Aprendendo a Recomeçar escrita por Lelly Everllark


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Eu sou muuuuito ansiosa, então já voltei!!!
Não adianta, eu não consigo ficar muito tempo longe, essa é a verdade...
Cá estou eu com uma história nova, com um casal novo, muito romance, comédia, confusões e espero do fundo do coração que vocês gostem de conhecer a Lilly e o Theo!!!
BOA LEITURA! :3



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“Essa é uma velha história

De uma flor e um beija-flor

Que conheceram o amor

Numa noite fria de outono

E as folhas caídas no chão

Da estação que não tem cor

 

E a flor conhece o beija-flor

E ele lhe apresenta o amor

E diz que o frio é uma fase ruim

Que ela era a flor mais linda do jardim

E a única que suportou

Merece conhecer o amor e todo seu calor”

A Flor e o Beija-Flor — Henrique e Juliano.

 

  Acordo com a cabeça latejando por causa de toda a bebedeira de ontem. Sento-me na cama só para descobrir que foi uma péssima ideia e me deito outra vez fechando os olhos e repassando os acontecimentos da noite passada. 

  Papai ia inaugurar mais uma de suas muitas lojas de artigos agropecuários, ele é famoso e rico o que faz de mim além de linda, rica e famosa também. Por isso sei que estou ferrada, sou sua filha, administradora da sede da empresa e ontem fiquei bêbada a ponto de ter a brilhante ideia de dançar sobre uma das mesas e cair de cara no chão levando comigo dois investidores do papai.

  Ele está irado e eu sei disso, por isso vou tomar um banho, sair do quarto, ouvir seu sermão e não dizer uma única palavra sobre meu castigo. É ridículo pensar que uma mulher de vinte e cinco anos vai ficar de castigo, mas eu sei que alguma coisa ele vai fazer, Ricardo Albuquerque nunca foi de repetir uma mesma coisa mais de três vezes e ele já havia me alertado outras duas que se eu aprontasse mais alguma teriam consequências.

  Papai era a pessoa mais tranquila e amorosa do mundo, e aquela pequena parte de mim que eu queria muito esconder sabia que talvez eu estivesse passando um pouco dos limites nos últimos tempos, mas como agora eu não me importava nem um pouco com isso, sorri.

  Fosse o que fosse que papai inventasse, não poderia ser tão ruim.

  Desci as escadas uma hora depois, de banho tomado, maquiagem e saltos, enfrentaria o que viesse de cabeça erguida, linda e maravilhosa. Papai estava sentado no sofá usando jeans e camiseta com o jornal nas mãos e o semblante triste, minha mãe apareceu vindo da cozinha com a maquiagem impecável e um ar irritado.

  - Isso não são roupas para um empresário como você - ela reclama com papai que apenas suspira abaixando o jornal.

  - Nossa filha deu um vexame daqueles ontem e tudo com o que se importa são as roupas que uso em casa, Cíntia?

  - Ah, não faça parecer que uma bebedeira é o fim do mundo, Ricardo - mamãe me defende e sorrio terminando de descer as escadas, se tem alguém capaz de me salvar do papai hoje, com certeza é ela.

  - Bom dia família! - digo tentando amenizar o clima e faço uma careta logo em seguida pela dor de cabeça, falar tão alto não foi uma boa ideia.

  - Cordélia - papai diz simplesmente e eu respiro fundo esperando o sermão que sei que virá. Ele só me chama assim quando quer falar sério. Fora isso eu sou Lilly, para ele e apenas para ele eu continuo sendo a Lilly. - Você tem ideia do vexame que deu ontem? De que aquelas pessoas todas que esperavam ver a herdeira de tudo viram só uma inconsequente bêbada?

  - Tudo bem papai, eu admito, passei um pouco dos limites e vou me comportar, pro...

  - Não prometa uma coisa que sabe que não irá cumprir! - ele me corta ficando de pé, sua expressão é um misto de irritação e decepção. Dói em mim ver decepção em seus olhos. - Chega! Você precisa de limites. Precisa se lembrar de quem é e o que quer.

  - Mas eu sei quem sou e o que quero! - digo engolindo em seco. Onde ele quer chegar com essa conversa?

  - Não Lilly, você não sabe, por que se soubesse não precisaria ficar bêbada em uma festa e terminar daquele jeito só para chamar atenção.

