Sonhei Que Amava Você escrita por LysaHVeloso


Capítulo 8
❀Capítulo 5❀




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 — Qual é cara, isso não é da sua conta — o rapaz diz empurrando Leon. O moreno se vira para me pegar mais uma vez e dou um passo para trás.

O homem é mais uma vez puxado por Leon, ele puxou com tanta força que o rapaz caiu ao chão. Antes que o rapaz possa se levantar Leon avança para cima dele e começa a depositar vários muros em seu rosto. Meu corpo continua parado em completo choque, não sei o que fazer nesse momento, o rapaz se vira ficando por cima de Leon e começando a dar murros nele. Parece que ninguém se importa as pessoas continuam dançando como se nada estivesse acontecendo, Leon volta a está no controle depositando mais murros no rapaz.

— Perth — Henry surge em meio da multidão e puxa Leon. — O que deu em você — ele grita. Leon tem seus olhos fixo no homem caído ao chão. — Saiam pelos fundos, vão logo antes que isso pare em algum tabloide — Leon demorou um pouco antes de assenti. Ele não me olha só entrelaça nossas mãos.

Saímos andando pelo meio daquela multidão. Estou em choque e tento entender o que aconteceu a pouco, avisto uma porta com o nome "Exit" e Leon aperta o passo, assim que saímos damos de cara com o Lucas e a Emily.

— O que diabos aconteceu? — Ele caminha até nós e pega no rosto do moreno ao meu lado. Seu rosto está com alguns cortes, na boca e na sobrancelha.

— Não foi nada — responde.

— Não foi nada. Sua cara está toda machucada e você diz que não é nada — ele meio que grita gesticulando com as mãos. — O que ele fez Lizzie — sua atenção vai diretamente para mim.

— É.… é.… é... — Fico sem saber o que fala. Ainda estou tentando raciocinar tudo o que aconteceu.

— Está tudo bem, amanhã nos falamos. Agora vou para casa cuidar desses ferimentos — diz. Lucas parece hesitar, mas confirma com a cabeça.

— Você não vai dirigir não é — pergunta ainda preocupado.

— Vou chamar um táxi não se preocupe — responde.

Lucas e Emily se despedem antes de ir, Leon liga para o Taxista e ele diz que já está a caminho, me mantenho em silêncio e o Leon também. Estamos um olhando para o outro sem dizer uma palavra, seu rosto está com alguns cortes e parece ser profundo, o sangue escorrer pelo seu rosto. Isso tudo e culpa minha.

O Táxi chega e entramos, no caminho nem um de nós falou nada, ele ficou admirando a vista pela janela do carro. Gostaria de saber o que ele está pensando, será que ele me culpa pelo ocorrido, não sei o que pensar, ainda estou em choque com tudo o que aconteceu, medo que ocara queira vingança ao algo assim, mas estou mais preocupada com seus ferimentos.

 O carro para e saímos, Leon paga o taxista e caminhamos até a entrada da sua casa.

— Me desculpa — digo assim que entramos em casa.

— Desculpa pelo quê? — Quando iria fala ele me interrompe. — Você não tem culpa pelo que aconteceu ele estava te machucando — ele pega delicadamente meu braço e vejo que está bastante vermelho com certeza amanhã... quer diz hoje sei lá vai acabar ficando roxo. — Não aguentei ver ele te machucando — sua voz saiu suave e doce.

— Você está mais machucado — digo.

— Não se preocupe, já estive pior garanto — sorrir.

— Então me deixa pelo menos cuidar disso — toco em seu rosto, mas retiro rapidamente, porque eu fiz isso? O problema não é porque toquei seu rosto, mas sim o que senti ao fazer isso. — Onde encontro os remédios e faixas, e não sei mais o que para usar nos seus cortes — ele rir. Odeio quando fico nervosa.

— No meu quarto, acho que no banheiro — disse. Viro-me para ir à procura. — Pode deixar que eu pego — disse ele rindo quando tropeço.

— Eu consigo subir uma escada — me recomponho e olho para ele que já se encontra sentado no sofá.

— Acho melhor você retira os saltos — rir. — Só para garantir — retiro meus sapatos e deixo jogados na sala e começo a subir as escadas.

