A Lenda de Cristal escrita por Tsu Keehl


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá, caro leitor(a).
Antes de começar a ler, gostaria que lesse aqui.

Antes de mais nada, quero avisar que neste capítulo teremos a primeira cena de sexo da fic (sim, porque ao longo da história haverá mais). Então já avisando que a última cena tem conteúdo adulto e sexual (tire as crianças, os crentelhos e os velhinhos da sala).
Estou bem satisfeita por conseguir fazer essa cena e inseri-la especificamente neste capítulo. Eu não tinha certeza que daria para colocar com base na quantidade de caracteres que coloco por capítulo (como você já deve ter notado). Então foi justamente a última cena a ser escrita. Entretanto, por ser a primeira cena do tipo ela não é tão detalhada como algumas posteriores poderão vir a ser.

Agora, quero agradecer muito ao meu primoso Raven, que sempre me ajuda nas cenas em que preciso descrever batalhas pokémon. Se não fosse por ele, certamente eu não conseguiria/saberia como escolher os golpes corretos para cada ocasião.
Aproveito para agradecer também ha todos os que estão lendo esta fic, acompanhando e comentando. Cada novo leitor deixa meu coração quentinho e me incentiva a continuar fazendo o melhor possível á cada nova cena que eu escrevo.

Chega de papo agora e vamos ao capítulo!



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~*~


— Eu já deveria estar a caminho de Seafoam Islands e não aqui descansando! Por quê não me avisou antes?
— ...porque...o senhor precisava descansar...?
     Lugia lançou um olhar irritado á Igni.
   Estavam nos aposentos reservados á ele – Igni fizera questão de instalar Lugia e sua irmã nos melhores aposentos da base. Basho notou que a sala em que estavam havia sido acoplada com um grande televisor e muitos livros e revistas espalhados. Uma olhada rápida e percebeu que a maioria se referia a História Mundial, Atualidades e Avanços da Tecnologia.

— Eu acabei dormindo praticamente um dia e uma noite!
— Nada absurdo. – comentou Igni. - Não é porque tem um fator de cura de Pokémon no corpo que pode se dar ao luxo de não descansar. A última batalha lhe exigiu muito, ainda que não queira admitir. Precisava descansar um pouco mais do que o cochilo que teve no caminho até aqui.
— ...odeio ter que concordar mas ele tem razão, meu irmão.

   Lugia encarou Moltres, que estava sentada no chão, afagando as orelhas de um Mightyena deitado aos seus pés, que abanava a cauda em contentamento.
— E esse Pokémon? – indagou Igni.
— Ele é meu! – falou Moltres abraçando o Mightyena. – Um empregado ignorante seu estava agredindo esse pobre Pokémon com socos! Como pode permitir uma coisa dessas?!  Se eu não o resgatasse, ele ia ser espancado sem chance de se defender! Aliás, a conduta desses soldados aqui é muito...
— Vamos deixar essa discussão aleatória para depois. – cortou Lugia, voltando a encarar Igni. – Acertamos que iria me avisar quando desse início ao planejamento da próxima busca e resgate.
— E é isso que vim fazer. Eu só decidi ir adiantando um pouco as coisas. E assim que Shiranui me informou que obteve a localização de sua outra irmã, expedi uma ordem para que uma equipe os acompanhe carregando o que for necessário para o resgate e um helicóptero para que o senhor vá até lá.
— Posso ir voando que chegarei mais rápido. Conheço o caminho para Seafon Islands. Só me diga qual é a ilha em que ela está. E devem destruir o cristal quando eu já estiver chegando ao local. Não antes.

