Zeros e Uns escrita por Creeper


Capítulo 11
Capítulo Extra: A criação de Lucas


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaa!!!!! Creeper postando ás 01:00 da manhã, queeeeee
Pois é! Semana passada não teve capítulo, pq? Pq ele não estava revisado! Não me matem!
Eu gostaria de agradecer demais ao pessoal que está acompanhando a história, o pessoal que favoritou e o pessoal que comentou, MUITO OBRIGADA, VOCÊS ALEGRAM DEMAIS A MINHA VIDA! Sério, tô muito feliz por ver onde chegamos, juntos, galera! Valeu, vocês são minha família!
Então, esse capítulo, como podem ler no título, é um capítulo EXTRA! Meio que pra inserir vocês no tema do próximo capítulo, sabe? É uma voltinha no passado, na fase dos 15 anos tão falados do Lucas! Devo dizer que ele é bem brisado nas filosofia, paranóia e pá! De longe, não é o cap que mais me orgulha, mas achei que vocês precisavam lê-lo...
Enfim, tenham uma boa leitura!



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Eu só tenho 15 anos e mesmo assim penso que já cheguei ao meu limite. Eu sei que a vida é feita de altos e baixos, esse é o típico clichê que as pessoas usam para me aconselhar. Mas só quem está no “baixo” sabe como é difícil enxergar o “alto” ou tentar alcançá-lo. Me vejo em um declínio constante.

Tento fazer muitas coisas para me sentir cheio, porém, apenas me sinto mais vazio. Um dia só é um dia válido se ele tiver sido produtivo, caso contrário, terá sido somente mais um “filler” em minha vida. E esses fillers não acrescentam nada em minha história.

Não me lembro quando comecei a seguir à risca o lema “produzir ou morrer” que logo se tornou o tradicional “sem dor, sem ganho”. Preciso de algo que faça minha existência valer à pena, não importa se dói ou me desgasta, a produção está acima de tudo e quando eu não me sinto satisfeito, surto emocionalmente.

Não sei se isso é uma doença ou se sequer há um nome para isso. Talvez seja só coisa da minha cabeça.

Coloquei em minha mente que eu vou morrer cedo, por isso não planejei minha vida depois dos 30 anos. Não que eu já tenha tentado me matar, entretanto, já pensei como seria e vejo o suicídio como uma alternativa (a última delas). O fato é: vou ficar furioso se houver vida após a morte, pois verei o tempo passando e me arrependendo por não estar fazendo nada produtivo já que vou estar MORTO.

Até meus 30 anos, pretendo ter algum tipo de sucesso e reconhecimento por minhas obras, ah, meus singelos desenhos e minhas humildes histórias, coisas em que me considero bom. E se eu sou bom em alguma coisa, o mundo precisa me conhecer, não? Eu sei, em segredo, que tenho necessidade de atenção, ou melhor, bajulação. É errado ser assim?

Nessa busca insaciável por reconhecimento, comecei a me machucar psicologicamente, passei a ficar cansado mentalmente e fisicamente. Me obrigo a fazer coisas que deveriam ser prazerosas, que antes eram hobbys divertidos e não trabalhos depreciativos.

Eu deveria ser igual os outros jovens da minha idade, sabe, ficar o tempo inteiro nas redes sociais, sair e voltar tarde, beber e fumar. A verdade é que eu acho os jovens idiotas e desocupados e o que mais me irrita é o fato de eles serem reconhecidos sem esforços, sabe, só por serem bonitos ou descolados.

Acho até um pouco chique pensar que eu tenho trabalho em casa após um longo e cansativo dia de aula. Contudo, atrás de todo o brilho, está a escuridão, o lado feio da coisa. Igual aqueles grandes outdoors com uma propaganda bonita de um lado e vigas enferrujadas do outro.

O presente não importa, talvez ele sequer exista, pois em um piscar de olhos o presente vira passado e já estamos no futuro. O presente é a 00hrs00, pois 23hrs59 ainda é quarta-feira e 00hrs01 é quinta-feira. 00hrs00 está no meio, em cima do muro. Algo que dura um minuto ou menos não parece relevante se não for ser guardado e usado em um futuro mais distante. Minhas histórias, meus desenhos, meu tempo de produção, esses sim me darão o futuro que eu anseio.

