Te Vejo Na Lua escrita por awennkire


Capítulo 4
Capítulo 4 - Tenten


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a pudimdemelao, Jade, por ter comentado e ser um dos principais motivos eu nao ter desistido de postar. Obrigada por todos os comentários! Espero que não tenha desistido depois de tanto tempo, prometo que voltei pra ficar.



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A porta estava aberta e observava meus pais conversando com o imperador, o olhar de meu pai era sério enquanto minha mãe mantinha sua cabeça baixa, consegui me esconder facilmente sem que imaginasse que estivesse assistindo tudo. Poucos minutos de conversa depois um jovem ruivo que deveria ser o próximo a reinar perante o país estava ao lado do Sabaku.

Conversavam sobre um casamento, eu não era rica ou nobre, mas era a bolsista na melhor escola do Japão e estudava na mesma sala do príncipe, nunca tinha me dirigido o olhar para ele, tudo que queria era passar despercebida, mas aquela reunião indicava que não. Minha mãe se levantou a pedido do meu pai dizendo que viria me buscar, não tive tempo o suficiente para correr e vi o olhar de todos cima de mim com os patriarcas me repreendendo.

Minha mãe colocou sua mão em meu ombro e me levantei o mais calada que consegui, evitando qualquer ruído. Me sentei entre meus pais e mantive minha cabeça abaixada esperando a fala dele. Sentia o olhar do ruivo sobre mim, ele não estava confortável assim como eu, dificilmente queria um casamento com uma plebeia.

— Filha, estavamos conversando e imperador que casa-la com o jovem Gaara, não é ótimo? - a voz de meu pai era de satisfação, não eram os ricos, mas passaríamos a ser com aquele casamento.

Levantei meus rosto assustada, esperando um protesto do ruivo com rosto contrariado a minha frente. Percebi que o olhar impaciente do imperador evidenciava que não estava feliz com meu olhar.

— Filha? - meu pai me chamou.

— Sim, pai, é ótimo - sussurei mas sabia que todos haviam escutado.

— Vamos começar os preparativos, para poderem se casar após a formatura.

Após a afirmação vinda do patriarca dos Sabakus minha mãe me retirou da sala, era para ser rápido e preciso, precisavam apenas da minha afirmação sabendo que jamais negaria. Não poderia. Era para meus pais, eles lutaram toda uma vida e agora estariam estabilizados, se necessário o casamento, teria casamento.

A primeira segunda após a reunião foi repleta de olhares sobre mim durante a entrada na escola, todos agora sabiam quem eu era, mesmo depois de passar dois anos evitando isso. Assim que entrei na sala percebi que meu nome não estava na minha carteira habitual, mas agora estava o do caçula dos Uchiha, andei pela sala, que já estava repleta de pessoas, procurando o lugar que haviam me colocado.

Encontrei meu nome na primeira carteira da terceira fileira, as pessoas ao meu lado ainda não tinham chegado, suspirei olhando para os lados, no meu lado direito estava a Hyuuga e no esquerdo, Gaara. Me posicionei já arrumando meu material na mesa.

Os sussurros aumentaram e se tornaram vozes ainda maiores. “Quem são os Mitsashi?” “Eles são pescadores, toda a família dela é, menos o pai, ele é um inválido e a mãe precisa sustentar a casa, ela trabalha em uma lojinha de ramen”. Eles falavam e falavam, me sentia exposta e vulnerável, era mais que aquilo, queria gritar com todos, mas não podia.

Abaixei minha cabeça ignorando cada uma daquelas vozes, não tinha o luxo de me defender, eu era a plebeia escolhida a dedo para se casar com um nobre, aquilo aconteceria uma hora ou outra. Me defender apenas daria mais motivo para falar.

O movimento começou a aumentar e percebi que mais pessoas chegavam, olhei para o lado e vi a Hyuuga já sentada e arrumando a carteira. Seu olhar caiu sobre mim e vi compaixão, seus olhos eram como um céu cinza de outono, me assustei ao perceber que ela escrevia algo no papel e logo depois me entregou.

Você é Tenten, certo? Bem vinda ao inferno, mas estará acompanhada se quiser

Olhei e sorri em direção a ela, não sabia se podia confiar nela, mas tentaria. Receberia desprezo demais, uma amiga não seria de todo mal. Com aquele mesmo papel continuei a conversar com ela, era um momento tranquilo e ria da mesma escrevendo sobre o que passaria, parecia tão surreal tudo aquilo.

