Zeros e Uns escrita por Creeper


Capítulo 12
Capítulo 10: "Zero,"


Notas iniciais do capítulo

OLHA ESSE TÍTULO, MANO! MANO, CÊS TEM NOÇÃO DO QUE VAI ACONTECER AQUI? A MAIOR REVELAÇÃO DO SÉCULO (sqn, porque vocês já sabem kkkk, MAS ME DEIXA SONHAR)!!!!
Mano, eu to muito feliz com o feedback que a fic tá recebendo, sério! Tô amando todos os comentários (estamos quase chegando a 50 *o*!!!), vi que tem uma galera nova (saibam que vocês já estão no meu coração!)! Mano, vocês me deixam muito feliz... Vocês me motivam... Vocês não salvam apenas meu dia, vocês me salvam. Obrigada, obrigada mesmo.
Vou confessar que eu estava muito desanimada e sem vontade de postar, eu sabia que tinha que fazer a revisão do capítulo, mas ficava fugindo. Mas, poxa, isso aqui não pode parar! Então bora ler o cap que tá muito bom!
Boa leitura ♥!!!!!



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Paula pediu permissão às minhas mães e à sua vó para que pudesse dormir na minha casa. As três concordaram e acharam uma boa ideia, tendo em vista a situação emocional em que nós nos encontrávamos e sabendo que não havia malicia entre a gente.

Meu pai e o pai de André chegaram quase na mesma hora, enchendo a casa com cheiro de cigarro, consequência dos dois serem fumantes.

Minhas mães estavam na sala com os ex-maridos, a avó de Paulinha e alguns vizinhos próximos, havia chá, água e bolachas sobre a mesa de centro. Não sabia se aquilo era uma reunião dos desgraçados ou um planejamento de busca.

Cumprimentei o pai de André com um aperto de mão e meu pai com um simples aceno de cabeça, ele não fez questão de tentar algo a mais, ambos sabíamos que nossa linha de intimidade era inexistente.

Abandonei a sala e fui tomar um banho para me livrar de toda aquela camada de suor. Algumas lágrimas se misturaram a água fria que escorria sobre meu corpo e alguns sussurros se perderam entre as quatro paredes do banheiro. Estava muito sentimental, meu calcanhar de Aquiles estava exposto demais, sendo assim, decidi que não choraria mais até encontrar meu irmão.

Ao adentrar meu quarto, Paulinha estava em frente ao meu computador, encarando a área de serviço.

— O que é Quod Creature? – ela questionou.

— O inferno na Terra. O início de toda essa desgraça. – cuspi as palavras, um pouco desajeitado por ter passado tanto tempo de boca fechada.

— Conte-me mais. – Paula virou-se na cadeira giratória.

Bom, tudo já estava perdido mesmo, não adiantava continuar mantendo sigilo sobre aquele maldito jogo. Eu seria desclassificado de qualquer jeito.

— Tudo começou com um e-mail... – comecei.

 

xXx

 

Os adultos pegaram seus carros e começaram a busca pela cidade inteira, deixando a mim, Paulinha e sua avó em minha casa.

A avó de Paulinha adormeceu no sofá após jantarmos, aproveitamos a oportunidade e fomos para o meu quarto.

 

21hrs00 de 23 de agosto

 

— A desgraça vai começar. – falei ao enxergar o carregamento do jogo em meu computador.

— E quando seu plano entra em ação? – Paula perguntou, aproximando-se da escrivaninha.

— Logo logo. – sussurrei, mantendo o olhar fixo na tela.

O tema naquele dia era as subcategorias da criação do universo, coisa que me deixou um pouco disperso.

No primeiro intervalo, abri o chat de “Zero,” e mesmo sabendo que eu estava sendo otário, lhe enviei uma mensagem.

 

 

Sem Saída: Eu vou desistir do jogo, só queria te avisar.

 

A resposta foi imediata.

 

Olha só... Quer dizer que ele se importa?”, arqueei uma sobrancelha e soltei uma risada abafada.

 

Zero,: Como?! Por quê?!

 

— Quem é? – Paula questionou.

— Um idiota. – respondi. Um idiota que me fazia tremer a cada palavra lida.

