Delirium escrita por Karina A de Souza


Capítulo 17
It's my party and I cry if I want to


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas.
O título é consequência da época que eu era fãnzona da Melanie Martinez.
Enfim, vamos ao capítulo...



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Parei em frente a mansão Salvatore, franzindo a testa. Estávamos dando uma festa e ninguém me avisou?

Empurrei a porta e entrei. Devia ter de mais de cinquenta pessoas enfiadas lá dentro.

—O que está acontecendo?-Perguntei, quando encontrei Damon na confusão. -Klaus morreu e estamos comemorando?

—Não. -Me entregou uma das duas garrafas de cerveja que segurava. -Não esqueceu de nada hoje?

—É 4 de Julho?

—Sequer estamos em julho! Você é tão ruim assim com datas?

—Com tudo o que está rolando, eu nem lembro em que ano estamos.

—Okay. Feliz aniversário, Ludmille.

—É meu aniversário? É! Eu esqueci. Como sempre. Parabéns pra mim! Espera. Está me dando uma festa?

—E por que não?

Alguém aumentou a música, então de repente eu estava dançando, cantando e bebendo.

Raramente comemorava meus aniversários. Às vezes não parecia ter sentido, e eu ficava deprimida demais, enchendo a cara no quartinho dos hotéis e pensões que eu ficava. Às vezes eu ia à festas, mas nunca minhas festas.

—Como sabia que era meu aniversário?-Perguntei a Damon, que dançava ao meu lado.

—Eu tenho boa memória, diferente de outras pessoas. -O empurrei. -Qual é, Lud? Em quantos aniversários seus eu fui quando éramos humanos?

—Festejar com a cidade em perigo não parece um pouco errado?

—Coisas erradas às vezes parecem divertidas. -Ri.

—Eu sabia que diria isso. -Alguém cutucou meu ombro, Stefan. Elena estava ao lado dele. -Olá. -Ri de novo. -Não posso estar bêbada tão rápido. É minha primeira garrafa.

—Terceira. -Corrigiu. -Você acabou com as outras duas em segundos.

—Shh. Guarde segredo. Garotas não devem beber tanto.

—Estamos no século 21, beba o quanto quiser. -Piscou, tirou a garrafa vazia da minha mão e sumiu entre as pessoas.

—Eu definitivamente gosto desse século.

—É seu aniversário!-Elena exclamou, me abraçando. -Quantos anos?

—Eu não faço a mínima ideia. Acho que sou mais nova que Stefan.

—Um mês mais nova. -Ele disse.

—Yep. Sou mais nova. E preciso de mais bebidas, com licença.

—Você sempre fala “com licença”. -Elena reparou.

—Ainda resta um pouco da criação de 1800 em mim. O que é um saco. Mas eu não consigo evitar.

***

—Se sorrir mais, vai rasgar seu rosto. -Damon brincou.

—Estou feliz! Sério, obrigada pela festa. Nunca ia esperar atitudes legais de você. Espera. Eu amo essa música!-O puxei para o meio da sala, enquanto um remix de Pity Party quase estourava as caixas de som.

Alguém derrubou bebida em mim, mas eu nem liguei. Era a minha festa.

—Se continuar cantando assim, vai me deixar surdo!-Damon gritou, roubando meu copo.

—Que tal isso?-Soltei o grito mais alto que pude, fazendo-o se afastar. Damon virou o copo na minha cabeça. -Ei! Você... Estou com um cheiro ótimo. -Ri.

—E completamente bêbada.

—Como se você não estivesse!-O som de vidro quebrando interrompeu uma nova crise de riso vinda de mim. -Acho que quebraram uma janela.

—Esses humanos inúteis... Aposto que foi o Mutt... -Devolveu meu copo e começou a se afastar, consegui jogá-lo na cabeça dele antes de perdê-lo de vista.

***

—Não foi o Mutt, foi o Jeremy que quebrou a janela. -Damon disse, sentando ao meu lado. -Por que estamos aqui fora? Tem uma festa lá dentro.

—Ninguém mandou você me seguir.

