Sonhei Que Amava Você escrita por LysaHVeloso
São exatamente onze da noite, Leon está na cozinha fazendo alguma coisa para comermos. Quando termino de ajeitar minhas coisas vou ao seu encontro.
Quando chego à cozinha a mesa já está colocada e o cheiro e muito bom, sorrio e ele puxa uma cadeira para mim. Sento-me e ele senta ao meu lado, ele começa a nos servir e o cheiro do macarrão está ótimo.
Sorrio.
Começamos a comer e a conversar sobre coisas aleatórias, quando terminamos ajudo-o a levar as louças para a pia, iria lavar, mas ele não deixou.
— Você quer assistir alguma coisa? Não vamos conseguir dormir mesmo ainda estamos no horário dos EUA — fala enquanto lava a louça.
— Pode ser — respondo e ele olha para mim.
— Pode escolher. O controle é o cinza. Mas se não estiver passando nada que goste, pode pegar um filme na prateleira — sorrir antes de voltar à atenção para louça. — Daqui a pouco chego lá — completa.
Sem falar mais nada vou até a sala e ligo a televisão, começo a passar pelos canais, mas não tem nada que me agrade, olho para a enorme estante de filmes e bate uma preguiça de olhar um por um então estendo minha mão e pego o primeiro que toco, quando vejo que filme é quero rir pela irônica.
— Sempre ao seu Lado — ouço a voz do Leon atrás de mim, nem percebi que ele já estava aqui. — Boa escolha — ele pega o filme das minhas mãos e vai até o DVD.
Não queria colocar esse filme porque sempre choro no final, não importa quantas vezes eu assista sempre choro no final, Leon coloca o filme e se senta no sofá, não sei se sento ao seu lado ou vou para o outro sofá.
— Você não vem? — Pergunta batendo no sofá.
— É claro — saiu dos meus pensamentos e sento ao seu lado. — Não tem mesmo problema se eu ficar aqui não é. Posso muito bem ficar num dos dormitórios — eu não quero que ele pense que estou usufruindo dele, eu sei que ele nunca pensaria isso de mim, mas tem o seu pai que parece não gostar muito de mim no momento.
— Sou tão chato assim que você já quer correr de mim? — Nego.
— Não é isso, só não quero incomodar.
— Você não incomoda, é uma boa companhia — ele pega o controle do aparelho de DVD e dá o play no filme. — Além do mais, estava precisando de uma empregada — completa. Se não fosse o sorriso que se formou em seu rosto eu teria o empurrado, mas acabei me perdendo mais uma vez em seus olhos.
— A casa parece bem limpa — ele ri. — Mesmo assim preciso arrumar um lugar em Manchester, se são quatro horas de viagem de carro imagina quantas horas terei que passar em um ônibus — levo minha atenção para o filme sentindo o olhar do moreno em mim.
— Você pode pegar um dos carros, eu mal os usos — nego.
— Vou procurar um apartamento amanhã mesmo — afirmo.
— Você está louca para se livrar de mim, não é mesmo — fiz uma careta e ele segurou meu nariz.
— A namorada de um amigo está procurando uma colega de quarto — franzi o cenho e ele finalmente soltou me nariz — Ela estuda sociologia, posso falar com ela amanhã.
— Mais já? Pensei que iria ter mais tempo para aperrear seu juízo — seus lábios ficam numa linha fina e reta. — Sabia que iria me expulsar assim que tivesse uma chance — seguro o riso e o encarro. Ele bate o dedo indicador na bochecha encanto seu indicador está em seu queixo.
— Preferia você quando era apenas uma voz no meu telefone, assim não precisava ser sua cara feia — sua expressão é séria e me senti magoada com suas palavras.
— Não se preocupe é por pouco tempo — volto a encarar a televisão. Sinto seu toque frio em meu braço, uma sensação de choque toma conta de meu corpo, meus batimentos se aceleraram e os obrigo a voltar aos batimentos normais. Ele continua passando seu dedo indicador em meu braço, o encarro e se olhar matasse ele estaria morto. — Algum problema? — Me afasto um pouco e ele ri. Eu odiei quando ele dá esse meio sorriso.
— Você fica linda chateada — ele se aproxima. — Você sabe que estava brincando não sabe. Você é linda e seria um idiota se te chamasse mesmo de feia — tento afastar o efeito de suas palavras em meu corpo.
— Beleza não é tudo — digo. Não me importo com aparência ou com roupas ou mesmo o que falam de mim, mas por algum motivo fiquei magoada por ele ter falado isso mesmo sendo brincadeira.
— Tem razão — ele se próxima cada vez mais e quando menos espero sento seus dedos pressionando minha barriga em cosquinhas.