 

Sem Saída: Meu irmão sumiu por causa desse maldito jogo.

 

Sem Saída: Eu preciso encontrá-lo.

 

Demorou um pouco, mas a resposta veio como um tapa.

 

Zero,: Precisamos nos encontrar.

 

Senti um baque em meu coração e escutei Paulinha assoviar impressionada. Meu rosto esquentou-se automaticamente e minhas pernas começaram a tremer em um nível frenético.

 

Zero,: Eu vou te ajudar.

 

Sem Saída: Mesmo depois de ter me deixado plantado e ignorado minhas mensagens?

 

Rancor era meu sobrenome depois de Andrade.

 

Zero,: Mil perdões!

 

Zero,: Juro que te explico quando nos encontrarmos.

 

Zero,: Apenas peço que não perca propositalmente, pode ser pior.

 

Um sorriso se abriu em meus lábios, um sorriso vitorioso e até um pouco cínico. Na verdade, eu só mandei aquela mensagem para ter minha confiança restaurada. Não pretendia forçar minha desclassificação, não pretendia esperar que os criadores viessem me buscar e me levassem para o mesmo lugar que André, isso seria idiotice. Eu ainda tinha uma carta na manga e sabia que não seria capaz de executar o plano sozinho, por isso contava com a ajuda de “Zero,”. Afinal, ele era o meu único amigo além de Paulinha e André e ele desconfiava de Quod Creature assim como eu.

“Zero,” era um aliado que eu não podia perder.

Enquanto digitava meu e-mail, percebi que não havia pensado direito nessa parte do plano e senti a vergonha me devorar. Deveria ter criado outra conta antes de tudo.

 

Sem Saída: lukinhamegafoda@gmail.com

 

Me deem um desconto, eu tinha onze anos quando criei essa conta e ainda não havia visto necessidade em mudar.  Escutei Paulinha rir em cima de meu ombro, fazendo-me encolher de constrangimento.

 

Zero,: KKKKKKKKK sério isso??!

 

Sem Saída: Para de rir, a situação é séria.

 

Eu também estava quase rindo, mas tinha que manter a pose.

 

Sem Saída: Me envie um e-mail quando as cinco partidas terminarem, assim decidiremos o local de encontro.

 

Naquela altura, pouco me importava com o fato de que as conversas eram supervisionadas. Uma hora ou outra eu iria acabar encarando os criadores, não fazia diferença se eles sabiam ou não do nosso plano de resgate.

Possuía um pequeno receio quanto ao e-mail, afinal, eles podiam me hackear e armar uma emboscada no lugar do encontro. Rezava para que isso fosse só coisa de filme e nada acontecesse conosco até chegarmos a base deles.

 

Zero,: Estarei ansioso.

 

Sem Saída: Vai se ferrar.

 

Eu ainda estava irritado (e magoado) pelo “bolo” que ele havia me dado, não ia relevar aquela atitude tão facilmente.

— Você gosta dele, né? – Paulinha indagou.

Encolhi os ombros e congelei no lugar, a frase da garota ecoou em minha mente. Suspirei derrotado, sabendo que não havia por que mentir.

— Tá tão na cara assim? – um sorriso fraco surgiu em meus lábios.

Mesmo estando em uma briga frequente com minha sexualidade, aceitei naturalmente minha paixão por “Zero,”, pois era ele quem me trazia a sensação de borboletas no estômago, ele fazia eu me esquecer qual o dia da semana e tornava meu mundo maior. Quem quer que “Zero,” fosse, havia sido capaz de preencher parte do meu vazio interior.

Por mais bobo e iludido que parecesse, não me importava que aquele garoto estivesse atrás de uma tela. Ele existia, estava em algum lugar, fazendo meu coração bater fortemente.

— Está. – ela afagou meus cabelos e me deu um sorriso acolhedor. Senti-me aliviado por ela não ter questionado minha orientação sexual em nenhum momento, já que eu provavelmente não saberia como responder.

Pela primeira vez naquele dia, meu coração se aqueceu e um pequeno indício de bem-estar começou a florescer em meu corpo.