Quando estava escrevendo uma pergunta sobre o Sabaku percebi o mesmo entrando na sala e se sentando ao meu lado. “Como é o Sabaku? Ele é sempre quieto?" foi a pergunta feita, assim que ela leu começou a escrever uma resposta, mas escondeu assim que o professor entrou.

A aula correu rápido, assim como as que vinham, nenhum professor comentaria algo que não fosse necessário, seriam éticos para evitar perder seus empregos. Assim que escutei o sinal do intervalo tratei de pagar meu obento, quando ia começar a comer vi uma carteira sendo puxada para mim, Hinata sorria e retribui.

Mais pessoas se juntaram ao almoço. Sabia quem era cada um, Akimichi Choji foi o primeiro se sentar acompanhado de Ino e Shikamaru. A Haruno também sentou conosco e trouxe consigo a outra bolsista, um ano mais nova que nós, Karui, todos sabiam quem ela era, seu pai se casou com uma estrangeira e ela se orgulhava para quem quiser ouvir de ser filha de uma brasileira negra.

— Então você é a nossa futura imperatriz? - Ino se pronunciou, a olhei confusa - Não me olhe assim, todos sabem que você vai se casar com o ruivo rabugento - riu e apontou para Gaara, que saia da sala, no fim de sua frase - Boa sorte! Vai precisar - disse por fim pegando uma batata de Choji que a fuzilou com o olhar.

— Não assuste ela assim - repreendeu Sakura - Ele não é de todo mal, Naruto fala muito dele, diz que ele é quieto, mas é legal - tentou me tranquilizar.

— Já falou com ele alguma vez? - a pergunta veio de Karui.

— Não, não tive oportunidade - respondi e observei o olhar de Hinata, ele não estava satisfeita com tudo aquilo.

— Ele é legal, meu primo é muito amigo dele, vão se dar bem, tenho certeza - Hinata falou e sorriu por fim.

Com esse fim trocamos de assunto e acabamos conversando sobre as péssimas notas que Choji estava tendo e todos nos divertimos ao vê-lo pedir aulas particulares para o Nara, ele realmente estava desesperado e precisava de ajuda. E como resposta indicou Karui, mesmo um ano mais nova conhecia bem toda a matéria por conta da feira anual, ganhou primeiro lugar de sua turma com um trabalho falando da matéria que ele estava com problemas, que concordou em ajuda-lo a partir de amanhã.

A conversa seguiu fluindo até perceber que outro Hyuuga tinha entrado na sala, era Neji e atrás dele vinha o Sabaku. No momento que me entrou seus olhos seguiram até os meus e veio até mim.

— Poderia me acompanhar? - a frase era um pedido, mas dizer não ao meu noivo não era algo que tinha chance de fazer.

Me levantei e o segui. Todos olhavam para nós, os corredores estavam repletos de pessoas observam Gaara andando na minha frente que segurava minha mão e eu apenas acompanhava pouco atrás de dele com a cabeça abaixada. Seguimos até perceber que estava no último andar indo em direção ao terraço.

Assim que passamos pela porta tinha duas pessoas que saíram no momento que perceberam a presença do ruivo. Ele agradeceu por nos deixarem a sós, apenas observei seu olhar sobre mim.

— Você é Mitsashi Tenten, gosta de doces, para você quanto mais doce melhor, sua única atividade extracurricular é artes marciais e faz isso depois da aula, isso é o que sei sobre você. Ou pelo menos o que seu pai me contou, acredito que esteja tudo correto - toda aquela frase, meus gostos, ele sabia quem eu era.

— Está sim - respondi - mas sinto muito, não sei nada sobre você.

— Nós vamos nos conhecer melhor, esta de acordo com o casamento? - perguntou olhando diretamente para meus olhos.

— Eu… - tentei falar - apenas aceitei sabendo que é importante para meus pais.

— Desistiria de sua vida por eles? - foi direto ao ponto novamente.

— Sim - respondi sem exitar - Eles são tudo que tenho e quero vê-los felizes e nada mais.

Ele se calou perante a minha resposta, tive a chance de observa-lo diretamente pela primeira vez. Seus olhos eram um verde denso como uma floresta no amanhecer, não entendia como conseguia levantar a sobrancelha de maneira tão irônica e muito menos como seus cabelos se tornavam chama viva com a luz do sol refletida nele.

