Say you won't let go escrita por Adwords


Capítulo 7
Play With Fire




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Insano, dentro do perigo me deixa chapado
Não posso me ajudar a ter segredos que eu não posso dizer
Eu adoro o cheiro da gasolina
Eu acendi o fósforo para provar o calor
Sempre gostei de brincar com fogo - Play With Fire (Sam Tinnesz)

 

 

 

 

Era vicioso. Completamente insano e me alucinava. A curvatura de seus lábios com um sorriso de canto me deixava completamente louca. Não era paixão, certamente não era. Era o gostinho do errado que ficava na minha boca toda vez que eu o olhava ali, deitado ao meu lado. Os fios negros bagunçados por minhas mãos... Ou seria pelos travesseiros? Eu não poderia falar. Os olhos azuis, aqueles malditos olhos azuis que não deixaram de me olhar desde aquela pequena troca de palavras. Os lábios perfeitamente traçados. Seu peitoral musculoso descoberto e praticamente brilhando pela luz do sol que entrava da janela.

Aquele homem era real ou era fruto de minha cruel imaginação?

Quando fazemos certa idade, alguns assuntos que antes eram tratados como proibidos, naquela época viram assuntos necessários de serem discutidos.

Um exemplo disso é drogas, ou sexo.

Para a maioria das mulheres, a virgindade é tratada como algo muito importante. Na criação da minha mãe, ela foi ensinada a só se entregar para o homem que fosse seu marido, não importando quais as circunstâncias. Na minha criação, minha mãe tratou a virgindade como um assunto livre. Eu tinha a liberdade de falar com ela sobre isso a qualquer momento, mas é claro que com a certeza que iria falar com ela antes de chegar o momento, e eu também teria que ter mais de dezesseis anos.

O fato é que a minha virgindade nunca foi um assunto muito importa para mim. Eu queria perdê-la, e daí? Não é como se eu deixasse de ser menos mulher ou mais mulher por transar com um estranho, era?

De jeito nenhum.

Homens transam com mulheres desconhecidas todos os dias e muitas vezes pagam por isso, então qual era o problema? Eu senti prazer, foi maravilhoso e me senti bem. Isso era o suficiente.

Damon era um homem malicioso, era fácil ver pelo brilho de seus olhos azuis. Ou o jeito que seus lábios se curvam para cima em um sorriso provocativo. E que sorriso. E também eu não preciso comentar que não era somente o sorriso.

O moreno de olhos azuis certamente era lindo, e também parecia demonstrar certa... Preocupação comigo.

Talvez fosse o fato dele ter estado dentro de mim a horas atrás, porém eu não levaria essa teoria para frente. Damon não parecia ser um homem que ligava no dia seguinte.

— Está com dor? — Essa foi a primeira coisa que ele falou comigo depois de um tempo. Os olhos azuis me avaliaram rapidamente pelo lençol, o vi tentar esconder um sorriso.

— Sim, e é uma droga. — Foi o que eu havia respondido, e em seguida eu pude ver Damon se levantar completamente nu, procurando assim o telefone do quarto.

A cama em que eu estava se encontra completamente desorganizada e também com algumas gotas de sangue perceptíveis.

Escutei Damon pedir o serviço de quarto e em seguida algumas pílulas de aspirina. Me levantei da cama, sorrindo fraco para o moreno que ainda me olhava e andei até o banheiro do quarto, sorrindo ao ver as toalhas embaladas e limpas.
Havia pequenos tubos de shampoo e condicionador, também junto com sabonete fechado. Caminhei até o box e liguei o chuveiro prata, esperando a temperatura esquentar para que eu deixasse a água cair em meu corpo e meu cabelo.

Passei a primeira camada de shampoo após me certificar que eu estava toda encharcada e tentei retirar totalmente o sangue seco das minhas pontas, mas não consegui completamente e então eu passei outra camada do produto sobre minha raiz, repetindo o processo. Enquanto lavava tudo e passava o condicionador eu não pude deixar de reparar a cicatriz que se é presente em meu pulso, chegado ao que eu mais temia.

O vazio.

A dor ainda estava ali, a ferida ainda estava aberta dentro do meu coração. E eu tinha que fechá-la. Edward. O único responsável por me deixar desse jeito.

