Universidade Smogon escrita por Petra del Rei


Capítulo 27
Capítulo 27 – Tier Shift II


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Esse capítulo vai encerrar o arco de OU! A avaliação acabou e agora iremos saber de alguns de seus resultados.
Apesar desse capítulo ser relativamente mais tranquilo, ele pode abordar um pouco de temas sensíveis. Estejam avisados!
Tenham uma boa leitura!



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Depois de um fim de semana de descanso, Starmie finalmente se sente melhor e comparece ao campus na segunda feira. Muitas coisas estão passando em sua mente. Tem o resultado da avaliação que pode sair nesse dia. Mas isso não é importante agora. Muito provável que não tenha pontuação suficiente para ser promovido. Entretanto, sua prioridade é encontrar a Scizor e saber como ela está. Tentou falar com ela pelo telefone, mas apenas recebeu uma resposta em que ela está meio indisposta e que se falariam segunda feira. Isso o deixou preocupado durante o fim de semana, e agora que voltou para as aulas, a estrela tratou logo de criar coragem e procurar pela inseto.

Mas um inseto diferente o encontrou primeiro: era a Volcarona. Com certeza veio cobrar sua parte da promessa. Mal pisou no campus e os problemas já começam a aparecer. Com certeza queria saber sobre o que acontecera no Bar Florestal a mais de três semanas.

— Bom Dia Starmie! – cumprimentou a mariposa se fazendo de radiante.

“Bom Dia Volcarona!” respondeu Starmie meio aborrecido “bem, sobre aquele nosso trato...”

— Ah! Aquele trato! – interrompeu Volcarona – eu mudei de ideia! Não precisa me dizer mais nada! Ao invés disso, que tal comprar um produto dessa revista?

Ela lhe entrega uma revista de uma famosa marca de produtos de beleza que é especializada em Pokémon de diversos biotipos como insetos, peixes e invertebrados marinhos, os considerados Água 3. Starmie percebeu que Volcarona está priorizando a sua necessidade de juntar dinheiro para pagar os prejuízos que causou no Bar Florestal do que saber a verdade sobre o Venomoth.

“Ai Volcarona... não sei o que comprar pra mim!” disse o aquático indeciso enquanto foleava a revista com sua telepatia.

— Você pode começar com essa loção que é apropriado para Pokémon marinhos como você! – ela mostra a foto de um produto que é segurado por uma modelo que é uma Crawdant – esse produto é apropriado para epiderme de Pokémon Água 3 como Cloysters, Kinglers e Starmies. Você é de uma espécie bem bonita! Por isso seria bom você se cuidar melhor para que todo mundo perceba a sua beleza.

A estrela pondera um pouco. Talvez seja melhor comprar algo da mariposa. Com isso, talvez ela o deixe em paz e esqueça da ideia de perseguir as coitadas que caíram na lábia do Venomoth. E pelo visto, o produto não é muito caro. Talvez dê para experimentar dessa vez.

“Então levo esse mesmo!” respondeu Starmie.

— Sério?! – a mariposa estava esperançosa pelo negócio – mais alguma coisa além disso?

“Não! Só isso mesmo!”

— Certo! Me pague semana que vem quando eu trouxer o produto, tudo bem? Ah, fale com a Cloyster também! Talvez tenha algo do interesse dela! E com Crawdant e Tentacruel também! Temos produtos que podem interessar aos machos.

“Pode deixar!”

— Foi uma boa escolha Starmie! E lembre-se que nós insetos gostamos de uma epiderme bem lustradinha e brilhante! – diz Volcarona piscando o olho.

“O que quer dizer com isso?” pergunta a estrela intrigada.

— Até mais! Sua loção chega semana que vem! E obrigada pelo pedido – ela se despede e se afasta do aquático.

Scizor chega ao campus um pouco depois de Starmie. Ela logo observa a estrela e Volcarona juntos na praça, foleando uma revista de uma marca de produtos de beleza que é bastante conhecida e usada pela metálica. Ela sorriu achando graça pelo fato da mariposa está tendo coragem de vender esse tipo de coisa para Starmie que, pelo o que ela saiba, não é muito interessado em cuidar da aparência. Mas ele já é bonito do jeito que é, imagine se começar a se cuidar melhor...

Só que ver seu amigo ocupado deixa a inseto meio aborrecida. E logo com a Volcarona. Queria estar perto dele para se sentir mais segura. Ainda está temerosa pelo que aconteceu na semifinal da terceira avaliação. Quando chegou em casa, foi direto para o seu quarto e não saiu de lá até a manhã de hoje. Com certeza isso deixou o seu pai bastante preocupado. Não compareceu à faculdade na sexta feira. Durante o período que ficou em casa, recebeu uma ligação de Starmie e várias de Heracross. Só respondeu que estava indisposta e que voltaria segunda. Agora está aí, na universidade, mas ainda bem nervosa. E o que os outros integrantes do time dela estariam pensando dela? Depois de fugir da luta feito uma covarde? Na melhor das hipóteses, bastante decepcionados.

Ela vai caminhando bem devagar pelo campus. Ela espera que Heracross não apareça com um monte de perguntas. Ela reza para que chegue na sala de OU sem que se encontre com a besouro. Porém, no caminho, algo pior acontece. Três Pokemon que estavam sentadas em uma mesa da cantina começaram a lhe chamar freneticamente. Eram Tapu Fini, Tangrowth e Garchomp, suas companheiras de time.

— Scizor venha aqui! – elas estavam acenando.

Queria correr daí. Mas não queria se mostra mais covarde do que já é. O jeito é ir até elas e se preparar para a bronca.

— Scizor pode se sentar aqui! – disse Tapu Fini lhe oferecendo um lugar.

— Calma Scizor! Não vamos brigar com você se é isso que está achando! – Garchomp, vendo que a colega estava meio nervosa e retraída, tratou logo de tranquilizá-la.

