Sonhei Que Amava Você escrita por LysaHVeloso


Capítulo 9
❀Capítulo 6❀




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Mal consegui dormir ontem à noite, fiquei me revirando na cama pensando em tudo que aconteceu. Faz cerca de três horas que acordei, fiquei falando com algumas pessoas pelo celular e joguei alguns jogos, estou mesmo levando a sério não sair do quarto hoje, eu até tentei, mas minhas mãos começam a soar e não tomo coragem para rodar a maçaneta.

Deito-me de lado na cama e deslizo meu dedo até aparecer o contato de minha mãe, eu estava evitando ela, mas não tem mais ninguém online e a algumas mensagens dela. A maioria era para saber como estou e o que estou achando da Inglaterra. “Estou bem, e aqui é lindo”, foi o que respondi.

Quando finalmente tomo coragem para sair da cama avisto um pedaço de papel no chão, como se alguém tivesse jogado por debaixo da porta. Deixo meu celular em cima da cama e caminho em passos largos. Quando pego o papel não consigo ler o que está escrito, as letras parecem se mover e me sinto um pouco tonta. Pisco meus olhos algumas vezes e foco minha visão para o pequeno pedaço de papel tentando imaginar que está escrito nele.

Precisei sair, volto à noite.

                                  Leon

Mais vago impossível. Tudo bem que estou tentando evita-lo agora, mas ele podia muito bem dizer para onde foi ou falar se seu pai continua aqui. Dobro o papel e ponho no bolso de trás do meu short.

Quando chego ao andar de baixo não vejo ninguém, olho para o grande relógio na cozinha que marca 11:05 da manhã. Decido fazer alguma coisa para almoça, não adianta eu tomar um café da manhã as 11:00 da manhã. Preparei a coisa mais rápida que poderia fazer uma bela e linda macarronada. Acabei fazendo demais e pelo visto vou ter que jantar a mesma coisa.

— Bom dia — ouço. Meu corpo gela e condeno a mim mesmo por ter saído do quarto.

— Boa Tar... Bom dia — ele ri. O relógio marca 12:10. Para mim já é de tarde e não quero que ele pense que isso foi uma crítica por ele ter acordado tarde.

— Não fomos devidamente apresentados ainda — comenta entrando na cozinha. — Como se chama? — Eu juro que se não estivesse tentando evitar o Leon eu saia correndo daqui e ligaria para ele só para xinga-lo por ter me deixado com seu pai.

— Lizzie Samuels — digo olhando para meu prato de comida. Perdi até a fome agora.

— Samuels? Isso me parece familiar — ele está parado escorado na ilha da cozinha.

— Éramos vizinhos quando o senhor morava no Estados Unidos — comento mexendo no macarrão.

— Gustavo Samuels, lembro agora — a menção do nome do meu pai fez meu corpo estremecer, como se ondas elétricas passassem por ele fazendo meu corpo formigar. — Sua mãe ainda é advogada? — Nego sem o olhar.

— Juíza — é tudo que digo. Quero sair o mais rápido possível daqui. Ele até que está sendo gentil comigo, mas ainda me dá medo. Como ele não diz mais nada volto a comer, talvez assim ele esqueça minha existência.

Já era tarde da noite quando comecei a subir as escadas para ir dormir, Leon não apareceu ou me ligou seu pai não ficou muito tempo, só almoçou e saiu, ele também não voltou não que eu tenha saudades dele, mas ficar nessa casa sozinha chega a ser assustador.

Depois de um bom tempo só deitada na cama um flash de luz surge no quarto e sinto meu corpo encolher debaixo das cobertas, meu coração só acelera quando ouço passos vindo em minha direção. Meus olhos se fecham com força enquanto meu corpo recebe ondas de arrepios.

— Lizzie? — A voz de Leon é ouvida. Eu deveria estar mais relaxada por ser ele, mas não estou. — Está acordada — me pergunto se devo responder. Talvez ele desista e vá embora, mas sei que ele vai estará aqui amanhã porque aqui é a casa dele e não posso ficar evitando ele o tempo todo.  Viro-me na cama e o vejo parado do outro lado da cama. — Te acordei? — Nego com a cabeça e ele se senta na cama. — Falei com a Emily hoje, ela disse que ainda tem um quarto para alugar lá. Se você estiver interessada podemos dá uma olhada nele amanhã.

— Obrigada — sorrio. Viro-me mais uma vez na cama encarando o teto do quarto.

— Meu pai ficou muito tempo aqui depois que sai? — Faço uma careta e confirmo com a cabeça.

— Juro que quis te bater por isso — ele ri.

— Desculpa.

— Ele até que foi gentil — confesso e o moreno cai na gargalhada. — Serio, ele foi até legal. Ele não reclamou da minha comida, o vi metendo sal — Leon ri. Não gosto da minha comida com muito sal, ele tem uma quantidade razoável de sal que se dá para sentir o gosto do alimento, mas acho que o Sr. Perth gosta das coisas bem salgadas.

— Qualquer dia desse ele vai ter algum problema cardíaco — ele tentou brincar, mas notei um traço de preocupação.

— Como foi seu dia? — Indaguei depois de um tempo em silêncio.

