estava no prédio arrumando o quarto que vivia. Mesmo sendo um ambiente tecnicamente pequeno, o alquimista tinha dificuldade de fazer a limpeza, devido a sua imensa armadura de aço cuja continha uma mão tão grande que era quase impossível segurar uma vassoura ou pano. Ao limpar uma parte do quarto, tropeçou em seu baú de fotografias, que continha recordações de sua infância, de sua pequena casa, localizada na pequena vila do estado da Baviera, no sul da Alemanha, e, principalmente, de seus falecidos pais, Van Hohenheim e Trisha Elric. “Olha como o papai e a mamãe eram bem novinhos nessa época.” – pensa Alphonse. “Tenho tantas saudades”, tendo uma vontade imensa de chorar, mas não poder soltar uma única lágrima, por estar preso em na armadura de ferro e aço.

Então, passa um pequeno flashback na cabeça de Alphonse de sua infância na cidade, onde ele e seu irmão assistem seu pai indo embora de casa por um motivo desconhecido, enquanto a mãe deles diz algumas poucas palavras para Hohenheim, soltando pequenos fios de lágrimas. A única fala que Alphonse se lembra de seu pai é “Me desculpe, Trisha”. Posteriomente, Trisha recebe uma carta de origem desconhecida dizendo que seu marido havia falecido, de motivo também misterioso, mas essa história será explicada melhor em um futuro capítulo. Até hoje, nem ele, nem Edward sabe do real motivo da partida de seu pai. Mesmo assim, Hohenheim causa um sentimento de raiva e ódio em Edward, ao ponto de tornar seu nome algo proibido para o irmão.

Remexendo as fotos dos álbum, Alphonse pega uma que está presente sua mãe, seu pai, e ele e seu irmão quando crianças, na pequena fazendo onde a família vivia em Baviera. Entretanto, Alphonse percebe que essa mesma foto tem uma espécie de colagem, que ao ser retirada, revela um papel de cor amarelada, velho e amassada, por causa do tempo. Alphonse pega esse papel e vê que é uma carta, escrita para ele e para Edward. O alquimista abre-a e se depara com palavras de letra cursiva, escrita com várias cores diferentes de tinta. A carta dizia assim:

 

“Congresso, 22 de novembro de 2034

Queridos Edward e Alphonse, como vocês estão? Espero que estejam bem. Caso vocês estiverem vivos para ler essa carta, peço que leia-a com toda a atenção desse mundo, por que o que está escrito aqui pode mudar a vida de vocês para sempre, ou até mesmo do mundo inteiro. Ao contrário do que vocês pensam, eu não estou morto ou quis abandonar vocês e sua mãe, mas essa história só iriam descobrir com o tempo. O que importa agora é que há em sua volta. Existem pessoas do mal em busca de vocês agora mesmo, em busca de uma vingança por causa de um passado mal resolvido. Mas, em algum dia, um grupo de pessoas, que são muito gratas á mim, iriam guiá-las para toda a verdade. Encerro essa carta com o mais sincero pedido de desculpas.

Com todo amor de seu pai

Van Hohenheim”

 

Enquanto isso, no encontro entre Edward e o rapaz misterioso, o alquimista não consegue identificar quem seria essa pessoa, e acha mais estranho ainda a mesma o conhecer. O homem, então, responde a pergunta feita por Edward anteriormente:

— O meu nome é Mello. Prazer em conhece-lo, Edward. Eu sou um grande amigo de seu pai, e tenho uma missão de extrema importância para cumprir. Preciso que você e seu irmão venham comigo urgentement-

Antes de Mello acabar de completar sua fala, Edward lhe dá um soco bem no rosto, derrubando no chão duro de concreto, afirmando-lhe:

— Eu não sei quem você é, qual seja a sua missão ou quaisquer que seja sua ligação com aquele velho maldito, mas fica longe de mim! Eu não quero saber! Aquele lixo não é meu pai!

— Edward... não temos tempo para isso... A sua vida e de seu irmão estão em perigo...

— Pare com essas paranóias! O que você sabe sobre mim e meu irmão?

Edward sai do local furioso e saí correndo de volta para o prédio, tentando despistar Mello de sua vista. Ao chegar no local e subir toda a escadaria, depara-se com Alphonse sentado na beira da cama, olhando para a carta. O irmão estava apavorado, confuso, amedrontado e surpreendido, tudo ao mesmo tempo. Edward, tentando entender a situação, pergunta:

— Alphonse, o que f-

Mello aparece por detrás da porta, já cansado de tanto correr, e falando quase cochichando:

— Edward... você e seu irmão estão em perigo...

Edward tenta atacar Mello com um soco, mas é impedido por Alphonse, que segura o braço do irmão, ao enxergar o outro rapaz.

— Espere um pouco. – diz Alphonse com toda normalidade.

