She keeps me warm [Sherri Polo] escrita por larissa


Capítulo 2
Bistrô e vinho tinto.


Notas iniciais do capítulo

Oi, demorei um pouco mais a escrever esse capítulo, pois eu queria usar a ordem cronológica, porém, eu estava quase enlouquecendo, com a dúvida do primeiro beijo, se considerava o beijo do sentimento ou o das cenas, após decidir que seria só o com sentimento mesmo, ficou bem mais fácil de colocar as palavras no papel. Espero que vocês gostem desse capitulo também. Obrigada por colocar a fanfic nos acompanhamentos. Boa leituras, nenéns!



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Segunda Semana : A primeira vez que saímos juntos.
Capítulo 2: Bistrô e vinho tinto.

 

O contrato havia sido assinado e as filmagens estavam a todo vapor, não havia como negar a química que existia nas cenas e fora delas também. Sem dúvidas, Sherri era uma das melhores pessoas que já havia conhecido em toda minha vida. Uma mulher forte e de coração grandioso e nós duas parecíamos realmente a mãe de todos aqueles atores juvenis.

 

 As gravações aconteciam de segunda a sexta-feira, minha personagem parecia em quase todo os momentos, por isso minha presença era requisitada em muitas cenas, porém, às vezes ocorria de sair cedo. A primeira temporada estava no fim e todos estavam ansiosos para saber a recepção do público, por isso todos os produtores estavam focados em divulgação e eu e minha co-star éramos o núcleo LGBTQ+ e pequenas encenações eram requeridas para causar furor e com isso ganhar audiência para a temporada que estrearia logo.

 

 O carinho não era algo difícil de se demonstrar, afinal, eu sentia uma imensa ternura por Sherri e nos divertimos como duas crianças durante todo o momento. Eu realmente ficava satisfeita em saber que era responsável pelos momentos de alegria. E a equipe era empenhada em fazer uma imersão totalmente realística onde incentivaram o tratamento amoroso. Nossa música era 'She keeps me warm' (Ela me mantém aquecida) e por isso nos tratamos como My Love e confesso que eu amava isso e tinha certeza que os fãs também, pois enlouqueciam no twitter, rede essa que apenas entrei por insistência de Sherri.

 

 Naquele fim-de-semana não estávamos na cidade. Íamos viajar para merchandising, e só tínhamos voo de retorno marcados para o outro dia, minha intenção era beber um bom vinho e esquecer do que estava acontecendo comigo e com meus sentimentos. Sem dúvidas eu estava sendo precipitada e vendo coisas que não existiam, mas toda vez que Sherri olhava para mim eu sentia vontade de fugir com ela para qualquer lugar do mundo.

 

 Dei um suspiro que não passou despercebido pela afro, como percebi quando ela colocou as mãos frias nas minhas costas, apenas para me causar um arrepio que dominou toda a coluna e fez eu me contorcer.

— Há algo de errado? Está suspirando demais... — Indagou depois do meu momento de arrepio.

 

— Não vou acostumar com isso nunca...  — Reclamei em tom baixo, mas como uma leve denguice. Ela riu, jogando a cabeça para trás e mordendo o lábio como uma criança levada, o que convenhamos, ela era.

 

— Minhas mãos frias gostam de sentir suas costas quentes... — Respondeu, mas não deixou de notar que eu havia deixando-a sem resposta para a verdadeira pergunta que era o que me fazia suspirar. Por esse motivo ela estreitou os olhos castanhos me olhando, interrogativa.  

— Pensando onde deve ter o melhor vinho desta cidade… — Não era a verdade, mas também não era uma mentira.

 

— Soube que tem um bistrô ótimo aqui, podíamos sair e você — Sherri se aproximou levando o indicador à frente do meu rosto. — Pode me falar o que realmente está fazendo você suspirar por aí — O tom tinha sido leve, mas o tom de preocupação não passou despercebido pela loira. — Espero que não esteja me traindo... 

— Que bom que você confia no nosso casamento, Mama Tigers.

As encenações eram meu refúgio e nossas brincadeiras meu porto seguro. Aos poucos o que era algo simples foi se tornando maior. Obviamente que eu não queria está apaixonada e ocorreu de uma forma tão espontânea que não havia como frear. Eu não sabia se ela havia percebido ou o que pensava a respeito. No fundo entendia que o certo era manter um pouco de distância, ao menos, quando não estávamos ao vivo ou em eventos, mas com ela ali, tão próxima, tão receptiva e com todas aquelas bajulações era fácil me esquecer de que Sherri não era minha.

