Universidade Smogon escrita por Petra del Rei


Capítulo 28
Capítulo 28 – O Filho do Herói


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!

No capítulo passado, vimos como se iniciou a semana segunte à da avaliação. Houveram mudanças nos estratos. Conversando com Zygarde, Starmie sabe mais sobre o dragão que o derrotou e também um pouco sobre o Greninja. Scizor procura ajuda no Conselho Estudantil. Ela conversa com a presidente Aegislash sobre seus temores. Será que a espada está disposta a ajudá-la?
Esse capítulo vai ser um mini-arco sobre o pessoal desse conselho. Realmente só vai ser um capítulo mesmo. O próximo já vai ser início de um novo arco!
Espero que tenham uma boa leitura!



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Scizor tinha saído da sala do Conselho Estudantil, enquanto que Aegislash e Greninja permaneciam na salinha de trás.

— Greninja! Dê uma olhada na janela para ver se Scizor realmente foi embora! – pedia a espada.

O sapo prontamente abriu uma pequena janela. Colocou a cabeça fora e ficou alguns minutos analisando.

— Ela já foi!

Aegislash começa a discar no seu celular:

— Heatran! Venha para a sala do Conselho Estudantil A-G-O-R-A!

— O que houve Aegislash! – o sapo não deixa de notar a expressão séria de sua companheira.

— Esse Heatran aprontou algo bem grave dessa vez! – diz a fantasma em um tom irritado - Ele vai me ouvir! Juro que vai!

Em poucos minutos o Pokémon magma chega. Ele entra na reservada sala para que os três Pokémon pudessem se reunirem discretamente.

— Heatran! – Aegislash vai direto ao assunto – agora a pouco eu recebi uma denúncia grave a seu respeito!

— O que falaram de mim! – pergunta o Pokémon magma meio receoso.

— Você anda assediando uma aluna! – respondeu a espada – a Scizor veio até mim e me disse que você está a importunando.

— Mas essas fêmeas são exageradas mesmo! – Heatran se defende – eu só fiz algumas propostas para ela. Tá bom que ela tem o direito de recusar, mas acho que ela não precisava vir aqui para me enredar...

— Deixe de conversa fiada Heatran! A gente te conhece! - cortou Greninja – eu sei que você deve ter insistido, mesmo com a insetinha se tremendo de medo.

— Eu percebo que você tem um cetro... fascínio por Pokémon que te temem! – expõe Aegislash - você percebe que a Scizor morre de medo de Pokémon de fogo e isso meio que desperta um desejo de você tentar dominá-la pelo medo, não é isso Heatran? – ela o interroga enquanto analisa as reações do seu colega. Ela observa ele mexendo suas patas dianteiras e desviando o seu olhar. Esse nervosismo confirma que sua dedução estava certa.

— Er... mas é errado desejar um Pokémon tão belo como Scizor! – argumenta o ígneo – e você até tinha me prometido que iria me ajudar a aproximar-me dela.

Aegislash suspira – sim... eu havia prometido! Mas depois da acusação que recebi dela, creio que isso não seja mais possível por enquanto. Para a sua sorte, fui a primeira escolha dela no quesito de pedir ajuda. Por isso, você vai ter uma oportunidade de se safar dessa!

— Me safar dessa? Então havia uma possibilidade de eu me encrencar? – questiona Heatran.

— Lógico que tinha! – continua a espada – e isso não seria ruim só pra você, mas também seria péssimo para a reputação do Conselho Estudantil. Então escute o que vou te dizer: primeiramente, fique longe da Scizor! Pelo menos até o fim desse semestre. Eu já pedi pra ela pra não contar para mais ninguém. Então eu lhe prometi que eu iria “te investigar, e depois te expulsar e te denunciar”. Porém, como você é um precioso membro do Conselho Estudantil, o máximo que posso fazer é “fazer de conta” que te suspendi do conselho por motivos “confidenciais” – ela gesticula com os dedos indicando aspas – então, você está disposto a colaborar com esse plano?

— Não gostei do fato de ter que ficar até o fim do semestre longe da Scizor! – reclama o ígneo.

— É o único jeito! – impõe Aegislash – eu estou me aproximando de Scizor. Agora ela confia em mim. E isso pode ser útil para nós. Se você se comportar até o fim do semestre, quem sabe no próximo eu possa te ajudar a se aproximar dela.