Paulinha ficou cantarolando sobre eu estar apaixonado e comentando o quão difícil era aquele jogo, imaginei que aquilo fosse uma forma de aliviar a tensão e não podia negar que estava funcionando. Era bom ter uma amiga por perto em um momento como aquele.

A última partida finalmente chegou, trazendo a típica pergunta fritadora de miolos.

 

Qual a sua criação?

 

Encarei a tela durante um tempo, um tanto pensativo. Dias atrás, eu havia me livrado de todo o projeto do meu jogo, mas eu nem podia chamar aquilo de criação.

Pensei na minha fase dos 15 anos, com toda aquela minha fixação por produção. Todavia, não conseguia imaginar minhas obras como coisas grandiosas dignas de serem chamadas de “A Criação”.

Eu queria criar. Ainda não havia criado, talvez estivesse longe disso ou talvez estivesse bem debaixo do meu nariz.

Inclinei a cabeça para cima e franzi as sobrancelhas.

— Ainda não criei? – sussurrei.

Estava sozinho no quarto, Paulinha havia ido ao banheiro. Olhei ao redor, buscando por uma resposta.

 

Um universo.

 

Pensei em todos os personagens que eu havia criado, tenham sido registrados em histórias ou não.

 

Com personagens que não eram apenas personagens, eram histórias dentro de histórias.

 

Pensei em meus desenhos que passava horas fazendo e os vendo como um dos pilares do reconhecimento.

 

Com cores e formatos.

 

Pensei em todos os princípios que eu aderi no tempo em que passei criando.

 

E com tantos pensamentos em constante mudança. Essa é a minha criação.

 

Sem nenhum arrependimento, enviei a resposta. Ao contrário do que eu pensava, não recebi nenhuma mensagem de aprovação ou desaprovação do Quod Creature, somente fui direcionado até o ranking.

 

Pela última vez minha pontuação apareceu na tela, me fazendo deslumbrar meu nome no alto da lista. Soltei uma risada abafada e balancei a cabeça levemente.

Eu estava abandonando Quod Creature, então valia a pena arriscar (só para variar). Precisava restaurar mais uma parte da minha confiança. Abri o chat do “Lobo Lunar”, o qual havia caído para a segunda posição para que eu pudesse subir à primeira.

 

Sem Saída: Sabe por que você não merece o primeiro lugar? Porque você ataca o corpo do adversário, ao invés da mente. Meus machucados já cicatrizaram. E a sua consciência, está de boa ao saber que a sua “lição” já não vale mais nada?

 

Não esperei uma resposta, apenas fechei o jogo e abri meu e-mail. E pensar que foi ali que tudo começou.

Havia uma mensagem em minha caixa de entrada de um remetente chamado “lima.mortalkombat58@gmail.com”.

Era errado sentir vergonha alheia quando o meu e-mail conseguia ser ainda pior, por isso reprimi a vontade de rir enquanto Paulinha gargalhava atrás de mim.

 

De: lima.mortalkombat58@gmail.com

Para: lukinhamegafoda@gmail.com

“Vamos nos encontrar daqui quinze minutos em frente ao colégio.”

 

Franzi as sobrancelhas, um tanto receoso e desconfiado. Abri o chat para ter mais praticidade.

 

lukinha: Sabe onde eu estudo?

 

lima: Sei.

 

lukinha: Eu deveria me preocupar?

 

lima: Kkkk acho que não.

 

lima: Combinado?

 

— Okay, agora eu estou assustado. E se ele for um maníaco ou um stalker?! – nem percebi que comecei a roer minhas unhas.

— Vixi, rapaz... Leva uma faca só por precaução. – Paulinha estava arrumando minha mochila, a vi colocar algumas roupas, uma lanterna, uma corda, garrafas de água e outras coisas que não consegui identificar pela rapidez de suas mãos.

Arfei com os olhos arregalados. Eu teria que arriscar. Não sei se era influência da minha paixão, mas de alguma forma eu confiava no “Zero,” e sentia que aquele friozinho na barriga não era apenas medo de quem ou o que ele podia ser.

Não restava mais tempo para enrolações, a hora havia chegado. Calcei meu All Star encardido, vesti meu casaco preto e joguei a mochila em meus ombros.