O seu quarto e bastante simples as paredes são da cor branco gelo, sua cama se encontra no centro do quarto, os lençóis são em preto e branco, e a uma escrivaninha no canto da parede com o seu notebook. No lado esquerdo se encontra duas portas não sei qual será que vai dar ao banheiro, abro a primeira e é o closet ele e maior do que o meu quarto na antiga faculdade, fecho e vou até a outra que com certeza será o banheiro, abro a mesma e começo a procurar nos armários que a por lá, encontro debaixo da pia. Saio do seu quarto e volto para sala, Leon se encontra deitado no sofá e assim que nota minha presença se senta.

Sento-me a sua frente e abro a maleta com os medicamentos, retiro de lá um pouco de algodão e coloco álcool no mesmo começando a passar no corte perto da sobrancelha e ele fecha seus olhos com bastante força. Pergunto se está doendo muito e ele nega com a cabeça, ele abre os olhos dando um meio sorriso, por um momento me perco em seus olhos e meu coração acelera. Ele enruga a testa e me deixa encantada com seu ato, volto a prestar a atenção em seus cortes. Jogo o algodão dentro da maleta e pego o outro e repito o processo, mas agora limpo o ferimento do canto da sua boca, seus lábios se encontram em uma linha reta e perfeita.

— Não tinha reparado como seus olhos são cinzentos — ele fala retirando minha atenção de seus lábios. Perco-me mais uma ver em seus olhos, deixando o nervosismo toma conta de mim.

Por que estou nervosa. Não tem motivo para estar assim ou tem. Sei que algo mudou, mas eu não sei o quê? Ele mudou ambos mudaram, mas algo nele está diferente, ele não é mais aquele garoto franzino com quem vivi minha infância e adolescência eu já sabia disso, não sou idiota para não ver o homem que ele se tornou, mas nunca passou em minha cabeça que eu poderia sentir algo mais por ele. Talvez só seja um sentimento passageiro, passamos anos sem nos ver e agora estou confundindo afeto com sentimentos. Talvez seja uma coisa passageira por estar tão próximo a ele, tenho certeza que quando me mudar para Manchester isso vai desaparecer, ele vai voltar ao seu trabalho com seu pai e mal vamos nos ver.

Um toque frio em meu rosto me desperta dos meus pensamentos, ele sorri e remove lentamente uma mexa de cabelo que estava cobrindo meu rosto me fazendo esquecer-se do mundo que está a nossa volta. Olho mais uma vez para os seus lábios completamente inchados, algo neles me atraem, como se nossas bocas fossem dois imãs.

Não sei se sou eu ou meus hormônios ou a bebida, num momento seguinte junto meus lábios contra o dele pegando ele totalmente desprevenido.

Quando meus lábios tocam os de Leon sinto a sua respiração forte. Eu não sei o que estou fazendo só sei que não posso para não agora, ele me puxa mais para se, posso provar o gosto da vodka em sua língua quando ele abre boca e me beijar, a língua quente dele percorre a minha e posso sentir um pouco do sangue no canto de sua boca, todo o meu corpo parece que está em chamas, nunca tinha me sentido assim antes.

Ele leva suas mãos para o meu rosto e cobre totalmente minhas bochechas aquecendo-as, umas das suas mãos desce para minha cintura e a outra vai para trás da minha nuca, ele nos afasta e descansa sua testa na minha. Ele olha nos meus olhos a procura de algo, seus olhos são vagos. — Liz — ouço sua voz, mas ele não disse nada, foi como uma voz em minha cabeça que não consigo explicar. Ele trazer seus lábios mais uma vez ao encontro dos meus, sua língua desliza mais uma vez para dentro da minha boca, a minha mente já não manda mais em mim só a sensação de cada toque, sua pele é quente e seus lábios são leves. Suspiro separando nossos lábios.

Como chegamos a esse ponto?

Antes que me possa responder Leon começa a deixar leves beijos em meu pescoço, sinto cada batida do meu coração e a sensação e incrível, ele segura meus cabelos e continua depositando leves beijos pelo meu pescoço — Lê —sussurro que mais parecia um gemido quando ele suga delicadamente a pele do meu pescoço.