— E Heatran, o Landorus não pode nem sonhar que você anda se envolvendo nesse tipo de coisa! – lembra Greninja.

O Pokémon magma se treme de medo. Ele sabe que Landorus é um Pokémon com um forte senso de justiça e não admite que colegas façam certos atos que ele considera imoral. Heatran sempre tenta manter uma boa relação com o terrestre. Mas na verdade tem muito medo dele e evita ao máximo contrariá-lo.

— Vocês não vão falar isso pra ele, vão? – pergunta o ígneo temeroso.

— Se você se comportar, isso não será necessário! – responde Aegislash.

— Se ele souber disso, com certeza vai te colocar a sete palmos debaixo do solo! – aponta o aquático.

— Ok! Vocês me convenceram! – suspira Heatran – vou fazer isso pelo bem da reputação do Conselho. Vou ver se eu aguento até o fim do ano. Se bem que... – ele começa a olhar para Aegislash de forma maliciosa – se ao menos você me ajudasse com isso...

Ele ia erguer a pata na tentativa de tocar a Aegislash. Porém Greninja segura firma a pata do ígneo. O sapo lhe lança um olhar ameaçador. Enquanto que a espada permanecia calma e não esboçava nenhuma expressão de temor.

— Experimenta tocar a Aegislash com suas patas imundas! Experimenta! Se fizer isso vai ser a última coisa que fará em sua vida! – diz o aquático enquanto empurrava Hetran de forma rude.

Então Aegislash se aproxima do ígneo e segura o seu queixo. Ela o encara com um olhar frio e destemido:

— Escute aqui Heatran! Lembre-se que somos os seus amigos. E por causa disso é que ainda estamos te dando uma chance! Mas na próxima vez que você vacilar, não vai ter ninguém para te salvar! Nós vamos te deixar na míngua. Isso é, se não for punido primeiro pelos membros do Conselho.

— Entendido... – finalmente Heatran assentiu.

— Ótimo! E parece que tem mais alguém que sabe disso, não é? – aponta a espada.

— Foi o Bisharp! O idiota quis dar uma de herói! – se lembra Heatran – então pode deixar que eu me encarrego desse aí!

— Que seja Heatran! Pode fazer o que quiser com esse aí! – autoriza Aegislash – mas não quero que ninguém mais saiba desse fato. Nem mesmo os outros membros do Conselho. Quero manter a boa reputação dele!

— Que seja Aegislash! – responde o ígneo.

— Então, é só isso! Não temos mais nada para conversar!

— Então se me dão licença! – Heatran resolve sair da sala.

A porta se fecha, sobrando apenas Aegislash e Greninja na sala. A espada se senta na poltrona e coloca a mão na guarda, suspirando aborrecida:

— Nós temos que ficar de olho nele!

— Dessa vez Heatran passou um pouco do limite! – aponta Greninja. Ele senta no braço da poltrona de onde sua amiga estava sentada.

— Precisamos dele como aliado já que é um dos Pokémon mais poderosos da universidade. Mas é cada podre que temos que encobrir! – suspira a fantasma.

— Como se nós não tivéssemos nossos próprios podres! – o sapo dá um sorriso debochado.

— Sim! Eu tive que encobrir cada coisa vinda de você! – lembra Aegislash – desde o ensino médio!

— Pois é! Não posso negar que você me ajuda muito! – Ele apoia o braço nas costas dela – mas por causa disso, eu acabei percebendo que você não é a santinha na qual todos te conhecem!

— Eu só faço o que é preciso! – argumenta a fantasma. Ela se vira para encarar o sapo nos olhos – naquela hora a Scizor estava tão indefesa. Foi comigo que ela se sentiu mais segura. Acho que ela vai ficar tão agradecida que fará qualquer coisa por mim. E vou fazer um bom uso dela!

— Manipuladora como sempre! – sussurra Greninja.

— Sempre temos que usar as peças ao nosso dispor! – a espada tenta puxar o aquático para mais perto de si.

— Acho que essas coisas que você tem que resolver como presidente do Conselho te deixam meio estressada! – o sapo também se vira para sua companheira e começa a lhe acariciar em sua guarda – que tal relaxar um pouco?