Eu não era o suficiente. Afastei minha cabeça novamente para a água, retirando o condicionador assim que eu me ensaboei completamente. Como eu fui parar ali? Essa era a pergunta que passava por minha cabeça enquanto eu puxava uma toalha enrolada para cobrir meu corpo cheio de pequenas marcas. O cheiro de amaciante chegou rapidamente aos meus sentidos e isso me agradou, dormir em um hotel não era tão ruim assim...

— O serviço de quarto vai chegar, precisa de alguma coisa? — Damon abriu o banheiro, parecendo não se importar em me pegar ainda debaixo do chuveiro. Encolhi meus ombros ao ver que não tinha roupas, nem mesmo roupa íntima. O olhei rapidamente, Damon se encontrava completamente nu, o que deixou seu corpo completamente à mostra para quem quisesse ver.

— Eu não tenho roupa para colocar. — Encolhi meus ombros, ainda apertando a toalha branca em volta do meu corpo.

Damon me olhou de cima a baixo, seus lábios se curvaram em um sorriso ao me ver acabando de sair do banho.

— Apesar de achar você maravilhosa assim, só para mim... Vou trazer minha camisa. — O vi sair do banheiro, voltando em menos de cinco segundos depois e me estendendo a blusa que eu tive o prazer de tirar na noite passada. Sorri agradecida ao vê-lo sair do banheiro, caminhando lentamente até o quarto em que fizemos barulho ontem a noite. Um rubor subiu por meu pescoço ao pensar na noite anterior.

Eu era irresponsável? Sim, eu era.

E eu gostei de ser irresponsável? Sim, eu gostei.

Coloquei a blusa de Damon, o cheiro de perfume masculino ainda estava nela, mas ainda havia outra fragrância que eu tive o prazer de identificar.

Meu perfume.

A blusa chegava ao meio de minhas coxas, mas subia um pouco na parte de trás pela curva da minha bunda, porém ainda tapava a mesma. Tirei o máximo de água do meu cabelo com a toalha, passando meus dedos nele para tirar os nós que ainda ficaram ali. Meu cabelo estava completamente jogado em meu rosto, raspando por minha cintura.

Quando sai do banheiro, o moreno entrou, não e preocupando em fechar a porta.

Ele realmente não estava preocupado com uma estranha ali?

Andei pelo quarto que estava na mais absoluta desordem. A roupa de cama estava bagunçada e em sua boa parte no chão, não escondendo para ninguém o que tinha acontecido ali. Pelo menos metade dos travesseiros se encontrava rasgados ou no chão, talvez até mesmo no sofá que estava ali.

Então onde estaria meu celular?

Soltei um suspiro frustrado. Eu teria muito trabalho para achar. Caminhei até a cama bagunçada. A mordida em minha coxa já tinha se curado, mas ainda estava um tanto dolorida.

Tirei os lençóis da frente a procura do aparelho celular, mas não obtive sucesso. Mudei de rumo e vaguei pelo sofá, novamente sem achar o celular... Eu o tinha esquecido na boate? Não fazia sentido para mim. Nessa minha missão eu já tinha a certeza que já tinha se passado uns bons quinze minutos, e tive minha confirmação quando um homem afirmando ser do serviço de quarto bateu na porta.

Passei a mão em seus fios rebeldes, não tinha como ficar melhor que isso. Tentei abaixar a blusa, mas não consegui então fui assim mesmo.

Sorri para o homem ali parado com um carrinho aparentando estar cheio de comida.

Ele não estava sozinho, havia uma mulher também. Ambos pareciam ser mais velhos que eu, talvez da idade de Damon? Bom, idade física.

O homem tinha pele clara assim como o cabelo, mas seus olhos eram em um tom de castanho mais escuro que o meu. Quase como um preto. A mulher por outro lado possuía uma pele escura e brilhante, lábios grossos e fios cacheados.

Me remexi lentamente sobre os olhares maliciosos que ele estava me mandando, os olhos escuros descendo para meu busto e minhas pernas como se isso não fosse completamente errado.

— Pediram pelo serviço de quarto? — O homem desconhecido perguntou. Sorri por pura educação e assenti, dando espaço para que eles passassem com o carrinho.

— Podem deixar na mesa de centro, obrigada. — Agradeci, novamente por educação os vendo colocar aquele tanto de coisa na mesinha. Eu não tinha ideia de que Damon tinha pedido a cozinha inteira.