  - Eu não...

  - Ricardo - mamãe me interrompe olhando diretamente para meu pai. - Acho que está indo longe de mais por causa de um pouco de bebida a mais.

  - Não é pela bebida, ou a festa, Cíntia. É por ela, pela Cordélia. Nossa filha se perdeu e quero que se encontre outra vez.

  - Eu não me perdi! - digo com raiva sentindo a cabeça latejar. - Eu mudei - por que quis, por que me obrigaram, é o que eu quero completar.

  - Mudou - papai concorda. - Se tornou outra pessoa. Mas isso não importa, eu te amo por ser quem é Lilly, e é por te amar assim que já tomei minha decisão.

  - Do que o senhor está falando?

  - Vai passar o próximo mês na fazenda, vai administrar e organizar tudo para a festa beneficente que terá no fim do mês. Vai respirar novos ares e se no fim quiser voltar sua casa estará aqui.

  - O que!? - perguntamos eu e mamãe ao mesmo tempo.

  - Ricardo, que ideia é essa!? - mamãe está brava, brava não, furiosa. - Por que quer mandar a Lia para aquele fim de mundo? Nossa casa é aqui, nossa vida. A vida dela! - mamãe diz as palavras que não consigo. E está aí outra coisa que mamãe faz por mim, me chama de Lia, me faz lembrar todos os dias que agora eu sou essa garota e gosto disso. Lia é quem me tornei e Lilly é só o passado que quero esquecer.

  Eu estou tão surpresa que nem sei o que dizer, voltar? Voltar para o lugar que um dia eu chamei de lar? O lugar que sei que ele ainda está? O lugar que significou tanto pra mim e hoje é só uma lembrança dolorosa que quero esquecer? Eu não posso voltar, não quero.

  - Cíntia, por favor, isso é por ela, pela Cordélia.

  - Por ela? Que bem fará a ela voltar aquele lugar? - ela pergunta e eu também quero saber.

  - Você verá. E está decidido, você vai e logo - papai se vira pra mim e tento sorrir. Vou fazê-lo mudar de ideia. Preciso.

  - Papai... Por favor, isso é loucura, leve meus cartões, meu carro. Mas me mandar embora? E a empresa? E o Lucas? Não posso largar meu noivo aqui sem mais nem menos.

  - Eu falo com Lucas se esse for o problema. E quanto à empresa, eu e  César damos conta, não se preocupe - ele sorri divertido, papai está assinando minha sentença de morte e sorri? Isso só pode ser brincadeira.

  - Pai, por favor... - tento uma última vez. - Eu vou me comportar, juro. Nada de bebidas ou festas, só não faz isso comigo.

  - Ricardo, repense isso. É loucura, ainda não vejo lógica em mandá-la para aquele lugar - mamãe parece tão desesperada quanto eu.

  - Mas eu vejo - ele sorri simplesmente. - E você - ele se vira para me encarar ainda sorrindo. - Aposto que ainda vai me agradecer por isso.

  - Nunca - sussurro. Não quero voltar pra lá, não quero rever ninguém e acima de tudo, não quero me lembrar de nada.

  - Lucas está na TV - mamãe diz me tirando dos meus pensamentos e encaro o aparelho enorme que temos na sala e ela está certa. Meu noivo está lindo e loiro sorrindo para câmeras e dando uma entrevista que parece estar acontecendo em frente ao seu escritório no prédio da construtora do pai.

  - E me diga Sr. Rezende, o que achou do show da sua noiva noite passada? - a repórter pergunta e eu quero matá-la por tocar no assunto. Mal respiro a espera da resposta de Lucas.

  - Eu e Lia demos um tempo na relação há alguns dias para podermos repensar com cuidado esse grande passo que é o casamento. Então eu realmente não sei o que deu nela ontem.

  - Nossa que revelação bombástica! Será que ela estava tentando curar o coração partido? - a repórter brinca e ele ri para logo em seguida deixá-la e eu pisco ainda sem acreditar.

  - É o que!? - berro finalmente ainda encarando a TV que agora voltou para os âncoras do programa que fazem uma piada sobre eu ter tomado um porre por causa do término e eu ainda não consigo desgrudar os olhos da tela.