   Igni respirou fundo antes de dizer.
— Majestade, não acho que seria prudente ir  voando na forma de Pokémon até lá.
— ...por quê?
— O ocorrido em Sootópolis é recente, o vídeo de sua aparição e batalha com Grondon está sendo visto e revisto, é o assunto mais comentado da internet...não é recomendado que corra o risco de ser visto novamente pelos céus, filmado e fotografado. A opinião pública vai pressionar, os treinadores das Elites vão investigar, vai brotar treinador imbecil de todo lugar dizendo que vai capturar o Pokémon lendário... para o senhor pode não ter significância mas na realidade atual isso é muita exposição. E como se não bastasse, após o ocorrido de sua batalha, Hoenn tem pressionado Johto por interesses políticos.
— Por qual motivo Hoenn quer pressionar Johto?
— Aparentemente eles estão querendo insinuar que Johto deveria arcar com responsabilidades acerca da destruição de Sootópolis porque “Lugia” foi inserido na listagem de Pokémons pela primeira vez em Johto.
— ...isso não faz sentido algum. Provavelmente Hoenn procura motivos para obter algum proveito com a região de Johto. Não seria a primeira vez.
— Sim. – Igni concordou. – Por isso não acho que seja prudente que Lugia seja visto voando pela região. Só nesses primeiros dias quando todos estão atentos.

   Lugia então ficou em silêncio, indo até a janela e observando a densa floresta que estava coberta por uma camada de névoa.
   Hoenn querendo causar atrito com Johto era algo que lhe invocava lembranças. E não eram boas.

— Está certo. – disse por fim. - Irei com a equipe. Mas devemos partir agora, não irei esperar mais.
— Está bem. Entretanto, não poderei ir com o senhor desta vez. - anunciou Igni.
— E por quê?
— Sou eu quem está no comando da Equipe Rocket e terei de ficar para...resolver assuntos e burocracias por aqui. Mas estarei disponível pelo comunicador. Basho irá com no meu lugar.
  Um silêncio pairou na sala. Moltres olhou com suspeita. Vendo que Basho não iria falar nada, Igni decidiu se manifestar.
— Basho é um dos nossos melhores agentes. E recentemente foi admitido no Alto Conselho daqui.
— ...é mesmo...? – indagou Lugia sem qualquer resquício de surpresa. – Por algum motivo específico?
   Basho podia sentir o olhar de Igni em si, mas foi a Lugia para quem ele se dirigiu, a voz saindo com naturalidade.
— Fui indicado ao Conselho pelo próprio Igni e os demais membros não...tiveram objeções em vista de minhas capacidades. Entretanto, a proposta de Igni para além do Alto Conselho foi de meu interesse e estou disposto a utilizar minhas capacidades para auxiliá-lo.

  Lugia o encarou por alguns segundos que pareciam horas, como se perscrutasse algo na nuance de Basho que pudesse denotar algo diferente. Mas ele era impassível, como uma estátua.
   Cautela.

— ...que seja. – disse por fim. – Demonstrou um bom serviço na ultima vez. Espero que isso se mantenha.
— Se manterá, meu senhor.
  Os três homens estavam para sair do local quando Moltres lembrou-se de que estava presente.
— Eu vou com vocês!
— ...Moltres é melhor você ficar aqui.
  Aquilo a deixou indignada. Ela se pôs de pé e o Mightyena fez o mesmo.
— Não! Eu quero ir!
— É mais seguro que permaneça...
— Seguro?! Eu não preciso ser protegida e você sabe disso! Estou bem e cansada de ficar trancada aqui como se fosse uma refém! E além do mais, você não vai resgatar apenas sua irmã, porque ela é minha irmã também!  Já decidi que vou! Seja com você dentro daquela caixa voadora, seja por minha própria conta!
  Lugia e Moltres  se encararam.
— ...está bem. – foi a resposta dele. – Sei que não posso te deter quando decide algo, não é mesmo?
  Ela Sorriu e saiu em direção aos outros aposentos, o Migtyena ao seu lado.
  Lugia apenas suspirou.

~*~


   Crystal e Alice haviam chegado ao ginásio um pouco antes do horário marcado e o funcionário dissera que elas poderiam esperar sentados no banco perto da arena que logo Bugsy chegaria.  Dois estagiários haviam aparecido, limpado a arena, ido embora e o único ruído era o zumbido de Pokémon insetos no viveiro do andar debaixo.
  O ginásio de Azalea mais parecia um tipo de estufa no qual o andar de baixo logo após a recepção havia uma espécie de mini floresta, fechada por vidro repleto de pequenos furos.  Para ir a arena se fazia necessário subir por um elevador, mas como este estava em manutenção (de acordo com o atendente), elas precisaram subir pelas escadas da área de serviço. E no caminho puderam ver que a mini floresta era repleta de diversos Pokémon insetos.

