Sonhei Que Amava Você escrita por LysaHVeloso


Capítulo 7
❀Capítulo 4❀




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São exatamente onze da noite, Leon está na cozinha fazendo alguma coisa para comermos. Quando termino de ajeitar minhas coisas vou ao seu encontro.

Quando chego à cozinha a mesa já está colocada e o cheiro e muito bom, sorrio e ele puxa uma cadeira para mim. Sento-me e ele senta ao meu lado, ele começa a nos servir e o cheiro do macarrão está ótimo.

Sorrio.

Começamos a comer e a conversar sobre coisas aleatórias, quando terminamos ajudo-o a levar as louças para a pia, iria lavar, mas ele não deixou.

— Você quer assistir alguma coisa? Não vamos conseguir dormir mesmo ainda estamos no horário dos EUA — fala enquanto lava a louça.

— Pode ser — respondo e ele olha para mim.

— Pode escolher. O controle é o cinza. Mas se não estiver passando nada que goste, pode pegar um filme na prateleira — sorrir antes de voltar à atenção para louça. — Daqui a pouco chego lá — completa.

Sem falar mais nada vou até a sala e ligo a televisão, começo a passar pelos canais, mas não tem nada que me agrade, olho para a enorme estante de filmes e bate uma preguiça de olhar um por um então estendo minha mão e pego o primeiro que toco, quando vejo que filme é quero rir pela irônica.

— Sempre ao seu Lado — ouço a voz do Leon atrás de mim, nem percebi que ele já estava aqui. — Boa escolha — ele pega o filme das minhas mãos e vai até o DVD.

Não queria colocar esse filme porque sempre choro no final, não importa quantas vezes eu assista sempre choro no final, Leon coloca o filme e se senta no sofá, não sei se sento ao seu lado ou vou para o outro sofá.

— Você não vem? — Pergunta batendo no sofá.

— É claro — saiu dos meus pensamentos e sento ao seu lado. — Não tem mesmo problema se eu ficar aqui não é. Posso muito bem ficar num dos dormitórios — eu não quero que ele pense que estou usufruindo dele, eu sei que ele nunca pensaria isso de mim, mas tem o seu pai que parece não gostar muito de mim no momento.

— Sou tão chato assim que você já quer correr de mim? — Nego.

— Não é isso, só não quero incomodar.

— Você não incomoda, é uma boa companhia — ele pega o controle do aparelho de DVD e dá o play no filme. — Além do mais, estava precisando de uma empregada — completa. Se não fosse o sorriso que se formou em seu rosto eu teria o empurrado, mas acabei me perdendo mais uma vez em seus olhos.

— A casa parece bem limpa — ele ri. — Mesmo assim preciso arrumar um lugar em Manchester, se são quatro horas de viagem de carro imagina quantas horas terei que passar em um ônibus — levo minha atenção para o filme sentindo o olhar do moreno em mim.

— Você pode pegar um dos carros, eu mal os usos — nego.

— Vou procurar um apartamento amanhã mesmo — afirmo.

— Você está louca para se livrar de mim, não é mesmo — fiz uma careta e ele segurou meu nariz.

— A namorada de um amigo está procurando uma colega de quarto — franzi o cenho e ele finalmente soltou me nariz — Ela estuda sociologia, posso falar com ela amanhã.

— Mais já? Pensei que iria ter mais tempo para aperrear seu juízo — seus lábios ficam numa linha fina e reta. — Sabia que iria me expulsar assim que tivesse uma chance — seguro o riso e o encarro. Ele bate o dedo indicador na bochecha encanto seu indicador está em seu queixo.

— Preferia você quando era apenas uma voz no meu telefone, assim não precisava ser sua cara feia — sua expressão é séria e me senti magoada com suas palavras.

— Não se preocupe é por pouco tempo — volto a encarar a televisão. Sinto seu toque frio em meu braço, uma sensação de choque toma conta de meu corpo, meus batimentos se aceleraram e os obrigo a voltar aos batimentos normais. Ele continua passando seu dedo indicador em meu braço, o encarro e se olhar matasse ele estaria morto. — Algum problema? — Me afasto um pouco e ele ri. Eu odiei quando ele dá esse meio sorriso.

— Você fica linda chateada — ele se aproxima. — Você sabe que estava brincando não sabe. Você é linda e seria um idiota se te chamasse mesmo de feia — tento afastar o efeito de suas palavras em meu corpo.

— Beleza não é tudo — digo. Não me importo com aparência ou com roupas ou mesmo o que falam de mim, mas por algum motivo fiquei magoada por ele ter falado isso mesmo sendo brincadeira.

— Tem razão — ele se próxima cada vez mais e quando menos espero sento seus dedos pressionando minha barriga em cosquinhas.