A inseto senta perto das colegas. Mas quando se aproxima de Tapu Fini, ela repara que a aquática estava com curativos envolvendo os braços, o tórax e o rosto. Com certeza são ferimentos causado pelo Z-move que levara naquela luta para protege-la. Vendo isso só deixou a consciência de Scizor mais pesada.

— Não se preocupe Scizor, esses ferimentos já se cicatrizaram! Em breve estarei bem melhor! – disse a guardiã amenizando a sua situação.

— Mas nós ficamos preocupadas com você Scizor! – explica Garchomp - soubemos que você saiu correndo da arena abalada. Nós sabemos que você não costuma fazer esse tipo de coisa. E a Fini desconfia que Heatran pode estar por trás disso.

— Sim, eu percebi que você ficava bem apavorada quando estava diante do Heatran – continuou Tapu Fini – tudo bem que você é bem vulnerável ao fogo. Mas reparei que ele ficava murmurando certas coisas que te deixava bem assustada. É como se tivesse te ameaçado ou coisa do tipo.

— Pois é... – Scizor se sente bem desconfortável em falar sobre o que Heatran  – ele só estava me atiçando... dizendo que é pra desistir pois eu não teria chances contra ele... que ele pode me ferir gravemente... – ela ocultava das companheiras que, na verdade, ele vinha assediando ela desde a segunda etapa.

— Isso é sacanagem! – disse Tangrowth revoltada – só por que estava em uma evidente vantagem, não precisaria ficar pressionado a Scizor. Isso é antiesportivo e imoral! Sabe o que deveria fazer? É ir pro Conselho Estudantil para pedir ajuda contra possíveis ameaças dele!

— O Conselho Estudantil? – questiona Tapu Fini – mas se não me engano, ele faz parte desse conselho, não é?

— Pior que é mesmo! – confirma Garchomp - esse desgraçado tem um certo poder com os estudantes! Por isso é meio difícil se opor a ele.

— Ai! Seria melhor se fosse no tempo que você era a presidente do conselho! – se recorda Scizor.

— Mas meu mandato acabou minha filha! Neste ano, quem comanda o Conselho Estudantil é Aegislash! E apesar de ela e eu termos as nossas divergências, até que ela conduz bem o seu trabalho! – fala Garchomp.

— Tu foi presidente Garchomp? – pergunta Tapu Fini.

— Presidente e monitora de OU! – responde Tangrowth.

— Pelo visto, deve ter sido bem mais confiável que Aegislash! – responde a aquática.

— Por que acha que a Aegislash não é confiável? – questiona Scizor.

— Sei lá! Não sei porquê, mas não fui com a cara dela! Sinto que ela pode ser meio falsa, ou coisa do tipo! – fala a fada.

— Bem, ela é uma burguesinha oriunda de uma família rica e bem religiosa! – responde Tangrowth – ela tem esse ar de metida mesmo!

— Bem, ela pode ser meio rígida e arrogante! – argumenta Scizor – mas se a conhecermos melhor, vemos que ela é bastante prestativa e dedicada! Ela realmente leva o seu cargo bem a sério.

— É isso que tenho a dizer! – conclui Garchomp – ela pode não ser uma das Pokémon mais simpáticas, mas admito que ela realiza um bom trabalho como presidente! E como ela tem esse forte senso de justiça, talvez ela possa te ajudar contra essa possível perseguição de Heatran. Não acho que ela vá deixar de repreendê-lo só porque é seu colega no conselho.

Uma estridente voz feminina é escutada pelas Pokémon:

— Te achei Scizor!

— Heracross!? – disse a inseto surpresa.

— Finalmente te encontrei! Quero saber o que houve na quinta-feira que você saiu chorando do Metasingle!

— Nós estávamos justamente perguntando isso pra ela! – responde Tangrowth.

— Vocês não estão brigando com ela depois de tudo que aconteceu! Estão? – Heracross teme que as companheiras estejam pressionando ainda mais a Scizor.

— O que é isso? Nós também estamos preocupadas com ela! – responde Garchomp – nós só estamos conversando com ela para tentar ajuda-la, pois ela pode ter sofrido uma certa pressão psicológica do Heatran.

— Sim eu vi o desfecho dessa luta! – se recorda a lutadora – ela saiu muito nervosa e chorando enquanto o Heatran estava rindo da cara dela! Faltou pouco para que eu descesse para o campo e o socasse aí mesmo!

— Você não é nem doida, não é Heracross? – repreende Scizor temerosa – e se ele te retaliar?

— Como quer que eu não tenha raiva dele! Fazendo uma sacanagem dessas! Acha que eu tenho medo desse metálico? – diz Heracross confiante flexionando seu braço para demonstrar sua força.

— Beusourinha teimosa! – suspirou Scizor.

— Tesourinha mais teimosa ainda... – rebate Heracross.

— A conversa está boa, mas as aulas já vão começar! – avisa Garchomp que vai se levantando da mesa. As outra Pokémon fazem o mesmo e se dirigem para as suas salas.

Mas Tapu Fini puxa o braço de Heracross. Queria conversar com ela em particular:

— Você é uma amiga próxima a ela, não é?

— Sou sim, por que? – questiona a inseto.

— Eu acho que tem mais coisa nessa história da Scizor com Heatran! Algo bem mais grave! Mas ela não quis contar para nós. Talvez ela realmente tenha muito medo do dele.

— Talvez ela esteja com medo dos Pokémon de fogo em geral! – analisa a lutadora – acho que você tenha ouvido falar disso, mas há umas três semanas, a Volcarona estava a perseguindo. E ela sempre teve medo dos ígneos por conta de umas coisas que rolaram na infância dela. Talvez o Heatran esteja se aproveitando disso.

— Pois é. Se realmente preza pela Scizor, acho bom ficar de olho nela e nesse Heatran. Eu também desconfio desse Pokémon magma.