— Acho que devo ser verdadeira, eu não queria me casar, nem ao menos pretendia me envolver com alguém, mas eu aceitei por saber da importância que é para toda minha família, eu nunca tinha sequer olhado para você - senti que deveria falar da maneira mais sincera possível.

— Então terei que conquistar minha futura esposa? - respondeu em tom de ironia.

— Não, vamos nos tornar amigos, fazer com que seja o mais agradável possível para nós - ele me olhou ainda mais avaliador.

— Tudo bem.

Comecei a observá-lo, ele apenas uma peça para uma boa visão do país, nossa reputação estava afundando, nossos problemas internos começaram a aparecer e a anos atrás todos observaram os casamentos com plebéia na Inglaterra e como aquilo trouxe uma nova visão para o país. Então ele seria meu, eu teria o solteiro mais cobiçado de todo país, porém não queria tê-lo assim, na verdade eu nem ao menos o queria.

...

Olhava ChoCho que chorava sendo levada pela mãe. Meu único filho estava calado em meio aos inúmeros agradecimentos do patriarca dos Akimichi. Gaara observava aquilo com raiva, para ele aquilo era um teatro mal feito, depois de mais de vinte anos de casado consigo entender cada pensamento em meio a sua feição que mesmo mudando minimamente se tornou tão cristalina quanto água. Ele odiava cada uma dessas coisas, para ele deveria ser como foi conosco, um bom casamento, aceitável, com uma boa convivência e logicamente, por conveniência, sabia que ele não amava, nunca me amou, não importasse o quanto me doasse, jamais seria amada por ele da mesma forma que o amava.

Choji pediu para que subisse para que pudesse conversar com minha futura nora e eu precisava daquilo. O quarto decorado estava praticamente vazio em relação a roupas e produtos pessoais como perfume que sabia que ela era apaixonada. Ela estava deitada na cama ao lado da de Karui.

— Karui, poderia falar com ChoCho? - a pergunta informal me lembrou que não importa, ela ainda era a Karui é sempre sempre seria minha amiga.

— Lógico - deu um beijo na testa na filha e saiu.

Observei ela, ela estava abatida, não tinha sorriso, seu rosto estava inchado, vermelho e seu envolto de uma aura depressiva, como ela mesma era. Soube seu diagnóstico após o incidente.

— Sei que ter sua futura sogra aqui e principalmente agora não é o que deseja, mas eu te juro que passa - minha voz estava mais descompassada do que imaginava.

— Não me jure coisas assim, não minta - a voz estava rouca. "Tão frágil" era tudo que passava na minha mente, o quão frágil era.

— Não minto, jamais mentiria, sei que pioraria sua situação, você fugiu e realizou meu sonho de adolescente - a risada que soltei logo depois fez a jovem ter consigo a expressão de dúvida - Realmente não conhece a história de Mitsashi Tenten? A filha dos pescadores, descendentes de uma antiga linhagem de nobres que perderam tudo e viveram como plebeus durante mais de dez gerações e retomaram seu lugar na nobreza e principalmente, seu dinheiro, com o casamento de sua primogênita com o futuro imperador? - minha fala a pegou de surpresa, ela se mexeu na cama de maneira que conseguisse sentar e estivesse mais próxima de mim.

Três meses se passaram desde o anúncio do casamento, três meses conhecendo os Sabakus, três meses me odiando por aceitar esse papel, três meses do inferno que é estar ao lado de Gaara. Ranzinza, cabeça dura, até mesmo egoísta, ele conseguia ser junção de tudo que odiava em um rostinho bonito.

Estava mais próxima dos ciclo de amizade que incluía os nobres do Japão. Hinata era sem dúvida alguém formidável. Calma e compassiva, apaixonada pelo primogênito dos Uzumakis, aquilo sem dúvida levaria a casamento segundo Sakura, a Haruno conhecia bem como os Hyuuga funcionavam e imaginava que logo teríamos um casamento, segundo ela pelo menos seis meses depois do meu, o que realmente aconteceu, a própria dona dos olhos perolados veio nos dizer que seu pai havia feito junto se Minato, pai de Naruto, um acordo de casamento.

Observava cada uma das pessoas daquele grupo, Choji se apaixonando por Karui sendo que a mesma confidenciou que o correspondia, mas que tinha medo o que ela causaria aquela família. Meu pai deixou tudo por sua mãe, deserdado, trabalhava dia e noite, não queria o mesmo envolvimento. O medo era inegável, era não era uma mera plebéia, era praticamente uma estrangeira e ao contrário de mim, transformava tudo em um inferno.