  O segundo andar era bem menor que o primeiro, pois o teto envidraçado servia para iluminar a mini floresta abaixo, de modo que a parte disponível era apenas com o tamanho suficiente para uma pequena arena de batalha ao canto, com um banco para se sentar.  Haviam dado sorte que o dia amanhecera nublado, caso contrário certamente ficaria bem calor ali dentro, com todos os vidros que o rodeavam.
      Crystal suspirou profundamente, abrindo e fechando as mãos. Não dormira muito na noite anterior, se preparando para a batalha de hoje e revisando seu time. Fizera uma pesquisa sobre o líder Bugsy e sentia-se confiante, mas mesmo assim não conseguia deixar de ficar ansiosa.

— ...acha que ele vai demorar muito pra chegar?
— Hum? – a outra levantou os olhos da tela do celular. - Faz quanto tempo que estamos aqui?
— Quase quarenta minutos.
— Caramba, que absurdo! Bom, já era de se esperar com base no stories dele...
— Como assim?
— Resolvi seguir ele já me seguiu de volta. E ontem ele postou isso aqui.

  Crystal pegou o celular da amiga e viu. Havia ali uma foto do que parecia ser na sala de uma casa, de Bugsy com alguns amigos, incluindo a oficial Jenny (quase irreconhecível sem o uniforme e usando um gorro na cabeça) e o tal Vanderlei em meio a Pokémon insetos e latinhas de energéticos. E na legenda:

Depois de recuperar todos os pertences e Pokémon que haviam sido roubados e entregar aos seus respectivos donos, uma merecida comemoração!
#pokemon #friendsforever #justiçafoifeita #gynleaders #azaleacity #foraequiperocket

 - É impressão minha ou parece que isso soa como se eles tivessem derrotado aqueles Rockets e recuperado as coisas roubadas?
— Estou pensando a mesma coisa e me controlando para não postar uma indireta bem direta!
— Não faça isso senão vai dar confusão!
— Acho que se eu soubesse que ele ia postar isso com o pessoal nos comentários achando que ele e a policial fizeram alguma coisa quando na verdade não fizeram porra nenhuma e ele ainda foi assaltado por aqueles Rockets, eu teria exigido uma recompensa!

    Um estrondo atraiu a atenção de ambas e elas olharam para a entrada, avistando Bugsy, que acabara de tropeçar em um enorme galão que tinha ali. O galão rodopiou e ele o segurou antes que caísse e o empurrou de volta ao lugar se certificando por alguns segundos até ter certeza que o objeto não se moveria para então se aproximar. Ele vinha vestido com uma bermuda, sapatos sem meia e uma blusa colada em seu corpo magro escrito “I want break free” com o desenho de uma Buterfree quebrando uma pokébola.

— Olá meninas...bom dia...ou já é boa tarde? Nossa, eu estou totalmente por fora do horário hoje! Mas é que ontem fiquei ligado á noite...
— ...percebe-se... – sussurrou Alice.
  Ele foi até o painel ao lado da arena. Precisou esfregar os olhos algumas vezes para se concentrar. Após conferir o status e nível de Crystal, ele foi até a outra ponta da arena.
— Muito bem, vamos começar?
— S-sim! – ela se levantou do banco de espera e foi até o local indicado.

   Quando o apito soou para começar a batalha, Crystal sabia que a iniciativa era sua. Lançou a primeira pokébola, dela surgindo um Breloom repleto de energia e disposição.
— Ah, que gracioso seu Breloom! – exclamou Alice.
— Obrigada! – Crystal se virou. – O nome dele é Faurinho!
— Ué, não sabia que você colocava nomes em seus pokémon.
— Eu não coloco. É que o Faurinho foi entregue a mim por...uma pessoa muito especial que conheci em Hoenn.
   Alice notou que os olhos da amiga pareceram lacrimejar ao dizer tal coisa mas então notou o que estava acontecendo atrás dela.
— Crystal, cuidado! A batalha!

     Ao se virar, a treinadora viu seu Breloom ser atingido por um Fury Attack do Beedril  de Bugsy, que o atingiu com quatro golpes consecutivos.
— Ei, não pode atacar sim!
— Claro que posso! – falou Bugsy para Alice. – A batalha já tinha começado e a culpa é dela se não está prestando atenção!
   Crystal percebeu, no olhar de Bugsy, que ele não era um líder de ginásio tão desinteressado quanto fizera parecer no primeiro momento. Mas estava preparada. Percebendo que seu Breloom se levantava e mostrava-se capaz, decidiu partir para a ofensiva.
— Faurinho, Brick Break!