— Sim! Ele me parece que tem um jeito de mal-encarado, apesar de ser um integrante do conselho estudantil! – disse a besouro pensativa – Mas pode deixar que vou ficar de olho na Scizor! Mais cedo ou mais ela vai ter que me contar essa história direito!

— Que bom ouvir isso de você Heracross! Me alivia saber que você pode ajudá-la com isso! Mas não se arrisque demais! – aconselha a aquática.

— Pode deixar que eu não sou besta não! Valeu pelo conselho Fini!

— Não há de que! Pois eu treino para ser guardiã! E como tal, não posso deixar que Pokémon, especialmente nós, fêmeas, sejamos oprimidos!

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Starmie estava na sala. Porém mal estava prestando atenção na aula. Chegou ver a Scizor antes de entrar na sala, mas ela estava entretida conversando com Heracross e com as então companheiras de equipe. Ele espera que a metálica não tenha sido repreendida por elas. E o pior que nesse horário, ela estaria em OU. Teria que esperar pelo intervalo para falar com ela.

O tempo passa devagar, mas finalmente chegou o momento de sair da sala. Mas a estrela estava nervosa e indecisa. O que iria falar com ela. Será que ela não irá se aborrecer por se lembrar de algo que lhe foi constrangedor. Starmie pegou seu lanche e viu a inseto já fazendo a refeição dela. O aquático se sentou em uma mesa há alguns metros dela, e vai pensando minuciosamente em como abordá-la. Estava tão distraído com seus pensamentos que quando se virou para a sua refeição que estava na mesa, acabou recebendo um grande susto. Ele viu que Tapu Koko estava em cima da mesa, bem na frente dele, o encarado.

“AARG! O QUE É ISSO!”

— Olá Starmie! – disse o elétrico o cumprimentando de forma divertida.

E agora? O que diabos que Tapu Koko quer com ele? Será que ele está bravo por causa da estrela ter derrotado ele de forma vergonhosa. Starmie ficou temeroso por imaginar que o elétrico queira o retaliar por causa disso.

— Ei Tapu Koko! Dá para sair de cima da mesa? – uma voz meio manhosa de uma pequena Pokémon repreende o jeito inusitado do guardião em encarar a estrela.

— É que eu queria conhecer o Starmie! – disse o elétrico, que estava bem curioso – ele me deixou bem impressionado e acho que ele daria um bom rival!

— Você não tem jeito! Desse daí! – continuava Toxapex que se aproxima deles e se senta ao lado de Starmie! – pelo visto o Koko ficou abismado com você e quer te conhecer melhor. Ele inventa essas coisas de rival com aqueles que o deixa impressionado.

Starmie vê que Scizor acaba saindo da mesa. Pronto, perdeu outra oportunidade de falar com ela. Meio contrariado, o jeito agora é dar atenção a esses dois calouros que resolveram o importuná-lo.

— Hum... de perto assim até que você é bonitinho! – reparou a venenosa.

— Tu já tá assanhadinha com veterano, hein pex? Hehe – cutuca Tapu Koko.

— Que assanhadinha o que seu moleque! – rebate a venenosa – não se pode nem fazer um elogio?

— Ela também ficou bem impressionada contigo Starmie! – continua o elétrico – daqui a pouco ela vai tá dizendo notice me sempai para ti! He he he!

— Saco! Vai te catar Koko! – bufou Toxapex aborrecida.

Não deve ter sido de propósito, mas a última fase da venenosa soou tão engraçado para Starmie que ele se segurou para controlar a vontade de rir. Conseguiu segurar a risada na telepatia, mas seu núcleo emitiu umas luzes douradas. Isso fez com que a estrela o escondesse se apoiando na mesa e ficou dando leves batidas nela. E emitiu umas ondas eletromagnéticas agitadas que foram percebidas pelo Tapu Koko.

— A estrela achou graça da sua fala! He he – fala o guardião risonho.

— Que fala? – questiona Toxapex – “Vai te catar Koko!”... putz kkk hahahaha! – ela percebeu que isso soou bem engraçado mesmo!

Logo os três estavam rindo disso. Starmie não segurou mais sua gargalhada:

“Ha ha ha... ai... ha ha! Eita nós... Ha ha...Foi mal, mas isso não deu pra controlar!”

“Não me diga que vocês estão incomodando o Starmie!” se escutava uma voz telepática bem familiar para os três.

“Zygarde! Olá!” cumprimentou a estrela.

“Oi Starmie, como vai?” o dragão o cumprimenta de volta.

“Vou bem na medida do possível! Eu estava almoçando quando esses dois apareceram do nada!”

— Oi Zygarde! – Toxapex acena com uma de suas “pontas”.

“Olá pessoal! Então acho que vou me juntar a vocês!” disse Zygarde enquanto coloca um pote de plástico na mesa. Ele o abre, observa-se que há uma fruta azulada picada coberta com aveia! É a refeição do dragão terrestre.

— O que é isso que você come? – pergunta Tapu Koko.

— É fruta Yache! – responde Zygarde – como sou constantemente alvo de Raios de Gelo, eu preciso muito me alimentar dessa fruta para ameniza os danos que o frio pode me causar! E é bem refrescante e azedinha!

“Entendo! Foi comendo uma dessa que conseguiu se safar na nossa luta!” recorda Starmie.

“Sim! Realmente você nos colocou contra parede! Foi por pouco que não nos venceram!”

“E vocês estiveram nas finais, não foi?”

— Sim! Quase vencemos! Se não fosse pelo Landorus... – Tapu Koko cerra seu punho direito em um sinal de frustração.

— Mas foi o melhor que fizemos! Você ficou na terceira classificação geral em OU! – afirma Toxapex.

“Saiu os resultados da avaliação?” pergunta o aquático.

“Saiu sim! E tem uma coisa que preciso contar pra vocês!” anuncia Zygarde “Os professores me indicaram para eu ser monitor em OU!”