— Não seria uma má ideia! – ela fecha o olho para aproveitar a caricia do sapo.

— E será que sou só mais uma peça sua? – agora o sapo pergunta isso de forma mais provocante.

— O que você acha? – Aegislash envolve o aquático com seus longos braços. Ela começa a lhe acariciar as costas. Então ela sussurra de forma sedutora – não gostaria de ser “manipulado” por mim agora?

Greninja desce para o acento da poltrona e puxa Aegislash para junto de si. Ele sente corpo gelado da Pokémon metálica em sua pele. E a espada sente a comprida língua do sapo passando pelo seu escudo. E o sapo começa a beijá-la acima do seu olho.

Eles ainda vão permanecer um bom tempo ocupados naquela sala.

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Quatro dias depois:

Em uma sexta feira, eram sete horas da noite quando oito Pokémon chegaram em frente a um salão de festas localizado ao extremo leste da cidade de Fuchisia. O lugar é um largo prédio branco, cujo aluguel por noite é bastante caro. A Universidade Smogon ficava mais ao centro-norte dessa cidade. Se for de ônibus, da universidade até esse prédio levaria cerca de vinte minutos. Os Pokémon presentes são Blaziken, Lopunny, Landorus (ele estava em sua forma Encarnada, na qual tinha aparência humanoide e flutuava em uma espécie de uma nuvem), Ferrothorn, Clefable, Greninja, Heatran e Rotom (estava na forma Dex). Todos eles tinham sido convidados para uma festa que ocorrerá nesse lugar. Eles tinham chegado de carro que era conduzido pelo Landorus. No portão do salão, haviam dois Pangoros de óculos escuros que faziam a segurança do local. Os Pokémon se aproximam deles e lhes mostram os convites. Os seguranças os autorizam a entrarem.

Eles subiram uma escada para chegar ao local da festa que fica no primeiro andar do prédio. Quando chegaram lá é que eles ficaram encantados com a beleza do lugar. Um grande salão com o piso e paredes brancos. Haviam diversas colunas brancas com diversos desenhos esculpidos nelas enfeitando o salão. Havia um enorme lustre formado por vários cristais e velas. E ainda diversos lençóis de cetim decolado com diversos lírios brancos e roxos enfeitando as colunas e paredes.

Haviam diversas mesas bem abastecidas com salgados, e vários tipos de frutas. Haviam até mesmo frutas mais raras e caras de se conseguir como Starf, Custap e Lansat. E também têm tigelas de ponche com a concha para que os convidados se servissem.

Entre os Pokémon que estavam no salão, a maioria deles são Pokémon do grupo Mineral. Entre espécies encontradas, observa-se principalmente Klefkis, Probopass, Doublades e Aegislashs. Devem ser parentes da Aegislash que está aniversariando hoje.

— Nossa! Esse lugar é divino! – Clefable, que estava usando um cordão com uma pedra quartzo e um par de brincos nas orelhas. Estava maravilhada com a beleza do lugar – parece um salão de baile em um castelo de contos de fada.

— E está cheio de gente chique! – comenta Lopunny, que usava um laço branco em uma de suas orelhas. Ela observava os outros convidados.

— Só queria que tivessem músicas melhores! – Landorus não estava gostando muito da música ambiente – é sério que só vai ficar tocando gospel?

Em um local mais a fundo, havia uma banda formada por dois Kricketunes que tocavam violino, uma Gardevoir que tocava piano, um Swanna que tocava violão e uma Altaria (não é a mesma da classe UU) que cantava com uma bela voz soprano. É uma banda gospel que será encarregada do som ambiente dessa festa.

Então a aniversariante apareceu em um palco que havia no fundo do salão. Ela estava acompanhada por outros dois Aegislash mais velhos e com aparência mais desgastada. Eles eram seus pais. Por outro lado, a jovem espada estava deslumbrante. Ela estava mais brilhosa do que nunca. Seus colegas sabiam que ela se ausentou das aulas na parte da tarde daquele dia para passar horas sendo lustrada e lixada em um salão de beleza especializado. E ela também usava um colar de pérolas. Na mão esquerda, ela usava uma pulseira com algumas pedras preciosas e uma lasca de Corsola. E havia um enfeite com forma de um lírio branco fixada junto ao seu cabo.

— Arceus! Ela parece um anjo! – Ferrothorn estava encantado pela beleza de Aegislash.