O tempo se passava de maneira rápida, mais dois meses, cada dia mais conhecia o ruivo, cada dia mais era acrescentado o tempo que passávamos juntos que ao meu ver era inútil para ele, mas me deixava entender ainda mais o que passava na mente dele. Ele mesmo não percebendo era tão claro, chegava a ser engraçado, algo que para qualquer pessoa era amedrontador para mim se tornava rotineiro, seus olhares de raiva com a maneira que não entendia a matéria, seus ombros levemente contraídos toda vez que me via indo buscar depois de sua última aula extracurricular. Ele sem querer se tornou o que mais gostava de estudar.

O primeiro casamento foi anunciado, ao contrário do esperado era de um Hyuuga e uma Inuzuka, Neji e Hana. Conheceu a morena por influência de Ino, doce e gentil, amava Neji desde que se conhecia por gente e mesmo não soubesse, era correspondida. Segundo Hinata, viu seu primo sorrir ao saber que se casaria com a jovem, algo que fez todas as meninas, inclusive eu, se arrepiar, uma imagem estranha para todas nós.

Cada dia mais que se passava observava Gaara, cada vez que o primeiro casamento chegava eu me enchia de medo. Ele invadia meu pensamentos, invadia meu coração, transformava meu sentimentos em uma montanha russa de loucuras. Não conseguia entender o porque, mais o queria cada vez mais, cada vez mais perto. Próximo e mais próximo.

Era uma tarde ensolarada, olhava Gaara em um dos treinos de basquete, ele gostava daquilo. Seu corpo se relaxava e sua expressão era de leveza, eu gostava de vê-lo daquele jeito. Quando o professor apitou dizendo que o treino tinha acabado pude ver seus olhos correndo pela arquibancada, até me encontrar parada em frente a entrada do ginásio. Ele andou até mim.

— Vou tomar um banho rápido, já volto - assenti.

Olhava em volta, todos já tinham se acostumado, ou pelo menos fingiam muito bem. Mas ainda falavam entre si, ainda seria a futura Imperatriz. Suspirei tentando clarear minha mente com tudo aquilo. Neji me viu e veio até mim, ao seu lado estava Hana, seu sorriso de orelha a orelha me de ficar calma, imaginava o futuro deles e sabia que seria belo e cheio de amor, aquilo me confortava.

— Como tem passado Tenten? - a pergunta vinda de Hana me fez sorrir.

— Muito bem e você?

— As mil maravilhas, e os preparativos para casamento? - sua pergunta me fez encolher os ombros de vergonha e nervosismo.

— A todo vapor, quando mais penso nisso mais nervosa fico - minha resposta foi sincera, não teria porque mentir para ela, logo ela.

— Fico feliz em não ser a única - sua resposta veio com um riso envergonhado.

A conversa conseguiu fluir de maneira calma, sobre arranjos de mesa para festa privativa e até mesmo o destino da lua de mel que nos fez corar com o pensamento. Nós sabíamos. Ficaríamos sozinha pela primeira vez ao lado deles sem terem pessoas nos vigiando a casa segundo - acredito eu para que não tenha a consumação antes da hora.

Hana afirmou que precisava ir, assim que terminamos de falar sobre os aperitivos servidos. Deixou eu e Neji sozinhos, sorri para o mesmo que se mantinha imparcial.

— Você gosta do Gaara? - me questionou - sente algo por ele? - suas perguntas me fizeram corar fazendo com que o mesmo desse um sorriso de canto - diga a ele o quanto antes, ele merece saber.

Me deixou sozinha e nervosa, estava vermelha. Olhei para frente e o vi, sabia que ele não tinha conseguido escutar nossa conversa, não tinha como. Mas ele me olhava como se eu fosse um quebra cabeça e ele tentava imaginar o que sairia dali. Respirei fundo e esperei que chegasse ao meu lado para que pudéssemos ir embora.

Era o dia do casamento da Inuzuka, ele tinha chegado, uma cerimônia tradicional budista. Lindo, na minha visão era como conseguia definir. Lágrimas rolaram do meu rosto naquele dia. Todos reunidos, uma cerimônia repleta de pessoas inoperantes.