“Eita, um monitor em OU?! Meus parabéns!” felicitou Starmie.

— O que quer dizer com isso? – indaga Tapu Koko.

— Ele estará no mesmo nível que Aegislash e Blaziken daqui em diante! – esclarece Toxapex – não é isso?

“Exatamente!” responde o terrestre “quer dizer que terei mais responsabilidades. Vou ter que arbitrar lutas, orientar os estudantes, essas coisas! Acho que minha atuação nessa avaliação até que impressionou os professores. E talvez eles devem ter levado em conta que eu já lecionava antes de entrar na Smogon.”

— Agora que você falou! Eu ouvi a Gyarados comentar que você já foi professor! Então isso é verdade mesmo? – pergunta Toxapex curiosa.

“Sim! Realmente fui professor!” responde Zygarde “eu tenho minha primeira formação em Geografia. Depois me especializei em Engenharia Ambiental e sou mestre em Geologia.”

“Então você era pra ser um pesquisador!” fala Starmie “como alguém com uma boa formação e que já ensinava veio parar na Smogon?”

“Bem é uma longa história!” diz o dragão meio encabulado.

— Nós vamos ouvi-la! – Toxapez e Tapu Koko apoiam as mãos e pontas na mesa, querendo ouvir atentamente a história de Zygarde.

“Ah... Bem... até uns dois anos atrás, eu ensinava em um grande colégio de ensino médio em Celadon. Era o colégio Flores da Aurora!”

“Ouvi falar! É um dos colégios mais renomados de Kanto! Quase fui estudar lá quando eu era adolescente! Mas fui matriculado em um outro grande colégio que era o Campo Dourado em Saffron! Este era mais perto de onde eu morava.” Disse Starmie.

“É o colégio rival de onde eu trabalhava!” aponta Zygarde “continuando o meu relato, eu tinha um bom emprego de professor em Flores da Aurora. Eu lecionava por lá há anos. Vez ou outra tinha um aluno que me dava um pouco mais de trabalho. Mas não havia problemas mais graves. Porém, teve um aluno no ensino médio que foi bem problemático.”

— Quem era o infeliz! – pergunta Tapu Koko.

“Ele era um Frogadier. Ele era um aluno excepcional, com excelentes notas e um grande potencial para combates. Essa escola nunca teve um gênio como ele. Porém o que ele tinha de brilhante, ele tinha de arrogante. Foi diversas vezes que testemunhei ele fazendo certos bullying com outros alunos. Ele também, no geral era bem popular entre os colegas. Mas sempre tem alguns que são vítimas deles. E ele não agia de forma violenta. Ele usava mais as palavras, falando coisas ofensivas como ‘você é um lixo’ ou ‘você não será nada na vida’, essas coisas.”

— Que mala! – comenta Toxapex.

Starmie escuta o relato de Zygarde atentamente. Esse Frogadier o faz lembrar de um certo Pokémon que conhece.

“Sim, o que me intrigava era que a maioria das vítimas dele eram Pokémon de espécies não-binárias. Não sei o que ele tem contra eles. Só sei que alguns deles acabaram pedindo transferência durante o período que ele frequentava os dois primeiros anos do ensino médio. Mas há dois anos atrás, na época em que ele estava no quarto bimestre do segundo ano, ocorreu um fato que chocou o Flores da Aurora. Um estudante tentou cometer suicídio!”

“Nossa!” falou o aquático aterrorizado.

“Foi um Metang que frequentava o terceiro ano. Eu reparei ele era maltratado pelo Frogadier diversas vezes. Felizmente o pior não aconteceu, mas ele e sua família acabaram se mudando para Hoenn após esse incidente. Cheguei a relatar aos outros professores e à diretoria sobre o envolvimento do Frogadier nesse caso. Mas parece que eles fazem vista grossa para esse anfíbio!”

— Oxi! O que esse sapo tinha de tão especial? – questionava Tapu Koko.

“Sabe, ele já nunca foi um Pokémon qualquer. Esse Frogadier é filho de um grande herói que há quase vinte anos atrás, venceu uma grande entidade maligna que assolava Kanto. Tapu Koko e Toxapex não eram nem nascidos. E talvez Starmie não se lembre bem dos fatos.”

“Realmente eu era bem pequenininho na época! Mas eu me lembrava que havia um período que Kanto estava tomado pelas trevas.” Fala Starmie “Esse acontecimento é bem relatado nos livros de história. Um Greninja e sua equipe derrotou uma terrível criatura das trevas, sendo considerado um grande herói da era moderna. Só que ele morreu alguns meses depois de realizar esse feito.”

“Isso mesmo!” confirma Zygarde “Esse fato foi bastante exposto na mídia. E esse herói deixou um filho, que foi criado por pais adotivos, e desde criança, foi considerado um Pokémon prodígio, esperando que ele seja o sucessor de seu pai.”

— Então deve ser por isso que o pessoal daquele colégio passava pano para ele! – deduz Toxapex.

“Pois é. Os outros funcionários e até os donos do colégio faziam vista grossa com ele.” O terrestre continuava com seu relato “Mas o que me deixou revoltado, foi no dia seguinte após a saída de Metang. Fui para a classe onde o Frogadier estudava e ele, com muito deboche, soltou a seguinte frase: ‘Pena que ele não se foi de vez! Seria um inútil a menos nesse mundo!’. Quando ele disse aquilo, eu não pude mais aguentar. Ele não teve consciência em relação ao risco que seu colega tivera? Ele não sentiu remoço por ter sido indiretamente responsável pelo que ocorrera com aquele Metang? Juro que me controlei para não gritar com ele. Acabei lhe dando um grande sermão. Eu disse que essas perseguições que ele fazia com os colegas não era correto, que não é porque é um gênio ou o filho do herói é que pode fazer o que quiser. O rapazinho ainda continuou rindo e debochando de mim. Então eu o conduzi para a diretoria e expliquei tudo, que ele anda aprontando com os colegas e o quanto isso é prejudicial para uma boa convivência no colégio. Depois do meu relato, eles mandaram o Frogadier voltar para a sala. Sabem o que fizeram comigo depois?”

