Delirium escrita por Karina A de Souza


Capítulo 9
O Plano Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Eu não postei semana passada por que fiquei sem internet praticamente a semana toda. Mas aqui está o capítulo.



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—Estou impressionada. Foi a primeira pessoa hoje que não me confundiu com Elena.

—O que está fazendo aqui?-Perguntei, enquanto ela andava pela sala.

—Tenho alguns assuntos para resolver. Então decidi passar aqui pra te dar um “oi”. Oh, Black Magic! Esse vinho especial para vampiros está uma fortuna hoje em dia.

—Katherine, você não é bem vinda aqui. -Revirou os olhos.

—Acho um pouco difícil. Ah, Lud... Esqueceu como éramos amigas? Nós, mais os Salvatore, seríamos uma família perfeita.

—Você destruiu as mínimas chances disso acontecer, sumindo sem olhar para trás. Damon e Stefan se transformaram em vampiros, e você não voltou pra ajudá-los. Eu fui capturada pelo Conselho, você fez algo por mim? Eu podia estar presa por um século e meio, esperando ajuda!

—Então eu não poderia ter feito muita coisa.

—Você teria aberto a tumba?-Me aproximei, olhando-a nos olhos. Aos poucos, ela abriu um sorriso.

—Quando foi que você cresceu?-Então desapareceu. Corri para o segundo andar e abri a porta de Damon, que estava dormindo.

—Acorda, Salvatore. -Abriu os olhos, confuso. -Nós temos um problema.

***

—Katherine? Aqui?-Stefan perguntou, Elena olhou em volta como se tivesse medo da outra pular de trás do sofá.

—Sim. Aqui. Não sei o que ela quer, mas não deve ser bom. Além disso, devemos estar prontos para confusão. Ela deu a entender que se passou por Elena.

—Ficamos o dia todo juntos. -Olhou para a namorada. -Não encontrei Katherine.

—Eu vi Bonnie e Caroline hoje na escola. -Elena disse. -Tia Jenna e Jeremy em casa... Só. -Franzi a testa, movendo o olhar para Damon, que parecia confuso. Compreensão passou pelo rosto dele, então desviou o olhar.

—Vamos ficar atentos. Ela pode tentar esse truque de novo.

—Eu não caio nessa. -Avisei. -Elena e Katherine podem ser idênticas, mas pra mim, parecem totalmente diferentes. É difícil explicar.

—Ela pode aprender a imitar Elena, então fique alerta mesmo assim. -Assenti. -Damon?

—Sempre alerta. -Murmurou, batendo continência. O casal se foi, então me virei para Damon.

—Você beijou Katherine, não Elena. -Constatei.

—Obrigado pelo aviso, eu nunca perceberia sozinho. -Segurei o riso.

—Acho que isso é tipo um castigo do universo. -Me lançou um olhar feio. -Só estou dizendo.

—Sabe o que isso precisa? Uma bebedeira de Black Magic.

—Não é uma boa ideia. Stefan nos disse para ficar alertas.

—E eu digo que “dane-se as regras do Stefan”.

—Então okay, vamos ao Black Magic.

***

—Quando eu disse “alertas”, significava sóbrios. -Stefan disse, de braços cruzados, na porta. Parei de rir de alguma coisa suja que Damon tinha dito e tentei parecer não bêbada.

—Ele que deu a ideia de beber. Eu só segui a onda. E Damon está chateado, ele merecia um momento... Como é a palavra?

—O que aconteceu?

—Ele achou que tinha beijado Elena, mas era Katherine se passando por ela.

—O que?

—Ludmille, você ficou maluca?-Damon perguntou. -Vou arrancar a sua língua!

—Você tentou beijar Elena?

—Mas não beijei. Era Katherine.

—Mas se não fosse...

—Então eu teria conseguido.

—Você tá piorando a situação. -Avisei, apontando pra ele.

—Dedo duro, não se mete.

—Conversamos quando estiver sóbrio. -Stefan disse, então se virou e saiu. Damon e eu ficamos em silêncio, ouvindo os passos dele se afastarem e saírem da casa, e aí caímos no riso.

—Você viu a cara dele?-Perguntei. -Achei que fosse voar no seu pescoço.

—Bem que você queria. -Acusou.

—Um pouquinho. Ia ser um bom espetáculo. Tudo bem, acho que bebemos demais. -Me estiquei. -Vou pra cama... Assim que conseguir levantar aqui. -Damon riu e esticou a mão, aceitei a ajuda, então ele me puxou, deixando-me de pé. -Obrigada. -Aproximou o rosto, quase tocando nossos lábios. Recuei. -O que está fazendo?

—Eu...

—Boa noite.

Passei por ele e subi as escadas rapidamente.