    O Pokémon correu na direção do Beedril e saltou contra o mesmo, certando o Pokémon abelha com um soco. O Beedril tombou para trás e então a voz de Bugsy ecoou.
Poison Sting!
  O Beedril lançou uma ferroada com uma de suas patas nas costas do Breloom que gritou e foi ao chão. Quando ele se levantou, sentiu uma tontura e seu corpo começou a arroxear enquanto o Beedril voava para pegar velocidade com o próximo ataque.
— Ah não, ele foi envenenado!  - falou Alice.
— Faurinho vamos pro ataque final! Sandstorm!
  Uma camada de areia pairou na arena, fazendo o Beedril não saber qual direção atacar.
— Isso pode evitar um golpe mas...aie!
   Breloom, mesmo sentindo os efeitos do veneno,  havia emergira em meio a tempestade de areia, atingindo o Beedril com um Headbutt e o levando a nocaute.
— Nada mal... – Bugsy lançou outra pokébola. – Vai Ledian!

   Enquanto Crystal recolhia o Breloom e liberava o Numel, Alice se manifestou.
—  Para quem xingou o Ledyba do Vanderlei, é meio irônico ver você com um Ledian.
— Ledybas são morféticos, mas Ledians são esplendorosos e eu vou mostrar!
— Não se eu o derrotar primeiro! Numel, Fire Spin!
— Ledian, use Silver Wind!
   As rajadas de vento cortantes criadas pelas asas translúcidas do Ledian afastaram os jatos de fogo que Numel expelira em sua direção e com mais um golpe desses, o Pokémon camelo foi atingido com força e o fazendo perder o equilíbrio.
    Crystal percebeu que Numel sentira o golpe pelo lamento que soltara, mas ele se pôs de pé, provando que ainda poderia lutar.
— Numel, ataque com Fire Spin de novo!
— Muito lento! – comemorou Bugsy. – Ledian, Focus Blast!
  Crystal soltou um grito em conjunto com seu Pokémon quando este foi atingido pelo violento golpe, que fez o Numel literalmente voar e acabar rolando pelo chão. Quando parou de rolar, ele já estava desacordado.
— Não adianta seu Pokémon ter um tipo vantajoso contra o meu se ele não tem nível suficiente para combatê-lo.
  Crystal sabia disso. Recolheu o Numel e olhou para o painel. Com Breloom envenenado, só lhe restava um Pokémon enquanto Bugsy ainda tinha dois aptos para lutar.
  Puxou a pokébola na qual colara um adesivo em forma de chama.
— Eu conto com você, parceiro.
  Lançou a pokébola e dela surgiu um altivo Blaziken.

— Opa, aí sim! – Bugsy riu. – Agora finalmente melhorou. Mas não vou aliviar! Ledian, Focus Blast!
    O Ledian atacou com um soco, mas Blaziken bloqueou o golpe. Ele tentou atacar mais algumas vezes, mas  o Pokémon de fogo continuou bloqueando os ataques e na primeira brecha, saltou no ar e atingiu o Ledian com um potente Black Kick que queimou o corpo do Ledian e o mandou para  fora da arena. O Pokémon bateu no vidro e caiu derrotado.
— Como assim?! – gritou Bugsy.
— Blakziken é meu Pokémon Inicial e um dos mais fortes do meu time!
— Então vamos ver como ele se sai diante desse aqui!
  Ele lançou a pokébola, dela emergindo um Scyther. Ambos Pokémon se encararam em silêncio por alguns segundos e então o Scyther soltou um grito de batalha e atacou com Air Slash.
— Blaziken, Fire Punch!