— Boa noite pessoal! – o pai de Aegislash cumprimentava os convidados – agradeço a presença de vocês para comemorar o décimo nono aniversário de minha filha!

Os convidados ouviram o discurso do senhor Aegislash, um empresário que é dono de uma tradicional empreiteira que é tocada por sua família há várias gerações. Depois de alguns minutos, os convidados bateram palmas, e logo, se formou uma fila para que cada um possa felicita-la. Os seus colegas da Smogon resolveram esperar um pouco e se dispersaram pelo salão. Eles vão esperar a colega ficar livre dos seus deveres com outros convidados para posteriormente falarem com ela.

Então que Ferrothorn resolve chamar o Greninja para uma conversa reservada:

— Ei Greninja, vamos para aquele canto para que ninguém nos ouça!

O sapo acata o pedido e eles vão para um canto pouco movimentado.

— Er... Greninja... eu pretendo me declarar para Aegislash hoje! – confessa o vegetal.

— Sim! E o que eu tenho haver com isso? – questionou o noturno.

— É que, pelo que eu sei, você e Aegis são amigos próximos desde o ensino médio, não é mesmo? É que queria te perguntar se não teria problema com isso, teria? – Ferrothorn pergunta meio temeroso.

— Ah! É isso? – fala o sapo – é como você disse! Aegis e eu somos amigos! Apenas amigos! Por mim, não tem problema tentar algo com ela! Desde que a trate com respeito, é lógico!

— Acha que tenho chances com ela? – Ferrothorn ainda apresenta dúvidas – será que a família dela vai me aceitar?

— Pelo menos em relação a família você pode ficar tranquilo! – responde Greninja – você é de uma renomada família de combatentes, não é? E até mesmo a sua mãe tinha lutado ao lado de meu pai, que foi um grande herói. Eles foram responsáveis por salvar o mundo. Acho que os pais dela vão gostar de ver a filha com um Pokémon mineral que é filho de uma grande heroína.

— Pode ser! Mas ainda não sei se Aegislash vai me aceitar!

— Aí você só vai saber tentando!

— Você tem razão Greninja! – disse o vegetal mais confiante – obrigado por me escutar! É bom saber que nós meio que herdamos a amizade de nossos pais!

Assim que Ferrothorn saiu, Greninja começou a perambular pelo salão.

“Herdar amizade de nossos pais... menos Ferrothorn, menos!”

Um outro Pokémon entra no salão. O sapo ficou impressionado pela presença imponente dele. Ele era bem grande, tinha corpo cinzento e andava sobre suas seis patas. Havia listas negras e vermelhas horizontais que percorrem a partir do pescoço e vai até a barriga. E também tinhas temerosas asas negras. Greninja conhecia esse Pokémon. Ele é Giratina, um grande empresário do ramo das financeiras e um investidor e conselheiro da Smogon. Ele vai até aonde está a família de Aegislash para felicitar a aniversariante. Só de olhar para ele, o noturno percebe que Pokémon dragão noturno, mesmo tendo desvantagem nas tipagens, seria um adversário terrível para ele.

— Boa noite senhorita Aegislash! Estou aqui para lhe desejar Feliz Aniversário! – Giratina a cumprimenta educadamente abaixando um pouco a cabeça.

— Obrigada!

— Pelo visto, está trabalhando duro para se preparar em herdar o legado de seu pai! – continuava o dragão – sempre tivemos boas relações nos negócios. Espero ver seu desenvolvimento nessa jornada!

— Desde cedo que minha querida filha trabalha duro para que possa toca os negócios da família no futuro! – comenta o pai dela – ela só nos dá orgulho.

— Sem falar que na faculdade, ela é o grande destaque do curso! – continua a mãe dela – ela não é só a monitora do estrato mais alto da Smogon como também representa os alunos sendo a presidente do Conselho Estudantil.

— Hum... é bom saber disso! – Giratina esboça um misterioso sorriso – ter uma proximidade com você pode me ajudar muito...

— Te ajudar... como? – a jovem espada pergunta meio receosa.

— Vai saber no tempo certo! – responde o dragão – mas agora senhor Aegislash, gostaria de tratar sobre os resultados da bolsa de hoje.