***

—Vocês estão bem?-Elena perguntou, entregando uma xícara com algo quente para Damon e eu.

—Ressaca de vinho Black Magic. Isso acaba com qualquer um.

—Black... Magic?

—Vinho especial para vampiros. É ótimo. Devia experimentar... Quando se transformar.

—Não estou planejando me tornar uma vampira.

—Hum. -Olhei para Stefan e de volta para a humana. Ela definitivamente estava namorando a espécie errada.

—Alguém teve algum sinal de Katherine?-Stefan perguntou. Apenas respostas negativas.

—O que vamos fazer com ela?-Esse foi Damon.

—Eu tenho um plano que nos ajudará a ter tempo. -Avisei.

—Que tipo de plano?

—Bem, pra começar, precisamos de uma bruxa...

***

—Eu não sabia que você era tão sentimental. -Katherine disse, se aproximado e andando ao meu lado. -Achei que ficaria mais feliz ao me ver. Nada de “Kath, senti sua falta”?

—Você me largou, caso não se lembre. Se eu não tivesse dado um jeito de escapar, teria ficado presa na tumba até hoje.

—Não seja tão dramática. Damon abriu a tumba.

—Por que achou que você estava lá dentro. Aqui dentro. -Paramos na entrada da tumba. -Você não tentaria abri-la, tentaria?

—Talvez eu concordasse que alguns vampiros deviam ficar presos.

—Incluindo eu?-Entrei na tumba, Katherine me seguiu.

—Eu não sabia desse seu lado sentimental. Devia ter percebido antes de te transformar... Ainda há alguém aqui dentro?

—Por que, acha que vai precisar de muita companhia?-Franziu a testa. -Olá, colega de quarto. -Tentou sair da tumba e não conseguiu.

—O que foi que você fez?

—Eu? Nada. Mas Bonnie fez o feitiço de Emily, que prende vampiros na tumba.

—Você é uma vampira também, sua estúpida!

—Eu sei. Mas eu sabia que era o único jeito de te colocar aqui dentro. -Tentou sair de novo, não conseguiu.

—Você assinou seu nome na minha lista negra, Ludmille.

—Estou morrendo de medo. -Me sentei no chão, encostando as costas na parede. -Fique confortável, vamos ficar um bom tempo aqui.

—Você não está falando sério, está?

—Vai querer conversar ou prefere poupar energia? Eu não trouxe sangue, e acho que você também não.

—Eu vou matar você.

—Faça isso e estará garantido uma passagem eterna para ficar nessa tumba. Preço especial.

—Os Salvatore não podem estar tão apegados assim a você.

—Faça o teste. -Sorri. Ela me analisou, como se fosse uma pantera irritada, e se sentou na beira da tumba. -Então vamos optar pelo silêncio. Tudo bem.

Me ajeitei onde estava, e comecei a cantarolar Teddy Bear, da Melanie Martinez. Katherine bufou e cobriu os ouvidos com as mãos.

***

—Você está cantando faz três dias. -Katherine rosnou, parecendo querer voar em mim.

Delirium... Delirium...

—Cale a boca, Ludmille.

—Perdi a aposta. -Olhamos para a porta, era Damon. Stefan estava ao lado dele. -Apostei que Katherine teria te matado em dois dias, ou você a ela.

—Que ótimo. -Murmurei. Encostei a cabeça na pedra. Estava começando a ficar com sede. Pela cara da minha “colega de tumba”, ela também.

—Como estão? Se divertindo muito?

—Vocês não vão nos manter aqui para sempre, vão?-Katherine perguntou. -Não fariam isso comigo...

—Se você nos disser o que quer em Mystic Falls e em seguida deixar a cidade, vamos soltá-la. -Stefan disse, se abaixando para ficar na altura de Katherine.

—Boa tentativa.

—Ludmille, está com sede?

—Se der algo a ela, é bom me dar também.

—Eu estou ótima. -Menti, me obrigando a sorrir.

—Mentirosa. Você está morrendo de sede. Quer sangue tanto quanto eu.

—Acho que estou virando algum tipo de vampira que pode viver sem sangue. Nada de sede por enquanto. -Stefan me lançou um olhar preocupado, mas Damon se meteu antes que ele falasse algo.

—Ótimo. Nada de sangue pras garotas.

—Não seja absurdo. -Katherine disse, ficando de pé com um pouco de esforço. -Ela está morrendo de sede! Olhe pra ela.

—Só traremos se ela pedir. E Lud não está pedindo.

—Diga a eles que você quer sangue. -Me encarou. -Diga. Diga, Ludmille.

—Não preciso. -Murmurei. -Obrigada. Talvez na próxima semana. -Os Salvatore se foram, mas Katherine nem prestou atenção. Ela continuava olhando pra mim.