—Você não vai ficar aqui dando uma de garota deprimida, vai?

—Nope. Eu só queria um momento sozinha. -Olhou pra mim e viu que eu estava brincando com aquelas velas que pareciam varinhas e soltavam faíscas. Tirou um isqueiro do bolso e ascendeu a vela.

—Faça um pedido.

—Quero minha humanidade, para sempre. E momentos assim, como esse, me ajudam. Quero continuar uma vampira humana.

—E você vai. Você é teimosa demais pra se render e desligar sua humanidade. -Sorri.

—Vou levar como um elogio. -Apaguei a vela e a joguei na grama.

—Vamos voltar pra festa agora ou continuar aqui e arrumar alguns motivos pra sentir pena da gente?

—Podemos voltar. Mas só se me ajudar a levantar. As coisas estão rodando um pouco. -Riu e me ajudou a ficar de pé.

—Você bebeu mais do que todas aquelas pessoas lá dentro juntas. -Dei de ombros.

—É um dom.

***

—Vocês não precisavam me dar nada. -Avisei, sentando na cama enquanto as garotas pegavam os embrulhos que tinham feito.

—Aniversários precisam de presentes. -Bonnie disse, me entregando o dela. Era um filtro dos sonhos, totalmente negro. -Vai impedir que tenha sonhos ruins, está enfeitiçado para isso.

—Obrigada, é lindo...

—Agora o nosso!-Caroline exclamou, empurrando uma caixa grande na minha direção. -Elena e eu não fazemos feitiços, então compramos algo. -Abri a caixa, havia um vestido preto dentro, sem alças e mais longo atrás.

—É lindo, meninas. Obrigada.

—Sorte sua que eu fui com ela. -Elena disse. -Ou Care teria comprado algo rosa e com muito brilho. -Caroline jogou meu travesseiro nela.

—Obrigada, às três. Amei os presentes. Agora vamos voltar pra festa e bagunçar até o dia amanhecer!

Quando descemos, a música continuava no mesmo volume alto e ninguém parecia disposto a ir embora.

Eu estava indo para a mesa de bebidas quando Damon me arrastou para fora.

—Que foi?

—Não dei seu presente. -Avisou, roubei o copo dele.

—Você me comprou um presente?

—Sim. Ele está num papel.

—Tipo aquele ali?-Tentei agarrar o rolo de papel que estava no bolso de trás dele, mas Damon se esquivou.

—Sem preliminares?

—Me dá!-Consegui pegar o papel e o desdobrei. -Não entendi...

—Você agora é dona de uma estrela.

—Que? Como assim? Você... Comprou uma estrela?

—Sim. Depois você pode vê-la pela internet. Não sei dizer qual delas. -Apontou pra cima, para o céu estrelado. -Mas agora uma estrela bebê se chama Ludmille. -Ri.

—Você não está falando sério. Eu sou dona de uma estrela! Mas por quê?

—Me lembrei de uma garotinha que estava na sacada da minha casa e disse que se pudesse, teria uma estrela.

—Não acredito que se lembra disso. Você é uma caixinha de surpresas.

—Eu sei. Agora pode começar com os elogios.

—Não força a barra.

—Okay.

—Obrigada. De verdade. Você não é tão ruim assim. -Tirou o copo da minha mão.

—Vou levar como um elogio.

—Engraçadinho.

***

—Eu tenho uma estrela!-Gritei, acenando com o papel. As garotas me cercaram e Caroline se aproximou para ler o que estava escrito.

—Quem te deu isso?

—Damon.

—Ah. Não é muito a cara dele. -Dei de ombros. -E, bem, essa estrela vai morrer um dia... -Bonnie cobriu a boca da amiga.

—Ela só está falando isso por que não gosta de Damon. -Explicou.

—Sem problemas. -Avisei, guardando o papel no bolso.

Minutos depois, estávamos bebendo e dançando de novo.

—Aquela não é a sua mãe, Care?-Perguntei, apontando para a porta.

—Ai! É!-Tropeçou em mim e ambas caímos no sofá. A música parou.