O clima fica menos tenso, quando os três vão se sentar na mesa, tomando um café, para tentar entender toda a situação. Mello, tomando uma xícara de chá e comendo uma barra inteira de chocolate, conversa com os dois irmãos:

— Bom, meu nome é Mello, e estou aqui hoje para cumprir uma missão dada pelo pai de vocês, Van Hohenheim, onde eu preciso levar vocês para conhecer uma certa pessoa.

— Qual é a sua verdadeira relação com nosso pai? – pergunta Edward.

— Eu sou um encarregado do pai de vocês quando ele era delegado da cidade em Baviera, eu o ajudava á solucionar alguns crimes da cidade. No dia que ele partiu da cidade, sem um motivo aparente, ele me disse para, neste mesmo dia, eu ir levar vocês para conhecer uma pessoa que poderá mudar a vida de vocês para sempre, senão do mundo inteiro. Ele me disse que enviou uma carta para vocês e ela deve ser lida urgentemente.

— Está falando dessa carta aqui? – pergunta Alphonse com o papel na mão.

— Essa mesma. Por favor, entregue-a para Edward, e você leia com toda atenção.

Alphonse entrega a carta para Edward, na qual é lida com a mais pura atenção. Ao final, o alquimista fica cabisbaixo com o que foi escrito, duvidando se realmente ela foi escrita por seu pai.

— Então, aquele desgraçado estava vivo esse tempo todo?

— Vocês achavam que ele estava morto? – pergunta Mello.

— Nossa mãe havia recebido uma carta dizendo que ele havia morrido. – responde Alphonse

— E quem mandou essa carta?

— Não sabemos. Ela não tinha nenhum endereço ou coisa do tipo, mas eu me lembro que ela tinha um selo de uma imagem de um lobo com uma cruz na testa.

Mello olha para Alphonse com uma cara de assustado e faz uma reflexão:

— Lobo com uma cruz na testa... agora faz sentido...

— O que faz sentido? – pergunta Edward.

— Alphonse, onde foi que você encontrou a carta de seu pai?

— Ela estava escondida debaixo do plástico dessa foto. – Alphonse mostra a foto da sua família para Mello, onde foi encontrada a carta.

— De baixo de um plástico... agora eu entendo... tudo faz sentido agora.

— O que faz sentido? Responde, Mello! – questiona Edward furioso.

— Espere um pouco, Edward. Alphonse, pega todas as fotos que vocês tiverem e retire o plástico de todas.

— O quê?

— Anda logo! Eu posso ter descoberto algo muito importante sobre o pai de vocês.

Sabendo disso, os ambos pegam o baú desesperadamente e começam a retirar todas as fotografias dos álbuns, em busca de algo que nem eles mesmos sabiam

— Mas o que estamos procurando? – pergunta Alphonse.

— Uma carta! Procurem uma carta! – responde Mello.

Até que, depois de um tempo, Edward acha uma nova carta, dentre um nova foto da família, com as mesmas características da anterior: velha, suja, amarelada e amassada.

— Achei! Achei a carta!

— Ótimo, Edward. Abram-na.

Os três abrem a segunda carta e têm uma surpresa: é a carta que relata a morte de Van Hohenheim, que foi entregue para a mãe deles.

— É a mesma carta que a mamãe recebeu... como ele chegou aqui?

— É isso que precisamos saber. Agora, leia-a ela, Alphonse. 

 

“Congresso, 18 de julho de 2030

Cara Trisha Elric, viemos informar que seu marido, o doutor Von Hohenheim, foi morto por um dos Ursos há quatro dias atrás. Não sabemos aonde está o seu corpo, nem seu paradeiro, mas um de nossos espiões o viu sendo esfaqueado perto de uma região de montanhas, na Cordilheira dos Andes, na divisa entre o Chile e a Argentina. Pedimos humildes desculpas.

Identidade 44”

 

— Que congresso é esse? Quem é Identidade 44? O que nosso pai estaria fazendo no Chile, na América do Sul? Como nosso pai seria morto por um urso se ele tinha conhecimento sobre alquimia? Qual é a relação dele com essa tal de “Identidade”? O que está acontecendo? – pergunta os dois irmãos, desesperados por respostas.

— Agora tudo está fazendo mais sentido agora. – disse Mello.

Edward puxa a gola da jaqueta de Mello e pergunta, em um tom intimidador:

— Se você sabe de alguma coisa, Mello, trate de nos falar agora!

— Está bem, eu conto. Sentem-se aí, mas é melhor eu contar a noite porque eu ainda preciso esclarecer algumas idéias.

— Faça como quiser.

De noite, os três se juntaram na mesa para jantar uns poucos peixes, verduras e um pouco de água, mas principalmente para discutir a relação das cartas com o pai dos irmãos Elric. O que esta história irá desencadear?


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Notas finais do capítulo

Agora o capítulo ficou mais longo porque agora sim toda a história irá, definitivamente, começar, como eu disse nas notas do início. Vocês podem estar confusos se perguntando "Qual é a relação de tudo isso com o epílogo?" Calma, meus amores, ainda estamos só no começo...



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