Então Giratina e o pai da aniversariante começam a dialogar sobre os negócios. A garota retomou na sua atividade de ser cumprimentada pelos convidados.

Enquanto isso, Greninja continua suas andanças sem rumo pelo salão. Ele pega um copo de ponche e vai bebericando o líquido enquanto observa atentamente os outros convidados. Landorus, Blaziken e Heatran estavam aproveitando a boca livre para encherem a pança. Lopunny e Clefable estavam fazendo diversas poses para tirar fotos com a ajuda de Rotom.

— Não se esqueça de mandar as fotos para o grupo do Conselho! – falava a Pokémon rosada.

E Ferrothorn estava murmurando pelos cantos. Pelo visto, estava criando coragem para tentar cortejar a Aegislash.

O sapo permanece andando. Ele repara que alguns dos outros convidados o reconhece.

— Você viu? Então este é o filho do herói?

— O Greninja que salvou Kanto?

— Ouvir dizer que ele está entre os melhores da Smogon!

— Ele poderá ser um bom parceiro para a senhorita Aegislash!

— Se ele fosse um Pokémon Mineral, acho que daria até um bom par com a senhorita Aegislash!

Então até mesmo a alta sociedade admira os feitos de seu pai. E colocam as mesmas expectativas em si. Greninja sente seu orgulho inflar por causa disso. Ele gosta de ser admirado por onde passa. Sempre foi assim desde sempre.

Ele acaba chegando em uma sacada que fica do lado de fora. Parece um lugar agradável de se ficar, já que não tinha ninguém e não precisaria ficar ouvindo essas canções de louvor a Arceus. Na verdade, ele se irrita com esse tipo de coisa. Ele pensa que aqueles que se apegam a alguma religião ou entidade sagrada, na verdade são fracos e que são incapazes de agirem por si só.

Ele se apoia no parapeito e admira as luzes da cidade de Fuchisia. Dá até para ver o Bosque do Carvalho ao fundo, de onde se localiza o Campus Frontier. E também ele observa a lua na forma minguante. Então ele começa a divagar o seu passado.

Ele é filho adotivo de um casal formado por um Toxicroak e uma Politoed. Eles sempre o trataram com muito carinho. Foi no jardim de infância que ele começou a perceber o quanto que ele era especial. Quando era um pequeno Froakie, ele sempre foi admirado por coleguinhas e professores por ser um Pokémon bastante inteligente, com ótimas capacidades físicas e bom carisma com os outros. Aos sete anos, quando perguntou do porquê ser tão diferente dos pais, eles lhe contaram que ele na verdade é um filho de um grande herói que salvou Kanto. Eles lhe disseram que seu pai era o Pokémon mais nobre e habilidoso que jamais existiu no mundo. O pequeno sapo ficou tão deslumbrado com isso que daí em diante, começou a se comportar como se fosse um ser especial. Estudou e treinou mais do que nunca, pois agora ele tem como objetivo de ser um Pokémon tão incrível como seu pai.

E quanto mais se pesquisava sobre ele, mais lhe ficava claro de que seu pai foi um homem admirável. Não era justo que ele tenha morrido tão cedo. Com isso, o aquático resolveu que iria herdar o seu glorioso legado. E elucidando isso para todos que conhecia, não demorou muito para que todos em sua volta soubessem desse fato e que passassem a admirar o pequeno Froakie. Tanto seus pais e seus parentes próximos, como também colegas de classe e professores.

Mas essa excessiva admiração vai fazendo com que o sapo desenvolva, aos poucos, um senso de superioridade. Um sentimento de que é melhor que os outros e que ninguém teria a ousadia de o repreender ou contraria-lo. Esse sentimento vai ficando mais evidente quando ele se torna um Frogadier. Ele sempre se comporta bem na frente da maioria dos seus conhecidos. Afinal ele tem que ter a imagem de um bom moço. Porém, esse senso de superioridade faz com que ele vê os outros como inferiores e fracos, cujo o propósito é apenas admira-lo ou se submeter a ele. Por isso, vez ou outra ele escolhe uma vítima para que possa esmagar sua autoestima ao seu bel prazer. É divertido ver um infeliz sendo humilhado só com suas palavras, ou sentindo em sua pele a superioridade de suas habilidades. Ele tem como preferência os Pokémon não binários. Por algum motivo, ele os vê como seres imperfeitos que nunca terão o encanto de uma fêmea ou a virilidade de um macho. E agora que sabe que todos vão lhe passar a mão na cabeça, ele vai ficando mais à vontade em oprimir aqueles que ele considera indignos.