    Apesar da notável velocidade do Scyther, Blaziken conseguiu bloquear seu golpe para logo em seguida mandar um soco de fogo, o qual Scyther conseguiu desviar. Ambos pokémon começaram a trocar golpes, socos, lâminas e chutes sendo ora atingidos, ora bloqueados. Ambos Pokémon mostravam estar no mesmo nível de habilidade a forma como atacavam e se defendiam era tal que os treinadores não encontravam brechas para quer pudessem contra-atacar de forma efetiva.  E com o tempo, isso começou a deixar ambos Pokémon visivelmente cansados.
   Mas no momento em que o Scyther precisou dar um curto voo para trás a fim de desviar de um chute de fogo, Crystal resolveu arriscar.
— Blaziken, Flamethrower!
Air Slash!

    O golpe dispersou as chamas e atingiu Blaziken, que deslizou para trás e apenas conseguiu bloquear com os braços as lâminas de Scyther no último momento. E foi no momento em que percebeu que ambos braços do Scyther estavam ocupados, que Crystal viu a chance.
— High Jump Kick!  
   O golpe atingiu em cheio o abdômen do Scyther, que conseguiu usar Slash contra o inimigo antes de cair pelo golpe. O golpe do adversário também feriu Blaziken e ambos Pokémon cambalearam para se manterem em pé, seus status quase no fim. Crystal sabia que o próximo golpe seria o último, tanto para Blaziken quanto para Scyther. Venceria o que fosse mais rápido.
—  Vacuum Wave!
— Match Punch!

   Ambos Pokémon atingiram seus adversários na cabeça ao mesmo tempo. Um silêncio pairou por segundos e então o ruído do corpo dos dois caindo ecoou no local.

— É, parece que empatamos... – murmurou Bugsy recolhendo o Scyther . – Gostaria de marcar uma nova tenta...
— A Crystal venceu! – anunciou Alice apontando para o painel na parede. – Veja! O Breloom dela mesmo envenenado não foi a nocaute!
   Bugsy olhou para o painel na parede, notando que o status de combate do Breloom ainda estava ativo. O único ativo ali.
— Caramba! E não é que é mesmo? – ele colocou as mãos na cintura. - Estou impactado! Mas você venceu e aqui está sua insígnia.
  Crystal recebeu a insígnia Colmeia em uma caixinha.
—  Desejo boa sorte em sua jornada, que não é fácil.  
— Sim. Minha primeira jornada em Hoenn me ensinou muito isso.
— Você já tem uma experiência, isso vai ajudá-la muito. Agora pode ir lá na recepção e peça ao atendente que te entregue o brinde e também um Antídoto para seu Breloom.

   Crystal agradeceu e ela e Alice se despediram de Bugsy, descendo as escadas em direção á saída do ginásio.
— Se saiu super bem, Crystal!
— Não tanto quanto eu pensava. – ela murmurou. – Preciso melhorar muito como treinadora. Só assim meus Pokémon poderão ter mais vitórias e menos derrotas...

~*~

  
      O refeitório na base da Equipe Rocket se localizava em um galpão próximo aos alojamentos no lado oeste do prédio principal. Era um grande espaço que no passado fora refeitório dos soldados quando o local ainda era uma base militar construída durante a guerra civil entre Kanto e Johto.
   Mondo  detestava aquele lugar. Não por ser um refeitório – a comida até que era boa e o local bem organizado, mas por ser o local em que os soldados Rockets costumavam se reunir, principalmente á noite, como agora.

   Não que ele fosse antissocial, pelo contrário. Sempre gostara de fazer amizades, mas não com aquela gente. Como havia se tornado secretário particular de Igni, ele tinha acesso a fichas de praticamente todos os agentes Rockets. E ocasionalmente ele precisava acessar alguma informação ou acrescentar algo e com isso acabava descobrindo sobre cada um. Desde informações físicas quanto status de missões e até mesmo informações do passado do agente antes de entrar na organização.
   E quando Mondo olhava para o rosto de cada agente Rocket, sua bendita boa memória o lembrava quem aquela pessoa era e o que tinha feito antes de entrar na organização. Porque, quando se entrava na Equipe Rocket, você abdicava de sua vida anterior para recomeçar a serviço da organização e não importava quem você era ou o que tinha feito.

   Aquilo poderia soar como uma promessa de recomeço e para alguns  realmente era. Mas a Equipe Rocket era antes de tudo, uma organização criminosa e bem, isso explicava muito sobre boa parte dos tipos de pessoas que nela estavam.
   Ambição era o principal motivador para os que entravam na organização. Mas havia outros motivos. E enquanto andava pelo refeitório, evitando olhar muito tempo para alguém, Mondo sabia que estava no meio de tudo que era tipo de criminosos.

