Apocalipse... escrita por EPcraft


Capítulo 5
À procura de um novo lar- parte 2...(Salazar sabia?)




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— Tens a certeza que esta nossa escolha foi a melhor?- questionou-me Nathaniel enquanto caminhávamos lado a lado, liderando os "carneirinhos" que iam atrás.

— Preferias o método da Night?- brinquei, fazendo com um sorriso esboçasse nos lábios do Nathaniel.

— De jeito nenhum.- concordou entre risos.

— Então, só teremos esta opção.- respondi.

Sorrimos um para o outro e voltamos os nossos olhares para o chão, continuando a caminhar calados.

Era incrível como eu e o Nath só nos conhecemos à um dia, ou melhor, à algumas horas, e já nos damos....bem?

Uma coisa que eu sei é que temos muito em comum. Como por exemplo, o nosso amor por gatos, ambos gostamos de ter as coisas arrumadas, acho que temos o mesmo nível de.... inteligência? Sabemos usar o sarcasmo apenas quando é necessário. Ambos fazemos anos em fevereiro e, somos os dois de aquário.

É. Temos bastante em comum. Eu nunca havia reparado, mas ao que parece ele era da nossa escola. Minha e da Night. Apenas era de outra turma. Night gostava de fazer amizades com alguém que fosse parecida a ela. Talvez seja por causa disso que ela e Castiel se conheceram.

— Oh, senhora sabe tudo, eu acho que a tua técnica também não está a dar nada certo.- reclamou Night.

Estava demorado. Estava a ver que ela não iria fazer algum comentário.

— Oh, pessoinha linda, se fosse a ti não tinha tanta certeza.- disse, ao tentar não expressar o quanto estava impressionada, enquanto apontava para uma casa que havia sobrevivido e estava intacta.

— Mas o quê? Filha, que super poderes é que tu tens? Tu sapawnas as coisas. Primeiro foi a floresta com o Armin, e agora isto, comigo?- Night parecia surpreendida, feliz e indignada. Tudo ao mesmo tempo.

— Talvez não seja eu que tenha super poderes. E sim, vocês que fazem a pergunta errada, na hora errada. A super crânia sabe sempre o que dizer.- disse apontando para mim e fazendo uma pose engraçada.

Todos riram e seguimos em direção à casa.

— Bom. Sítio melhor não há.- comentei.

Abrimos a porta com o maior cuidado possível.

Ao que parece a casa, não era, digamos, das mais modernas.

— Bom. Sempre é melhor que a floresta.- comentou Rachel sempre com o seu bom humor e optimismo.

— Não posso deixar de concordar.- sorri para ela, e argumentei.

Ao que parece, aquilo havia sido abandonado à muito mais tempo, antes do apocalipse.

— Ahm, pessoal, seguinte... vocês não acham que esta casa já tem um ar de abandonada?- perguntei sobre a minha teoria, na esperança que alguém entendesse.

— Talvez, porque, a pessoa que a habitava já sabia do apocalipse.- estranhei o comentário do Nathaniel.

— O quê?- perguntamos em simultânio (no mesmo tempo). Ao que parece não sou a única que acha que ele fumou alguma erva.

— Venham cá.- disse ele.

Seguimos na sua direção. Ele segurava um papel em suas mãos, um papel, ao que parece, com bastantes anos.

— Em certo dia;uma desgraça irá acontecer; em que todo o mundo iria; desatar a correr...- Nathaniel leu os versos que constituiam uma quadra, em que aquele texto estava escrito.

— Bom. Ele pode se estar a referir ao terramoto de 1755.- tentei contra argumentar. Por mais que eu estivesse com medo, eu queria acreditar que fosse apenas isso.

— Não. A data escrita embaixo, não coicide com essa.- explicou.

— Como não?- questionou Brenda.

— A data em que este texto foi escrito é de 1928. O que significa que, não pode ser sobre isso.- explicou. Cada vez mais eu acreditava nessa história. E se fosse verdade?

— 1928?- perguntei de novo a data para ter a certeza se tinha ouvido bem.

— Sim.- responderam todos.

— Eu tenho a impressão que já ouvi essa data em algum lugar.- estranhei, e no final acabei por pensar alto.