Atualmente, ele está na sua forma final. Está entre os melhores da universidade e se inseriu no Conselho Estudantil graças a influência daquela que é uma grande amiga e, agora, sua amante. Ele foi capaz de se relacionar com uma Pokémon rica e influente. Ele se identifica com ela, já que também é uma Pokémon bem astuta e poderosa. Agora até a elite está de olho nele. Ele entende que está no caminho certo de ser o próximo grande herói.

Greninja percebe que Aegislash se aproxima dele.

— Finalmente se livrou dos convidados querida?

— Sim! Não vou negar que essa bajulação estava sendo bem tediosa! – suspira a espada enquanto o abraça por trás. Ela envolve delicadamente o pescoço do sapo com seus braços e ficou se apoiando nele – queria poder te assumir. Mas meus pais querem que eu apenas me relacione com alguém capaz de me dar filhos, fazer o quê!

— Entendo! – suspira o sapo mostrando um pouco de aborrecimento

— Não está gostando da festa?

— A música que está tocando me dá nos nervos!

— Que pena que não gosta! A cantora tem uma voz tão linda! Diferente daquela Altaria da turma UU! – compara Aegislash.

— Mas ela só fala de louvor a Arceus! Oh coisa chata! Inventaram religião só para que os fracos achem que tem salvação! – reclama o sapo.

— Eu vejo que a religião tem outro objetivo! – fala Aegislash – ela é uma maneira de manipular as massas. É com ela é que os Pokémon podem ser manipulados pela fé e lhes são inseridos conceitos como justiça e moralidade!

— Vendo por esse lado, até entendo essa proposição! – analisa Greninja – mas eu só tenho fé na minha força.

— Sei! Mas eu gosto de ser bem vista aos olhos de Arceus! Ou pelo menos pela sociedade! – explana a fantasma. Então ela muda de assunto – ai, eu queria ter convidado a Scizor! Mas eu já tinha convidado o Heatran. E como eu não queria causar um mal estar então não pude contar com a presença dela. Agora que ela vai passar por uns maus bocados nas próximas duas semanas!

— É sério que designou a coitada para um serviço desses? Hehe! – Greninja ri baixinho.

— Bem, como ela meio que se sente em dívida comigo, não foi difícil convencer ela em aceitar esse trabalho! – explana Aegislash – e eu aproveito para obter algumas informações sobre alguns arruaceiros que frequentam esse estrato. Eu não tinha dito que a Scizor seria útil para nós?

— Realmente você vai usar a pobrezinha ao seu bel prazer! – comenta o noturno – só não engulo que ela teve que chamar aquela estrelinha para ir com ela!

— Bem, ele é um companheiro bem apropriado para ela, especialmente por conta das coisas que andam acontecendo com ela. Mas o que você tem contra isso? Sei que aquela estrela é o seu novo “brinquedinho”, porém pode até ser interessante em saber quanto tempo ele vai aguentar essa nova atividade.

— Isso é verdade! Hihi! – Greninja ri novamente – mas também ele possa se sentir no seu habitat natural no meio daqueles fracassados.

— E tome cuidado! Vai que o psíquico resolva te enredar para o Conselho Estudantil! – comenta a espada.

— E talvez você dê um jeito de usá-lo! – comenta o sapo – agora, mudando de assunto, tenho uma novidade para você! Sabia que o Ferrothorn está querendo se confessar para você?

— Sério?! Hihi! – Aegislash deixa escapar uma discreta risada.

— E aí? O que pretende fazer? – pergunta Greninja – vai quebrar o coração dele? Ou vai dar um jeito de usar esse gado?

— Hum... não é uma má ideia! – analisa a fantasma – ele é de uma importante família de combatentes, não é?

— Sim! Eu até disse para ele que seria fácil a sua família te aceitar! Vai ser muito conveniente você e Ferrothorn namorarem já que poderá agregar uma grande família de combatentes a sua.

— Você se importa com isso Greninja?