— “O que?” – perguntaram os três ao mesmo tempo.

“Fui convidado a sair do colégio!”

— Vixe, então por causa desse sapo eles te deram um pé na bunda, não é isso Zygarde? – disse Tapu Koko chocado.

“Exatamente!” suspirou a serpente “Isso me deixou pra baixo! Estou desempregado há quase dois anos por conta disso. Fiquei tão triste que cheguei a tomar medicamento contra depressão. Levou um tempo para que eu superasse o desalento que adquiri. Então eu decidi mudar um pouco de rumo e resolvi fazer faculdade pela segunda vez. Mas dessa vez, tentarei ser um combatente. Por isso eu estou agora no meu segundo semestre na Smogon. E sabem o que é interessante? Aquele Frogadier, agora evoluído para Greninja ingressou na Universidade na mesma época do que eu. Somos colegas agora!”

— Então o Greninja do OU que é integrante do Conselho Estudantil era o mesmo cuzão que ficava atazanando os outros! – concluiu Tapu Koko – deu pra ver que realmente esse Conselho não presta. Minha irmã já é cismada com aquela Aegislash que é presidente!

“Eu também conheci ela quando fazia ensino médio!” fala Zygarde “ela era uma Doublade. E também era uma aluna bem ‘preciosa’ no colégio já que é de uma rica família de Kalos. Ela nunca causou problemas, pelo que saiba, mas sei que ela é bem próxima ao Greninja. É possível que ela, ou não saiba das artimanhas deles, ou é uma cúmplice, sendo que acho que a segunda opção é mais provável!”

— Eita que esses dois são meio perigosos! – comenta Toxapex.

“Ei... então foi por isso que veio me auxiliar naquele dia?” pergunta Starmie timidamente.

“Exato! Não quero que ele faça na universidade o mesmo que ele fazia no colégio. Que ele continue se divertindo às custas do sofrimento dos outros. Então não se deixe abalar pelo o que ele te faz ou diz, viu? Eu não tenho mais medo dele! Agora sou um aluno que nem ele, não posso ser expulso só porque o contrariei. Então o que eu puder fazer para impedi-lo eu farei! Qualquer coisa pode contar comigo!”

“Obrigado!” agradece Starmie.

“Que isso, é minha obrigação!” declara Zygarde.

“Sabe, acho que pode até ser que você seja um bom professor aqui na Smogon!” diz o psíquico “o senhor até já tem mestrado! Se abrir uma oportunidade, poderá até tentar uma vaga!”

“Hum... seria interessante!” ponderou Zygarde “mas não planejo isso de imediato. No momento, eu penso só em terminar o curso. Tenho outros motivos que faz com que eu almeje essa formação!

“Que motivos?”

“É segredo!” diz Zygarde de forma misteriosa “Mas acho que a monitoria seria o primeiro passo para isso!”

“Sei que o senhor é capaz!” incentiva Starmie.

“E pare com esse senhor por favor!”  pedia o terrestre “agora que completei trinta e um anos!”

“É dez anos mais velho do que eu!” afirma a estrela.

“Afe! Não me faz me sentir um velho não!” disse a serpente envergonhada “Então vocês devem aproveitar a juventude. Invistam na formação, mas não deixem de aproveitar a vida. E não deixem que comentários maldosos tirem a sua alegria e sua determinação! Quando menos se espera, vocês também estarão na casa dos trinta!”

“Certo!” responde Starmie.

— Realmente uma serpente como essa deixa muito professor daqui no chinelo! – declara Tapu Koko admirado – foi muito legal lutar ao seu lado!

— Também acho o mesmo! – completa Toxapex.

“Assim esses meninos me deixam sem graça!” Zygarde continua envergonhado.

— STARMIEEE! Tava te procurando! – Zapdos chegou de repente e se aproximou do pessoal.

“Olá Zapdos!” cumprimentou a estrela.

“Espero que não esteja aqui para dar bronca no Starmie!” fala Zygarde.

— Que isso! – o pássaro fala de forma descontraída – é o Starmie é quem devia dar bronca na gente! A criatura carrega o time nas costas e quase nos dá a vitória. Se algum de nós tivesse se esforçado mais, talvez teríamos levado essa. E também foi culpa tua Zygarde!

“Minha culpa?! Por que?”

— Por causa do seu movimento terrestre que pega os voadores! – argumenta Zapdos debochado – isso é roubo!

“Roubo? Eu só lutei normalmente! Não tenho culpa que sou um dos poucos que manipula a terra para atingir os voadores. Os terrestres deveriam trabalhar mais nisso!” contrapõe Zygarde.

— Que seja! – o elétrico dá aos ombros – agora quero ficar um pouco com o Starmie antes que o intervalo acabe!

“Então vamos voltar para nossa classe!” anunciou o terrestre.

“Sim, então até mais! Foi um prazer falar com você!” despedia Starmie.

“Também foi um prazer falar com você!” responde Zygarde “devemos nos encontrar mais vezes!”

Zapdos e Starmie vão andando lentamente pelo campus. O pássaro começa a falar sobre os resultados:

— Você soube que a Serperior foi promovida, não é?

“É mesmo?”

— Sim! Agora, eu não entendo os professores! Pelo que eu percebi, você teve uma atuação tão boa ou até melhor do que a Serperior. Mas mesmo assim, teve uma ladder baixa.

“Será que levaram em consideração a minha atuação na avaliação em UU?” questiona o aquático.

— O que houve nessa avaliação?

“Teve um que com certeza passou cola durante a primeira etapa! Outro que, na segunda etapa, quase taca fogo em um palco! E durante a minha segunda luta, machuquei o núcleo e tive que ficar de atestado enquanto o meu time disputava as finais!” explica Starmie.

