Assim que botou as vistas no quarto vestido, Kate ficou muito satisfeita, pois era a cara da Nikky Heat. Ela escolhera um vermelho, curto e extremamente sensual com muitos detalhes em dourado.

Para a maioria das mulheres, ele não se enquadraria jamais como vestido de noiva e seria visto talvez como uma indumentária cênica, pois era basicamente formado por um corselet bem justo, com bojo que marcava a cintura e realçava os seios, tornando-os bem maiores. Havia alças grossas, onde pendia uma espécie de pequenas asas douradas. A saia era interessante... Eram várias camadas em tule, sem muito volume, sendo que a parte da frente era muito curta e a parte de trás ia até a altura dos tornozelos. Para valorizar o traje, Kate calçara uma sandália dourada, salto agulha, bem alta, com pedraria e tiras no tornozelo, estilo gladiador. Nos braços havia uma falsa luva vermelha bem comprida até os cotovelos e nos cabelos presos no alto, havia uma coroa dourada, ornada com pedras vermelhas, que sustentava um lindo coque de tranças grossas. Lindos cachos ornavam as laterais do penteado e se entrelaçavam com longos adereços vermelhos que desciam e davam um toque sedutor ao conjunto.

Passados dez minutos, Kate sai do provador trajando o vestido de noiva vermelho com todos os detalhes extras com o objetivo de encontrar e encantar o seu Escritor favorito que também era o amor da sua vida, mas este segredo ela guardava trancado a sete chaves no seu coração.

Castle estava ansioso a espera do quarto vestido de noiva, já que Kate fizera uma propaganda grande a respeito do tal traje. Ele andava de um lado para o outro do grande salão, quando, de repente, ouve os passos que ele já conhecia há quatro anos, anunciando que Kate estava chegando.

Só que ao invés de Kate Beckett, quem adentra o recinto é a própria Nikky Heat, em carne e osso. Ela entra luxuriosa no salão, com um olhar lascivo e Castle, completamente perplexo, fica sem fala, sem forças nas pernas e, boquiaberto, se senta na cadeira mais próxima.

O impacto de ver sua musa representando fielmente a personagem, o pegou desprevenido. Realmente, ele esperava tudo de Kate, até um tiro no joelho, mas nunca isso... E isso era, simplesmente, fantástico! O coração do escritor estava a ponto de sair pela boca. 

Beckett percebeu que atingira seu objetivo de deixar o Escritor embasbacado e ela teve que se controlar para não gargalhar. Ela própria estava pasma com sua atitude, pois, em sã consciência, nunca faria algo assim, ainda mais em público. Esse comportamento não tinha nada a ver com ela. Ela até estava achando que a sua ida àquela loja, com todas aquelas provocações do Castle, acarretou certa loucura nela... Loucura e excitação. Ela estava afogueada, como nunca. Ela até iria agendar uma consulta com o seu analista, Dr. Burke, pois achava que estava tendo um surto... Um transtorno dissociativo de identidade, popularmente conhecido como dupla personalidade.

Kate viu que o Castle ficara sem ar diante da visão dela naquele vestido extremamente sensual, que marcava suas formas de um modo magnifico, talvez um pouco exagerada, é bem verdade, pois mostrava mais do que escondia. Portanto, beneficiando-se da ocasião que o próprio Castle criou, cujo momento sabia que nunca mais se repetiria, ela resolveu provoca-lo ainda mais. Então, ela foi para junto dele e, aproveitando que ela pedira a Atendente e a Gerente que saíssem um pouco, pois precisava de um momento reservado com seu noivo, Kate sussurrou bem baixinho – Então, “Jamerson Rock”, o que achou da sua “Nikky Heat”? – Castle estava com os olhos arregalados e não conseguia falar nada – Hey, “Bonitão”, perdeu a voz, foi?” - Kate indagou com um olhar fatal e um sorriso maroto nos lábios.

— Uaauww!! – Castle arregalou os olhos... – Dizer que você está "sensual" seria um eufemismo Kate, ... ou Nikky  ..., ou seja lá qual for o seu nome... Eu... Eu... Eu estou confuso... Nem tenho palavras para descrever como você está fascinante... Maravilhosa!

— Hey, “Bonitão”, você não disse que precisava sentir, tocar e ver ao vivo? Então... Estou aqui... Fique à vontade... Pode tocar no tecido, nos bordados, na estrutura do vestido, nos detalhes... – Ela enviou um olhar libidinoso, provocando-o – E... E onde mais você quiser, Escritor... – ela sussurrou, fazendo um trejeito sensual na face.

— Kate, não me provoque... Você não sabe onde está se metendo.

— É... Eu, realmente não sei... – ela engoliu em seco, mas não recuou.

Enquanto analisava o traje, o corpo e o rosto de Kate, o amor da sua vida, Castle tocava a tiara que parecia uma coroa, tocou também os cachos do cabelo de Kate, passou as pontas dos dedos no pescoço dela, na nuca, depois desceu para tocar o tecido do corselet, acariciando a cintura de Kate e depois, as alças e, sem reservas, tocou nos bojos do vestido, tanto no tecido vermelho quanto no dourado e até na renda dourada e neste momento, tocou levemente na parte exposta do seio, fazendo uma leve carícia, provocando um calor em ambos. A respiração quente do Castle chegava em Kate e a respiração profunda dela, inflava os seios e Castle percebia isso no toque dos seus dedos. Os olhares dos dois não se desgrudavam e os corações estavam acelerados. Como um imã, os rostos dos dois foi se aproximando e a distância dos lábios quase não mais existia.

— Então... – A Gerente retornou e, a passos rápidos, chegou perto dos dois e cortou a magia do momento e tanto Kate quanto Castle se afastaram, tentando ao máximo disfarçar a excitação.

Matilda King comentou de forma indiscreta – Pude perceber pela expressão de vocês que este vestido agradou aos dois, então...

— Sim... Este vestido é exatamente o que eu estava procurando – Kate asseverou.

— Não seria melhor vermos outros, Kate, para não ficarmos com dúvidas? – Com as pupilas dilatadas, em franco sinal de excitação, Castle sugeriu, para espanto da Detetive.

— Mas Castle... – Kate não conseguiu disfarçar seu desapontamento e ia argumentar, contudo decidiu ouvir a opinião do Castle, afinal de contas ela era somente fã e musa, enquanto ele era o Escritor – Ok! Vou vestir outro. – Ela o informou tentando sorrir e deixou o salão, seguida das funcionárias da loja.

As funcionárias da loja assistiam a tudo e apesar de tentar entender o que acontecia ali, ficavam sem resposta, então continuavam trabalhando normalmente.

Continua...