— Desculpe minha intromissão, mas a senhorita está aqui sozinha? — Ergui minhas sobrancelhas totalmente surpresa pela audácia daquele homem. Isso era real mesmo? Aparentemente sua colega também não gostou das palavras do homem, pois bufou e pegou um dos travesseiros e jogou com força nele.

— Você está brincando comigo, Luke?! Não tem vergonha não?

— Querida, nosso café já chegou? — E então eu pude ver Damon saindo do banheiro com uma toalha presa ao seu quadril. Engatei minha respiração. Alguns fios de água pingava de seus fios molhados e desciam por seus músculos tonificados. Damon caminhou em minha direção, ignorando completamente as duas figuras paralisadas a nossa frente. O sentir se colocar atrás de mim, mantendo suas mãos presas aos meus quadris, grudando o mesmo com o seu quadril. O filho da puta sabe o efeito que tem. — E vocês seriam?

— Nós já estamos saindo... — A mulher falou, sorrindo em um pedido de desculpas silencioso em minha direção. Sorri de volta, a deixando relaxada. Eles terminaram de colocar a mesa, saindo de forma rápida logo depois. — Tenham um ótimo dia!

— O que foi isso? — Perguntei assim que ele me soltou, não deixando de plantar um beijo rápido em meu pescoço.

— Isso foi eu cuidando do que me pertence, amore mio. — E então ele andou até a mesa, pegando um dos bolinhos que aparentavam ser de chocolate. — Não vai comer?

Puta merda.

Desde quando ele falava italiano?

Sorri em sua direção, assentindo enquanto andava para perto do corpo do moreno. Observei a mesa cheia de frutas e alimentos que definitivamente demoraram para serem feitos, porque o cheiro que chegou até meus sentidos prova minha teoria. Meus olhos praticamente brilharam ao ver as jarras cheias de suco que eu acreditava ser de laranja, enquanto uma outra possuía uma cor diferente. Eu não sabia o sabor que tinha ali.

Eu posso me acostumar em ser mimada assim, não seria problema nenhum em minha opinião. Definitivamente não seria.

— Vamos comer. — Murmurei, pegando um bolinho.

...

— Então, você nunca foi a Europa? — Foi a pergunta de Damon para mim. O sol brilhava pelas ruas em que andávamos, e eu secretamente me permito fugir por um dia. Damon foi bastante prestativo ao usar sua compulsão para pedir a uma funcionária que me comprasse roupas novas e limpas. Ele realmente conseguia tudo o que queria.

— Que pergunta idiota! — Gargalhei ao ver sua expressão ofendida e claramente fingida.

— Pare de ser um pé no saco, Isabella. Garanto que eu sou um e isso não é uma experiência boa. — Ah, o sarcasmo. Damon era bom nisso. Realmente muito bom.

— Aquilo é uma livraria? — Puxei Damon pela mão, o tirando de perto da fachada da pequena lanchonete que tinha ali. Ajeitei minha blusa azul.

Eu deveria me sentir culpada? Quer dizer, quando Damon fora rápido em achar meu celular, eu mandei uma mensagem para minha mãe com a seguinte frase:

Sai com um amigo, estou segura e não se esqueça que eu amo você!

Talvez eu deveria...

Eu deixaria minhas preocupações para mais tarde, hoje eu não seria responsável.

— Porque está sendo tão legal comigo? — O questionei.

— Um dia você vai saber, agora use essa boquinha linda para outra coisa. — Apesar de seu duplo sentido, Damon me pediu para perguntar ao atendente se ainda tinham o livro que eu estava querendo, porém o atendente sorriu e assentiu, me indicando o setor e o número da fileira onde estava o que eu queria.

— Vamos.

Caminhei até o lugar indicado, parando várias vezes para avaliar livros com capas que me chamavam atenção. E também seus preços, porque não tinha a menor condição de eu pagar um livro extremamente caro.

Mas Damon poderia usar de seus poderes então... Bem... Hoje eu podia.

— É melhor ter uma boa desculpa para nós, Isabella Marie Swan. — Foi a primeira coisa que eu ouvi ao me colocar para dentro de casa, mas não me arrependi. Apenas me arrepiei com seu tom sério.

É... Eu realmente estava fodida. E não queria estar em minha pele agora. Parece que eu gosto mesmo de brincar com fogo, não é?

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!