Meu corpo cai sobre o sofá enquanto me contorço e tento sair de seu apeto, minhas gargalhadas ficam cada vez mais forte, mas assim que ele se posiciona em cima de mim e prende minhas pernas nas suas o nervosismo toma conta de meu corpo expulsando qualquer sensação de cocegas. Meu peito sobe e desce irregularmente, minhas mãos começam a soar, estava tão nervosa que nem percebi que ele havia parado de fazer cocegas, seus olhos a castanhos estão atentos a mim. Ele sorrir antes de deixar um beijo em minha testa e se levanta.

— Já volto — é tudo o que ele diz antes de apressar seus passos até a escada.

***

Passei o dia inteiro na cama, e só estou me levantando porque Leon que me levar para conhecer a cidade, ele me disse que a namorada de seu amigo vai estar em uma festa hoje à noite que seria uma boa oportunidade de nos conhecer. Ontem passamos o resto da noite e da madrugada assistindo filmes, já estava amanhecendo quando peguei no sonho no sofá, mas acordei em minha cama que indica que ele me carregou até o quarto.

— Vou me arrumar e estarei te esperando no andar de baixo — disse ele fechando a porta do quarto.

Meu corpo pede mais descanso, estou cansada, mas não com sono. Rolo algumas vezes na cama antes de finalmente me levantar e me arrastar para o banheiro. Depois do banho vou até a cômoda onde guardei minhas roupas, pego um vestido vermelho. Ganhei-o em meu aniversário e acho que é a única roupa com bom estado que tenho, ele é bem simples e amei-o assim que, pois, os olhos nele. Ele não tem um decote muito revelador e seu comprimento é perfeito, após vesti-lo coloco um tamanco preto, ele não tem mais que três centímetros.

Passei um pouco de maquiagem, não muito. Não quero ser muito extravagante, passei um batom rosa claro e passei lápis nos cantos de meus olhos e destaquei meus cílios com uma boa camada de máscara. Finalizei tudo passando pó compacto em toda a extensão do meu rosto. Desamarro meu coque e descido não mexer em meus cabelos, me olho uma última vez e saiu do quarto.

Quando chego à sala Leon está sentado no sofá encarando a tevê desligada. Quando ele nota minha presença ele se levanta, um sorriso aparece em seu rosto, meus olhos encontram os seus e eles brilham com tanta intensidade. Sinto minhas bochechas aquecerem mais uma vez, porque isso sempre acontece quando ele sorrir para mim.

— Você está linda, como sempre — ele admite me deixando completamente envergonhada.

— Você também não está nada mal— ele passa as mãos em seu blazer. Ele está usando uma calça jeans preta e uma blusa branca e por cima um blazer preto, seu sapato social brilha e me pergunto por quanto tempo ele fica engraxando isso. — Está parecendo um senhor, mas um senhor bonito — ele ri.

— Não é para tanto — faço uma careta. — Sinto muito, mas você vai ter que sair com um velho hoje — ele pega o aparelho celular e põe em seu bolso de trás.

— Retira o blazer — sugiro. Um sorriso sapeca rasga em seu rosto.

— Você tem que me chamar para sair antes, não sou desses tipos de cara — o sorriso cresce cada vez mais me deixando constrangida. Se não fossemos tão amigos pensaria que ele estaria flertando comigo.

— Que horror — ele franziu o nariz que foi um gesto bem adorável. Ele retira o blazer e joga em cima do sofá, ele desabotoa os dois botões da manga da blusa e puxa as mesmas para cima. Começo a me arrepender por ter dado a ideia, ele vai acabar pegando alguém na festa e me deixando sozinha.

— Melhor? — Confirmo. Ele desabotoa os dos primeiros botões da camisa de linha e não consigo retirar meus olhos dele.

— Só espero que não me deixe sozinha — digo quando ele olha para mim e sorrir. Ele ergue uma das sobrancelhas me deixando mais nervosa. — Um jovem bonito e solteiro irá chamar muita atenção não acha — ele ri e caminha até mim.

— Vamos — ele junta nossas mãos e nos guia para fora de sua casa.

Encosto minha cabeça na janela de vidro do carro que se encontra embaçada por conta do frio, sem perceber começo a fazer desenhos aleatórios. Depois de certo tempo o carro para e começo a retirar o sinto. Leon pede que espere um pouco e sai do carro, depois de alguns segundos a porta ao meu lado se abre revelando o Leon com um sorriso adorável, ele estende sua mão e me ajuda a sair.