— Mantenha-me informada, okay? – Paula olhou-me com preocupação. – E lembre-se da nossa promessa. – levantou seu dedinho.

— Certo. – assenti determinado. – Torça por mim. – pedi hesitante.

Um calor fazia-se presente em meu peito, euforia e ansiedade transbordando de meu corpo. Respirei fundo e abri a janela em um único movimento. Senti o vento gelado bater em meu rosto e balançar meus cabelos, meus olhos percorreram o céu escuro enfeitado pelas pequenas estrelas e meu ser aliviou-se. Aquele era o meu chamado para a “aventura”.

— Até logo. – sussurrei e pulei a janela de maneira desajeitada, consequentemente caindo de bunda no chão cimentado do quintal.

A aventura não começou muito bem, mas iria melhorar.

— Até. – Paulinha sorriu minimamente e fechou a janela.

Oscilava entre correr e andar apressadamente até o colégio, meu rosto já estava mergulhado em um suor frio e meus dedos tremiam tanto que não paravam nos bolsos. Tinha receio de que as batidas de meu coração pudessem ser ouvidas pelas poucas almas da rua, de tão altas que estavam.

Nunca iria confessar a ninguém, entretanto, havia caprichado no perfume e na higiene dental. Queria causar uma boa impressão (Deus, que André nunca fique sabendo disso!).

Olhava para trás a todo momento para conferir se ninguém estava me seguindo e se não havia sinal da patrulha de busca.

 

24 de agosto

 

Finalmente cheguei ao colégio, parecia que havia andado durante um milhão de anos. A rua estava toda iluminada pelas luzes foscas dos postes e algumas pessoas vagavam por ali, mesmo que já se passasse da meia-noite (o que me fazia pensar que eram drogados).

Foi uma má ideia não levar uma faca como Paulinha havia sugerido, principalmente quando avistei uma silhueta carregando um pedaço de madeira e arrastando uma bicicleta. A primeira coisa que pensei em fazer foi gritar e correr, mas precisava permanecer ali, à espera do possível grande amor da minha vida.

O rangido da bicicleta parou quando os pneus ficaram a centímetros de distância de meus pés. Ergui o olhar para o ser que a guiava e recuei alguns passos automaticamente.

Foi como se eu tivesse sido acertado na cabeça, me sentia zonzo e imensamente confuso. Queria pronunciar alguma coisa, contudo, não havia palavras para me expressar.

— O que você tá fazendo aqui? – semicerrei os olhos e afastei-me.

— Cinco segundos para a mente prodígio pensar. – Matheus bocejou.

Ele não parecia nada surpreso com a minha presença, estava com sua costumeira expressão de tédio e não dava sinais de que avançaria para cima de mim a qualquer momento.

Eu quis chorar. Quis pensar que eu ainda estava em casa, dormindo em algum lugar aleatória. Quis que fosse 2 de agosto e eu não tivesse recebido nenhum e-mail.

— Droga... Droga... – resmunguei e abaixei a cabeça.

Não. Não tinha como aquele garoto tão encantador e especial feito o “Zero,” ser o esquisito do Matheus Lima que odiava a mim e ao André desde que nos conhecemos.

— Não... Não poder ser você. – balbuciei desiludido.

Lembranças nubladas vieram à minha mente, momentos com “Zero,” e momentos com Matheus se embaralhando.

— Seus cinco segundos acabaram. – Matheus tirou-me de meus devaneios. Ele me observava atentamente, deixando-me constrangido.

— Por que tinha que ser você? – as palavras saíram sozinhas.

Toda aquela magia de encontrar quem estava atrás daquela tela... Esvaiu-se.

— Olha, eu também não queria que fosse você, mas não vamos descer o nível, tá? – Matheus desviou o olhar.

Respirei fundo e dei as costas ao garoto, seguindo caminho sozinho. Uma confusão se formou em minha mente, minha cabeça e coração começaram a discutir, fazendo-me ficar louco.

— Aonde você vai? – Matheus perguntou.

— Encontrar meu irmão, o que você acha? – franzi as sobrancelhas e apertei o passo.