— Pelo visto não teve uma boa semana! – comenta Zapdos – mas só que apesar da Serperior ter sido promovida, dois membros do nosso time foram rebaixados.

“Eita! Quem?” pergunta a estrela abismada.

— Diancie e Bisharp! Parecem que não tiveram boas notas nas segunda e terceira fases!

“Mas a Diancie até que foi de grande ajuda na segunda prova! E Bisharp também ajudou um bocado, apesar que ele poderia ter feito mais na terceira.”

— Sim, mas acho que serem superados por mons de UU deve ter pegado mal para eles!

“Vixi... então posso ter os prejudicados...” a estrela ficou apreensiva.

— Não fique assim! Não foi sua culpa! – Zapdos o tranquiliza – você só estava fazendo o melhor. Sei que nossa força não é como nos primeiros semestres, mas sei que você é um mon inteligente e hábil que vai dar um jeito de retornar para o OU. Eu mesmo já estive em UU no ano passado. Mas eu retornei! E sei que você conseguirá também!

“É... quem sabe!”

— Então, como somos da mesma época, é bom nós sempre nos ajudar sempre que puder!

“Ok! Zapdos, obrigado por me dar essa oportunidade!” Starmie realmente estava agradecido pelo fato do colega o ter considerado em deixar participar dessa avaliação.

— Que isso, eu também te agradeço por ter aceitado em lutar ao nosso lado! – responde o pássaro.

“Tudo bem, é o mínimo que posso fazer!”

— Então estou indo para minha sala! Até mais!

“Até mais!”

Quando Starmie finalmente volta para sala, ele acaba recebendo as notícias das mudanças de estrato. Azumarill, Breloom irão ficar em definitivo em OU. Kommo-o e Serperior, que também participaram da avaliação de OU, acabaram sendo promovidos. A estrela acaba avistando a vegetal que estava se despedindo da Latias e Hydreigon. Então resolve felicita-la também:

“Parabéns Serperior!”

— Obrigada Starmie! – diz a cobra com ar de orgulhosa – até que valeu a pena participar dessa avaliação! Obrigada por me parabenizar, apesar da inveja que está sentindo agora!

Mesmo com uma boa notícia essa vegetal continua sendo impertinente. Starmie sabe que sua atuação foi melhor do que a dela. Porém ele acredita que os professores devem ter levado em conta a sua atuação na avaliação de UU. Bem, quanto tempo ela aguentará se só depender em spamar Tempestade de Folha?

Mas outros alunos acabam retomando ao UU, como o Amoonguss. Ele aparece na sala sendo bem recepcionado pelos colegas.

— E retornei e agora é pra ficar!

— Não aguentou a barra em OU não? – questiona Gengar.

— Cara, foi um alívio eu ser rebaixado de novo! Pense num ambiente estressante que é aquela sala! – suspira o cogumelo – não sei se o Breloom e os outros vão aguentar!

— Então a Diancie vem pra cá? – indaga Latias.

— Pelo que ouvir falar, ela vai direto para NU! – responde Amoonguss – os professores decidiram que ela seria poderosa demais em usar sua Mega-pedra em UU, e com a força que tem sem a mega, ela se encaixaria só em NU mesmo.

— Isso foi “A Queda” mesmo! – fala Primarina – uma pena, ela é tão bonitinha! Se bem que a Latisina e a Hydreizinha não aguentariam o baque em ter que enfrenta-la.

— Muito bonito em esfregar isso na nossa cara, foca desgraçada! – resmunga Hydreigon.

Logo, o professor Yveltal entra na sala. Ele estava usando uma tipoia ortopédica em uma de suas asas. Os alunos rapidamente sentaram em seus lugares.

— O baracubaco na segunda avaliação foi boa né professor? – comenta Gengar de forma debochada.

— Sim, especialmente o “baracubaco” que você causou na floresta! A Xerneas não gostou nada disso! – responde o professor.

— Sim! Mas usei aquilo sob suas ordens! – disse o fantasma na defensiva.

— Bem que seja! – Yveltal resolve então tecer comentários sobre a prova que tiveram. Ele revelou que seu time foi derrotado pois dois times resolveram cooperar. E ele fala que a ideia disso foi de Zygarde. Por isso, apesar do dragão ter sido derrotado naquela ocasião, ele acabou sendo bem avaliado na segunda etapa.

Ouvindo isso, a admiração que Starmie nutre por Zygarde vai crescendo. A serpente não é só forte por si mesmo, mas também é bem inteligente e é bom em persuadir os outros Pokémon. A estrela se pergunta se chegará a ter, ao menos, parte de seu brilhantismo quando tiver a idade deli.

De repente, Bisharp entra na sala, chamando a atenção dos outros alunos com seu jeito ríspido.

— Chegando atrasado? Começou bem a sua estadia em UU! – ironizou Yveltal.

— Soube disso agora pouco, tá? Mal começou a semana e já me chutam de OU! – disse o metálico de mau-humor.

Então o recém chegado aluno procura por um lugar para sentar e escolhe uma carteira vaga que ficava logo atrás de Starmie. Ele se senta de forma desleixada, apoiando a cabeça nas mãos e cruzando os pés na cadeira da estrela. Claro que isso deixou o aquático bem incomodado. Ele olha pra trás para tentar tirar satisfação do seu então colega de equipe. Mas acaba vendo o semblante bem intimidador do mesmo. Realmente deve está de mau-humor por ter sido rebaixado.

Starmie se vira para retomar sua atenção para a aula. Porém uma bolinha de papel cai em sua carteira. A estrela já iria querer tirar satisfação com o noturno, iria falar que eles já não estão mais na quinta série. Porém a estrela percebe rapidamente que tem algo escrito no papel. Discretamente, ele desembrulha com sua telecinese e fica chocado com a mensagem...