— Eu não me preocupo com ele! Sei que eu tenho muito mais atrativos do que ele! – Greninja se vira para encarar Aegislash de forma maliciosa – e sei que, qualquer coisa, você pode lança a desculpa que só vai perder a virgindade depois do casamento! Hehe!

— Você não tem jeito! Seu sapo sapeca!

— Você também não perde uma chance de manipular o coração de alguém!

— Bem, vamos ver se o nosso querido carrapicho vai ter coragem para expressar seus sentimentos para mim! - Aegislash desfaz o abraço – vamos para dentro antes que deem falta da gente.

Enquanto entram, Greninja vai observando a Pokémon metálica que o acompanha. Realmente é alguém com quem gosta de ficar. Aegislash não é só uma garota fútil. Ela tem visão do que tem que fazer. Faz o possível para manipular tudo e outros a sua volta. Ela é bem astuta e poderosa. Sempre almeja a vitória. Sem falar que, mesmo sendo uma Pokémon Mineral, ela é bem linda. Alguém que gosta de ficar acima dos outros assim como o sapo. Ele não sabe se ela também nutri algum sentimento por ele, ou apenas o vê como mais uma peça em seu jogo. Isso não importa. Porém, no dia que ela resolver descartá-lo, ele também fará o mesmo.

Quando eles já estão no salão, reparam que Heatran estava paquerando uma Klefki. Aegislash arregalou o olho horrorizada:

— Oh não! Ele está cortejando uma prima minha!

— Sei que devemos estar de olho no Heatran, mas também não podemos impedi-lo de ser feliz! – ameniza o sapo.

— Ela só tem dezesseis anos!

— Vixi! Então realmente devemos impedi-lo! – logo os dois vão até o ígneo.

— Então querida! Você achou impressionante que eu seja de OU na Smogon, não é mesmo? – Heatran puxava conversa com uma jovem Klefki (não é a mesma da classe UU) – e você, estuda aonde?

Aegislash se coloca entre eles. Ela lança um olhar ameaçador no Pokémon magma:

— Er... Heatran, você pode vir comigo? Por favor... – ela pedia educadamente enquanto o encarava de modo maligno.

— Saco! Você não vai estragar meu prazer de novo não, vai? – fala Heatran aborrecido.

— Ela ainda é de menor! – Aegislash cochicha para ele.

Não querendo ter risco de se comprometer, ele se despede da menina e se afasta dela. Greninja se aproxima dele e lhe dá um leve tapa nas costas, debochando dele:

— Vixi! Ela é, literalmente, uma chave de cadeia!

— Saco! Como eu saberia que ela é de menor? – fala o ígneo nervoso.

— Você deve usar mais a sua cabeça para pensar cara! – avisa o sapo – e eu quero dizer que é a de cima, tá? – ele o cutuca no topo de sua cabeça.

— Puta que pariu Greninja! Não me trate como se eu fosse um pervertido não!

— Ei, eu ouvir que Bisharp não aparece há dias na Smogon! Então realmente deu um jeito nele? – fala o sapo bem baixinho.

— Só fiz com que ele ficasse um tempo fora de circulação! – Heatran esboça um sorriso maligno – agora ele sabe que não se deve meter comigo.

Passaram mais algumas horas. Finalmente chegou a hora dos parabéns. O bolo é enorme. Com cobertura branca e lilás com diversas flores feitas com glace. E tem duas enormes velas brancas que formam o número dezenove. Depois dos convidados cantarem a típica música, todos começaram a serem servidos do bolo. Enquanto todos saboreiam do bolo e das sobremesas, Ferrothorn reúne sua coragem e finalmente se aproxima de Aegislash:

— Aegis... preciso falar uma coisa... em particular... – ele demonstra bastante nervosismo.

A espada sabe qual é sua intenção. Ela o conduz para a sacada da onde estava a um tempo atrás com o Greninja para escutar o que o vegetal tem a dizer.

Quando finalmente ficaram a sós. Ele resolve abrir o jogo:

— Err... Aegislash... eu só queria te dizer que... desde a primeira vez que te vi, eu sentia algo diferente. Você é uma Pokémon tão nobre e gentil! Ao mesmo tempo, demonstra ser alguém forte e justa! Eu só queria te dizer que... eu gosto muito de você... que eu... te amo!