— Eu não recuso um bom vinho e sua companhia, my love.

Após o evento estávamos livres e como havia sido marcado encontrei com a mulher no corredor. O clima estava agradável e não precisava de roupas pesadas, Sherri estava despojada com uma camisa jeans que eu particularmente achei muito sexy, pois combinou muito com seu cabelo. Na caminhada até o bistrô ofereci meu braço de apoio e ela aceitou sem pestanejar. Sempre que estávamos uma na companhia da outra eu me sentia melhor, quase como um remédio, ela era minha melhor amiga e era gratificante tê-la comigo, conversávamos sobre coisas triviais e quando não tinha mais assunto o silêncio não era nenhum pouco perturbador. Eu tinha total confiança em Sherri e sabia que ela também tinha em mim e isso me aquecia por dentro.

— Vai me contar agora? — Indagou, depois de minutos terem sido gastos com qualquer outro assunto leve. Eu remexi na cadeira e balancei levemente a taça de tinto levando-a para próximo do nariz onde eu senti o aroma doce.

— Tem muita coisa acontecendo… — E realmente tinha, aquela paixonite só deixava meus ombros mais sobrecarregados. — O processo do meu divórcio está terminando, ainda não fiz o inventário, mas com certeza meus bens diminuíram consideravelmente… — Sherri esticou a mão, colocando-a sobre a minha e apertou gentilmente, tentando me reconfortar com certeza.

— Não precisa se preocupar com isso, você é a mulher mais batalhadora e independente que eu conheço, vai superar essa crise… Eu acredito em você.

— Cada moeda que perdi vai valer para chegar ao fim, não lamento essa decisão e nem das consequências que me trouxe, você sabe… A coisa mais preciosa desse casamento foi minha filha.

— Seus filhos são lindos… Não sei se conseguirei ser uma mãe tão dedicada quanto você…

A frase causou em mim um mix de emoção, não sabia bem como digerir, se ficava triste por que ela estava pensando em ter filhos com o marido ou feliz dela realizar um sonho, porém, não deixei minha confusão interna aparecer para Sherri. Notei que nossas mãos ainda estavam unidas e isso acalmou meu coração, pois mesmo que o amor romântico não fosse recíproco, tínhamos algo tão forte quanto: o amor da amizade.

— Então vocês estão pensando nos filhos?

— Sempre foi um sonho ser mãe, você sabe mylove. Mas isso está entrando nos planos do atuais. Alguém tão pequeno e maravilhoso vai ser ótimo para o meu casamento.

A frase me causou estranheza, talvez porque levei a sentença para o lado negativo, onde o casamento não estaria indo tão bem e que assim como eu já fiz, ela estava tentando encontrar a solução em ter filhos.  E mesmo que eu tivesse pensado nisso, não senti que era o momento certo para abordar aquele assunto, então simplesmente fui mais uma vez piadista.

— Eu que deveria ser o pai desses nenéns… — Falei brincalhona com um sorriso bobo nos lábios e a outra soltou uma risada audível, concordando veemente com a cabeça.

— O pai eu não garanto, mas uma das mães, com certeza. — E ela não se deu por satisfeita em me deixar feliz com a frase e completou em seguida: — Vai segurar minha mão e ser a primeira a me ver no quarto, quero você ao meu lado, me apoiando. Sempre sou grata por ter te conhecido, minha Teri Polo.

Meu coração palpitou e ao invés de apertar suavemente a mão em agradecimento entrelacei nossos dedos de um jeito romântico, onde o meu indicador remexia para realizar um carinho suave no dela, ficamos um tempo em silêncio, eu sentindo a textura das mãos delas e sabendo que se passou tempo demais que nós duas estávamos em contato, mas eu não queria soltar, contudo ocasionalmente ocorria a distância, porém, de um jeito magnético, lá estávamos nós duas tocando a ponta dos dedos novamente. Eu não sentia vergonha e nem estava desconfortável, meu coração estava aquecido e cada vez mais consciente de que aquela mulher a frente era minha de algum jeito.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Escrevi um pouco mais nesse e acho que os outros capítulos também vão ser nessa faixa pra mais, com os diálogos que praticamente não existiu no capitulo 1 eu quis mostrar um pouco da intimidade e da relação que a Sherri tem pela Teri. Essa semana foi muito emotiva, pois foi o último episódio de The Fosters e está sendo gratificante escrever e ver que minha serie amada pode ter terminado na TV, mas segue forte no meu coração. Eu vou colocar nomes nos capítulos e espero que tenham gostado. Obrigada pela leitura.

Até a próxima semana ;)