Sonhei Que Amava Você escrita por LysaHVeloso


Capítulo 10
❀Capítulo 7❀




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O quarto que Emily está alugando me encanou desde o começo, suas paredes são de um tom amarelo claro, na parede em frente à cama é ocupada por um espelho que pega de canto a canto da parede. Chega a ser constrangedor, mas acho que me acostumo o closet não é muito grande, mas é perfeito porque não trouxe muita roupa. Talvez nem use ele por causa da cômoda, acho que só ela serve.

O carro para no semáforo e ele olha para mim, disfarço e olho para frente fazendo o sorrir. Estamos voltando para Londres para que possa arrumar minhas coisas e vim para Manchester e Leon ir para o Brasil, vou sentir falta dele já que passamos muito tempo juntos, mas por outro lado vai ser bom porque assim posso afastar os sentimentos que começaram a aparecer.

Somos amigos e não posso está me apaixonado por ele, espero que isso seja passageiro e com o tempo isso acabe. É realmente estranho e incrível ao mesmo tempo imaginar que um dia poderemos ficar juntos.

— Em que tanto pensa — indagou voltando a conduzir. Sua pergunta me pega totalmente desprevenida e quase me engasgo.

— Em... em nada — respondo. Ele balança a sua cabeça em negação.

— Sério? Em que está pensando — acho que ele precisa da resposta por algum motivo.

— Em... e-em... em você — ele enruga a testa e para o carro em um enorme estacionamento lotado. — Quer dizer em tudo.

— Quer conversa? — Balanço minha cabeça em negação. — Você me beijou, eu te beijei e ainda não conversamos sobre isso — sinto seu olhar em mim. Não tenho coragem de olha-lo, não sei o porquê, mas me sinto envergonhada.

— Você não disse nada, só saiu e quando voltou não tocou no assunto — levo meu olhar para ele que olha para frente. — O que queria que eu fizesse — ele vira seu rosto para mim e não consigo olhar em seus olhos.

— Eu não sabia o que dizer — admite.

— E sabe agora? — Minha atenção está em um carro que está entrando no estacionamento.

— Não.

— Então somos dois — um silêncio constrangedor toma conta do carro.

 — O que sentiu? — Sua pergunta traz uma sensação de frio na barriga.

— Eu não sei — disse.

— Não sabe o quê?

— Não sei explicar — finalmente nossos olhos se encontram e tento desviar, mas já é tarde demais.

— Você quer tentar? — Indagou ele.

— Tentar o quê?

— Isso — ele aponta para mim e ele. — Alguma coisa mudou e não sei explicar, toda vez que te vejo eu só quero te beijar. Como agora, você não tem ideia o quanto estou me segurando — pressiono meus lábios e seus olhos não se desgrudam dos meus.

— Você é meu único amigo, a única pessoa que me entende e tenho medo de te perder — meu maior medo é que isso não dê certo e as coisas fiquem estranhas entre nós.

— Você não vai me perder, só vamos sair de um relacionamento amigável para um amoroso — por algum motivo ri quando ele falou amoroso. — Uma hora isso iria acontecer, estamos conectados um com o outro. Você me conhece como ninguém e eu te conheço mais do que você mesmo, era só questão de tempo até que um de nós começasse a sentir algo um pelo outro.

— E se não der certo — indaguei.

— Deixe de ser pessimista. Não tem como isso não dá certo — ele remove o cinto de segurança. — Vamos comer alguma coisa.

O vento frio colide com meu corpo assim que saiu do carro. Não estou com roupa de frio, só estou com uma calça jeans e uma blusa de manga curta, o moreno dá à volta no carro e para ao meu lado e parece se divertir quando nota que estou tentando me aquecer.

— Como pode ter tanta certeza — indaguei. Ele passou por mim e abriu a porta traseira, quando ele fecha a porta vejo um casaco de couro em suas mãos.

— O que você tem tanto medo? — Ele me ajuda a vestir seu casaco. Suas mãos estão em meus ombros aguardando minha resposta.

— De perder você — ele ri. — Não ria, você tem seus amigos e eu? A única que tinha mor... — Ele me silencia com seus lábios suaves, uma das suas mãos vai até meu pescoço. Abro meus lábios e correspondo o beijo que começa calmo e lento, como se estivéssemos dançando a música lenta, sua língua explora toda a extensão da minha boca.

Sua outra mão vai até o fim das minhas costas e me puxa mais para si. O beijo se intensifica, sua língua vai mais fundo em minha boca. É incrível como minha língua segue o comando da sua, meu corpo fica todo eletrificando ao seu toque, e a sensação de borboletas em minha barriga fica mais forte.

Ele descansa sua cabeça na minha.

 Nossos olhos se encontram mais uma vez, nossos peitos sobem e dessem no mesmo ritmo. — O que estava falando mesmo — seus lábios ser curvam em um sorriso aberto.

— Vamos conversar sobre tudo, e se não estiver dando certo vamos senta e conversa como dois adultos que somos — ele faz uma continência e dou um empurrão em seu peito. 

***

Entro no prédio onde irei morar e caminho em direção ao elevador, Leon me deixou aqui e foi direto para o aeroporto, ele não me contou quando voltaria mais também não perguntei. Chamo o elevador e quando ele chega trato logo de entrar, quando as portas começam a se fecha uma mão as impede e logo as portas votam a se abrir. Um rapaz alto de olhos azuis entra, ele mexe em seus cabelos loiros e sorri para mim.