Meu corpo cai sobre o sofá enquanto me contorço e tento sair de seu apeto, minhas gargalhadas ficam cada vez mais forte, mas assim que ele se posiciona em cima de mim e prende minhas pernas nas suas o nervosismo toma conta de meu corpo expulsando qualquer sensação de cocegas. Meu peito sobe e desce irregularmente, minhas mãos começam a soar, estava tão nervosa que nem percebi que ele havia parado de fazer cocegas, seus olhos a castanhos estão atentos a mim. Ele sorrir antes de deixar um beijo em minha testa e se levanta.
— Já volto — é tudo o que ele diz antes de apressar seus passos até a escada.
***
Passei o dia inteiro na cama, e só estou me levantando porque Leon que me levar para conhecer a cidade, ele me disse que a namorada de seu amigo vai estar em uma festa hoje à noite que seria uma boa oportunidade de nos conhecer. Ontem passamos o resto da noite e da madrugada assistindo filmes, já estava amanhecendo quando peguei no sonho no sofá, mas acordei em minha cama que indica que ele me carregou até o quarto.
— Vou me arrumar e estarei te esperando no andar de baixo — disse ele fechando a porta do quarto.
Meu corpo pede mais descanso, estou cansada, mas não com sono. Rolo algumas vezes na cama antes de finalmente me levantar e me arrastar para o banheiro. Depois do banho vou até a cômoda onde guardei minhas roupas, pego um vestido vermelho. Ganhei-o em meu aniversário e acho que é a única roupa com bom estado que tenho, ele é bem simples e amei-o assim que, pois, os olhos nele. Ele não tem um decote muito revelador e seu comprimento é perfeito, após vesti-lo coloco um tamanco preto, ele não tem mais que três centímetros.
Passei um pouco de maquiagem, não muito. Não quero ser muito extravagante, passei um batom rosa claro e passei lápis nos cantos de meus olhos e destaquei meus cílios com uma boa camada de máscara. Finalizei tudo passando pó compacto em toda a extensão do meu rosto. Desamarro meu coque e descido não mexer em meus cabelos, me olho uma última vez e saiu do quarto.
Quando chego à sala Leon está sentado no sofá encarando a tevê desligada. Quando ele nota minha presença ele se levanta, um sorriso aparece em seu rosto, meus olhos encontram os seus e eles brilham com tanta intensidade. Sinto minhas bochechas aquecerem mais uma vez, porque isso sempre acontece quando ele sorrir para mim.
— Você está linda, como sempre — ele admite me deixando completamente envergonhada.
— Você também não está nada mal— ele passa as mãos em seu blazer. Ele está usando uma calça jeans preta e uma blusa branca e por cima um blazer preto, seu sapato social brilha e me pergunto por quanto tempo ele fica engraxando isso. — Está parecendo um senhor, mas um senhor bonito — ele ri.
— Não é para tanto — faço uma careta. — Sinto muito, mas você vai ter que sair com um velho hoje — ele pega o aparelho celular e põe em seu bolso de trás.
— Retira o blazer — sugiro. Um sorriso sapeca rasga em seu rosto.
— Você tem que me chamar para sair antes, não sou desses tipos de cara — o sorriso cresce cada vez mais me deixando constrangida. Se não fossemos tão amigos pensaria que ele estaria flertando comigo.
— Que horror — ele franziu o nariz que foi um gesto bem adorável. Ele retira o blazer e joga em cima do sofá, ele desabotoa os dois botões da manga da blusa e puxa as mesmas para cima. Começo a me arrepender por ter dado a ideia, ele vai acabar pegando alguém na festa e me deixando sozinha.
— Melhor? — Confirmo. Ele desabotoa os dos primeiros botões da camisa de linha e não consigo retirar meus olhos dele.
— Só espero que não me deixe sozinha — digo quando ele olha para mim e sorrir. Ele ergue uma das sobrancelhas me deixando mais nervosa. — Um jovem bonito e solteiro irá chamar muita atenção não acha — ele ri e caminha até mim.
— Vamos — ele junta nossas mãos e nos guia para fora de sua casa.
Encosto minha cabeça na janela de vidro do carro que se encontra embaçada por conta do frio, sem perceber começo a fazer desenhos aleatórios. Depois de certo tempo o carro para e começo a retirar o sinto. Leon pede que espere um pouco e sai do carro, depois de alguns segundos a porta ao meu lado se abre revelando o Leon com um sorriso adorável, ele estende sua mão e me ajuda a sair.
Não consigo ver nada por conta dos flashes, o braço de Leon se envolve na minha cintura. Ele sai me guiando até a entrada da casa noturna, o segurança abre a passagem e entramos. Os olhos do moreno passeiam por toda casa noturna. Acho que ele achou o que procurava porque saiu me puxando pelo meio da multidão.