Scizor precisa de ajuda! Fique de olho nela... ou núcleo... sei lá...

Bisharp finalmente tira os pés da cadeira de Starmie. A estrela fica com as pontas trêmulas.

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Algumas horas antes:

Ainda era intervalo, Scizor ainda estava pensativa por causa dos eventos da avaliação de OU e da conversa que tivera com suas colegas. Ela percebe que realmente não pode encarar esse problema sozinha, porém ainda não se decidia em quem poderia recorrer.

Ela observa de longe que Starmie estava conversando com os Pokémon de OU. Pelo visto, apesar de não ter tido um resultado satisfatório na avaliação de OU, pelo menos a estrela aparenta ter recuperado sua confiança e agora, parece que está tentando construir uma boa relação com os colegas de OU. Scizor resolve se afastar dai e começa a andar sem rumo pelo campus.

Enquanto ela caminha, os pensamentos continuam rondando intensamente em sua mente. Queria pedir ajuda à estrela, porém não queria mais envolve-la em seus problemas. Heatran provou que é perigoso até contra Pokémon aquáticos através do uso de Z-move. Ela não quer que ele acabe se ferindo em mais uma luta desnecessária. Sem falar que ela tinha falado pro psíquico que ele não estaria apto para participar das avaliações de OU, mas a atuação de Starmie provou o contrário. Então ela não queria mais atrapalha-lo.

Porém ainda teria que se abrir com alguém em relação ao seu problema. Mas como ela não queria envolver seus amigos mais chegados nisso, em quem poderá confiar? Quando se dá conta, Scizor está em frente ao prédio de onde se situa o Conselho Estudantil. De repente, se lembrou da conversa que teve com Aegislash, dois dias depois do incidente do Bar Florestal. A espada havia dito que sempre poderia contar com ela. Pode ser que falar com a presidente do Conselho Estudantil seja a solução.

E mais dúvidas surgiram em sua mente. Heatran também faz parte do Conselho Estudatil. E se a espada ficar do lado dele. Isso é impossível. Aegislash tem forte senso de justiça e moral. Com certeza ela tentaria fazer algo a respeito, mesmo se isso for contra um dos membros do conselho. Porém isso pode expor a espada ao perigo também. Mas Scizor se lembra que Landorus e Greninja são do conselho também, eles podem ajudar na defesa dela. Scizor respira fundo e entra no prédio.

Ela sobe as escadas até chegar ao segundo andar. Ela encontra uma porta com a placa “Conselho Estudantil”. Ela bate a porta delicadamente com a garra. Em instantes, escuta uma suave, porém firme voz feminina:

— Entre!

Scizor abre a porta e encontra Aegislash arrumando uns papéis em uma escrivaninha. Ela fica aliviada pela sorte de não ter encontrado o Heatran na sala.

— Olá Scizor, como vai?

— Oi Aegislash, eu preciso falar com você... – ela abaixa o tom de voz – é particular!

— Mas claro! Estou sozinha agora! Então vem comigo! – ela abre uma porta do fundo da sala. Ela dá para mais uma pequena sala, onde se encontrava uma mesa com duas poltronas, um fogão e uma estante cheia de louça, como xícaras e bule de porcelana.

— Aqui ninguém vai nos ouvi! – a espada convida Scizor a se acomodar em uma das poltronas – vamos tomar um chá com biscoitos enquanto conversamos.

— Obrigada Aegislash!

Scizor fica alguns minutos segurando sua xícara olhado para a bebida. Estava criando coragem para encarar a espada, que esperava pacientemente. Então a inseto resolveu se abrir:

— Você sabe que na semifinal eu acabei fugindo da luta, não é?

— Eu testemunhei isso! Deve ter sido difícil pra você, não é? Todos na Smogon querem saber o que houve!

— Bom... o que vou dizer agora é bem grave... – disse Scizor hesitante. Aegislash percebe que é algo bem sério e que está causando um certo sofrimento na inseto. E como uma boa colega, ela vai escutá-la atentamente.

— O que é tão grave para deixar você tão nervosa?

— É o Heatran!

— O que ele fez?

— Ele... – Scizor esconde o rosto com as garras. Seu desconforto é bem evidente para a espada – durante a segunda avaliação... ele tentou me assediar!

As duas ficaram em silêncio por uns instantes. Aegislash arregala o seu olho bem surpresa, e coloca sua mão no lugar correspondente ao tórax, se mostrando bem estarrecida com a informação! – o que acabou de me dizer é muito sério! Tem certeza disso?

—Aegislash, me perdoe por isso? Eu não inventaria uma coisa dessas! – Scizor já não conseguia conter suas lágrimas.

— Scizor, é claro que acredito em você! Só que isso me deixou bastante chocada... e decepcionada! Não é possível que um dos membros do conselho seja um assediador.

— Me desculpe por te dizer isso!

— Não! Você não deve se desculpar! Fez certo falar comigo! – Aegislash coloca a mão no ombro de Scizor em um gesto de apoio – ainda bem que você teve consideração e me contou logo antes que as coisas se tornem piores.

— É que... esse miserável se aproveita que eu tenho medo fogo e queria... me forçar a ficar com ele... não quero nem pensar! – a inseto se tremia de pavor ao se relembrar disso.

— Tudo bem! Vou fazer o possível para te proteger! – Aegislash abraça Scizor com o intuito de consolá-la, envolvendo a com seus longos braços negros. Levou alguns minutos para que a inseto se acalmasse.

— Então vamos decidir o que fazer, não é? – disse a espada com a voz mansa, se desfazendo do abraço e olhado nos olhos lacrimejantes de Scizor – para preservar sua intimidade, seria bom que você não revelar para mais ninguém a conversa que estamos tendo agora.

— Sim! – Scizor concorda. Quanto menos souberem disso melhor.