— Divertido — pela vez nessa noite eu olhei para ele e ele me olho. — Nada de mais — nossos olhos continuam conectados. — Vou ter que voltar para o Brasil — sua voz saiu baixa como uma confissão.

— Quando?

— Depois de amanhã — confirmo e volto a olhar para o teto.

— Quero te levar a um lugar amanhã — quando volto a olha-lo ele já está em pé. — Vou para meu quarto agora, amanhã falamos melhor.

— Boa noite — ele retribui e caminha para fora do meu quarto.

Meia hora de conversa e ele não tocou no assunto do beijo, talvez ele não tenha sentido nada, mas chega a ser impossível ele não ter sentido nada. Talvez ele só queira esquecer mesmo, e talvez devesse fazer o mesmo.

***

Assim que saio do carro avisto muros enormes, mas não são muros comuns de tijolos, mas sim de árvores, como arbustos. Acho que tem uns quatro a cinco metros, seus arames farpados têm pequenas flores enroladas junto a elas. Leon tranca o carro e entrelaça nossas mãos, me pergunto se ele sente algo quando entrelaça nossas mãos, se eu posso sentir por que ele não. Avisto os portões que já se encontram abertos, eles me lembram dos portões de zoológico tem até algo escrito encima que ainda não consigo ler. Quando chego mais perto consigo ler e diz: David Austin Roses. Esse nome não me diz nada, talvez porque não conheço nada por aqui.

O Lugar e completamente cercado de flores de vários tipos e cores, logo na entrada há uma pequena piscina retangular com três fontes ao meio, ao seu redor a vários ramos de flores e pequenas árvores, a grama é bastante verde até da pena de pisa-las, as pequenas árvores parecem pirulito, são finas e retas no tronco e na parte das folhas são bastante redondas, tudo parece cenário de filme, tudo é realmente lindo.

— É Lindo — digo e olho para o moreno que me olha com seu encantador sorriso de lado.

 — Vem — ele nos guiou até um dos bancos e nos sentamos.

A vista é realmente incrível, pequenas flores rosa e amarela estão ao chão formando uma pequena passarela até uma estátua, dessa distância que estamos não consigo ver que formato ela tem. Percebo que em cada banco ao nosso lado mostra uma estátua diferente.

Sinto o braço de Leon em meu ombro, descanso minha cabeça no seu e fecho meus olhos quando sinto sua mão suave fazendo carinho em minha cabeça não sei se é o lugar que me deixa relaxada ou Leon. Tudo que se escuta são os sons dos pássaros a cantar que é completamente satisfatório.

— Você é a primeira pessoa que trago aqui — admite. Abro meus olhos e ergo minha cabeça. Ele tem um lindo sorriso estampado em seu rosto. — Venho sempre aqui e ontem não foi diferente, vim visitar minha mãe e aproveitei e dei uma passada aqui e me perguntei o que você acharia desse lugar.

— Eu amei — seus lábios se curvaram em um lindo sorriso.

— Quero lhe mostra mais uma coisa.

Levantamos e começamos a caminha por toda a extensão do jardim. Sinto o vento bater contra meu corpo, um dos abraços de Leon está envolta do meu corpo, o sol brilhante dando uma sensação de calor, mas não muito.

— Vamos entrar — ele me puxa para dentro de um labirinto. — Você vai pela direita e eu vou para esquerda.

— Não posso ir com você? — Pergunto. Não gosto de labirintos, tenho medo de nunca achar a saída.

— Assim não tem graça — diz. Olho para o labirinto de arbusto e começo a andar com algum receio. — Liz! — Me chama e me viro. Ele está vindo ao meu encontro. — Vamos — ele entrelaça nossas mãos e voltamos a andar.

Ele parece saber perfeitamente o caminho, não demora muito até chegarmos ao centro. Acho que é a coisa mais linda que já vi a grama e mais verde do que as outras e a pequenas flores amarelas na grama e no centro existe uma fonte com um anjo e uma flecha, na fonte a várias moedas dentro, Leon solta minha mão e se deita no chão e fica olhando para o céu.

— Você precisa ver esse lugar de noite — olha para mim. Sorrio e me sento ao seu lado.

— Acho que esse também vai ser meu lugar preferido a partir de agora — admito e vejo um brilho em seus olhos.

— Eu cheguei primeiro — resmunga. Ele me puxa para seus braços, agora estamos os dois olhando o céu completamente azul e os pássaros que voam.

— Gostaria de saber como ficaria esse céu à noite — viro meu rosto e olho o perfil do rapaz ao meu lado, até que ele olha totalmente para mim.

— Podemos ficar aqui até anoitecer.

— Podíamos — sorrio e ele deixa um beijo rápido em meus lábios. A confusão é evidente em meu rosto e ele só percebeu o que tinha feito agora. Sento-me no gramado e tento afastar a sessão dos seus lábios dos meus.

— Desculpa — diz se sentando ao meu lado. Não queria que ele se desculpasse, eu queria que ele dissesse que isso significou algo para ele.

— Acho melhor irmos para a casa da Emily — pressiono os lábios e me levanto. — E você tem aquele negócio para resolver com o Lucas — limpo a parte de trás da minha calça e espero ele se levantar para podermos sair daqui.


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