—Você enlouqueceu?

—Às vezes eu penso que sim.

—Você rejeitou sangue!

—Espero que não tenha planos para os próximos 100 anos. Por que eu não tenho.

***

—Acorda, Ludmille. Acorda. -Alguma coisa foi colocada entre meus lábios, então senti gosto de sangue. Abri meus olhos, Katherine se afastou. -Cortesia da nova favorita dos Salvatore. -Olhei para a entrada da tumba, onde Elena estava sentada.

—Obrigada. Mas não deveria ter vindo aqui.

—Vocês estão aí há três semanas, sem sangue. -Elena disse. -Eu precisava fazer algo.

—Que gracinha. -Katherine murmurou, devolvendo o copo.

—Eu trouxe algumas coisas, como lanternas, colchonetes... -Empurrou uma caixa para dentro, com cuidado. -Se precisarem de mais alguma coisa...

—Precisamos que você faça sua bruxa tirar o feitiço e nos deixar sair daqui.

—Eu não posso fazer isso.

—Então você é uma inútil. -Pegou um colchonete na caixa e jogou em mim, o outro ela estendeu e deitou em cima. -Diga pros garotos virem nos ver, okay? Não aguento mais ficar aqui com a senhorita surtadinha. Ela fala enquanto dorme.

—Eu falo?-Perguntei, confusa. Ela limpou a garganta e começou uma imitação horrível da minha voz.

—“Oh, Robert, por favor, não me machuque. Mamãe, não me deixe aqui, ele é um homem mau...”.

—Filha da mãe! -Me preparei para avançar nela.

—Ludmille, não. -Elena pediu. -Não se deixe levar. -A ignorei.

—Você acha isso engraçado?

—Um pouquinho. -Katherine respondeu. -É mais irritante do que qualquer outra coisa. Será que pode me arrumar uns tampões de ouvido, Elena? Eu ia agradecer.

—Não tem graça brincar com o medo dela. -Elena disse, ficando de pé. -Você também tem medo.

—Ah, eu tenho?

—O nome “Klaus” te lembra alguma coisa?-Katherine se sentou, a expressão mudando rapidamente.

—O que sabe sobre isso?

—Agora está assustada?

—Elena, eu juro que quando sair daqui, eu vou...

—Obrigada pela visita. -Interrompi. -Adeus. -A garota entendeu a deixa e se foi. Me virei para Katherine. -E aí, quer falar sobre Klaus?

—Vai se ferrar.

***

—Você sabia dessa declaração polêmica do Enrique Iglesias?-Katherine perguntou, deitada de barriga pra baixo no seu colchonete. Horas antes ela tinha reclamado que as revistas eram velhas, mas de repente parecia animada em lê-las. Acho que o confinamento faz isso com a mente das pessoas. -Ele afirmou, num show, que tem o “amiguinho” pequeno. -Riu. -Quem diria?-Olhou pra mim. -Você definitivamente é um porre. Tantas pessoas pra ficarem presas aqui comigo, e tinha que ser justamente você. Se fosse Stefan, pelo menos...

—Eu realmente falo dormindo?-Continuei encarando o teto da tumba. No escuro, pequenos pontos brilhantes brilhavam, como mini estrelas. -Eu disse mesmo aquelas coisas?

—Você passou um inferno casada com aquele maldito Robert. Ninguém pode culpa-la por ter ficado traumatizada ou algo assim.

—Acha que isso afeta meu “botão” de ligar e desligar a humanidade?-Olhei pra ela, que estava com a testa franzida. -Matei pessoas, mas não me lembro disso. Os corpos... A cena toda parecia um filme de terror.

—Você é uma estripadora?

—Eu não sei o que eu sou. Maluca? Insana? Viciada em sangue? Eu deveria me lembrar, não é? Devia me importar, como me importo depois. Damon tentou resolver as coisas, me trancando, mas... Não sei se funcionou.

—Você não pirou enquanto esteve aqui.

—Estou presa em uma tumba, Katherine, sem humanos. Não há espaço para a... Eu sem humanidade.

—Talvez se você não reprimisse o seu lado viciado em sangue, ele não se manifestasse de forma tão agressiva. Isso se sairmos dessa tumba um dia.

—Nós vamos. O plano é desfazer o feitiço quando você se render ou...

—Ou...?

—Ou quando Elena morrer.

—Como é que é?


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Notas finais do capítulo

A "declaração polêmica" lida por Katherine supostamente é verdade, esbarrei com essa notícia por aí faz um tempo kkkkk
Opa, e agora a casa caiu para Kath. O que será que acontece primeiro: rendição, morte da Elena ou alguma outra opção pode surgir? Aguardem.
Até mais!



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