   O garoto apressou o passo para pegar o almoço que era servido por um agente Rocket barrigudo e emburrado de meia-idade. Olhou para a descrição do prato do dia: macarrão com salsicha e purê. De novo.
   A alimentação fornecida para os agentes de baixa patente sempre deixava a desejar, mas era melhor do que nada.
   Após pegar seu prato, olhou ao redor. Alguns Rockets o encararam de volta com expressão de ameaça e prontamente Mondo desviou o olhar.

   Embora houvesse várias mesas que ainda tinham lugares disponíveis, Mondo não foi em nenhuma delas, pois sabia que não era bem vindo. Optou por sentar-se sozinho em uma pequena mesa no canto.  Começou a comer enquanto ouvia o som das conversas e o tinir dos talheres, vez ou outra ouvindo uma referência a si.
   Mondo engolia as garfadas sem mastigar muito, tentando ignorar tudo ao redor para terminar e sair o mais rápido dali. Não tinha a intenção de espionar ninguém, mas se abrisse a boca pra falar algo, temia a atitude que poderiam ter e ninguém ali ficaria do seu lado.
   Alguém colocou uma bandeja de comida á sua frente e ele ergueu os olhos temerosos, então sentindo alívio ao exclamar:
— Dô-Domino! Você por aqui?

    A garota de cachos loiros deu um risinho e sentou-se na frente dele. Ela usava seu vestido preto justo com um grande R bordado, as botas brancas e a boina rosa.
— E ai, Mondo. Eu que deveria estar surpresa de te ver aqui no refeitório. Na verdade, fico surpresa de ver você fora da base.
— É que...eu quis sair para arejar um pouco. Passar sete dias por semana dentro daquelas paredes grossas acaba cansando depois de um tempo.  Mas acho que era melhor ter ficado lá... e você? Quando voltou?
— Acabei de chegar e vim direto aqui pra ver o que tinha pra comer. – ela olhou para o próprio prato. – Mas pelo visto o cardápio continua o mesmo.
— O senhor Igni tinha lhe enviado em missão e pelo que vi no banco de dados, você tinha previsto que iria retornar só semana que vem.
— Conclui o trabalho antes. E como não tinha nada melhor pra fazer, decidi voltar. – ela deu uma garfada. – E não precisa chamar o Igni de senhor quando conversa comigo, na boa.
— Prefiro manter isso sempre para não correr o risco de me esquecer! – ele deu um sorriso curto de nervoso. – Não quero perder meu cargo, ainda que geral iria comemorar se isso acontecesse...mas me conta. Como foi trabalhar no Goldenrod Dept. Store?
— O local em si até que é legal, porque tem bastante coisa mas as pessoas eram um porre! E os clientes...nossa, cada treinador tapado que não entendem nem o básico dos produtos que querem levar que até dá vontade de dizer a real de que eles sequer vão passar nas preliminares da Liga Pokémon e muito menos derrotar a Elite4! Mas no fim das contas, minha personagem de vendedora estagiária deu certo para enganar o tal “Eusine Colecionador e Estudioso Pokémon, ao seu dispor”. Você tem noção que ele se apresenta falando isso?
— Então a missão foi um sucesso!
— Lógico. Eu não sou agente de voltar pra base sem ter concluído uma missão! Se quiser depois te conto os detalhes. Sério, tem muita coisa pra rir.
— Você e o tal colecionador por acaso...
— Arceus me livre, não! – Dômino foi enfática. – Não tive que me sujeitar a nada. Ele pode ser rico e estudioso, entender do que faz, mas em matéria de relacionamento é um completo tapado! Foi até divertido fazê-lo acreditar que tinha encontrado alguém que se apaixonou por ele e depois quebrar suas expectativas com um tapa e um roubo. A cara dele era tão besta quando ele percebeu, que eu deveria ter fotografado pra transformar em um meme!

   Mondo acompanhou ela na risada, ainda que de forma um pouco forçada. Dômino era a única pessoa de toda a Equipe Rocket com quem ele sentia-se confortável e com quem desenvolvera uma amizade sincera.
   Mas ás vezes algumas condutas atuais dela o preocupavam um pouco. E sabia que uma parcela disso era uma certa influência. Mas não ousaria falar sobre isso.