Não consigo ver nada por conta dos flashes, o braço de Leon se envolve na minha cintura. Ele sai me guiando até a entrada da casa noturna, o segurança abre a passagem e entramos. Os olhos do moreno passeiam por toda casa noturna. Acho que ele achou o que procurava porque saiu me puxando pelo meio da multidão. 

— Hey cara — disse um rapaz loiro. Ele abraça o Leon e seus olhos são direcionados para mim. — Quem é a jovem bonita? — Ele estende sua mão para mim e sorrio.

— Lizzie — digo o cumprimentando.

— Nathan — ele pisca para mim antes de legar seus lábios a minha mão e deixar um beijo lá. Olho para o Leon que parece nervoso, mas assim que nota que estou olhando para ele, sorri. — Por Favor, um Coquetel para a senhorita e duas Vodkas para nós — aponta para ele e o Leon.

— Não vamos beber Nathan — Diz o homem ao meu lado. Ele envolve seus braços em volta da minha cintura e sinto meu corpo estremecer.

— Relaxa e curte a noite — o barman traz as nossas bebidas e o tal Coquetel e muito bom. Toda vez que nossas bebidas estavam acabando Nathan pedia outra, já perdi as contas do tanto que bebi.

— Olha que finalmente apareceu — algum grita. Não olhei quem foi, mas assim que parei de sentir o corpo quente de Leon ao meu lado meu rosto virou para ver para onde ele tinha ido.

— Solteira casada ou viúva? — Perguntou o loiro a minha frente.

— Solteira — respondi sem olhar para o mesmo. Leon estava a centímetros de distância falando com outro homem.

— Pensei que fosse namorado do Perth — volto a minha atenção para ele que leva o copo aos lábios.

— Por que achou isso? — Ele ri.

— Está escrito na testa dele “Não toque nela se ama sua vida” — não pude conter o riso. Seus olhos são azuis, não azuis como o meu que são cinzentos, mas sim azul cor de céu.

— Somos só amigo, ele prometeu aos meus pais que iria cuidar de mim — ele faz uma careta.

— Perth não é muito bom com promessa — tenho que concorda. Leon nunca foi muito bom em cumprir promessas, não importa qual seja ele sempre acaba quebrando. — Pera, você não é aquela garota do acidente não né.

— Sim, sou ela — olho para trás e vejo Leon caminhando juntamente com o moreno até nós.

— Vamos lá para cima — disse ele. O loiro confira e se afasta do balcão.

O moreno de olhos escuros junta nossas mãos mais uma vez e nos guia. A multidão de pessoas dificulta nossa passagem, subimos a escada e quando chegamos ao topo-me encanto com o espaço e como tudo é bem organizado, as lâmpadas são azuis deixando todo o espaço azul.

— Olha quem achei se embebedando lá em baixo — diz o moreno que ainda não fui apresentada. Ele aponta para nós e vejo uma garota se levantar juntamente com um rapaz. Acho que o conheço de algum lugar, mas não me lembro de ondem.

— Então essa e a famosa Lizzie — ele sorrir mostrando suas covinhas. Seu sorriso é meio de lado mostrando seus dentes perfeitamente brancos.

— E esse e o famoso Nathan — Nathan brinca me fazendo ri.

Todos nós sentamos e começamos a conversa, o moreno que estava conversando com o Leon no andar de baixo é o Lucas e a morena ao seu lado é a Emily sua namorada, o moreno de olhos verdes é Henry. Nathan não parava de fazer palhaçada e já estava vermelha de tanto rir, peço licença e me levanto. Começo à procura um banheiro, mas não encontro no andar de cima, então decide ir para o de baixo. Vejo uma fila enorme e pergunto a uma moça no fim da fila e ela confirma que é para o banheiro, depois de uns vinte minutos consigo entrar no banheiro, faço minhas necessidades e saio.

Quando estou no meio da pista de dança começa a tocar Stitches, amo essa música. A batida da música embala meu corpo e fica difícil me manter parada. Começo a dançar descoordenadamente. É isso que o álcool faz quando corre nas minhas veias.

— Não chores bebê, o papai chegou — um rapaz moreno de olhos claros para em minha frente. Ele me agarra, tento sai dos seus braços, mas ele me aperta mais ainda. — O que uma moça tão bonita faz aqui sozinha — solto um gemido de dor, mas ele continua me arrochando.

— Me... Me solta por... Por favor — digo e ele começa a rir.

— Eu tenho planos para você — diz. Começo a me contorce para sair dos seus braços, mas ele e forte demais.

— Me solta, por favor — digo e as lágrimas começam a rolar — Por favor, me largar — começo a dar murros em seu peito e a gritar por ajuda, mas parece que ninguém escuta ou não está nem aí.

— Você não escutou? Ela pedindo para lhe soltar — escuto e o homem e puxado e me solta.


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