— Te ligo assim que falar com ele. —Uma voz grossa é ouvida. O corpo do moreno recua e quando olha para a entrada da casa ele está lá. Seu rosto é pensativo, ele não parece nem um pouco cansado, ele põe sua maleta em cima da mesinha perto da porta, ele olha se reflexo no espelho acima da mesa e mexe em seu cabelo nos ignorando totalmente. — Nos falamos amanhã querida — ele

— Vou lá para cima — digo me levantando.

— Não parem o que estavam fazendo por minha causa — ele parece irônico. Ele caminha até a cozinha e meus olhos o segue, ele para na bancada onde tem algumas bebidas e põe um pouco em um dos copos de vidro. — É bom saber o motivo para meu filho não está entendendo minhas ligações — ele se escora na bancada enquanto me olha. Ele me dá medo, muito medo.

Sei que ele não é um louco psicopata, mas mesmo assim ele me dá calafrios. Ele continua me olhando enquanto bebe sua bebida, ele me olha como se fosse um objeto inútil. Não posso deixar de reparar o quanto ele e Leon são parecidos, só espero que Leon tão tenha puxado a sua personalidade.

— Acho melhor ir dormi. Boa noite e desculpa qualquer coisa — balbuciei e aprecei meus passos antes que ele disse mais alguma coisa.

Estou completamente constrangida, minha boca está seca e minha respiração ainda se encontra acelerada. — Quem é a garota? — Ouço quando estou no topo da escada. — Esquece, não quero saber — diz ele. — Você acha que pode simplesmente sumir e deixar suas responsabilidades. Sua mãe estava preocupada, enquanto você está apenas curtindo sua vida — eu estava me forçando a ir para meu quarto, mas meus pés não se mexiam.

— O senhor nunca me escuta, para que iria atender as ligações — sua voz é fraca posso sentir o medo em sua voz. Talvez devesse voltar lá e ficar ao seu lado como ele fez durante todo o tempo que estive no hospital.

— Não seja hipócrita Leon. . . prepare suas coisas, você vai voltar para o Brasil às coisas estão mesmo complicadas por lá — ouço passos e sinto um frio em minha barriga.

Quando finalmente tomo controle dos meus pés corro para meu quarto, minhas mãos estão frias e meu coração bate rapidamente como se tivesse corrido uma maratona. Meu corpo escorrega pela porta e me sento ao chão.

Minha mente volta há segundos atrás e sinto todo meu corpo se arrepiar, ainda posso sentir seus lábios finos contra os meus, uma onda de arrependimento e culpa toma conta de mim, e se estraguei minha amizade com Leon. Porque não pensei nas consequências. Nunca agi por impulso, não sei se teria feito à mesma coisa se estivesse sóbria, não vou colocar a culpa na bebida, porque mesmo depois de tudo não me arrependo. Esse é meu maior problema, não me arrepender, eu deveria estar me sentindo mal, mas não estou.

Não sei como vai ser a convivência entre mim e o Leon depois do ocorrido, talvez devesse ficar trancada aqui dentro até ele ir embora, assim não vou precisar vê-lo e pedir desculpa por algo que não me arrendo de ter feito. Quando me levanto consigo ver sombras de passos andando de um lado para o outro da porta, meu coração gela quando a sombra para, talvez seja o Leon, e se for ele? Devo abrir a porta. Uma mistura de alivio e tristeza surge quando a sobra se afasta.

Fiquei um tempo encarando a porta com esperança que ele voltasse, mas depois de um tempo caminhei pelo quarto escuro até a cama e me joguei nela. Acho que não vou sair desse quarto até Leon voltar para o Brasil. Por que sou tão covarde, por que não enfrento logo tudo isso e vejo o que vai dar. Se depois de hoje à noite ele não quiser fala mais comigo tudo bem, vou entender, quem é que quer uma doida dentro da sua própria casa. Talvez eu esteja sendo muito dramática, somos dois adultos agora e podemos resolver isso sem estragar a nossa amizade.

Pelo menos assim espero.

 


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