Olhei meu pais que sorriam ao meu lado, meu pai conseguiu receber um bom tratamento no hospital, meses depois mal dava para notar que sua perna ainda não tinha melhorado por completo, ainda precisava de certos remédios, mas com uma boa fisioterapia logo estaria perfeito.

Durante a festa fiquei a todo momento ao lado deles. Porém fui chamada para cumprimentar Hana e Neji, assim que cheguei a abracei, lágrimas rolaram do meu rosto, minha felicidade por era era genuína. Assim que cheguei perto se Neji ele logo tratou de dizer, mesmo que baixo foi o suficiente para eu e sua esposa ouvirem.

— Não enrole mais, diga a ele, diga logo a ele que o ama - meu rosto esquentou e meus ombros afundaram, me senti envergonhada.

— Não espere demais, se arrependerá, disso te afirmo - a fala da mais nova Hyuuga era verdadeira, sabia disso, assenti e sai. Uma pequena lágrima rolou do meu rosto, que pensava que ninguém tinha notado até ver os olhos verdes intensos me analisando. Senti raiva em seu rosto, abaixei meu rosto e segui, precisava pensar.

O tempo passou, com ele a formatura e logo depois meu casamento. Teria um casamento tradicional do oriente, algo que não estava familiarizada. Meu vestido branco caia como cascata, era límpido, não entendia muito bem os costumes e o porque do branco, mas ele era um lindo vestido. Feito apenas para mim.

Entrei na igreja ao lado de meu pai, a cada passo que dava minhas pernas tremiam mais, o olhar dele sobre mim, não conseguia deixar de sorrir, mesmo que pequeno, era o mais genuíno que podia dar. As pessoas olhavam, sabia que tinha câmeras por toda parte, queria capitar esse momento, que seria e nada mudaria isso.

Beija-lo após dizer sim, meu maior medo. Nunca tinha beijado antes, não pensava naquilo, mas no momento que meu pai me entregou a ele, o líder religioso começou a falar só conseguia pensar nos seus lábios contra os meus. Quando aconteceu senti que tinha valido a pena.

A festa que veio depois foi calma, pessoas nos parabenizando, gente animada, sentia que ele me olhava a cada segundo e estava certa. Não conseguia entender seu olhar, mas gostava dele. No momento que tivemos uma pausa consegui falar com meus amigos, Hana me abraçou forte e Hinata estava animada em ser a próxima, Sakura olhava para Sasuke, tinham findado seu noivado, mas ainda não tinham anunciado.

— Deveria ter dito a ele antes, vai piorar, tenha certeza - a fala veio de Neji que recebeu um olhar repreendor da esposa. Mas que me fez abaixar meu olhar novamente e corar, diria quando estivessem sem sua lua de mel, prometi a mim mesma.

A festa tinha terminado, saíram logo em seguida escoltados para o aeroporto, iriam a Veneza. Dentro da limusine olhou para Gaara, não entendi o motivo, mas precisava olhá-lo por inteiro. Senti o olhar do ruivo sobre si, raiva é o que tinha.

— Minha… - sua fala tinha me pegado de surpresa e uma pequena esperança nasceu, era dele, talvez tivesse chance de que se apaixonasse por mim também, mas não foi mais que o beijo que na minha concepção era arrebatador, um misto de sensações que não conhecia. Mais e mais beijos vieram até chegarmos no aeroporto.

A viagem seria longa, o jato que nos levaria era enorme por dentro, assim que sentei não conti meu cansado e dormi.

Veneza era linda, o hotel era magnífico e o quarto surpreendente. Preparado para nós, romântico sem qualquer dúvida, me sentia animada e cada vez mais disposta. Olhei para ele, seu olhar ele de dúvida, cheguei mais perto e toquei em seu braço.

— Gaara, eu preciso dizer algo - minha fala o pegou de surpresa - sobre meus sentimentos, preciso ser verdadeira com você - ele soltou um riso debochado.

— Eu não ligo, nada disso importa - meu rosto se formou em pura tristeza - estamos casados e continuaremos por conveniência, apenas isso - ele me puxa para perto e sinto seus lábios contra os meus, não neguei, não poderia, eu o amava e isso não mudaria. A noite seguiu com ele me amando, comigo sentindo coisas que nunca pensei em sentir. Então entendi no momento que terminou, eu era dele, sua esposa, sua amante, sua parceira, mas não seria seu amor.

ChoCho me olhava surpresa, contar minha história, de como meu casamento por conveniência aconteceu, ainda evitando falar sobre as partes como o beijos e suas noites aos lado do marido, e em como amava Gaara mesmo sem ser correspondida a surpreendeu.