Pronto. Falou tudo que queria dizer. Ferrothorn não consegue olhar diretamente para ela. Agora está na expectativa em saber da reação dela. Depois de alguns segundos, a Aegislash estende sua mão para acariciar o rosto do vegetal.

— Também te acho bem gentil e nobre! – ela fala de forma emocionada, como se realmente tivesse sido tocada pelas palavras de Ferrothorn – gosto do seu jeito leal e disciplinado! Sempre quis te ter ao meu lado... aceito namorar com você!

Ferrothorn pega a mão da espada com suas vinhas e a beija – não sabe como me deixou feliz em ouvir isso! – então será que... – ele queria abraça-la. Mas a metálica tem outros planos.

— Vou te apresentar a minha família! Vamos Ferrothorn! – ela o puxa pela vinha.

Ele fica nervoso por já ter que ser apresentado aos sogros.

Enquanto isso, o restante do pessoal se degusta da comida.

— Uma coisa não posso reclamar, esses doces estão deliciosos! – Blaziken coloca um brigadeiro em seu bico.

— Realmente, pelo menos deu para aproveitar a boca livre! – Landorus pega dois grandes potes de plástico que estavam escondidos em sua nuvem.

— Credo Landorus! Não tem vergonha em levar comida pra casa? – repreende Greninja.

— E deixar que essa comida toda seja desperdiçada? Eu sei que os bacanas não costumam comer os restos do dia anterior. Mas desperdício de alimento pode ser considerado um crime social! Então vou levar o quanto puder para que eu e meus irmãos possamos aproveitar nesse fim de semana! – argumenta o terrestre.

— Tem razão Landorus! – concordou Blaziken – vamos Lopunny, vamos pegar alguma coisa para nós também!

Depois de algum tempo, os convidados começam a irem embora. Já eram onze e meia da noite. Devidamente abastecido de comida da festa, Landorus resolve ir embora e chama os outros para saber quem vai querer carona.

— Ei Landorus! Pode ir sem mim e Ferrothorn! Ele finalmente conseguiu ficar junto de Aegislash! Então ele está conversando com os pais dela – fala Greninja – eu também vou querer ficar mais um pouco – ele pretendia ver como iria se portar o novo “casal” formado – pode deixar que a gente se vira!

— Eu também pretendo ficar! – fala Heatran.

— Não! É melhor voltar para casa! – impõe o sapo – senão é bem capaz que você saia daqui preso!

— O quê! O que você quer dizer com isso Greninja? – questiona Landorus tentando entender a suposição de Greninja.

— Não é nada! É só besteira do sapo! – Heatran disfarça o nervosismo – eu só bebi um pouco além da conta! Mas eu não sou tão afetado pela bebida graças por eu ser metálico também!

— Por favor Heatran! Não quero ver você aprontando em festa de burguês! – reprende o terrestre – vamos para casa!

Os seis Pokémon que irão voltar saem do salão. Eles vão até um carro de cor de cobre. Landorus o destrava para que eles entrem nele. Quando todos estão acomodados, o terrestre liga o rádio e coloca para tocar uma música em um volume bem alto.

Êh-oh-oh

Vida de gado

Povo marcado eh,

Povo feliz

— Finalmente música de verdade! – suspira Landorus aliviado.

— Não parece que a trilha sonora ficou tão boa! Mas pelo menos está melhor do que antes! – debocha Blaziken.

Então, o carro finalmente sai e conduz os Pokémon para suas respectivas residências. Quando chega em seu lar, que fica em um apartamento de um condomínio de classe média. Rotom vai direto para o seu quarto e liga o PC. Através do wiress, ele descarrega as fotos que tirou durante a festa. A que mais lhe chamou a atenção foi uma que tirou de Aegislash, que estava abraçando o Greninja por trás enquanto estavam supostamente sozinhos na sacada.

“Essa daqui é interessante! Vai ser bem útil no futuro!”

 

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Múscica usada:

 

Admirável Gado Novo - Zé Ramalho


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Notas finais do capítulo

Então é isso! Esse capítulo pode ter sido um pouquinho pesado em algumas partes. Mas pelo menos estamos tendo uns ships aí...
Ferrothorn é um cara de sorte, ganhou uma linda namorada ricaça. E vem de brinde um Ricardão que é um verdadeiro sapão! hehe!

E nos vemos para o próximo arco!

Agradeço a leitura!



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