— Hey cara — disse um rapaz loiro. Ele abraça o Leon e seus olhos são direcionados para mim. — Quem é a jovem bonita? — Ele estende sua mão para mim e sorrio.
— Lizzie — digo o cumprimentando.
— Nathan — ele pisca para mim antes de legar seus lábios a minha mão e deixar um beijo lá. Olho para o Leon que parece nervoso, mas assim que nota que estou olhando para ele, sorri. — Por Favor, um Coquetel para a senhorita e duas Vodkas para nós — aponta para ele e o Leon.
— Não vamos beber Nathan — Diz o homem ao meu lado. Ele envolve seus braços em volta da minha cintura e sinto meu corpo estremecer.
— Relaxa e curte a noite — o barman traz as nossas bebidas e o tal Coquetel e muito bom. Toda vez que nossas bebidas estavam acabando Nathan pedia outra, já perdi as contas do tanto que bebi.
— Olha que finalmente apareceu — algum grita. Não olhei quem foi, mas assim que parei de sentir o corpo quente de Leon ao meu lado meu rosto virou para ver para onde ele tinha ido.
— Solteira casada ou viúva? — Perguntou o loiro a minha frente.
— Solteira — respondi sem olhar para o mesmo. Leon estava a centímetros de distância falando com outro homem.
— Pensei que fosse namorado do Perth — volto a minha atenção para ele que leva o copo aos lábios.
— Por que achou isso? — Ele ri.
— Está escrito na testa dele “Não toque nela se ama sua vida” — não pude conter o riso. Seus olhos são azuis, não azuis como o meu que são cinzentos, mas sim azul cor de céu.
— Somos só amigo, ele prometeu aos meus pais que iria cuidar de mim — ele faz uma careta.
— Perth não é muito bom com promessa — tenho que concorda. Leon nunca foi muito bom em cumprir promessas, não importa qual seja ele sempre acaba quebrando. — Pera, você não é aquela garota do acidente não né.
— Sim, sou ela — olho para trás e vejo Leon caminhando juntamente com o moreno até nós.
— Vamos lá para cima — disse ele. O loiro confira e se afasta do balcão.
O moreno de olhos escuros junta nossas mãos mais uma vez e nos guia. A multidão de pessoas dificulta nossa passagem, subimos a escada e quando chegamos ao topo-me encanto com o espaço e como tudo é bem organizado, as lâmpadas são azuis deixando todo o espaço azul.
— Olha quem achei se embebedando lá em baixo — diz o moreno que ainda não fui apresentada. Ele aponta para nós e vejo uma garota se levantar juntamente com um rapaz. Acho que o conheço de algum lugar, mas não me lembro de ondem.
— Então essa e a famosa Lizzie — ele sorrir mostrando suas covinhas. Seu sorriso é meio de lado mostrando seus dentes perfeitamente brancos.
— E esse e o famoso Nathan — Nathan brinca me fazendo ri.
Todos nós sentamos e começamos a conversa, o moreno que estava conversando com o Leon no andar de baixo é o Lucas e a morena ao seu lado é a Emily sua namorada, o moreno de olhos verdes é Henry. Nathan não parava de fazer palhaçada e já estava vermelha de tanto rir, peço licença e me levanto. Começo à procura um banheiro, mas não encontro no andar de cima, então decide ir para o de baixo. Vejo uma fila enorme e pergunto a uma moça no fim da fila e ela confirma que é para o banheiro, depois de uns vinte minutos consigo entrar no banheiro, faço minhas necessidades e saio.
Quando estou no meio da pista de dança começa a tocar Stitches, amo essa música. A batida da música embala meu corpo e fica difícil me manter parada. Começo a dançar descoordenadamente. É isso que o álcool faz quando corre nas minhas veias.
— Não chores bebê, o papai chegou — um rapaz moreno de olhos claros para em minha frente. Ele me agarra, tento sai dos seus braços, mas ele me aperta mais ainda. — O que uma moça tão bonita faz aqui sozinha — solto um gemido de dor, mas ele continua me arrochando.
— Me... Me solta por... Por favor — digo e ele começa a rir.
— Eu tenho planos para você — diz. Começo a me contorce para sair dos seus braços, mas ele e forte demais.
— Me solta, por favor — digo e as lágrimas começam a rolar — Por favor, me largar — começo a dar murros em seu peito e a gritar por ajuda, mas parece que ninguém escuta ou não está nem aí.
— Você não escutou? Ela pedindo para lhe soltar — escuto e o homem e puxado e me solta.
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