— Bom, e os artefatos? – Mondo decidiu mudar o rumo da conversa. – Não é meio arriscado deixar nos seus aposentos? Anda rolando boatos de que alguns agentes tiveram seus pertences furtados dentro de seus dormitórios...
— Eles estão aqui. – ela apontou para a maleta  ao seu lado enquanto bebia o suco do copo.
— Dômino, como você traz pro refeitório algo valioso desses?! – ele olhou ao redor para assegurar que ninguém prestava atenção neles. – Pelo que eu sei, isso são artefatos antigos e é arriscado...
— Arriscado é se continuarem servindo esse suco horrível! - ela empurrou o copo para o lado. – Ninguém vai suspeitar o que tenho aqui. Se ficar parecendo que está tenso, os outros percebem e usam isso contra você, já disse. É só agir naturalmente. Agora me conta! Já conseguiu se declarar para o Buson?

    Mondo engasgou violentamente com o macarrão que comia e precisou tomar um longo gole de suco para fazer a comida descer. Algumas pessoas notaram o engasgo do rapaz, mas um olhar de Dômino os fez voltarem a seus afazeres. Ele ainda estava corado pelo engasgo pela pergunta quando Dômino deu uma risadinha e se inclinou na direção dele.
— Pelo visto não. Mondo, se continuar só no platônico não vai acontecer nada. E vai surgir alguém primeiro e passar na tua frente! Joga uma indireta, um charme...
— De-de jeito nenhum!– o garoto estava quase tão vermelho quanto o molho do macarrão. – O senhor Buson mal me conhece e chega desse assunto! Que coisa...

    Dômino suspirou mas acatou ao pedido. Tentou comer mais um pouco mas desistiu.
— Isso aqui está intragável. Sabe se o Igni está na base?
— Está sim.
— O reizão está com ele?
   Mondo demorou alguns segundos para perceber a quem ela se referia.

— Ah, não! Ele teve que sair hoje mais cedo. – abaixou mais a voz. – Parece que foi em missão, mas não sei detalhes. Tudo relacionado a isso é feito á portas fechadas e sigilo absoluto. Mas teve helicóptero e alguns agentes foram escalados.
— Poxa que pena...desde que você me falou dele, fiquei bem curiosa para conhecê-lo e ver se é mesmo tudo aquilo que você falou.
— Com certeza oportunidade para vê-lo não vai te faltar.
— Bom, eu vou indo. Tenho de entregar esses artefatos .
— Tá. Se quiser podemos ficar no dormitório depois, colocando os papos em dia...
— Hoje tenho certeza que não vai rolar. – ela pegou a maleta. – Sabe como é...Igni.
— .Entendo...mas espera! – ela já estava levando sua bandeja para o lixo quando Mondo se levantou e fez o mesmo. Eu tenho de voltar pra base e terminar de organizar a agenda para amanhã antes de poder ir pro meu dormitório.
— Ótimo, vamos juntos e você vai me contando sobre as fofocas mais recentes dos agentes.
— Eu não sou fofoqueiro!
— Ah, claro que não. – ela riu, andando de braços dados com ele. - Você é só...bem informado e tem de compartilhar as informações  com sua amiga! Agora chega de fazer drama e vai me contando os podres!
    Mondo suspirou com um sorriso nos lábios enquanto eles saíam do local.

~*~

 Igni tirou os artefatos da maleta e os dispôs sobre sua mesa, observando-os demoradamente. Eram três lâminas, manchadas e enferrujadas pelo tempo. Mas ainda conservavam uma certa beleza e muito mais do que isso.

— Quando me falou sobre elas, eu pensei que eram  armas mais bonitas como joias. Mas parecem como pedra gasta.
— Foram bonitas na época em que foram forjadas e usadas.  E o que temos aqui é só uma pequena parte delas.
— Então não é o suficiente? – Dômino terminara de se servir um taça de vinho na bancada.
— É o suficiente para o que é necessário. – ele ergueu uma das lâminas na altura dos olhos e a observou. – Ainda contém a marca de sangue da vida que tiraram.
— Depois de tantos séculos o sangue manteve-se impregnado?
— Obviamente que não. Isto aqui foi muito manuseado e enterrado. Mas existem marcas que, embora não se possam ver, ainda estão aqui. E elas são abertas à magia para quem souber como utilizar.
— Não acredito em magias.
— Fala porque não viu a transformação do rei com seus próprios olhos. Até o mais cético pode se tornar crente diante disso.