— Vou afastar o Heatran do Conselho e não vou revelar o motivo para o público! Mas antes disso vou investigá-lo. Se tiver provas suficientes, vou tomar providências para que ele seja punido. Enquanto isso, não vou permitir que ele se aproxime mais de você.

— Obrigado Aegislash! – Scizor começa a se acalmar – mas você não irá se arriscar com isso?

— Não se preocupe comigo! Como presidente do Conselho Estudantil, eu estou consciente dos riscos que meu cargo pode acarretar. Mas sempre vou fazer o possível para que os estudantes possam ter uma vida digna na universidade – disse a espada determinada – e sem falar que posso contar com os meus companheiros, que também não compactuam com esse ato criminoso de Heatran.

— Aegislash! Eu não sei como te agradecer! – Scizor pega nas mãos da fantasma com as garras em um gesto de agradecimento.

— Tudo que eu peço é que mantenha o sigilo! Para proteger sua integridade e evitar um escândalo no Conselho Estudantil! – reafirma a espada – mas alguém sabe desse fato?

— Acho que o Bisharp testemunhou isso também! – responde a inseto – foi por causa dele que não aconteceu o pior.

— Então, se possível, fale para ele não revelar nada também! Pode ser?

— Sim!

— Certo! Sabia que eu posso contar com você!

— E mais uma vez obrigada por tudo Aegislash!

Escuta-se as batidas na porta.

— Quem é? – pergunta a espada.

— Sou eu, Greninja!

— Pode entrar!

— Então Aegislash, já vou indo! – disse Scizor se levantando enquanto o aquático entra no recinto.

Com isso, Scizor sai do prédio com a consciência mais leve. Realmente a conversa que teve com Aegislash a tranquilizou e lhe deixou com uma aparente sensação segurança. Ela foi para a praça da entrada da Smogon.

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A aula finalmente havia terminado, Starmie olhou para cima com o intuito de conversar melhor com Bisharp sobre aquela mensagem. Porém ele percebeu que o noturno já havia ido embora. Então saiu da sala rapidamente na tentativa de encontra-lo. Estava andando rápido, girando as pontas de trás, e não percebeu que enquanto passava pela praça, acabou se esbarrando em uma Pokémon inseto.

— Argg! – ela resmungou.

“Scizor?!”

— Starmie!

“Me desculpe! Não viu o Bisharp por aí?”

— Vi não! O que queria falar com ele?

“Deixa pra lá!” Starmie mudou de ideia, achou melhor tentar conversar com a Scizor “o que está fazendo aqui?”

— Eu? Só estava resolvendo uns problemas no Conselho! E depois resolvir andar um pouco por aqui – responde Scizor.

“Certo!” a estrela se questiona o motivo dela ter ido ao Conselho. Será que tem haver com aquele evento da prova prática? E Scizor não é de ficar gazeando aula.

— Ai! Pelo visto, anda bem popular com os Pokémon de OU! – a inseto puxa conversa.

“Eu? Popular? Que isso!”

— Eu te vi com a Volcarona que estava te vendendo uns produtos de beleza! O que comprou dela?

“Foi só uma loção!”

— A marca da revista da Volcarona é muito boa! Talvez eu compre umas coisas dela também!

“Não tem problema?” pergunta a estrela preocupada. “Afinal, ela...”

— Eu não tenho mais nada contra ela! – Scizor fala firmemente – ela só está correndo atrás do prejuízo agora!

“Entendo!”

— Mas fico feliz em ver que você está se enturmando com os Pokémon de OU, vi também que você estava conversando com o Zygarde e com os novatos!

“Você me viu com eles?” a estrela ficou encabulada “isso não é nada demais! Mas até que essa conversa foi proveitosa pois eu fiquei sabendo mais sobre a vida de Zygarde. Eli realmente é um grande Pokémon.”

— Então pelo visto sua participação em OU até que lhe rendeu bons frutos – suspira Scizor – eu não deveria ter lhe dito aquilo.

“O que?”

— Que você não deveria participar das provas de OU! – Achei que isso não iria te fazer bem. Porém, vendo que você está bem, acho que essa participação até que foi bom pra você... – ela suspira cabisbaixa - pelo visto, eu só te atrapalho mesmo...

“Não, o que é isso?” Starmie fica chocado com a declaração de Scizor. Não era para ela falar esse tipo de coisa. Parece coisa de Pokémon de baixa autoestima que nem ele. “Você nunca me atrapalhou!”

A estrela sente que precisa está ao lado dela. É o mínimo que poderia fazer por ela por enquanto. Ele queria encontrar uma forma de devolver a alegria de Scizor, sem ter que constrange-la. Ele começa a se abrir para sua amiga

“Scizor, sabe... quando soube que você tinha fugido do Metasigle, não posso deixar de ficar preocupado com você!

— Er Starmie! – a metálica voltou a ficar desconfortável com o assunto – isso... isso não foi nada demais... vamos esquecer isso!

“Não precisa falar disso se não quiser!” continuou a estrela “Mas saiba que, se por acaso quiser se abrir comigo... pode está certa que farei o possível para te ajudar...ou ao menos te escutarei!”

A inseto ficou possessa com a declaração. Ela não queria envolve-lo com seus problemas. Mas talvez ficar ao seu lado possa lhe trazer um pouco mais de segurança.

— Obrigada Starmie!

Então os dois caminharam juntos até o ponto de ônibus. Não demorou muito para que o pai de Scizor a buscasse de carro. Então se despediram quando ela entrou no veículo.

“Até amanhã Scizor!”

— Até amanhã Starmie!


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Notas finais do capítulo

Então foi isso! Finalmente conclui o arco de OU! Então o próximo(s) capítulo(s) será um pequeno arco envolvendo o Conselho Estudantil. Depois disso teremos inicio de um novo arco! Estejam antenados.

Então pessoal, Obrigada pela leitura e Feliz Ano Novo (atrasada)!
Até mais!



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