  - Lia, por que não me disse que tinha terminado com Lucas? - minha mãe pergunta e eu a encaro sorrindo simplesmente por que não sei mais o que fazer.

  - Por que não tínhamos.

  - Como? - papai pergunta e respiro fundo controlando a raiva, eu não sou mais aquela garotinha barraqueira. Não mais.

  - Não terminamos, papai. Pelo menos eu não me lembro de ter terminado com Lucas em nenhum momento de ontem de manhã quando nos falamos e hoje quando ele disse em rede nacional que estamos dando um “tempo”.

  - Mas então o que significa isso? - minha mãe pergunta e eu respiro fundo mais uma vez.

  - É o que eu vou descobrir agora - digo pegando o celular.

  - Oi amor! Como está depois de ontem?— Lucas pergunta assim que atende na mais completa paz e eu quero matá-lo.

  - Estava péssima antes do meu pai me mandar para o fim do mundo, mas agora que descobri que terminamos pela TV eu já nem sei mais e você, está bem?

  - Então você viu, né?— ele suspira. - Lia, me deixa explicar, por favor.

  - Explicar o que!? Que, de acordo com você, decidimos dar um tempo e eu nem sabia de nada disso? Explique-me então, estou esperando.

  - Você sabe que estou tratando de uma obra importante, não posso ter a minha imagem na mídia agora, principalmente ligada a...— ele se interrompe suspirando outra vez e eu começo a rir. Mesmo que não tenha graça nenhuma. Raiva é tudo que sinto.

  - Ligada a que? Sua noiva inconsequente e bêbada? Desculpa se eu atrapalhado seu crescimento profissional - resmungo irônica.

  - Lia, por favor, também não é assim, aquilo foi só para acalmar a mídia, mais tarde passo aí na sua casa e saímos pra conversar direito, um jantar, o que acha?— ele pergunta com seu charme de sempre e eu sinto a cabeça latejar. Lucas é lindo, loiro e rico o sonho de qualquer garota e mamãe o amou assim que o conheceu, eu gostava dele, mas hoje eu não queria papo, não depois da ideia absurda de papai, não depois dele ter me dado um pé na bunda em rede nacional.

  - Talvez outro dia, Lucas. Boa sorte com a obra - disse no meu melhor tom irônico e desliguei.

  - Então o que ele disse? - mamãe foi a primeira a perguntar e eu suspirei.

  - Que não podia ter sua imagem manchada por mim.

  - Viu como tem uma explicação - ela sorri e eu a olho incrédula.

  - Meu noivo terminou comigo por causa de um negócio em rede nacional e depois me chamou pra jantar como se nada tivesse acontecido e a senhora acha isso normal? - geralmente mamãe era a primeira a me defender quando eu fazia alguma burrada, mas agora, vendo-a defender Lucas, eu estava começando a me perguntar se estávamos mesmo certas em alguma ocasião.

  Respiro fundo e me viro para papai mais uma vez.

  - Você ainda pode mudar de ideia, certo? - pergunto com meu melhor sorriso. Não posso fazer nada sobre Lucas agora, uma hora ou outra vamos nos acertar, sempre nos acertamos, mas com papai eu ainda posso falar. Implorar se for preciso. Não vou voltar para aquele lugar. Não vou!

  - Até posso, mas não vou. Você vai amanhã, Lilly. E sei que um dia ainda vai me agradecer por isso.

  - Nunca! - grito já não ligando mais para nada. Subo as escadas com uma vontade enorme de socar alguém ou talvez fugir daqui.

  Mas eu não sou e nunca fui mulher de fugir do que quer que fosse. E não vai ser agora que vou começar, eu vou até aquela fazenda, vou fazer a vontade do meu pai e voltar. Depois posso só fingir que essas minhas férias forçadas nunca existiram. Não preciso nem mesmo vê-lo, não é? Nada vai mudar nesses trinta dias, nada.

  Mas iria, de um jeito que até então eu nem imaginava.


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Notas finais do capítulo

E então? Quero opiniões e, por favor, me digam o que acharam!
Beijocas e até, Lelly ♥
PS: Vou deixar o link do book trailer aqui outra vez por que eu estou simplesmente apaixonada por ele!
https://www.youtube.com/watch?v=-5x1ulscBKg



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