    Dômino se aproximou da poltrona em que Igni estava sentado, ficando a poucos centímetros de distância. O rapaz passou delicadamente a ponta lâmina que segurava por entre as coxas da garota, subindo devagar por baixo do vestido. Ela sentiu quando a lâmina cortou uma tira da calcinha que usava, fazendo a peça deslizar até o chão.
— ...a lâmina continua afiada, como pode ver.
  Dômino sentou-se em seu colo, pressionando sua intimidade contra a dele.
— ...gosto quando já está assim.
— Senti sua falta, Igni.

    Ele sorriu, colocando a lâmina sobre a mesa e soltando os cabelos dela. Suas mãos deslizaram pelo corpo da jovem sobre o vestido, explorando cada parte enquanto ela abria seu cinto e deslizava um pouco suas calças pra baixo.
— Já disse que fica deliciosa nesse vestido de agente?
— Já disse que fica excitante nessa cadeira de líder?

   Os beijos iniciaram de forma voraz, provando o desejo que ambos necessitavam. Igni segurou os cabelos dela, trazendo mais para cima de si, enquanto Dômino enroscava seu corpo ao dele, sentindo o volume que roçava contra si. Endireitou-se sobre o colo dele e quando seus corpos se encaixaram, soltaram um suspiro de satisfação juntos.
  O primeiro contato já queimava seus sexos e quando ela começou a se movimentar, a sensação de prazer  tornou-se saborosa. Igni segurou a cintura dela com ambas mãos, ajudando no ritmo dos movimentos.

   Dômino gemeu, suas mãos apertando os ombros dele. Aquilo era muito bom e Igni movimentava-se por baixo dela daquele jeito que atingia exatamente seu ponto mais sensível. O prazer era crescente a cada estocada e ela podia sentir que ele gostava pela forma como suas mãos apertavam-lhe a cintura e as coxas. E quando as mãos dele foram até sua bunda a empurrando para que entrasse mais fundo, Dômino aumentou a velocidade dos movimentos, sentindo o prazer ir se alastrando pelo corpo.
  Igni mordeu os lábios, vendo-a se movimentar em cima dele. Interessante como ela conseguia lhe causar esse prazer através de seus gemidos e do calor no meio das pernas. Já Dômino sorriu, satisfeita pelo prazer de ver como ele reagia, sem vergonha de gemer quando ela rebolava de determinado jeito.    Quando seus olhos se encontraram, ela quase podia sentir que se afogava no prazer daqueles olhos bicolores. Deixou que o prazer dominasse seu corpo, porque com Igni aprendera a não sentir nenhum pudor.

~*~


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Notas finais do capítulo

Terminando o capítulo aqui...

Ufa, digamos que com essa última cena, a fic começa a justificar sua classificação etária. XD
Ainda que eu precisei deixá-la mais curta e menos detalhada por conta do tamanho do capítulo.
Espero ter pego algum leitor de surpresa mas a ideia de colocar Dômino com Igni era algo que acabei desenvolvendo e que poderei trabalhar de uma forma bem interessante e por que não, intrigante?
Na ideia inicial de coisas da fic lá de anos e anos atrás, isso sequer aconteceria (Igni sequer existia na época dos primeiros rascunhos da fic) mas eu achei que poderia aprofundar a índole dos personagens e Dômino seria uma das melhores para isso. E vamos lá, nenhum personagem da minha fic é puritano como bem podem perceber.

Aos poucos os personagens vão se mostrando mais, e agora Crystal e Alice voltarão a ter um maior foco, até porque não é a jornada de batalhas o que mais quero trabalhar nelas. Inclusive pretendo abordar a ligação de Crystal com seus pokémon, pois cada um que a acompanha tem uma história (como ela explicou como encontrou o Aron por exemplo).

Por enquanto é isso. Nos vemos no próximo capítulo!



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