— Não acha que temos assuntos meio inacabados aqui? – ele aumentou o tom de voz levando em conta a distância em que nos encontrávamos.

— Não, eu não quero saber de você. – rangi os dentes e senti o calor subir até as minhas orelhas.

Eu estava agindo como criança? Sim. Me importava? Não.

— Você está sendo infantil! Não precisa agir assim só porque as coisas não saíram do seu jeito. – Matheus disse, o tom de provocação aparente em sua voz. – Sei que você esperava um príncipe com um cavalo branco, mas eu só tenho essa bicicleta velha.

Virei-me para fitá-lo com um pouco de raiva, ignorando seu sorrisinho de canto e seus passos curtos.

— Eu esperava alguém que não tivesse um temperamento tão estranho e que não implicasse comigo a cada vez que me visse. Sério, até no mercado você foi para cima de mim! – reclamei.

— Porque você estava flertando com a minha irmã! – ele fechou a cara. – Ou melhor, tentando, você é péssimo nisso. – zombou.

Bufei constrangido e voltei a andar para longe daquele idiota.

— Você acaba de ganhar um novo adjetivo: ingrato. – Matheus estalou a língua.

— Ingrato?! Só por que eu não estou pulando de alegria ao saber que minha paixão é um dos babacas que contribuí para a minha vida escolar e a do meu irmão ser um inferno?! – gritei sem querer.

— Sua o que? – ele abriu um sorriso debochado.

Arregalei os olhos e ignorei a queimação em minhas bochechas. Ele só sabia escutar o que queria?!

— Me esquece. Me erra. – falei seriamente.

— Lucas, eu vim mesmo sabendo que era você. – Matheus chamou minha atenção.

Arqueei uma sobrancelha ao encará-lo.

— Naquele dia, eu te vi no encontro. Não precisei procurar outras pessoas de camiseta verde, sabia que era você. Eu me senti tão irritado e decepcionado que fui embora. Tentei te ignorar no chat, mas eu senti sua falta. Sabia que havia me metido em uma fria assim que minha cabeça começou a dar uns nós e meu coração não batia mais por mim. – Matheus explicou, sustentando meu olhar.

Era impressão minha ou ele estava se declarando?! Repreendi todas as batidas intensas e falhas que meu coração dava, precisava manter-me como uma pessoa friamente calculada.

— Notei que André sumiu do colégio logo depois de ter sido desclassificado, sabia o apelido dele por ter escutado umas garotas comentando no encontro. Você estava abatido sem ele, por isso eu sentei contigo naquela aula, queria me aproximar e ser capaz de te animar. – ele continuou. – Você estava certo, eu sempre invejei a relação de vocês dois, Fernanda e eu nunca fomos assim. Então... Queria te ajudar a encontrá-lo... Para que você pudesse mostrar outras emoções, além de raiva e tristeza.

Um silêncio desconfortável pairou sobre nós. Passei a olhar fixamente para meus pés, sem saber o que fazer.

— Me desculpa pelo bolo que te dei. – Matheus murmurou. – Na verdade, pensei o que você faria no meu lugar... E, bem, é meio óbvio que você faria a mesma coisa.

Sim, eu faria. Mas meu orgulho me deixaria confessar aquilo? Não mesmo.

Fiquei sem reação durante um longo tempo, estava em um choque de processamento. Eu pude enxergar “Zero,” nas palavras de Matheus. Era ele, mesmo que eu não quisesse aceitar.

Engoli em seco, fiz um esforço para abrir os lábios trêmulos e tentei esquecer a temperatura elevada de meu rosto. Não tinha tempo para entrar em colapsos sentimentais, precisava lembrar do meu calcanhar de Aquiles, ele não deveria ficar tanto tempo exposto.

— Então... Vamos encontrar o André. Agora. – murmurei, tentando ser firme nas palavras.

— Sabe que já pode parar de bancar o durão, né? – Matheus me mandou uma piscadela e subiu em sua bicicleta.


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Notas finais do capítulo

E aí, meu povoooooo? Bom, eu espero de verdade que vocês tenham gostado ;u;!
Até semana que vem, galerinha do mal!
Bjões.
—Creeper.