—São três da manhã, pessoal. -A xerife disse, olhando em volta. -A festa acabou. -Houve alguns sons de protesto, mas o pessoal começou a ir embora. Jeremy e Matt passaram pela porta carregando Tyler. -Cadê a Caroline?

—Aqui!-Ergueu a mão. -Oi, mamãe.

—Vamos, eu te levo pra casa. Bonnie, aceita uma carona?

—Ela aceita. Vamos, Bon. -Conseguiu ficar de pé e entrelaçou o braço no de Bonnie. -Tchauzinho, meninas!

Elena subiu com Stefan, enquanto eu tentava levantar, sem conseguir. Rindo, Damon entrou na sala.

—Problemas?

—Estou muito bêbada. -Constatei. Ele me ajudou a ficar de pé. -Obrigada. Acho que consigo chegar no meu quarto, sem rolar as escadas.

—Okay. Boa noite, Lud. -Sorri.

—Boa noite.

***

Quando eu acordei, era uma hora da tarde. Damon passou a manhã toda tentando me acordar e não conseguiu. Ele queria falar alguma coisa que parecia importante, mas meu sono venceu.

Me encostei na porta da sala, com uma xícara e uma colher em mãos, esperando Damon responder minha mensagem. Ou ele estava me ignorando de propósito, ou estava ocupado demais pra me responder.

—Acha que foi demais?-Fiquei em silêncio. Elena e Stefan desciam as escadas, conversando.

—Não sei. Acho que sim. Pra garantir, tome cuidado. Em vinte e quatro horas o sangue deve sair do seu organismo. Até lá...

—Tomar cuidado pra não morrer. Entendi. Ah... Lud. -Sorri.

—Bom dia, pombinhos. -Saudei. Elena ficou um pouco vermelha, imaginando se eu tinha ouvido a conversa sobre a troca de sangue.

—Eu vou indo. Até mais tarde. -E se foi.

—O que tem aí?-Stefan perguntou, olhando pra xícara com suspeita.

—Não vai querer saber. -Avisei. Meu celular vibrou. O peguei. Damon me dizia pra encontrá-lo no Grill. -Tenho que ir. -Entreguei a xícara pra ele. -Tchau.

—Lud...

Mas eu já tinha saído.

***

Estava quase no Grill quando ouvi o primeiro grito. Parei, tentando descobrir de onde vinha. Outro grito. Era Elena.

Corri na direção do som, quatro caras tentavam levar a garota, enquanto ela gritava e esperneava.

Consegui derrubar apenas um dos homens, antes que outro se esgueirasse por trás de mim e quebrasse meu pescoço.

***

—Bem vinda de volta, Ludmille. -Fiquei de pé rapidamente, encarando Klaus. Elena estava sentada numa poltrona, tremendo um pouco.

—Que isso? Precisava de companhia para o chá da tarde?

—Creio que já te falaram sobre o sangue de Elena e meus híbridos.

—Sim, nos poupe de um discurso.

—Estou indo embora de Mystic Falls. E terei que levar a jovem Elena comigo.

—O que?

—Ou eu posso pegar todo o sangue dela e deixar o corpo para que enterrem. Isso tudo está se tornando um estorvo, e acho que será mais simples se...

Eu não conseguia mais ouvi-lo. Ele ia matar Elena ou sumir com ela, tornando-a uma prisioneira para sempre. Mas só se eu deixasse acontecer.

—Elena. -Ela olhou pra mim. Klaus interrompeu seu monólogo. -Me desculpe.

Ela começou a falar, mas nunca terminou, pois no segundo seguinte eu quebrei seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

EITAAAAA! O negócio hoje ficou doido. E agora? Será que Elena recebeu sangue o suficiente pra voltar como vampira ou ela bateu as botas?
Levanta a mão quem quebrado o pescoço da Elena... Não por motivos bonzinhos kkkkkk Parei. #TimeKatherine
No próximo capítulo...
Lud precisa lidar com as consequências de ter matado Elena, e não será a única. Além disso, um certo Original pode querer dar o troco por ter seus planos totalmente frustrados.
Até lá!



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