— Oi — disse assim que as portas se fecharam.

— Oi — olho para ele e digo. Mas volto à atenção para as portas a minha frente.

— Nunca te vi por aqui antes — demoro um pouco pensando se devo respondê-lo ou não.

— Estou me mudando — decido responde. Ele olha para a mala ao meu lado e ri, estou orando para que as portas se abram. Não que eu seja ignorante, mas chega a ser estranho, ele pode ser um maníaco ou um psicopata.

— Você é daqui mesmo ou veio de outro país — sim, isso está um pouco estranho. Ou ele só está sendo gentil.

— Vim de outro país — não deveria dar muita informação a um estranho.

— Se quiser posso te mostrar a cidade — confirmo e as portas se abrem.

— Nos vemos por aí — saiu do elevador e caminho até o apartamento 231. Abro o bolso da frente da mala e pego as chaves que Emily me entregou ontem à noite.

Quando entro no apartamento Nathy — a outra garota que mora aqui — está sentada no sofá lendo um livro, chegamos à conversa ontem noite, ela me pareceu ser uma pessoa legal. Ela sorri para mim e faço o mesmo, como ela não diz mais nada caminho até meu quarto.

Assim que entro jogo minha mala na cama e me sento enquanto removo meus sapatos. Fico um bom tempo encarando a cômoda a minha frente tentando arrumar coragem para desfazer minhas malas.

Quando termino de guarda minhas roupas volto a me deitar na cama ficando encarando o teto, aqui está bastante quente, mas não um quente fervendo, mas sim um quente agradável que chega a ser bom porque aqui é bastante frio. Ouço dois toques na porta e digo que pode entra e vejo a Nathy.

— Ahhh... Você tem planos para hoje? — Ela pergunta, e nego. — Minha irmã está na cidade e.… ah... ela me chamou para sair, não gosto muito de sair com ela. Somos bastante diferentes uma da outra, sei lá você não gostaria de ir também — fico em dúvida. Talvez seja bom sair um pouco e conhecer a cidade, não conheço ninguém aqui e seria legal conhecer novas pessoas.

— Está bem. Mas podemos voltar cedo — não quero chegar muito tarde, tenho que organizar algumas coisas já que as aulas começam na segunda.

— É só um jantar — ela assegura antes de sair do quarto.

***

As luzes verde e vermelha passeiam por todo o local já a luz banca bisca forte me deixando tonta, as luzes se movem na batida da música Nathy e sua irmã estão dançando no centro da pista com alguns caras enquanto eu só observo. Depois do jantar a Adry — irmã da Nathy — basicamente implorou para darmos uma passada na The Haçienda, como não sabia o que era acabei concordando e agora estou vigiando as duas garotas bêbadas e me perguntando como vamos voltar para casa, eu sei dirigir, mas não faço a mínima ideia onde fica nosso apartamento e ainda tem o lanche de dirigir do lado direito. 

— Oi — pulo com o susto. Enquanto meu coração bate aceleradamente ouço sua gargalhada. — Desculpa — olho para meu lado vendo o loiro de hoje mais cedo.

— Não tem problema — elevo minha voz por conta da música alta.

— Está sozinha — ele pergunta e aponto para as duas garotas que dançam descoordenadamente. — Elas parecem se divertir — confirmo e continuo observando as duas. — O que faz em Manchester? — Ele pergunta e o encaro. — Só estou puxando conversar — dou um meio sorriso.

— Medicina. Ganhei uma bolsa na faculdade de Manchester — ele sorrir e leva o copo com sua bebida aos lábios.

— Também estuda médico, vou começar o terceiro período — ele ri quando olha para mim. — Você parece surpresa — ergo meus ombros e ele rir mais uma vez, acho que a bebida já deve de estar afetando seus neurônios. — O que pode me contar sobre você?

— Por que tanta curiosidade sobre mim — pergunto e ele se vira me encarando e dou um passo para trás.

— Não sei — seus olhos azuis estão dilatados. Ele está tão perto que posso sentir sua respiração.

— Vamos embora — Adry grita ao meu lado. Ela está segurando sua irmã que nem se aguenta em pé.

— Nos vemos por aí — digo e ajudo a Adry com sua irmã e a mesma resmunga.

— Me deixa ajudar — o loiro a qual não sei o nome se aproxima de nós.

— Não precisa — digo mais ele acaba pegando a Nathy em seus braços e nos acompanha para fora da boate.

Assim que chegamos na frente do carro Adry mexe nos bolsos da calça de sua irmã e pega as chaves do carro, pego as chaves de suas mãos quando o carro começo a alarmar, destravo o carro e o loiro põe a Nathy na parte de trás, ela se encolhe nos bancos e ele fecha a porta.

— Obrigado — agradeço.

— Sem problemas — ele sorrir e faço o mesmo.

— Quem vai dirigir — Adry pergunta. Eu não vou deixar que ela dirija nesse estado.

— Você poderia digitar o endereço do nosso prédio no GPS — pergunto ao loiro e o mesmo confirma.

Agradecemos mais uma vez ao garoto de olhos claros pela ajuda e nos despedimos, ele me abraçou o que me deixou extremamente desconfortável assim que entro no carro Adry solta uma piada e mando-a calar.


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