— Dã? Claro, é uma data como todas as outras. Como 1974.- Night queria usar a sua ironia mas acabou por me ajudar.

— ISSO! 1974!- gritei.

— Primeiro, eu não quero ficar surda, e segundo, EU NÃO ENTENDI O QUE ISSO TEM HAVER!- reclamou Night.

Ignorei-a e continuei o meu raciocínio.

— 1974, foi quando foi feita a revolução dos cravos, o 25 de Abril.  E para que serviu essa revolução?- perguntei, para além de saber a resposta, apenas para ver se alguém conseguia acompanhar.

— Para acabar com os cinquenta anos de ditadura?- Kentin deu a resposta, em forma de pergunta, talvez porque ainda estivesse na dúvida.

— Exato! E quem reinou em ditadura durante esses cinquenta anos?- perguntei. Estamos quase lá! Só mais um pouco!

— Quem começou foi Salazar e...- Armin começou a acompanhar. Mas parou logo em seguida, é muita areia para o seu camião.

— E de seguida, adoeceu em 1968, sendo substituído por Marcelo Caetano.- Nath completou o raciocínio de Armin. Está quase, vá lá pessoal...

— E, em que data Salazar foi declarado Ministro das finanças?- perguntei. Se acertam esta pergunta acertam tudo.

— 1928!- Gritaram todos.

— Amy. Não podias simplesmente ter dito isso de primeira, AO INVÉS DE GASTARES O MEU TEMPO COM UMA AULA DE HISTÓRIA?- Night detesta quando eu dou "as minhas aulas particulares".

— Ela apenas fez isto para nós apanharmos o raciocínio.- Nathaniel acabou por me tirar as palavras da boca.

— Mas, vocês estão a incinuar que foi Salazar quem escreveu isto?- perguntou Alexy.

— Não própriamente Salazar.- respondi.

— Então quem?- perguntou Nathaniel.

— Talvez alguém que não gostasse dele. Salazar tinha muitos apoiantes, mas também tinha quem o odiasse.- acabei por perceber que aquilo só estava a fazer sentido para mim.

— Amy. Eu não estou a entender.- disse Castiel com cara de Nazaré-

— Nem eu!- concordaram todos.

Uau! Deve ser a primeira vez que tanta gente concorda com o Castiel.

— Talvez a "desgraça" a quem essa pessoa se referia, seria a Ditadura de Salazar. Visto que, uma vez, que em 1932, os militares o nomearam presidente do Conselho De Ministros, e de seguida em 1933 ele criou o estado novo, talvez esse fosse um dos militares.- expliquei.

— Mas se foram eles que o nomearam para tal, porque será que esse militar em específico acharia que era uma desgraça?- perguntou Lys.

— Talvez ele fosse contra, mas ninguém o ouviu.- terminei o meu raciocínio.

— No fundo até que faz sentido.- Nathaniel acabou por concordar.

— É. Mas, eu estou com fome.- disse Night.

— Tens sede? Bebe uma parede. (esta é uma expressão de Portugal, que, nem mesmo eu que sou portuguesa entendo .-.)- comentei, e sorri.

— Eu disse que tinha fome, não sede.- reclamou com a sua cara sem expressão alguma.

— Tens fome? Come um home (homem).-brinquei.

De repente todos rimos.

— Ok. Eu vou ver o que temos ali e, vamos arranjando já as coisas.- expliquei enquanto parava de rir.

Nathaniel deixou o papel no sítio, e veio ter connosco.

Será que, a pessoa que escreveu aquilo realmente sabia ou, a minha teoria estava certa.

Eu acho que, se essa pessoa soubesse ela teria avisado logo. De qualquer das formas acho melhor não pensar nisso por enquanto. Acho que entre deixarmos aquilo ser um mistério ou estudarmos e tentar desvendar algo é uma decisão por tomar. Afinal, temos duas teorias. E uma delas tem de estar certa.

Enfim. De qualquer forma, nós arranjamos um lugar melhor do que a floresta.

 

 

CONTINUA...

 


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Notas finais do capítulo

Todos estes fatos contados sobre Salazar, são reais, isto é um pouco sobre a história de como se formou a República Portuguesa.

Bjs ♥!



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