— Não está sozinha, te prometo - ela apenas me afirmou com a cabeça.

Saí e olhei para Shinki que estava na porta, ele me deu um sorriso cúmplice me fazendo perceber que tinha escutado minha história, algo que não pensei que um dia ele saberia.

— Cuide dela, assim que ela dormir iremos embora - falei por mim e desci vendo o rosto de meu marido para mim, tão lindo. Não importava o que acontecia, continuava o amando.

...

No momento que chegamos em casa vi Shinki subindo as escadas, sem dizer qualquer palavra, subiu e se fechou em seu quarto. Sabia o que aconteceria agora, gritos como nem grande parte dos dias. Brigávamos desde que nos casamos, por coisas idiotas que se tornavam enormes até eu falava coisas que me arrependia, grande parte envolvendo o quando me arrependida de ter aceitado me casar com ele.

Olhei para Gaara, pela primeira vez depois de mais de vinte e cinco anos de casados não sabia o que seu rosto significava, no momento em que chegamos ao nosso quarto me sentei na beirada da cama e levei minha cabeça para ter a chance de olhá-lo. Fitar o verde que fazia meu coração disparar depois de tantos anos.

— Pode começar, me culpe - minha voz saiu indiferente, queria terminar tudo aquilo. Ele se aproximou de mim.

— Você fugiria como ela. Se não fosse pelos seus pais, você fugiria - sua voz era de irritação, ele não me questionou, afirmou.

— Não a motivos para voltarmos a isso, eu fiquei, estou aqui e não irei a lugar nenhum.

— Você ainda o ama? - sua voz era de tristeza, nunca tinha o visto assim - ainda ama Neji? - sua pergunta me pegou de surpresa.

— Nunca amei Neji - sussurrei levantando e chegando mais próxima dele, sem desviar de seus olhos.

— Não minta - a raiva mais forte se fez presente - por favor — seu tom abaixou - não minta mais, ainda o ama? Eu me lembro de vê-la nervosa toda vez que chegava perto você, me lembro de vê-la corando para ele, de vê-la sorrir para ele como nunca sorriu para mim. - suas palavras me fizeram desviar meu olhar dos seus, não conseguia entender o porquê. Ele tocou em meu queixo trazendo meu olhar novamente para o dele - Não minta, você ainda o ama?

— Eu nunca o amei, Gaara, quando conversávamos falávamos sobre você, sobre o quanto gostava de você, sobre estar apaixonada por você  - respondi tocando em seu rosto - sempre fui sua, meu coração sempre foi seu, meu primeiro amor, meu primeiro beijo, meu único amor - admiti pela primeira vez, depois de tanto anos admiti em sua frente a verdade.

— Minha… - murmurou antes de me beijar, sabia o que viria agora, ele me amaria como em todas as noites desde nosso casamento, ele sempre me fazia amor comigo - prometa não me deixar, prometa não fugir, prometa nunca deixar de me amar.

— Eu prometo, isso jamais deixará de acontecer.

— Eu te amo - sua voz me pegou de surpresa, me afastei não compreendendo - não faça isso, não se afaste - pediu - apenas me deixe continuar a amá-la como deveria ter feito e dito todos esses anos.

Meu olhar caiu sobre ele, cheguei mais perto novamente e o beijei. Beijei como se minha vida tivesse dependendo daquilo. Não o deixaria mais a partir dali, não poderia. Ele me amava, sempre tinha me amado, todos os esses anos, faria valer o tempo perdido. Então entendi, eu era dele, era o amor dele, sempre tinha sido, como ele sempre foi o meu.


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Notas finais do capítulo

Um capitulo narrado inteiro pela maravilhosa Imperatriz foi meu maior nervosismo na verdade, ela ainda tem muita coisa pra falar principalmente das tretas durante o crescimento de Shinki, mas isso é coisa pra outro capítulo!

Deixando claro que a cada 3 capítulo narrados por ChoCho teremos um por outro personagem, sim! Isso mesmo, e ainda estou decidindo o próximo, se quiserem alguém, podem falar!

Eu amei escrever ele assim, mas quero escrever mais sobre Gaara, algo narrado por ele, sua visão. Ele ainda é cuzao pra mim, mas quero a historia dele exposta, esse ta pior que o Shinki em relação aos pais, coitado.



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