Vivo meus dias pensando somente no futuro, quando eu imagino que estarei bem resolvido e satisfeito comigo mesmo. Mas deixa eu te contar uma coisa, nenhum ser humano em nenhuma parte do mundo estará 100% satisfeito consigo mesmo.

Preciso criar algo grande, algo que dê a cara ao mundo.

Desde que me conheço por gente, crio muitos personagens, cada um com sua história, algumas interligando-se as outras. Por meio de desenhos também crio figuras e imagino suas vidas através de suas características no papel. Gosto desse pequeno mundo, o mundinho que me acolhe quando a realidade está ruim. Quero mostrar meu mundinho ao mundão.

“Mundinho” soa tímido, não? Parece um velho rico querendo exibir sua ave rara e acanhada em uma exposição com milhares de outros ricaços. Talvez meu mundinho só seja especial dentro da minha cabeça, com apenas eu o vendo, o tocando, o explorando.

Oh, mundinho, você é incrível demais para ficar preso em uma cabeça tão pequena como a minha (apesar de que minha mãe havia me apelidado carinhosamente de “bonequinho do Nagai” quando criança, ou seja, eu devia/devo ser cabeçudo).

Quero transformar o mundinho em um universo, o qual eu vou chamar de minha maior criação. Uma criação que será conhecida e reconhecida por todos. Falando assim agora, parece meio sonhador, não?

Meu objetivo de vida está incorreto, talvez? Sei que nessa altura, eu perdi a noção do que é certo ou errado, então não posso confiar muito em meus ideais.

Não tenho para onde fugir, esse modo de vida virou minha zona de conforto. E zonas de conforto não nos deixam viver, irônico, não? Eu preciso urgentemente encontrar outra zona antes que me desgaste até não restar nada dentro de mim.

Demorou um tempo para que eu me tocasse que já tenho a minha criação, bem embaixo do meu nariz. Todavia, eu sou um burro seguindo uma cenoura amarrada em minha frente, não é como se conseguisse olhar para outro lugar.

Minha criação... É tudo aquilo que eu acredito, tudo que me acompanha com o passar dos anos. Você deve saber bem que um dia você ama muito uma coisa e no outro você nem se lembra dela. Como um brinquedo novo que você acaba se enjoando cedo ou tarde. Pensando assim, eu nunca abandonei o mundo fictício que criei, posso ter esquecido partes dele, mas ele nunca foi deletado de minha mente.

Eu o criei, o alimentei, o aumentei. Eu cuidei dele. Cuidei do meu mundinho. Era pequeno, pouco conhecido, mas era meu. Me aperfeiçoei para aperfeiçoá-lo.

Eu acho que preciso dar valor às coisas simples. Posso dar uma pausa no meu “projeto sucesso”, afinal, às vezes as coisas mais valiosas devem ficar em redomas de vidro, distantes do toque ou coisa assim.

O mundo ainda verá a minha criação e conhecerá o meu nome, cada coisa no seu maldito tempo.


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Notas finais do capítulo

Bom, chegamos ao fim do extra! E aí?
Mano, EU TÔ DE FÉRIAS FINALMENTE AAAAAAAA! E QUE CALOR!!! Gente, vocês não vão me acreditar o que aconteceu no ÚLTIMO DIA DE AULA, EU CAÍ DE CARA NUMA TÁBUA DE CONCRETO NA ESCOLA, MALUKO, MEU QUEIXO INCHOU DUM JEITO QUE PARECIA QUE TAVA CRESCENDO OUTRO QUEIXO NO MEU QUEIXO! E ralou meus dedinhos também, arrancou até a cutícula de um ;-;! MAS MEU QUEIXO FICOU ROXOOOO, CHEIO DE RALADO! E meu óculos quebrou, é, pois é, a vida é uma merda!
Enfiiiiiiiim

Próximo Capítulo: "Zero,"

Bjjjjs e até a próxima postagem!!!!!
—Tia Creeper



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